quarta-feira, agosto 31, 2011

Vida de equilíbrio

Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa,
não me dês nem a pobreza nem a riqueza,
mantém-me do pão da minha porção de costume,
para que, porventura, estando farto não te negue,
e venha a dizer: Quem é o Senhor?
ou que, empobrecendo, não venha a furtar,
e tome o nome de Deus em vão.

Provérbios 30:8-9
    
Só a palavra de Deus para conter um ensinamento tão equilibrado sobre a vida.

Abba, pai

Somente uma vez eu saí de um culto no meio de uma pregação, isso faz algum tempo, foi a vinte e cinco anos atrás, por aí. Eu estava numa pregação para jovens, em um grupo ligado a uma grande e tradicional convenção de igrejas protestantes. Quem pregava era um pastor líder dos jovens da região. Eu me “revoltei” quando ouvi o pregador dizendo que chamar Deus de paizinho era uma falta de respeito. Julgar o pastor, tentando identificar o motivo que o levou a pensar dessa maneira, não convém. Mas eu posso pensar diferente e deixar registrado isso.
      A palavra “ab”, usada no tempo do antigo testamento, se transliterou para “abba”, usada no novo testamento, e significa pai em hebraico. Para os israelitas do antigo testamento, Deus era pai apenas deles, mesmo que a palavra “ab” fosse usada para outros fins, além de pai (os escravos chamavam seus senhores de “ab” também). No novo testamento a palavra começou a ser usada como pai de adoção, já que Deus foi apresentado como “abba”, pai, de todos os homens da terra que o aceitassem assim mediante o evangelho.
      O diminutivo paizinho denota uma intimidade com esse Deus pai, uma forma carinhosa de chamar aquele que cuida dos homens paternalmente. Essa forma de tratamento traduz a ótica neotestamentária de Deus, não mais o juiz da lei, do olho por olho, dente por dente, mas o pai misericordioso, cheio de graça, que se aproxima de todos os homens, de uma forma bem mais íntima, dando a eles a porção de seu Santo Espírito (a palavra em hebraico aparece três vezes no novo testamento, em Romanos 8:15, em Gálatas 4:6 e em Marcos 14:36, as outras citações estão em outra língua). Lembre-se que no antigo testamento não eram todos que tinham o Espírito Santo e nem durante todo o tempo. Existiam exceções, gente como Davi tinha bastante proximidade de Deus, assim como intimidade com a unção do Espírito.
      Não há nada de errado em se usar o termo paizinho, desde que essa intimidade seja margeada por outro princípio que rege nossa comunhão com Deus, o temor. É preciso entender temor não como medo, um sentimento de amedrontamento, que faz-nos distanciar de algo por acharmos que a proximidade pode nos trazer dano, nos fazer mal. O que nos dá o entendimento correto de o que é esse temor é o conceito de santidade. Deus é santo e para que nos aproximemos dele precisamos também estar em santidade. Nesse aspecto o novo testamento nos dá um privilégio que as pessoas do antigo testamento não tinham. Somos santificados mediante confissão de pecados e fé na propiciação plena de perdão através de Jesus, diferente do perdão através do sacrifício imperfeito de animais, que se fazia debaixo da lei. Confiança de que podemos nos aproximar de Deus com toda a intimidade mediante um coração limpo é o que define o caminho de nosso relacionamento com o Senhor.
      Porém, o motivo que me levou a escrever este texto não foi me justificar diante da opinião diferente do tal pastor. O propósito foi alertar sobre o perigo que corremos quando começamos a nos distanciar de Deus, seja lá por qual motivo for. O inimigo de nossas almas tem muito interesse que isso aconteça. Algumas religiões, dentre elas a instituição cristã mais antiga, tem interesse neste distanciamento, se bem que já permitiu que essa distância fosse maior quando fazia a liturgia do culto em uma língua morta que ninguém praticamente entendia. Esse distanciamento interessa para quem quer manter o controle sobre a doutrina, impede os religiosos de esboçarem opinião e fazerem crítica.
      A relação com Deus é estabelecida através de diálogo, Deus fala, nós ouvimos, nós falamos, Deus ouve. Não é um monólogo do homem abrindo seu coração para um deus distante e implacável, e nem um monólogo de um deus que fala e tem que ser ouvido e obedecido, em silêncio total. Contudo esse diálogo é concedido através da misericórdia de Deus. Facilmente nós endurecemos o coração e paramos de buscar o Senhor. Essa pessoalidade, que foi revelada aos homens pelo evangelho, difere bastante do deus distante e sem forma que o esoterismo e os meio ateus concordam em existir.
      Não deixe de conversar com Deus, de senti-lo como pessoal e como um Deus que se manifesta com formas humanas, com olhos, ouvidos, boca, braços e mãos, e acima de tudo, com um coração. A nossa alma precisa desse entendimento e Deus não nos proibiu de tê-lo. A Bíblia se refere a Deus assim, com antropomorfismos, ela também diz que fomos criados à semelhança de Deus. É perigoso ver Deus diferente, isso só nos afasta dele. Mas o melhor de tudo é saber que Deus é pai daqueles que o seguem, não de todos. Como pai, ele nos ama e aceita-nos como somos, mas como um pai melhor do que são nossos pais carnais, deseja que nós cresçamos, sendo cada dia mais e mais parecidos com ele.

terça-feira, agosto 30, 2011

...ainda assim permaneceremos fiéis

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: 
"Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. 
Se formos atirados na fornalha em chamas, 
o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, 
e ele nos livrará das suas mãos, ó rei. 
Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, 
que não prestaremos culto aos seus deuses 
nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer"

Daniel 3:16-18

Repetindo parte do texto da postagem "Atrevidos?", podemos dizer isso?
Se Deus não nos livrar, ainda assim permaneceremos fiéis? Realmente?

Molhem o altar

      Foram reunidos os profetas de Baal e Elias. A proposta de Elias era a seguinte: preparem dois altares, ponham lenha e novilhos sobre eles. Então cada um clamará a seu deus para que mande fogo do céu e queime o altar. Os profetas de Baal clamaram ao seu deus por algum tempo, e nada de cair fogo do céu. Então chegou a vez de Elias. Contudo antes de clamar, ele pediu que jogassem água no altar reconstruído do Senhor.
      “Depois arrumou a lenha, cortou o novilho em pedaços e o pôs sobre a lenha. Então lhes disse: "Encham de água quatro jarras grandes e derramem-na sobre o holocausto e sobre a lenha". "Façam-no novamente", disse, e eles o fizeram de novo. "Façam-no pela terceira vez", ordenou, e eles o fizeram pela terceira vez. A água escorria do altar, chegando a encher a valeta”, I Reis 18:33-35.
      Como assim, então ao invés de facilitar a situação, ou mesmo deixa-la do jeito que estava, para que o pedido fosse respondido, Elias mandou que jogassem água sobre o altar de Deus? Quer dizer, ele pediu para que deixassem seu altar ainda mais difícil de ser queimado?
      “À hora do sacrifício, o profeta Elias colocou-se à frente e orou: "Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, que hoje fique conhecido que tu és Deus em Israel e que sou o teu servo e que fiz todas estas coisas por ordem tua. Responde-me, ó Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, ó Senhor, és Deus, e que fazes o coração deles voltar para ti"”, I Reis 18 36-37. Então Elias clamou e Deus enviou fogo do céu e queimou o altar até secar toda a água.
      O assunto do fogo sobre o altar foi apenas para provar a legitimidade do Deus de Elias. Depois disso ele fez o pedido a Deus, que responderia a verdadeira necessidade do rei Acabe e do povo, chuvas. A terra enfrentava um período grave de seca. Elias orou a Deus e a chuva veio. Deus demonstrou duas coisas: primeiro que ele tem poder para mudar o clima, segundo, que Elias era seu profeta. Deus não somente testemunhou sobre o seu poder como também honrou ao seu profeta Elias.
      Mas e a coisa de jogar água e mais água sobre o altar? Para que foi aquilo? Para que dificultar a intervenção divina? A resposta é para que fosse comprovado o poder de Deus sobre tudo. O coração de Acabe estava muito endurecido, somente um milagre legítimo de Deus, sobre o qual não restasse qualquer dúvida sobre quem o fez, convenceria o coração incrédulo do rei.
      Muitas vezes Deus aumenta a nossa tribulação e nós não entendemos. A coisa ao invés de melhorar piora ainda mais. Infelizmente isso pode ser necessário, devido à incredulidade daqueles que nos cercam, e que conhecerão o poder de Deus através do que ele operar em nossas vidas. As tribulações são somente teatros que Deus monta para que o seu poder seja manifestado em nós. Leia todo o capítulo 18 de I Reis para entender todo o contexto do fogo sobre o altar, da dureza de Acabe e sua idolatria, e da perseguição aos profetas de Deus. Algo muito sério precisou ser feito para que toda essa situação mudasse.

segunda-feira, agosto 29, 2011

Adocicar tua amargura

      “Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água. Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou” Êxodo 15:22-25

         Muitas vezes somos exagerados e pessimistas, bem, eu pelo menos sou assim, se algo dá errado, tenho a tendência de desistir, logo de cara. Quero outra coisa, não acredito mais que aquilo pode dar certo. Israel teve sede, achou água, mas a água era amarga. Pronto, bastou para que o povo desistisse daquela água, e mais, desistisse de Deus. Mas o mesmo Deus que fez o povo achar água não poderia também adocicar a água amarga, torná-la potável?
      Ocorre que a gente cria uma memória de derrota e simplesmente condena algo à ruína eterna, nunca mais poderá ser mudado, sempre será ruim. É assim com amizades, com a profissão, e pode ser até com o casamento. Amargou não será doce nunca mais, e fica pra sempre a amargura em nosso coração.
     Deus pode adocicar tua amargura, sim, ao invés de dar uma outra opção, dar algo novo, ele pode transformar o que é velho em novo. Podemos estar orando para Deus nos dar uma outra coisa, enquanto o que ele quer é mudar aquilo que já temos na mão e está arruinado.
      Remir significa justamente isso, libertar do cativeiro, pagar o resgate, conceder alforria, e foi o que Jesus fez em sua obra redentora, remissão. Ele remiu algo que estava perdido, toda a humanidade. Então não desista, Deus pode transformar tuas águas amargas em doces, aquilo que você já desistiu, pode ser uma solução ainda viável para Deus, basta que você creia. Será que não é o teu caso?

domingo, agosto 28, 2011

Mais sobre pecado que não pode ser perdoado...

Pecado que não pode ser perdoado é o pecado que não foi confessado. Não é Deus que para de nos perdoar, somos nós que não confessamos mais. Fazemos isso porque não conseguimos mais nos perdoar, então o perdão de Deus deixa de ter valor. "Livra-nos Senhor de chegarmos a tal ponto de endurecimento de cerviz". 

Que é a verdade?

Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? E dito isto, de novo saiu a ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum”, João 18:37-38

      Jesus falava pouco, mas fazia muito, e antes disso, orava bastante. Que exemplo para gente como eu, um falador compulsivo, que sempre tem uma explicação na ponta da língua para tudo.
      Foi Pilatos, embasado nas acusações dos judeus, quem disse que Jesus era rei. Disse isso, porque para o judeu essa afirmativa se constituía em uma heresia, uma afronta à sua religião.
      Mas Pilatos, como um bom político, queria agradar a maioria mas era sensato. Jesus respondeu, como sempre, não à pergunta aparente, mas àquela verdadeira, que estava escondida atrás das palavras de Pilatos. Jesus disse que ele falava a verdade, não era um mentiroso como diziam os judeus. Ele tinha vindo para ser rei, e um rei muito maior que o líder política nacional que os judeus esperavam, um rei espiritual, para toda a humanidade, de todos os tempos.
      Porém, Pilatos encerra o diálogo com uma pergunta genérica, “o que é a verdade?” Para essa pergunta, parece-nos que não houve resposta, todavia é o próprio Pilatos quem responde depois, talvez sem ter consciência disso, quando afirma: “não acho nele crime algum”. O conhecimento da verdade não está ligado a explicações filosóficas e nem a definições científicas, mas à consciência moral, mais ainda, ao estado do homem interior.
      A resposta é que a verdade é Jesus, quem tem a verdade é aquele a quem não lhe pode ser imputado pecado algum. Para nós fica a herança, se temos Jesus, se temos o perdão em seu nome, não temos pecado a nos acusar, portanto temos a verdade. A verdade tem aquele que não tem sobre sua cabeça nenhuma acusação.
      É importante que tenhamos cuidado para afirmar entre as pessoas esse testemunho, que nós temos a verdade. Pode soar como loucura, como arrogância. Jesus teve cuidado para dizer isso, ele conhecia o coração das pessoas. Que o Espírito Santo nos oriente, para testemunhar sobre a verdade, no momento certo, para quem tem ouvidos para ouvir, sem ficar jogando pérolas aos porcos. Isso porque somente aquele que é da verdade ouve a voz de Jesus.

      "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao pai senão por mim", João 14:6

sábado, agosto 27, 2011

Sentimento de louvor

"Tu, Senhor e Deus nosso,
és digno de receber a glória, a honra e o poder,
porque criaste todas as coisas,
e por tua vontade elas existem e foram criadas"

Apocalipse 4:11

Insônia: aos que sofrem com ela

      Gostaria de compartilhar uma experiência minha. Sempre tive dificuldade para dormir, só foi piorando com o tempo. Demorei um pouco para diagnosticar insônia como enfermidade, isso me roubou muitos anos de felicidade. A insônia deu cria, gerou refluxo e até alguma psicose, mas Deus já está tratando disso, com oração e com medicação. Hoje sinto a vida bem mais leve, me acho mais lúcido, gasto menos para viver mais.
      Bem, quem tem dificuldade para pegar no sono, tem na verdade uma dificuldade enorme de se desligar. Na hora de por a cabeça no travesseiro, não consegue esvaziar a mente e relaxar. Um turbilhão de palavras e de rostos fica girando na mente. Como eu disse, isso pode piorar com o tempo, já que as ansiedades de jovem se transformam em apreensões legítimas da vida adulta, os cuidados com a sobrevivência neste mundo. Com o tempo, o passado pesa, o presente inquieta e o futuro amedronta.
      Quem sofre desse mal, não o sofre porque tem muitas preocupações, não necessariamente, mas isso nem importa. Esse na verdade corre atrás das preocupações, e mesmo que elas não existam, ele as inventa. Ele se viciou em ficar com a mente, o tempo todo, ocupada, ele precisa dessas ocupações. O menor desconforto, ele transforma num problema enorme, uma questão de vida ou morte. Talvez porque se não ficar assim, ele se sinta irresponsável. Mas nesta vida, a maioria dos problemas se resume em culpa, usamos as atividades para aplacar nosso sentimento de culpa. Muitas vezes necessitaríamos de muito menos esforço para viver bem, mas nos tornamos escravos do trabalho. Como eu disse no início, essa é a minha experiência.
      Precisamos entender que nós somos máquinas de carne que geram energia. Utilizamos energia para viver, para andar, para trabalhar, para estudar, para aprender, para lidar com as situações e com as pessoas. Essa energia é, a princípio, positiva. Contudo podemos utilizá-la contra nós mesmos, quando cobramos de nós mais do que o necessário que seja cobrado. Nesse caso essa energia suicida nos trará infelicidade e mesmo doenças, físicas e psicológicas.
      Como essa energia é da carne e da alma, precisamos aprender a lidar com ela, não somente no nível espiritual, mas também nos níveis material e emocional. No nível espiritual é simples, pelo menos ficou simples no momento em que nós nos convertemos a Jesus, basta crer. Contudo, nos níveis material e emocional, complica um pouco. É necessário tempo e esforço, para que a cura espiritual passe para as áreas física e psicológica.
      Uma coisa eu tenho aprendido, não adianta tentar resolver às onze horas da noite, deitado na cama, um problema que foi alimentado durante o dia inteiro. Passamos todo o dia ansiosos, preocupados, brigando com esposa, motoristas no trânsito, colegas de trabalho, ao vivo ou por telefone. Mesmo se não exteriorizamos a inquietude, nós a sentimos, focamos em nossa cabeça, no nosso peito, na nossa garganta, ou seja lá em que órgão for de nosso corpo que somatizemos a ansiedade. O resultado é que à noite, a mente não dá conta de tantas questões sem respostas, ela precisa de mais tempo, acordada, para poder se resolver.

      “Pela manhã ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã apresentarei a ti a minha oração, e vigiarei”, Salmos 5:3. “De tarde e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz”, Salmos 55:17. “Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias”, Salmos 90:14.

      Ninguém melhor que o salmista para nos ensinar como transformar energia negativa, preocupações, temores, em paz. Como ele fazia isso? Orando. Mas o que é orar pra você? Orar não pode ser algo formal, frio, apenas um reza, racional, uma obrigação que se cumpre e que nada tem a ver com o que realmente sentimos. Não, muitas vezes orar parece um trabalho de parto, dependendo do tamanho da pendência, pode ser terrível, exaustivo, doloroso, mas tem que ser feito. Quando nosso ser chegou a um estado de ansiedade que já está somatizando tudo, nos tornando colecionadores de doenças, com o nosso coração gritando aos berros, implorando por atenção, não existe outra saída se não orar e orar com todo o sentimento, com todo o pensamento, com todas as palavras e demais ruídos.
      Mas procure fazer isso de manhã, no início do dia, e passe todo o seu tempo debaixo do sol com o mesmo espírito, de clamor, de confiança em Deus, acalmando todo o sentimento, repousando-o em Deus. Tenho aprendido que às vezes precisamos aprender tudo outra vez, como respirar, como comer, como andar, como olhar, como ouvir, como agir e reagir a cada minuto do dia. Às vezes o problema é tão sério que temos necessidade, sim, de acompanhamento terapêutico e de medicação, de tanta ansiedade que acumulamos durante os anos de nossa vida.
      Nosso corpo e nossa alma, assim como a natureza, são extremamente honestos. Eles não nos devolverão flores se nós passamos a vida jogando pedras neles. Podemos até tentar enganá-los, mas um dia eles retornam todo o mal que fizemos a eles, através de tsunamis emocionais, de frentes frias de pensamento ou de erosão do corpo. Se necessário, reaprenda a viver, para ser tranquilo, para ter a paz necessária e de direito daqueles que seguem a Deus.

      Eu não posso deixar de citar Filipenses 4:6-8 para encerrar esta postagem, sei que você talvez já tenha ouvido esse texto várias vezes, mas leia mais uma vez:

      “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus. Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas”.

sexta-feira, agosto 26, 2011

Em que lugar você está?

      O capítulo onze do livro de Números mostra-nos quatro lugares para estar, ou não:

1º. Nas extremidades do acampamento
2º. Na provação do deserto
3º. Na liderança do povo
4º. No meio do acampamento

      “Aconteceu que o povo começou a queixar-se das suas dificuldades aos ouvidos do Senhor. Quando ele os ouviu, a sua ira acendeu-se e fogo da parte do Senhor queimou entre eles e consumiu algumas extremidades do acampamento. Então o povo clamou a Moisés, este orou ao Senhor, e o fogo extinguiu-se. Por isso aquele lugar foi chamado Taberá, porque o fogo da parte do Senhor queimou entre eles.”, versículo 1 ao 3.

      Quem fica atrás, no fundo, nas beiras, geralmente são aqueles que não estão muito confiantes, que estão com um pé dentro e outro fora. Bem, esses foram queimados pela ira de Deus. É bom tomarmos uma posição firme, diante da vontade do Senhor, crendo em suas promessas e testemunhando, diante dos incrédulos, com coragem, sem medo.

      “Um bando de estrangeiros que havia no meio deles encheu-se de gula, e até os próprios israelitas tornaram a queixar-se, e diziam: "Ah, se tivéssemos carne para comer! Nós nos lembramos dos peixes que comíamos de graça no Egito, e também dos pepinos, das melancias, dos alhos porós, das cebolas e dos alhos. Mas agora perdemos o apetite; nunca vemos nada, a não ser este maná! "”, versículo 4 ao 6.

      O povo novamente murmurava contra Deus, ele não queria estar no deserto, mas no Egito. Aquilo que era para ser benção, a provisão do Senhor, estava enjoando o povo, o maná. Mas não era o maná que era enjoativo, era o tempo da provação no deserto que estava sendo muito longo. Estava longo porque o povo tinha se rebelado contra Deus e a viagem que era para demorar meses, demorava anos, o tempo suficiente para que a geração rebelde morresse no deserto. O maná não foi dado para ser consumido durante tanto tempo, por isso ficou enjoativo. O incrédulo come maná até morrer, mas à vezes só enjoando de maná é que a gente aprende.

      “E ele perguntou ao Senhor: "Por que trouxeste este mal sobre o teu servo? Foi por não te agradares de mim, que colocaste sobre os meus ombros a responsabilidade de todo esse povo? Por acaso fui eu quem o concebeu? Fui eu quem o trouxe à luz? Por que me pedes para carregá-lo nos braços, como uma ama carrega um recém-nascido, a levá-lo à terra que prometeste sob juramento aos seus antepassados? Onde conseguirei carne para todo esse povo? Eles ficam se queixando contra mim, dizendo: ‘Dê-nos carne para comer! ’ Não posso levar todo esse povo sozinho; essa responsabilidade é grande demais para mim.”, versículo 11 ao 14.

      Diante da murmuração do povo e da ira de Deus, Moisés se sentiu no lugar errado, estando na liderança, então reclamou para Deus. Não é bom desejar os extremos, principalmente posições superiores. Contudo, se Deus nos chama para a liderança, temos que aceitar isso com temor e sobriedade. Não adianta fugir da responsabilidade.

