Algumas
pessoas querem seguir na vida sem pagar preços, erram e erram, fazem o que bem
entendem, negam-se a seguir conselhos, a ouvir os mais velhos e espirituais, não
mudam facilmente, e quando enfim, cansados, humilhados, resolvem fazer as
coisas da maneira mais certa, querem que tudo aconteça rapidamente.
Antes
de continuar esta reflexão eu preciso dizer duas coisas: a primeira é que eu me
considero qualificado para compartilhar isso justamente porque fui um rebelde
durante muito tempo. Teimei em errar e em colocar a culpa por isso nos outros,
não assumindo o erro e nem buscando mudança perdi tempo e pago até hoje o preço
por tanta rebeldia. Glória a Deus por seu amor, que me resgatou a tempo de
poder acertar as coisas para ainda poder viver muitos anos de vitória.
A
segunda coisa é sobre o fundamento do evangelho: uma vez convertido a Deus, tendo
feito acesso ao perdão que há em nome de Jesus, o homem não precisa pagar mais
preço nenhum a Deus para poder ser uma nova criatura, limpa e remida. Ele pode
a partir daí seguir em paz sem que seus pecados lhe roubem direito às bênçãos
espirituais, sejam neste mundo ou no outro.
Mas
se é assim, por que então temos que pagar preços? Preços pelo quê? Que preços são
esses? O preço é simples, uma única coisa, sob dois pontos de vista diferentes,
o preço é o tempo.
Primeiro
é o tempo necessário para que nosso caráter mude, entenda e seja convencido de
que a maneira de Deus é a melhor maneira, a maneira de vida verdadeira.
Por
que essa mudança precisa de tempo? Porque o posicionamento espiritual se faz de
uma vez, de forma imediata, contudo nosso emocional, a disposição psicológica,
pode demorar anos para mudar. O ser humano adquire vícios, de todas as espécies,
esses podem precisar de tempo, muito tempo, mas serem expelidos de nossos
corpos e almas.
O segundo
preço é o tempo, não o nosso tempo, mas o tempo dos outros, do sistema desse mundo,
daqueles que sofreram por causa de nossa rebeldia. Deus é justo, mas é justo
com todos, e sendo assim ele não pode fazer justiça a um, sendo injusto com o
outro. Deus tem tudo em suas mãos, ele sincroniza tudo, as vidas, os poderes,
de modo que tudo aconteça de forma perfeitamente justa. Isso fica claro quando
um condenado pela justiça desse mundo se converte, diante de Deus ele não deve
mais nada, mas perante o mundo ele poderá ter que passar anos na cadeia para
pagar o preço de seu erro com a sociedade.
Na
verdade Deus não cobra nada, não nesse mundo, é a vida que cobra, é ela quem dá
o troco, a vida tem regras, estabelecidas por Deus, mas que nem ele pode mudar.
Contudo, Deus não é juiz cego e duro, sua misericórdia e sua graça podem ser
convencidas por um coração humilde que se esforça em mudar e mostrar para seu
pai que já está pronto para receber as bênçãos, que está pronto para
administrar aquilo que de melhor o Senhor tem para dar para um filho amado.
É
como diz Lucas 11.5-8, “Disse-lhes
também: Se alguém tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser:
Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo meu chegou de viagem, e não tenho o
que lhe oferecer; e se ele, de dentro, responder: Não me incomodes; a porta já
está fechada, eu e os meus filhos já nos acomodamos para dormir; não posso
levantar-me para te atender; eu vos digo que, mesmo que não se levante para dar
os pães por causa da amizade, ele se levantará por causa do incômodo e dará
quantos pães o outro precisar.”.
Portando,
”Pedi, e vos será dado; buscai, e
achareis; batei, e a porta vos será aberta; pois todo o que pede, recebe; quem
busca, acha; e ao que bate, a porta será aberta.” (Lucas 11.9b-10).
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