Até que ponto nós estamos
querendo ser espirituais, mostrar que somos bons, controlados, amorosos, santos,
para sermos vistos pelos homens, para sermos honrados por eles, por pura vaidade?
Sim, querer ser espiritual pode sê-lo por vaidade, parece estranho, contudo
pode acontecer. Quando é assim nos cobramos até mais do que Deus nos cobra,
estamos sempre insatisfeitos, não conseguimos nos perdoar, sentimos-nos
imperfeitos, isso não é algo bom não, mas uma obsessão, que escraviza e nos deixa
ainda mais distantes da verdadeira espiritualidade.
Para sermos
libertos dessa disposição, que vem de uma educação moralista e legalista, e de
uma índole complexada e vaidosa, é necessária a humildade de se admitir humano,
demasiado humano, como diria o filósofo. Não somos pequenos deuses, não, mesmo
que filhos de Deus, quem busca esse tipo de status, aparentemente espiritual, o
que deseja no fundo é ser adorado, como se fosse um deus, isso para compensar
um complexo muito forte de inferioridade.
Admitirmos-nos
humanos e acima de tudo nos preocuparmos com o que Deus pensa de nós, nos vermos
limpos e justificados mediante o perdão de Deus, mesmo que as pessoas pensem o
oposto, sentirmos-nos valorizados por causa do valor que Deus nos dá, e
finalmente termos a consciência de que não precisamos agradar a todos, sermos
honrados por todos, se Jesus tinha inimigos, quanto mais nós, isso não é
necessariamente falta de espiritualidade. Quando queremos ser espirituais por
nós mesmos, nós queremos nos construir baseados numa referência humana de
perfeição, mas a referência de Deus é Jesus.
O que é ser
espiritual? Não é se sentir bom, mas ter a consciência, cada dia mais, que se é
imperfeito, contudo caminhar com essa consciência em paz, na tranquilidade de
quem sabe que são esses fracos que Deus sustenta, é por eles que Deus luta, é
por eles que Jesus morreu e ressuscitou. Somos fortes quando temos consciência
de nossa fraqueza, que só é vencida pela fortaleza de Deus. Se é Deus quem nos
fortalece, quem nos sustenta, é Ele quem deve receber todo o louvor, logo não
precisamos nos preocupar com que os outros pensam, não precisamos receber dos
outros qualquer tipo de reconhecimento.
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Que a sua mão esquerda não saiba o que faz a sua mão direita. Se formos esirituais tendo em vista agradar os homens, estaremos em pecado. Porque pecado não é algo moralmente questionáve - pecado é o erro, é infringir a Lei.
ResponderExcluirSe quisermos ser verdadeiramente espirituais, devemos ter como meta a nossa própria evolução (ou correção dos erros), em segredo. Não precisamos nem lembrar isso a Deus que tudo ve.