      “E o Senhor disse a Moisés: "Reúna setenta autoridades de Israel, que você sabe que são líderes e supervisores entre o povo. Leve-os à Tenda do Encontro, para que estejam ali com você. Eu descerei e falarei com você; e tirarei do Espírito que está sobre você e o porei sobre eles. Eles o ajudarão na árdua responsabilidade de conduzir o povo, de modo que você não tenha que assumir tudo sozinho. "Diga ao povo: Consagrem-se para amanhã, pois vocês comerão carne. O Senhor os ouviu quando se queixaram a ele, dizendo: ‘Ah, se tivéssemos carne para comer! Estávamos melhor no Egito! ’ Agora o Senhor lhes dará carne, e vocês a comerão.”, versículo 16 ao 18.

      Deus respondeu aos dois pedidos, à murmuração do povo por carne e a de Moisés, pedindo auxílio para liderar. A insistência de Israel foi tanta que o Senhor concedeu seu pedido, contudo, essa resposta, que não era o plano inicial de Deus, trouxe para o povo amargas consequências.

      “Mas, enquanto a carne ainda estava entre os seus dentes e antes que a ingerissem, a ira do Senhor acendeu-se contra o povo, e ele o feriu com uma praga terrível.”, versículo 33.

      Não é bom insistir num pedido que Deus está dizendo que não vai responder. Pela insistência, Deus até pode nos atender, mas pagaremos um preço por isso.

      “O Senhor desceu na nuvem e lhe falou, e tirou do Espírito que estava sobre ele e o pôs sobre as setenta autoridades. Quando o Espírito veio sobre eles, profetizaram, mas depois nunca mais tornaram a fazê-lo. Entretanto, dois homens, chamados Eldade e Medade, tinham ficado no acampamento. Ambos estavam na lista das autoridades, mas não tinham ido para a Tenda. O Espírito também veio sobre eles, e profetizaram no acampamento. Então, certo jovem correu e contou a Moisés: "Eldade e Medade estão profetizando no acampamento". Josué, filho de Num, que desde jovem era auxiliar de Moisés, interferiu e disse: "Moisés, meu senhor, proíba-os!" Mas Moisés respondeu: "Você está com ciúmes por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor pusesse o seu Espírito sobre eles! "”, versículo 25 ao 29.

      Deus autenticou o milagre das codornizes com a unção do Espírito sobre a liderança. Essa liderança tinha ido para um lugar específico, longe do povo. Eldade e Medade, porem, ficaram em outro lugar, ao invés de junto da liderança, no acampamento. Mas nesse caso, o lugar onde permaneceram os dois, não estava errado. Moisés, já restabelecido, manso e sábio, exorta que ele ficaria feliz se todo o povo fosse como Eldade e Medade, profetas de Deus, cheios do Espírito.

      Em que lugar você está? Nas extremidades, na provação, na liderança ou profetizando no meio do povo? É importante que entendamos em qual lugar Deus nos pôs. Nas extremidades, junto dos rebeldes, incrédulos e carnais, dos mornos, que ficam em cima do muro, esse é o pior lugar, saia daí já. Se for no deserto, tenha fé, é somente uma fase temporária, seu destino é Canaã. Se for na liderança, exerça-a com cuidado, com amor, com paciência. Se for no meio do povo, que seja cheio do Espírito, tendo no coração sempre uma palavra ungida e cheia de graça para compartilhar com o povo de Deus.

quinta-feira, agosto 25, 2011

Poder do silêncio que não julga

"Portanto, não julguem nada antes da hora devida,
esperem até que o Senhor venha.
Ele trará à luz o que está oculto nas trevas
e manifestará as intenções dos corações.
Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação".
"Pois o Reino de Deus não consiste de palavras, mas de poder".

I Coríntios 4:5 e 4:20

Dê a causa por perdida

“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas”, Mateus 5:38-41.
      As pessoas podem nos confrontar, querendo nos agredir, de maneiras diferentes. Num nível mais alto, pode ser através de agressão física, mas pode ser também através de palavras ofensivas. Contudo, pode ocorrer uma provocação mais sutil, tentando-nos para que percamos o controle, para que fiquemos irritados, de maneira que nos force a dizer ou fazer algo ruim e descontrolado.
      O segredo é saber parar, e não se deixar levar pela animosidade, parar antes que pequemos. Após isso, se a pessoa quiser continuar com a agressão, seja em que nível for, que continue sozinha. A nossa parte é fazer o possível para não brigar. “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens”, Romanos 12:17-18.
      Mas com isso, você acha que estará perdendo a causa? Estará saindo por baixo, na disputa? Sim, é isso mesmo, às vezes é melhor dar a causa por perdida. Nesta vida não podemos vencer sempre, nem é preciso. Existem confrontos em que nós sairemos com prejuízo. Com prejuízo? Na verdade, é um prejuízo apenas aparente, aos olhos dos homens. Diante de Deus não, pois as causas que nós consideramos perdidas, Deus as toma para si, passa a lutar por nós.
      Contudo esse privilégio só tem quem realmente entrega a causa nas mãos de Deus e depois age debaixo da orientação do Santo Espírito, com amor, dando lugar à ira de Deus, veja o restante do capítulo 12 de Romanos: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
      Dar lugar a ira de Deus não é tentar anular a ira, procurando controlar a emoção, fazer uma oração rápida e se livrar do problema. Bem, se você consegue fazer a coisa assim, que Deus te abençoe. Mas a minha experiência, é que para dar lugar à ira de Deus, eu preciso passar um bom tempo orando. Sentindo o ultraje até minha última gota de emoção, escancarando o coração. Gasto toda a energia que usaria reagindo à agressão, explicando e me emocionando diante de Deus. Isso muitas vezes não é fácil, mas acredite, é libertador.
      Todavia isso tem que ser feito, se não ainda continuaremos com a posse da ira. Se for assim, uma hora ou outra, voltaremos a nos confrontar com a pessoa, e ao invés de oferecer a outra face, somos nós que damos na face do próximo, somos nós que agredimos. Quando isso acontece, Deus se retira da peleja. A ira do homem, externada em toda a sua plenitude, pode se transformar em homicídio, e se for contida da maneira errada, em enfermidade.
      Além de oferecer a outra face e de entregar a causa nas mãos de Deus, devemos amar o inimigo e favorece-lo, se isso for necessário. “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus”, Mateus 5:44.
      Temos muita dificuldade de dar a causa por perdida. Somos teimosos, se for possível lutaremos até o fim. Mas não adianta, as armas daqueles que realmente não caminham com Deus são sujas, são das trevas. Eles não deixarão de usá-las, se for necessário. Nós, que caminhamos com Deus, não, por mais que nos desviemos momentaneamente da presença de Deus, dando lugar à nossa ira, chega um momento que nos sentimos mal. O Espírito Santo fala mais alto no nosso coração, a gente para e se arrepende.
      Então, para não passar vergonha, tendo que se arrepender depois na frente do ímpio, é bom nem começarmos a contenda. Deixemos que o outro dê a última palavra, ofereçamos, nós, a outra face, dando a causa por perdida. Na hora certa Deus lutará por nós, vencerá e fará justiça.

quarta-feira, agosto 24, 2011

Inútil é tudo que é postado aqui SE

          Se você não crer, se não quebrar os muros da incredulidade, de ceticismo, se não buscar a Deus crendo que ele te ouve e pode te abençoar, de forma maravilhosa. Se você não tiver fé, você pode ler textos como estes, tornar a ler, e reler, mas nada vai acontecer com você, só vai ficar ainda mais vazio. Pare de lutar com o Espírito Santo de Deus, creia.

"Ora, sem fé é impossível agradar-lhe,
porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus
creia que ele existe,
e que é galardoador dos que o buscam"

Hebreus 11:6

Tempo de poda

Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado” João 15:1-3

      Então o galho está bonito, dando frutos, nesse momento nós esquecemos da vida, podemos nos esquecer até vigiar. Mas de repente parece que o mundo vira de cabeça pra baixo. Perdemos um monte de coisas, perdemos o rumo, parece que a nossa fé é abalada de um jeito que nada mais faz sentido.
      A primeira coisa que pensamos é que estamos em pecado, não naquele pecado do dia a dia, sintoma das aflições deste mundo, que deve ser limpo frequentemente de nossas vestes espirituais. Mas achamos que tem algo mais sério, escondido, algo que não estamos vendo.
      “Não, não precisa ficar desesperado”, diz o Espírito Santo. “Tua santidade do dia a dia tem sim que ser vivida, mas não se assuste, achando que algo terrível está acontecendo”. O que está acontecendo é algo simples, Deus está te limpando para que dê mais frutos.  Do jeito que você estava, estava bom, mas você já atingiu o limite de frutos, daquela maneira. Para melhorar, tem que ser podado, e então frutificará mais.
      Ser podado dói, aparar os brotos errados, que crescem na gente entre duas safras, duas fases de nossas vidas, fases de dar frutos e agradar a Deus. Não tem jeito, fomos chamados para frutificar. Esse processo nos acompanhará durante toda a vida, frutificação e poda.
      Mas sabe o que nos apara, o que corta, o que limpa? A palavra de Deus, o estudo da palavra registrada na Bíblia, o ouvir de uma palavra legítima, no púlpito de uma congregação da Igreja, e a oração atenciosa e insistente de um coração que quer saber de Deus e obedecê-lo.
      É importante, contudo, que tomemos um cuidado, a palavra tem que fazer diferença, tem que incomodar. Cuide para que você não esteja ouvindo apenas aquilo que te interessa, que cai bem nos ouvidos, que parece agradável. A palavra mentirosa não apara, apenas deixa galhos inchados e secos, que se não tomarem cuidado, poderão ser cortados da árvore.
       Sim, também temos direito ao consolo, que é colocado em nossas cabeças como o alabastro com unguento que a mulher jogou sobre a cabeça de Jesus na casa de Simão. Contudo, a época da poda é de suma importância para que o filho de Deus seja preparado para novas coisas em sua vida.
      Para terminar uma palavra, quando a poda termina, pode ficar um sentimento estranho, de vazio, já que os brotos errados, que tinham que ser cortados para não impedir a frutificação, não existem mais. Nesse momento, é tempo de se esperar em Deus, com fé, porque logo nascerão os verdadeiros ramos. Esses sim, vingarão, crescerão e darão fruto, no tempo certo.
      Fica tranquilo, suporta a poda, permita-se ser aparado, logo você estará dando novos frutos, melhores e em maior quantidade que antes, em uma nova fase de sua vida com Deus.

terça-feira, agosto 23, 2011

Tomai toda a armadura de Deus

Tomai toda a armadura de Deus, 
para que possais resistir no dia do mau, 
e depois de terdes vencido tudo, 
permanecer inabaláveis.

