O espiritual, rezam
essas regras hipócritas, tem que falar pouco, suportar tudo com um sorriso na
cara, parecer antiquado e sem vaidades, usar jargões e clichês que são tradição
dos grupos religiosos, não que isso tudo também não possa ser características
de quem é espiritual. Na verdade para muitos ser espirituais é ser litúrgico,
não só na cerimônia religiosa, mas na vida, fazer as mesmas coisas sempre.
Contudo, a maior
mentira que acreditam esses que pregam estereótipos, é que o cristão não pode
errar, se errar cai em descrédito, eles precisam ser perfeitos o tempo todo.
Nega-se aí o conceito fundamental do cristianismo que é o perdão.
Jesus chocou o povo
da época em que viveu como homem por vários motivos: falava o que ninguém sabia
ou esperava, ficava quieto quando todos exigiam dele algum tipo de explicação,
andava com gente errada, desprezava os que se achavam os mais certos, ia pouco
a cerimônias e locais exclusivos para cultos religiosos, visitava as pessoas em
suas casas, nos lugares públicos, se misturava com elas, sem vaidade, sem
obedecer a um padrão de espiritualidade. E ele era espiritual, e muito, o
Evangelho pelo qual viveu, morreu e ressuscitou, ensinava que o que vale pra
Deus é o coração, os valores e atitudes que ninguém vê, mas que estão no
interior do homem e influenciam toda a existência humana. Jesus desobedeceu
todos os estereótipos de seu tempo.
Não pareça
espiritual, seja espiritual, quem quer parecer o faz para homens, seja para
Deus, pague o preço disso, já que a sinceridade e a verdade geram inimigos, gente
no meio da igreja que se incomoda com atitudes que para eles, hipócritas e mal
resolvidos que são, parecem incoerentes.
Para ver
espiritualidade em alguém tem que enxergar Jesus na frente dessa pessoa, julgar
alguém por um erro é injusto, quem sabe se o que cometeu tal erro já não se
arrependeu e está perdoado por Deus? Mas para o falso espiritual, o espiritual
não pode errar. Esses vivem uma vida de angústia já que a carga que jogam sobre
os ombros dos outros em primeiro lugar jogam sobre eles mesmos. Quem não erra é
Deus, e “deuses” não precisam de Deus, tem que ser homem, humano, para se provar
a presença de Deus e ser realmente espiritual.
(Já refleti sobre este
tema antes, se puder leia no link: Cuidado com a falsa espiritualidade ).
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