Efésios 6:13

        "Ah, mas isso eu não preciso fazer, já estou fazendo quase tudo mesmo, aí é exagero, não sou nenhum fanático ignorante, sou cristão moderno, contextualizado, eu sei me controlar...". Cuidado, o texto orienta-nos a tomar TODA a armadura de Deus. Pode ser que isso que você está achando menos importante, e está deixando de lado, seja justamente o que fará a diferença, fechará a brecha que está te deixando exposto, pense nisso.

Mentira, um assunto sério

Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos — o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte".”, “Fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira.” Apocalipse 21:8 e 22:15

      A maneira enfática que o livro de Apocalipse diz que os mentirosos não herdarão o reino dos céus me chamou a atenção. Interessante que a gente não considera mentira um pecado assim tão sério. Às vezes até dizemos que algumas mentirinhas são necessárias para que conduzamos a realidade da vida neste mundo. Mas a que mentira Deus se refere? A que tipo? Mentira tem tipo, tem tamanho?
      Quem mente quer levar alguma vantagem, dando uma informação errada o mentiroso acha que lucrará alguma coisa, ao contrário, se ele disser a verdade, acredita que ficará no prejuízo. Aquilo que se obtém por meio de algo não verídico, por um meio errado, é um roubo, portanto o mentiroso é um ladrão. Mas não somente de um bem material, de valores morais, de virtudes também, virtudes essas que ele não tem, mas que deseja ter através da mentira.
      O lucro maior que o mentiroso deseja ter para si mesmo é honra, reconhecimento, e acima de tudo inocência. Ele quer ter inocência porque na verdade ele se sente culpado, e muito. Ele tenta, através da mentira, se redimir. Então o maior roubo que o mentiroso comete é de usurpar o poder de redenção que somente Jesus tem. O mentiroso, antes de roubar a si mesmo e ao próximo, rouba a Deus.

      O mentiroso se coloca na posição de Satanás, por isso esse é chamado de pai da mentira. “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.” João 8:44

      Você já pensou sobre qual é o motivo do Diabo ser chamado o pai da mentira, e não de o pai da prostituição, do alcoolismo ou da ira? Não que esses pecados não sejam usados por ele para desgraçar a vida do homem, contudo, o Diabo cometeu o primeiro e o maior dos roubos, desejou o lugar de Deus, uma mentira que ele continua contando para todos os homens.
      Por que a mentira é tão séria? Porque ela, mais do que qualquer outro mal, dá glória ao inimigo. Mesmo a menor delas, considerada assim mediante avaliação que nós fazemos, mas que não é válida diante de Deus, a menor das mentiras antes de enganar as pessoas, rouba de Deus uma honra, e isso agrada em cheio o Diabo.
      Quando há honestidade e não mentira, há a admissão de que não somos dignos de tudo, corretos em tudo, de que há a necessidade do perdão, em nome de Jesus, para que nós tenhamos direito às bênçãos de Deus. Então, se há sinceridade, mesmo o nosso erro, glorifica a Deus, pois é perdoado por ele.
      Contudo, o pecado encoberto precisa da mentira, já que é o único jeito do pecador conseguir conviver com a sua culpa. Isso rouba de Deus o direito à honra, honra adquirida quando Jesus viveu sem pecado, foi morto numa cruz, inocentemente, e depois ressuscitou, para que pudesse propiciar perdão aos homens.
      Quando vemos a mentira através dessa ótica, percebemos o quando ela é séria, o quanto desagrada a Deus. Isso sem falar que quando se diz mentiras sobre alguém, estamos passando para os outros, algo que a pessoa não é, estamos tirando da pessoa parte de sua vida. Quem tira a vida de alguém é um assassino, portanto, além de ladrão, o mentiroso também é um assassino.
      Infelizmente, muitas vezes, a mentira é um vício que temos, algo extremamente grudado no nosso caráter. Podemos nos acostumar a mentir, o tempo todo, usando a mentira como proteção quando não temos a coragem de mostrar para os outros que não somos tão bons assim. Criamos com a mentira uma armadura, que nos transforma em algo que não somos. Quem nos olha, não nos vê, mas a armadura da mentira que usamos.
      Muitos casais levam isso para a vida a dois e absolutamente não conseguem ser sinceros um com o outro. Podem viver casados por anos, compartilhar a cama e a intimidade física, porém continuam vivendo como indivíduos solitários, fechados, mentindo sobre quem realmente são, escondendo suas reais necessidades. Mentirosos que se casam, ficam totalmente expostos à traição, ao adultério, pois não permitem que o companheiro o conheça. Acabam revelando suas carências a outros, mas isso também em parte. Podem viver um ciclo vicioso de traição e de mentira, trocando meias relações por meias relações. Nunca se mostram por inteiros.
      Quando ela está arraigada em nós, tirar a armadura pela primeira vez pode ser algo difícil e doloroso, mas é necessário. Isso só pode ser feito com muita oração e quebrantamento. Contudo como é bom viver na verdade, enganam-se quem pensa que a mentira protege, a melhor proteção é a verdade, porque revestidos dela, nada pode nos atingir, visto que tudo está declarado, está na luz.
      Se por acaso a mentira ainda estiver tendo algum lugar em tua vida, busque a Deus e peça forças. Pode doer, mas vale à pena. Busque viver em verdade e comece buscando isso no teu relacionamento a dois. A verdade no casamento, isso sim, é armadura contra todo este mundo que conspira constantemente contra a santidade dos filhos de Deus.

      “Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros.” Efésios 4:25

segunda-feira, agosto 22, 2011

Aos poucos

Não os expulsarei num só ano, pois a terra se tornaria desolada e os animais selvagens se multiplicariam, ameaçando vocês. Eu os expulsarei aos poucos, até que vocês sejam numerosos o suficiente para tomar posse da terra” Êxodo 23:29-30

      Às vezes é mais interessante que Deus nos dê as coisas aos poucos. Nós, porém, debaixo de nossa miopia espiritual, brigamos com Deus, temos pressa, não sabemos esperar, queremos tudo e já. Que criancice.
      No caso de Israel, se o povo chegasse à Canaã e a terra já estivesse vazia, estaria entregue às forças da natureza, às intempéries, aos animais selvagens. Deus expulsou os inimigos aos poucos, de forma que a terra fosse conservada em sua melhor forma para que quando Israel a tomasse tivesse menos trabalho.
      Não é interessante, Deus pode estar mantendo aquilo que é para ser teu, nas mãos de outro, para que a tua posse seja guardada e aumentada. Quando ela estiver pronta, Deus a passará para você. Deus usa o ímpio para trabalhar para o justo, parece loucura? É o que o texto diz.
      Deus também deu a terra prometida aos poucos para Israel para aguardar o melhor momento de Israel. Deus esperou até Israel estar pronto, forte, com um exército numeroso. É isso, vamos acalmar nossas almas, segurar nossas ansiedades, segurar mesmo, aprender a viver tranquilo, sem pressa. Deus sabe o que faz, nosso único trabalho enquanto isso é esperar e crer. No momento certo, sob a ordem de Deus, conquistaremos a nossa Canaã.

domingo, agosto 21, 2011

Quem serve a Deus precisa segui-lo

Quem me serve precisa seguir-me, e, onde estou, o meu servo também estará. Aquele que me serve, meu Pai o honrará” João 12:26

      Pra que direção está indo a tua vida? Está vivendo pra pagar dívidas, escolhendo a parcela mínima do cartão de crédito, sustentando as tuas vaidades e o sistema financeiro?
      Não, não me entenda mal, todos nós temos direito a conforto e mesmo aos brinquedos tecnológicos modernos, que são tão sedutores. Mas é preciso pensar seriamente se a nossa vida não se transformou somente nisso, comprar e pagar, de preferência em suaves e longas prestações.
      Quem é o teu senhor, é alguma “Casas Paraíba” ou “Lojas Zen”, (estes nomes são fictícios, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência) ou é Deus? Na prática, responda para si mesmo.
      Obedecer a Deus não é vivenciar uma vida insípida, sem prazer e sem objetivo pessoal, não é isso não, mas é aprender a dar valor certo para cada coisa. Os que andam com Deus aprendem a ter uma existência equilibrada. Esses também provam libertação emocional e física, através do poder de Deus. O melhor de tudo é experimentar o perdão, que torna a vida feliz e realmente possuidora de paz.
      Obedecer a Deus é testemunhar essas dádivas, principalmente no mundo, entre aqueles que não conhecem a Deus de verdade. A luz brilha muito mais nas trevas do quem em lugares iluminados. Seguir a Deus não é deixar de ter ou de gostar das coisas temporais, mas é não dar tanta importância assim para o fato de tê-las. Se as temos, tudo bem, mas se faltarem, tudo bem também. Todavia Deus não deixa que nada falte aos seus amados, aqueles que o seguem. Quem segue a Deus tem as coisas, mas quem segue as coisas, nunca terá nada.
      Pergunto novamente, quem você está seguindo? Responda isso para si mesmo.

sábado, agosto 20, 2011

"Morte do cristianismo"?

Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade”. “Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele” Eclesiastes 3:19 e 3:14

      A morte do cristianismo? Não, mas as instituições cristãs, todas elas, já estão em estado de coma a algum tempo. Não se iluda, você que é da chamada oficial, ou você que é da que protestou contra a oficial, ou você que protestou contra a que protestou. Todas as instituições estão batendo as botas. Mas tinha que ser diferente? Acredito que não. O que a alma do homem cria está fadado a falecer. Tem começo, meio e fim, nunca será eterno. Por quê? Porque foi criado pela alma, centro das emoções e pensamentos humanos, intrinsecamente finita. Assim é com a arte, com a filosofia e mesmo com a ciência. O que é um fundamento seguro hoje, pode ser estilhaçado amanhã, quando um novo fundamento é elaborado e aceito pela maioria. Mas as instituições são desnecessárias, esta é a verdade, pelo menos seriam se as pessoas tivessem coragem para confiar num Deus pessoal, buscando agradá-lo, e não às outras pessoas. As instituições cristãs se fortaleceram com as fraquezas humanas, com a preguiça espiritual, com a religiosidade.
      Entre quinhentos e mil anos atrás era diferente, tinha-se que engolir “a” instituição cristã, com sua doutrina maniqueísta, colocando o homem como um frágil joguete das forças morais. Os poucos que se levantavam, com uma crítica racional, contra a arrogância da instituição cristã que se achava no direito de interpretar todas as áreas da existência através de sua ótica dos textos e tradições judaicas e cristãs, eram calados à força. E é importante que se diga que a instituição fazia esse controle da humanidade não porque se achasse, mesmo sendo isso uma insanidade, dona dos destinos das almas humanas, isso pelo menos seria um motivo que poderia ser chamado de espiritual. A instituição fazia isso simplesmente para lucrar e lucrar poder neste mundo, riquezas, terras, posições políticas, grana, era materialismo puro (até lotes no céu eram vendidos).
      Mas as instituições chamadas cristãs perderam a força, e estão perdendo cada dia mais. As pessoas podem pensar diferente que não serão mortas por isso, não precisarão mais se esconder dentro de ordens secretas ou em grutas. Veja que neste momento não estou defendendo o cristianismo, mas a liberdade de pensar e de escolher. Também estou poupando as grandes instituições cristãs, ou “a” grande, usando a palavra instituição, genericamente, e não dando nomes aos bois, bem, você entendeu (só pra constar, instituição, conforme o dicionário Michaelis, é um “complexo integrado por ideias, padrões de comportamento, relações inter-humanas e, muitas vezes, um equipamento material, organizados em torno de um interesse socialmente reconhecido”).
      O que tem decretado a suposta morte do cristianismo é o racionalismo científico. A ciência tem sido opositora à religião. Mas a ciência realmente se opõe à religião, ao cristianismo? Eu não acredito nisso, não se ambas forem legítimas. A verdadeira ciência se opõe, sim, à falsa religião, e a verdadeira religião se opõe à falsa ciência. Contudo, o que ocorre é que elas são coisas diferentes, com propostas de entendimento de áreas diferentes do ser humano. Quando “a” instituição cristã pretendeu ditar princípios científicos, além dos religiosos, para se apossar do poder deste mundo, ela lançou o mundo ocidental numa chamada “idade das trevas”, com isso perdeu sua legitimidade. A mesma coisa acontece quando a ciência quer intervir na experiência religiosa, pode levar o homem à escravidão do ateísmo, algo que, ao meu ver, é impossível. Não acredito que alguém possa ser absolutamente ateu.
      Seria tão fácil a convivência, se ambas tivessem um pouco de humildade. A ciência se propõe a descobrir e explicar as coisas através da metodologia científica, sua ferramenta, então que assim seja. Contudo não tente ela negar aquilo que é experimentado pela fé, que é a ferramenta de uso da religião. Se a ciência não pode provar que as experiências religiosas são verdadeiras, ela também não pode provar que as experiências não são, que caminhem juntas, ora bolas.
      A religião, por sua vez, deve usar a razão para discernir aquilo que é legítimo ou não nas experiências religiosas. Claro que esse uso deve ser feito debaixo do temor de Deus. Mas assim como a ciência se intromete em assuntos que ela ainda não explica e talvez nunca irá explicar, a religião também aceita como verdade, fantasias que não passam de criação das mentes humanas, nada têm a ver com Deus (quer exemplos? Santo sudário, estátuas que choram, estigmas, e aí vai). A verdadeira religião cristã não nega ao homem o direito de usar a inteligência, a falsa religião sim. Por quê? Para poder ter mais controle, quem não pensa, principalmente como indivíduo, é fácil de ser manipulado, é somente um no meio da massa.
      Contribuiu para o tal decreto da morte do cristianismo, dentre outras coisas, os estudos psicanalíticos de Freud e a Teoria da Evolução de Darwin. (Sobre Freud nós já falamos alguma coisa na postagem “Superego ou Deus?”, quando puder, dá uma conferida.) Mas quem disse que o evolucionismo não cabe no criacionismo? Quem disse que os sete dias da criação foram sete períodos de vinte e quatro horas, ao pé da letra? Não que Deus não possa criar um mundo em sete dias de vinte e quatro horas, eu creio que pode. Mas não podem ter sido sete eras de milhares de anos? E qual é o problema que há em se chamar de “Adão” o primeiro homo sapiens sapiens? Um primata bípede, com um cérebro  desenvolvido, com raciocínio abstrato e linguagem, associada a um corpo ereto que lhe possibilitaram o uso dos braços para manipular objetos, etc, etc, etc? (Quer saber mais consulte um livro de antropologia, não é pecado não, crente.)
      Então se é assim, por que Deus não permitiu que isso fosse escrito na Bíblia? Os textos bíblicos mais antigos remontam a três mil e quinhentos anos atrás (quando Moisés começou a escrever o Pentatêuco). O povo daquela época, e mesmo muita gente de hoje em dia, não entenderia essa explicação científica. Mas nem precisaria entender, o objetivo de Deus foi deixar claro que seja lá quando foi e como foi, ele acompanhou a criação, mais ainda orientou-a, a permitiu, a executou, desde que o primeiro organismo monocelular foi gerado nas águas do nosso planeta ou foi trazido pela poeira de estrelas. Poeira de estrelas ou organismo monocelular, passando pelos primeiros primatas até o homo sapiens sapiens, Deus estava no controle, e sempre estará.
      Todavia isso não impede que hoje, no grau de maturidade racional e emocional que a humanidade está chegando, ou pensa que está, o homem estude profundamente as coisas, não para provar que a Bíblia está errada ou que Deus não existe, mas para entender como Deus fez tudo em seus detalhes. Isso não é para ser uma disputa contra a religião, mas um privilégio, uma graça, uma oportunidade de usar a inteligência humana para saber como todo o processo realmente aconteceu, de um modo tão maravilhoso.
      A religião e a ciência, se forem realizadas com verdade, caminharão para o mesmo destino, apesar de terem começado em lugares distintos. Eu só não sei se a humanidade terá tempo para isso, se o fim não vai chegar antes. Mas eu sempre fico imaginando, onde estaria a ciência se o pecado não tivesse entrado na nossa história, fazendo com que todo o sistema de vida deste planeta entrasse em decadência. Acho que já estaríamos colonizando outros sistemas solares a algum tempo. Já pensou nisso?
      Então, você que é cristão, não se preocupe com o fato das instituições estarem morrendo. Elas são usadas por Deus, mas elas não podem usar a Deus, elas podem conter um pouco de Deus, não ele todo. A verdadeira Igreja é feita de carne, alma e espírito, das pessoas que realmente andam com Deus e que conhecem a Jesus como o único caminho entre Deus e os homens. “E odiados de todos sereis por causa do meu nome, mas aquele que perseverar até ao fim será salvo”, (Mateus 10:22). Vai chegar o tempo em que as pessoas não poderão mais se esconder do mundo dentro da igreja, da religiosidade, sob o manto licencioso da instituição, vestindo somente disfarces de santos. Nesse tempo, a fé terá que ser genuína, a santidade notória, e o coração, um só com Deus. Se ainda não pensamos, é bom começarmos a pensar nisso, seriamente.

sexta-feira, agosto 19, 2011

"Espírito dos deuses santos"?

      “E ele prosseguiu: "Não tenha medo, Daniel. Desde o primeiro dia em que você decidiu buscar entendimento e humilhar-se diante do seu Deus, suas palavras foram ouvidas, e eu vim em resposta a elas” Daniel 10:12

      O livro de Daniel tem doze capítulos, metade do livro descreve as situações que Daniel e seus três amigos foram, muitas vezes só por inveja, confrontados a testemunhar de seu Deus mesmo pondo em perigo suas vidas. Em todas as situações uma perspectiva de destruição inicial findou-se em grande glória para os quatro. Inicialmente servindo no meio dos eunucos, tornaram-se governantes no império caldeu, medo e persa.
      Foi muita luta para Daniel, mas a sua persistência, o seu caráter e a sua confiança em Deus lhes trouxeram privilégio muito maior que a posição política proeminente no meio daqueles que deveriam ser somente seus escravizadores. A Daniel foram revelados acontecimentos futuros, que ocorreriam centenas de anos após sua vida neste mundo. Ele teve experiências com o mundo espiritual que poucos, à semelhança de João o evangelista, tiveram. Sim, valeu à pena ele ter confiado em Deus, enfrentado os poderosos, se mantido santo. Daniel obteve a intimidade do Senhor, que só conseguem os que são muito chegados a Deus. Daniel era um cara muito especial.
      A expressão “espírito dos deuses santos” é citada cinco vezes no livro de Daniel (Daniel 4:8, 4:9, 4:18, 5:11 e 5:14, versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel), essa expressão me chamou a atenção. É importante entender que o conceito de monoteísmo não era popular naquela época. As nações acreditavam em vários deuses e para elas o Deus de Israel era apenas mais um. Mas Nabucodonosor talvez tenha entendido pelo menos em parte o assunto, o Deus de Israel era o maior dos deuses. Outra coisa que ele percebeu é que o espírito que dava a Daniel a habilidade de discernir sonhos e visões era o espírito dos deuses santos. Diferente dos outros deuses, os de Daniel eram santos, limpos. Mesmo continuando com o conceito politeísta, Nabucodonosor viu que havia santidade no espírito de Daniel, diferente dos espíritos de adivinhação dos outros ditos sábios e magos de sua nação.
      Ser reconhecido pela santidade, como um filho de Deus, essa é a melhor maneira de se testemunhar de Deus. O filho de Deus não precisa ser o mais inteligente, o mais bonito, o mais articulado, o mais rico, mas deve ser santo. Foi por isso, pela santidade, que Daniel e os amigos lutaram desde o início. E veja que seria bem mais fácil se eles tivessem seguindo a maneira de viver da maioria. Eles já estavam em honra no meio dos caldeus, tinham sido escolhidos por suas qualidades para desempenharem cargos importantes. Pra que eles precisavam arrumar “encrenca”? Mas os cargos que eles tinham não subiram as suas cabeças, serem separados de Deus, santo, ainda era mais importante. O resultado foi que Deus deu a eles posições melhores ainda.

      “Meu Deus, muda o meu coração rebelde, faça-me entender o testemunho de Daniel, faça-me ver o que a Bíblia lança no meu rosto com tanta clareza, faça-me experimentar uma existência onde nada, nada mesmo, pode substituir uma vida de intimidade com o Senhor, de obediência, de santidade. As outras preocupações deste mundo? O Senhor cuida pra mim”, essa é a minha oração, faça a tua.

      “Eu ouvi, mas não compreendi. Por isso perguntei: "Meu senhor, qual será o resultado disso tudo? " Ele respondeu: "Siga o seu caminho, Daniel, pois as palavras estão seladas e lacradas até o tempo do fim. Muitos serão purificados, alvejados e refinados, mas os ímpios continuarão ímpios. Nenhum dos ímpios levará isto em consideração, mas os sábios sim” Daniel 12:8-10

quinta-feira, agosto 18, 2011

O que está entre você e as pessoas?

Tua desconfiança? Teus muros? Uma profunda valeta? Culpa? O que vai à frente de você, quando você se confronta com a vida, com as situações? Quilômetros e quilômetros de distância? Fantasmas do passado? Um tanque de guerra?
      Na verdade, se Jesus não estiver entre você e as pessoas, nada mais vai estar. Contudo, se nada estiver você vai tentar se enganar, se iludir, inventar coisas para tentar convencer a si mesmo de que tem alguma proteção. Proteção contra o quê? Contra tudo, pois quando se está só, tudo nos atinge.
      Se Jesus estiver na tua frente, a coisa muda. Você tem certeza de que os teus pecados, todos, mas todos mesmo, desde aquele que você considera o menor até o mais grandão, foram plenamente perdoados. Pelo nome de Jesus você está limpo, todo o pecado que você verbalizou num pedido de perdão sentido e convicto foi esquecido, arrancado de tua alma.
      Mas além do perdão, Jesus vai a tua frente, preparando o caminho, vencendo os inimigos, abrindo portas de benção, fazendo aquilo que você não pode fazer. O que as pessoas veem entre você e elas? Se Jesus estiver a tua frente elas verão um temperamento tranquilo, uma alma equilibrada, uma mente limpa e livre de segundas intenções. Se isso acontecer elas se sentirão ridículas, se quiserem brigar com você, porque você simplesmente não tem nenhuma arma nas mãos, está em paz.
      Podemos saber se Jesus está realmente a nossa frente, verificando o grau de acessibilidade que temos. Somos pessoas de fácil acesso? Estamos sempre prontos para receber as pessoas com o coração aberto, cheios de benignidade e misericórdia? Ou não, dependendo do momento, estamos bem fechados, não queremos nem atender telefone. Ou então podemos ser do tipo que na ação somos bem bonzinhos, quando decidimos conversar com alguém, quando queremos. Contudo na reação, quando somos pegos de surpresa, aí a coisa muda.
      Jesus nos torna leves, não temos nada a temer com ele, e o que mais tememos não é que nossos pontos francos sejam revelados? Mas com Jesus não se tem ponto fraco, ele nos fortalece, em tudo. Quanto tempo perdemos andando sozinhos, criando exércitos de areia que se desfazem com o menor toque, com um simples olhar, que não nos protegem de nada porque nada são. Todavia “Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado”, Salmos 16:8.

quarta-feira, agosto 17, 2011

Atrevidos?

Furioso, Nabucodonosor mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E assim que eles foram conduzidos à presença do rei, Nabucodonosor lhes disse: "É verdade, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vocês não prestam culto aos meus deuses nem adoram a imagem de ouro que mandei erguer? Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: "Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. Se formos atirados na fornalha em chamas, o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, e ele nos livrará das suas mãos, ó rei. Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, que não prestaremos culto aos seus deuses nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer".”, Daniel capítulo 3, versículos 13-14 e 16-18.

      “Não precisamos defender-nos diante de ti”, outra versão diz “Não necessitamos de te responder sobre este negócio”, abusados, os três amigos de Daniel? Atrevidos? Crentes, isso sim, de que Deus poderia livrá-los da fornalha. Mas mais que isso, mesmo que Deus nos os livrasse, ainda assim eles não adorariam a estátua construída por Nabucodonosor e permaneceriam fieis ao seu Deus.
      Que diferença do cristianismo de trocas e favores que muitas vezes vivemos com Deus, nos dias atuais. Chegamos mesmo, no alto de nossa insanidade e falta de temor, a intimarmos Deus para que ele nos livre. Então e só então nós o glorificamos. Se ele não nos livra ficamos derrotados, sem fé. E isso porque não fomos provados até a morte, como os amigos de Daniel.
      O livro de Daniel narra perigo atrás de perigo, que sofrem Daniel e seus três amigos, por terem o firme propósito de não se contaminarem com a religião e a sociedade pagã dos caldeus, dos medos e dos persas. Foi uma dificuldade atrás de outra, mas aquilo que aparentemente é uma destruição completa dos quatro, uma derrota, se transforma em uma grande vitória, e o final de Daniel e de seus três amigos se torna sempre melhor e mais honrado que o começo. Com isso o nome de Deus é glorificado, através do testemunho desses quatro jovens.

      “Disse então Nabucodonosor: "Louvado seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos! Eles confiaram nele, desafiaram a ordem do rei, preferindo abrir mão de suas vidas a que prestar culto e adorar a outro deus, que não fosse o seu próprio Deus. Por isso eu decreto que todo homem de qualquer povo, nação e língua que disser alguma coisa contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado e sua casa seja transformada em montes de entulho, pois nenhum outro deus é capaz de livrar ninguém dessa maneira". Então o rei promoveu Sadraque, Mesaque e Abede-Nego a melhores posições na província da Babilônia.”, versículos 28-30 do capítulo 3 de Daniel.

terça-feira, agosto 16, 2011

Não te demores, meu Deus

Senhor, ouve! Senhor, perdoa! Senhor, vê e age! 
Por amor de ti, meu Deus, não te demores, 
pois a tua cidade e o teu povo levam o teu nome. 
Enquanto eu estava falando e orando, 
confessando o meu pecado e o pecado de Israel, meu povo, 
e fazendo o meu pedido ao Senhor, ao meu Deus, 
em favor do seu santo monte, 
enquanto eu ainda estava em oração, 
Gabriel, o homem que eu tinha visto na visão anterior, 
veio a mim, voando rapidamente para onde eu estava, 
à hora do sacrifício da tarde. 
Ele me instruiu e me disse: 
"Daniel, agora vim para dar-lhe percepção e entendimento"

Daniel 9:19-22

Que seja assim, com a prontidão que Deus atendeu a oração de Daniel, que ele atenda a nossa oração. "Senhor, dá-nos um coração como o dos teus servos, que te comova".    

Motivos e atitudes

Nós acabamos de ver Deus abrindo o mar, mas ficamos incrédulos se precisamos pular uma poça formada pela chuva. Nós recebemos de Deus uma cidade inteira, mas ainda assim oramos para que ele nos dê um país. Deus saciou a nossa sede com água limpa e fresca, mas insistimos em pedir que ele nos deixe encher a cara com a cerveja gelada espumando no copo. Ok, me desculpe pelas metáforas surrealistas (mas bíblicas), ver o mar abrir, receber uma cidade, bem, a água e a cerveja até que foram mais reais. Mas acho que você entendeu.
      Nos aproximamos de Deus por vários motivos, e com várias atitudes. Mas seja com incredulidade, com infantilidade ou com rebeldia, Deus sempre nos recebe. Se chegamos com insistência e emocionados, Deus é empático com a nossa necessidade, nos abraça, e fala carinhosamente ao nosso ouvido, “fica tranquilo, vou ver o que posso fazer”. Sim, eu sei, Deus pode fazer qualquer coisa, mas nem tudo é conveniente que ele faça em nossas vidas. Mas Deus sempre dá um jeito de responder com a delicadeza de pai, mesmo quando a resposta mais certa é um sonoro não.
      Contudo é bom aprendermos como nos aproximar de Deus. É preciso amadurecer e se contentar com o necessário, e o necessário nunca será objeto de tentação para nos afastar de Deus. É preciso experimentar a fé e sermos constantes nela, e não tentarmos a Deus com incredulidade e ingratidão. É necessário aprender o que é melhor para nós, para o nossa alma, para a nosso corpo e para o nosso espírito, e deixarmos para trás prazeres baratos que só roubam tempo, lucidez e unção.

segunda-feira, agosto 15, 2011

Excesso destrói

      "Não busques nem as alturas e nem os abismos. Se tu chegares num desses pólos... que tenhas sido apenas levado pela vida, não por ti mesmo. Antes, busca o caminho do equilíbrio e a vereda plana. Todo excesso destrói o ser!" - do site do Caio Fábio.

Deus vai à frente

      “O próprio Senhor irá à sua frente e estará com você; ele nunca o deixará, nunca o abandonará. Não tenha medo! Não se desanime!” Deuteronômio 31:8

      Deus é o que chega antes e prepara o terreno. O violento, ele rende, o falso, ele desmascara, o invejoso, ele cala, o ladrão, ele amarra.
      Não tema, povo que confia em Deus, você não pode mas teu Deus pode, você não sabe, mas teu Deus conhece, você não tem controle sobre a situação, mas teu Deus tem tudo em suas mãos.
      Deus não te abandonou e nem nunca te abandonará, sempre terá pra você uma palavra de alegria, a cada manhã, uma palavra de força, após o meio-dia, e uma palavra de esperança ao entardecer. À noite, quando você repousar, ele dará ordem aos anjos e esses vigiarão teu sono.
      O Espírito Santo consolador sempre colocará em teu coração uma promessa de vida, desde que você não encubra o pecado, não fuja da provação que Deus te dá, e creia em teu Senhor em todo o tempo.
      Respeita as autoridades, as da Igreja e as do mundo, foi Deus quem as colocou em posição de liderança sobre você, se você temer a Deus, elas serão benção em tua vida. Mantenha a lucidez e não despreza o conselho, seja humilde e ouça antes de falar.
      Não tenha medo e não desanime, se você buscar a glória de Deus e viver para testemunhar as obras do Senhor, teu Deus lutará pelas tuas necessidades e dará a você uma posição em honra.

domingo, agosto 14, 2011

Coisas pequenas

      “Porque, quem despreza o dia das coisas pequenas? Pois esses sete se alegrarão, vendo o prumo na mão de Zorobabel, esses são os sete olhos do Senhor, que percorrem por toda a terra” Zacarias 4:10

      Após ser destruído, o templo do povo israelita, centro de sua vida religiosa, estava sendo reconstruído. Zorababel estava apenas iniciando a reconstrução. Deus exorta o povo a não desprezar esse momento, que era somente o começo de uma grande obra. Muitos talvez nem acreditassem que a reconstrução fosse até o fim. Mas Deus exortava o povo a acreditar na benção, aquilo que parecia pequeno e desprezível, era o início de algo maravilhoso e era muito importante para Deus.
      Talvez nós não estejamos muito felizes com a fase que estamos vivendo no momento. Parece que nada está acontecendo. Parece que a mão do Senhor nos abandonou. Podemos até estar alimentando uma incredulidade lá no fundo do coração, visto que depois de tanto tempo sendo provados parece que Deus não nos abençoará mais, não está levando em conta o que está acontecendo no presente.
      Contudo, esse pouco, que é o tudo que podemos fazer nesse momento, é muito importante para Deus. Deus está cuidando desse pouco, e mais, está aprovando. Não é tão pouco assim, é o que Deus deseja que seja feito agora, já que ele conhece as nossas forças e sabe o que podemos suportar.
      Porém Deus exorta que enxerguemos esse pouco com fé, com esperança, com respeito, com a importância que ele tem, pois Deus não nos abandonou, mas está permitindo que as coisas aconteçam no tempo e na proporção melhores, de acordo com a sua vontade, sempre sábia, prudente e cheia de amor. Não desprezemos as coisas pequenas, Deus não despreza, não somos insignificantes para Deus, nem a nossa fé, nem a nossa força.
      Não perca a alegria, menosprezando este tempo de sua vida. Deus nos ama e cuida de nós em todos os tempos, como um jardineiro faz com a semente que acabou de ser plantada. Nós podemos ver somente a terra, encobrindo uma pequena semente. Deus vê uma árvore frondosa, crescida, forte, cheia de folhas verdes, flores e frutos.

sábado, agosto 13, 2011

Ponha-se à prova

"Mudar é difícil, muitas vezes parece impossível", não, dizer isso é exagero, a gente pode mudar sim, e pra melhor. Contudo, temos dificuldade para acreditar nisso, porque sair de uma zona de conforto, um momento e um lugar que muitas vezes chegamos na vida, depois de muita luta, dá trabalho, dói. Pensamos assim, “se já chegamos até aqui, por que mudar? Está bom desse jeito”. Da mesma forma temos dificuldade para acreditar que os outros podem mudar. Aceitar a mudança dos outros, repito, para melhor, é assumir que nós também podemos mudar. Se os outros mudam e nós não, os outros ficam em uma posição melhor que a gente. Isso a gente não gosta, em uma luta eterna de poder e vaidade que o ser humano trava com seus semelhantes. Que fique claro que essa luta é inconsciente, nós não admitimos isso facilmente, mas ela existe, faz parte do instinto de sobrevivência do homem.
      Com tanta dificuldade para mudar, é preciso cuidado. É sábio se colocar à prova, antes de sair cantando de galo. Tempo é necessário. Para quem caminha com Deus, e não está sozinho com sua “energia” e “positividade” (como estão os relativistas e meio-ateus do mundo atual), é importante que o tempo passe sobre a mudança para que ela possa ser comprovada e então compartilhada como benção. Primeiro é preciso saber se a mudança realmente está sendo operada por Deus. Se for assim com certeza ela vingará. Mas tendo em vista a luta do nosso homem interior, onde habita o Espírito Santo, contra a “carne”, nossa natureza rebelde, ser uma constante até o fim de nossa vida natural, uma mudança conquistada a tão duras penas pode ser perdida por um pequeno vacilo nosso.
      Portanto, ponha-se à prova. Nada como um dia após o outro, nossos confrontos com as pessoas, com o mundo, com amigos, parentes, próximos ou estranhos, para saber se aquela mudança de caráter, aquela libertação de um vício, realmente se efetuou em nossa alma. O espírito entende rapidamente, mas a alma e o corpo não. Precisam ser desintoxicados, precisam se acostumar com os novos posicionamentos. Veja que o ser humano é teimoso, ele só muda quando algo está machucando, quando está escravizando, prendendo-o a uma situação constrangedora, derrotista. Se algo é ruim, mas ainda assim ele está conseguindo se sair relativamente bem na vida com isso, o ser humano não vai querer mudança. Portanto, para se chegar à decisão de querer mudar, muitas vezes, muito sofrimento foi consumido e muito tempo foi desperdiçado.

      Vou contar a minha experiência, se quiser toma-la como conselho, fique à vontade, já foi dito que “o tolo aprende com seus próprios erros, mas o sábio aprende com os erros dos outros”. Devo admitir que  sempre fui tolo, tive que errar muito para mudar, nunca consegui aprender com conselhos. A minha experiência, de um cara muito ansioso, passional e impulsivo, que tem muita facilidade para fazer a coisa errada, mas se arrepende depressa e acha maravilhoso o caminho certo, é que é bom dar um tempo, antes de compartilhar decisões, antes de assumir que é “assim ou assado”, e principalmente antes de dizer que foi Deus quem operou a mudança. Se a mudança não perseverar, quem sofre a desonra acaba sendo Deus, e não a gente. Há de se ter muito cuidado antes de dizer que Deus fez isso ou aquilo, muito cuidado!
        Portanto, repito, ponha-se à prova. Veja se a tua vontade de mudar realmente é sincera, e isso não significa que você acha que tem forças para mudar, mas que além de querer mudar, você confia que Deus pode ajuda-lo nisso. Deixe o tempo passar, sem pressa. Mantenha a boca fechada, esse é um princípio muito sábio. Que a mudança apareça como ação e não como conversa fiada. Que ela seja vista e não ouvida, deixa o silêncio falar. E se alguém perceber que você mudou, continue quieto, deixa que Deus receba a honra por isso.
      Para encerrar, veja estes conselhos que Salomão dá no livro de Provérbios:

      “Bênçãos há sobre a cabeça do justo, mas a violência cobre a boca dos perversos”, 10:6, “O coração do justo medita no que há de responder, mas a boca dos ímpios jorra coisas más”, 15:28, pense antes de falar.

      “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que cerra os seus lábios é tido por entendido”, 17:28, quem cala se guarda da estupidez e da violência.

      “Que um outro te louve, e não a tua própria boca; o estranho, e não os teus lábios”, 27:2, que os outros te elogiem, não você.

      “O que guarda a sua boca e a sua língua guarda a sua alma das angústias”, 21:21, quer ser feliz? Fica quieto.

sexta-feira, agosto 12, 2011

Oração atendida

Venham e ouçam, 
todos vocês que temem a Deus,
vou contar-lhes o que ele fez por mim.
A ele clamei com os lábios, 
com a língua o exaltei.
Se eu acalentasse o pecado no coração, 
o Senhor não me ouviria,
mas Deus me ouviu, 
deu atenção à oração que lhe dirigi.
Louvado seja Deus, 
que não rejeitou a minha oração 
nem afastou de mim o seu amor!

Salmos 66:16-20

Perder para ganhar: a missão

"Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra. E assim os inimigos do homem serão os seus familiares”, Mateus 10:34-36 (sugiro a leitura do capítulo 10 inteiro do evangelho segundo Mateus).
      Não dá pra ficar bem com todo mundo, existem brigas que serão compradas naturalmente. Não se pode tomar uma posição séria na vida sem que alguns opositores se levantem e possam vir a se colocar como nossos inimigos. Usando um ditado popular, não se pode fazer uma omelete sem quebrar os ovos.
      Os versículos acima são mais alguns, dentre outros, que nos colocam frente a um assunto de aparência polêmica, dentro do escopo bíblico. Veja que eu disse aparência, pois a Bíblia e o evangelho somente são escândalo para aqueles que não querem caminhar com Deus. Para entender o significado dos versículos 34 a 36 de Mateus 10, é necessário temor a Deus e oração, buscando a orientação do Espírito Santo. Se simplesmente se fizer uma interpretação ao pé da letra, pode-se chegar a um entendimento equivocado do evangelho, que promove e apoia violência e desavença.
       O capítulo 10 do evangelho segundo Mateus, começa descrevendo a viagem missionária para a qual Jesus enviou seus apóstolos. Mostra o que os apóstolos deveriam fazer, como, quando e com quem, pregando o evangelho. Além da ordem para os evangelistas daquele tempo, existe uma palavra profética para os evangelistas de todos os tempos.
      Os versículos 21 e 22, do mesmo capítulo, também falam sobre a divisão que o evangelho faria nas famílias, “E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão. E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo”. Jesus ensina que a aceitação do evangelho seria algo pessoal, e que poderia haver diferença de opinião dentro de uma mesma família. Pai poderia aceitar o evangelho enquanto o filho não. Isso deve ter chocado a sociedade religiosa e patriarcal judaica da época. Mas Jesus deixa claro, que para aceitar o evangelho, a pessoa não poderia ter medo daqueles que não o aceitassem. Disso, dessa diferença, ocorreriam com certeza divergências.
      A Bíblia tem que ser entendida como um todo, um texto deve ser confrontado com outro, dentro do contexto histórico de cada um. Estudando com unção do Espírito Santo, não se encontra incoerências na Bíblia, sobre nenhum aspecto. O texto das bem-aventuranças (Mateus 5:1-12) dá a referência de perda, ele nos ensina que no caminhar com Jesus, deve-se perder neste mundo, para se ganhar no reino de Deus. Ele pode ser usado para contrapor a qualquer interpretação de ganho através de truculência e confronto belicoso, por meio do evangelho. Mas voltando ao texto do início deste estudo, para quem aceita o evangelho, certos confrontos são inevitáveis.
      Mas a questão não é fugir do confronto, mas como reagir a ele. É importante que entendamos que quem confronta um seguidor do verdadeiro evangelho não está confrontando o seguidor, mas quem esse está seguindo, Jesus Cristo, o Senhor do evangelho. Se a “briga” é com ele, então devemos saber dele como reagir ao confronto. O mesmo capítulo 10 de Mateus nos dá essa orientação, nos versículos 18 a 20: “E sereis até conduzidos à presença dos governadores, e dos reis, por causa de mim, para lhes servir de testemunho a eles, e aos gentios. Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós”.
      É importante também que entendamos esse texto, sem romantismo ou misticismo. Não que uma situação exatamente como a descrita acima não pode existir. Mas para a maioria de nós, nos tempos atuais, ser levada à presença de autoridades, pode ser simplesmente algo que aconteça dentro da nossa profissão, quando através de promoções profissionais, temos contato com gente importante do sistema deste mundo. A maneira como nos comportamos, o que dizemos, o nosso caráter, revelado nas posições que tomamos, podem estar servindo de testemunho para gente do alto escalão de empresas e instituições deste planeta. Nossa posição profissional pode estar sendo usada por Deus para que o evangelho seja compartilhado com gerentes, presidentes e políticos da nossa sociedade.
      Voltando a Mateus 10, Jesus dá uma palavra bem lúcida para os evangelistas. Se houvesse perseguição, o evangelista não teria que ficar impassível, aceitando a violência, mas ele deveria fugir e continuar a sua missão. “Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem”, versículo 23 do capítulo 10. Portanto, para quem segue a Jesus, de verdade, querer aceitação e honra neste mundo, é algo impossível. Se a gente ainda não aceitou isso, então estamos perdendo tempo.
      “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus”, “E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á”, Mateus 10:32 e 10:38-39. Bem, essa é a única e verdadeira missão daquele que segue a Jesus, que é filho de Deus. Muitas vezes um bom salário e uma posição de proeminência, terão que ser sacrificados em troca do testemunho de justiça e verdade que o filho de Deus deve dar para o mundo.
      E quanto a ter um emprego melhor, para ganhar mais dinheiro, então comprar mais coisas e pagar os cartões de crédito das dívidas? Se nós ainda não entendemos, é bom entendermos, isso é somente o pano de fundo, desculpas que Deus usa para que nós nos envolvamos com o mundo e então cumpramos a nossa missão. Tem que se perder para se ganhar.

quinta-feira, agosto 11, 2011

Limites

Livro de Deuteronômio, capítulo 2, versículos 1-9, 13-19 e 24-25:

      “Então demos meia-volta e partimos para o deserto pelo caminho do mar Vermelho, como o Senhor me havia ordenado. E por muitos anos caminhamos em redor dos montes de Seir. Então o Senhor me disse: "Vocês já caminharam bastante tempo ao redor destas montanhas; agora andem para o norte.
      O povo de Israel tinha saído do Egito e após insistir no pecado de incredulidade e idolatria, Deus permitiu que o povo ficasse quarenta anos andando em círculos, sem chegar ao lugar de destino. Interessante que o povo passou um bom tempo andando próximo do monte Seir, onde habitava os descendentes de Esaú, parentes do povo de Israel, descendentes de Jacó, irmão de Esaú.
      E diga ao povo: Vocês estão passando pelo território de seus irmãos, os descendentes de Esaú, que vivem em Seir. Eles terão medo de vocês, mas tenham muito cuidado. Não os provoquem, pois não darei a vocês parte alguma da terra deles, nem mesmo o espaço de um pé. Já dei a Esaú a posse dos montes de Seir. Vocês lhes pagarão com prata a comida que comerem e a água que beberem".

      Israel fez o que muitas vezes nós fazemos, quando a coisa aperta, ao invés de procurar a ajuda de Deus, voltamos e olhamos para trás, procurando a ajuda dos parentes. Mas para quem já constituiu família, tem mulher e filhos, isso é um retrocesso. Como família Deus ordena que tenhamos a nossa independência e que busquemos o lugar que é nosso. O que é de nossos pais e sogros não nos pertence. Deus ordenou que nada tomasse dos descendentes de Esaú, mas que se precisasse de alguma coisa, o povo de Israel deveria comprar de Esaú.

      Pois o Senhor, o seu Deus, os tem abençoado em tudo o que vocês têm feito. Ele cuidou de vocês em sua jornada por este grande deserto. Nestes quarenta anos o Senhor, o seu Deus, tem estado com vocês, e não lhes tem faltado coisa alguma.

      Deus lembra que durante os quarenta anos que Israel passou no deserto, ele tinha cuidado do povo, nada lhes havia faltado, não seria diferente agora que estavam mais próximos de “parentes”.

      Assim, passamos ao largo de nossos irmãos, os descendentes de Esaú, que habitam em Seir. Saímos da rota da Arabá, de Elate e de Eziom-Geber. Voltamos e fomos pela rota do deserto de Moabe. Então o Senhor me disse: "Não perturbem os moabitas nem os provoquem à guerra, pois não darei a vocês parte alguma da terra deles, pois já entreguei a região de Ar aos descendentes de Ló".

      Israel precisou que Deus lhes chamasse a atenção para parar de andar em círculos, buscando a solução que para eles era mais fácil, no lugar de confiar em Deus e se por no caminho certo, de conquista da terra prometida. Então passaram pelos moabitas, que também eram parentes distantes dos israelitas. Nesse momento Deus tornou a exortar o povo, dizendo que nada deveria tirar dos moabitas, mas que deveriam seguir em frente.

      "Agora levantem-se! Atravessem o vale de Zerede". Assim atravessamos o vale. Passaram-se trinta e oito anos entre a época em que partimos de Cades-Barnéia, até quando atravessamos o vale de Zerede, até que pereceu do acampamento toda aquela geração de homens de guerra, conforme o Senhor lhes havia jurado. A mão do Senhor caiu sobre eles e por fim os eliminou completamente do acampamento. Depois que todos os guerreiros do povo tinham morrido,

      Os anos que o povo andou em círculos, vislumbrando uma Canaã errada, serviram para que Deus punisse a geração de homens incrédulos que não confiou que Deus os levaria, sãos e salvos, à terra prometida.

      o Senhor me disse: "Vocês estão prestes a passar pelo território de Moabe, pela região de Ar, e vão chegar perto da fronteira dos amonitas. Não sejam hostis a eles, pois não darei a vocês parte alguma da terra dos amonitas, pois eu a entreguei aos descendentes de Ló".

      Sobre os amonitas, Deus repete a orientação que deu sobre os descendentes de Esaú e moabitas, “não tomem nada deles, a terra deles não é de vocês”.

      "Vão agora e atravessem o ribeiro do Arnom. Vejam que eu entreguei em suas mãos Seom o amorreu, rei de Hesbom, e a terra dele. Comecem a ocupação, entrem em guerra contra ele. Hoje mesmo começarei a infundir pavor e medo de vocês em todos os povos  debaixo do céu. Quando ouvirem da fama de vocês, tremerão e ficarão angustiados".

      Finalmente, o povo de Israel, chegou à terra que Deus daria a ele. Se foi demorado para Israel, foi o tempo certo para Deus. Quando Israel chegou a sua terra, sua fama já tinha lhe antecedido, o medo fez com que Israel chegasse para lutar com um povo enfraquecido.
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      Deus põe limites nas coisas, não é tudo que é para ser nosso. Devemos aprender a enxergar esses limites, para não perdermos tempo lutando por algo que não é nosso, que Deus não nos deu. Aquilo que Deus nos deu, não custará nada para nós, a não ser obediência. Obedecendo a Deus, lutaremos uma batalha de vitória certa, contra um inimigo que já foi vencido antes mesmo que nós começássemos a lutar, Deus faz isso.
      Devemos entender que Deus não nos dá determinadas coisas porque elas são de outros. Não é somente nós, que somos amados por Deus, Deus ama a todos, e para cada um ele tem uma parte de prosperidade e de posse.
      Mas talvez você esteja vivendo uma situação em que parece estar fazendo tudo certo, está bem intencionado e vivendo de acordo com a vontade de Deus, nada pode te acusar. No entanto, está investindo num projeto, que Deus inclusive sabe que é uma necessidade legítima que você tem, mas o projeto absolutamente não vai pra frente, não funciona, não dá certo. Pode ser um emprego, relações sociais, aquisição de um bem, a coisa simplesmente não anda.
      Pode não estar andando, porque, apesar de você estar agindo com sinceridade, não é o que Deus tem pra você. De uma maneira talvez inconsciente, você está desobedecendo a Deus. Quando é assim, não adianta orar, se santificar, tomar todos os cuidados, não só isso, você não terá vitória no encaminhamento desse projeto. O mundo, a vida, mesmo a geografia, tem seus limites, Deus tem o lugar certo para cada um, só nesse lugar a batalha é viável e a vitória é certa.

quarta-feira, agosto 10, 2011

Sobre respeito

      "Os mestres da lei e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher surpreendida em adultério. Fizeram-na ficar em pé diante de todos e disseram a Jesus: "Mestre, esta mulher foi surpreendida em ato de adultério. Na Lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. E o senhor, que diz? 
     "Eles estavam usando essa pergunta como armadilha, a fim de terem uma base para acusá-lo. Mas Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo.
      Visto que continuavam a interrogá-lo, ele se levantou e lhes disse: "Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela". Inclinou-se novamente e continuou escrevendo no chão.
        Os que o ouviram foram saindo, um de cada vez, começando com os mais velhos. Jesus ficou só, com a mulher em pé diante dele. Então Jesus pôs-se de pé e perguntou-lhe: "Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou? " "Ninguém, Senhor", disse ela. Declarou Jesus: "Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado".
João 8:3-11  
         
      É fácil respeitar quem está por cima, que está se mostrando superior, por estar fazendo algo célebre, dizendo algo precioso, sendo uma pessoa notável. Todos nós, em algum momento, temos nossos quinze minutos de fama, conforme o artista pop Andy Warhol.
        Com a internet então, isso se tornou plenamente possível. Qualquer um, até este que vos escreve, pode criar um blog e falar aquilo que lhe vier à cabeça. Durante esses quinze minutos, todo mundo é obrigado a nos respeitar, como diria o Zagallo, “vão ter que me engolir”. Contudo, com a mesma facilidade que se sobe, pode-se descer, principalmente quando se sobe graças à arrogância e vaidade humanas.
      Difícil, quase impossível, é respeitar quem está por baixo, ou por ter tropeçado sozinho, ou por alguém ter puxado o seu tapete. Quando o camarada cai, e principalmente se ele for do tipo que quando estava por cima humilhou todo mundo, nós não achamos que devemos a ele respeito. Lembramos, em bom e alto som, o que ele fez de errado e até o que não fez, para nos alegrarmos com a sua queda. Afinal, quando o erro de alguém é declarado, o nosso erro fica escondido, e quanto maior for o erro do outro, maior pode ser o nosso, desde que seja menor que o do outro.
     Respeitar alguém é poupá-lo de críticas, que mostrem seus pontos fracos. Respeitar é salientar os pontos fortes de alguém e deixar o resto pra lá. Às vezes parece bem difícil achar o ponto forte de certas pessoas, nós, atrás de nossa ótica míope devido à nossa injustiça e dificuldade terrível para amar, incitados muitas vezes pela inveja e pelo rancor, só vemos os defeitos. 
        Mesmo que o bom senso esteja nos incomodando para dialogar com determinada pessoa, com respeito, dando credibilidade a ela, acreditando que ela tem pontos bons e que aquilo que ela faz é sincero, mesmo assim a gente procura e procura e não consegue achar nada de legal nela. Parece que estamos num deserto procurando uma pérola, é muito difícil, a gente chega a suar. Lutamos com a gente para não parecer falsos, mas nos sentimos muito desconfortáveis com a situação. Ocorre, é que com o arrogante, quando ele cai, a tendência natural do ser humano é jogar na cara dele o seu erro, superavaliar seus defeitos, de forma que qualquer coisa boa que ele tenha feito seja diminuída, melhor ainda, esquecida.
       Só o amor de Deus para que consigamos respeitar quem está por baixo. Não, não vou falar da experiência de Davi e Saul, o exemplo bíblico que representa com perfeição este assunto. Citando apenas por cima, acredito que ninguém mais que Davi conseguiu respeitar alguém que estava por baixo, e mais que isso, respeitar alguém que estava por baixo e que enquanto não admitia isso, sonegava do próprio Davi um direito que Deus já havia lhe dado, de ser rei no lugar de Saul. 
        Mas é muito difícil receber a ligação daquela pessoa, que te humilhou tanto, que foi injusta com você, que sempre lhe disse aquilo que pensava, sem qualquer respeito. É difícil ouvir dessa pessoa, pelo telefone, que agora ela está mal, passando por um problema muito grande, que está sozinha e que precisa da tua ajuda. O nosso sangue ferve nas veias com vontade de dar o troco. Contudo, o Espírito Santo, dentro de nós, fala mais alto, e orienta-nos a ter por essa pessoa, respeito. 
        Só Deus para olhar alguém e ver não o que ele é ou fez, mas o que ele pode ser e fará. Só Deus para nos respeitar num momento de total fragilidade, quando as nossas fraquezas estão totalmente expostas. Só Deus para nos fazer entender que nós não somos melhores que ninguém, que erramos tanto quanto os outros, que se não tomarmos cuidado, nós também podemos cair, e bem fundo. Só Deus para nos dar amor para que respeitemos as outras pessoas tanto quanto desejamos ser respeitados.
        Sobre a passagem bíblica no começo desta postagem, apenas um comentário, era tanto o respeito que Jesus tinha pela mulher que ele se quer fixou os olhos nela, para não humilhá-la mais. Não a acusou, apenas a orientou que mudasse de vida a partir daquele momento. Parece simples? Mas esse é o jeito amoroso que Deus tem para não humilhar ninguém.