domingo, agosto 31, 2014

Igreja, liberta-se dos falsos profetas

      Até que ponto a palavra de fé no impossível, de destruição dos inimigos, de incentivo a ter uma experiência sensorial de Deus é realmente uma palavra do Espírito Santo, uma palavra bíblica? Ou é apenas escapismo, imaturidade e acima de tudo não confronto do pecado? 

      Até que ponto a vitória incondicional pregada de maneira superficial e irresponsável em muitos púlpitos não é somente uma outra ótica do mesmo positivismo humanista tão difundido no mundo pelos palestrantes de motivação profissional, pelos gurus de autoajuda e pela nova era de maneira geral? 

     Até que ponto o nome de Cristo não está sendo usado para manipular as pessoas e enriquecer falsos ministérios, e não para salvar, libertar e dar crescimento para uma Igreja que se prepara para o arrebatamento? Até que ponto a heresia faz parte da igreja que participamos?

sábado, agosto 30, 2014

Direito a uma palavra que alimenta

Todo homem que possui uma palavra profunda, correta e forte de Deus para compartilhar, teve antes uma vida de provações profundas, corretas e fortes de Deus, a ferramenta tem eficácia e agudeza à medida que é preparada com eficácia e agudeza, o que fala com amor, mas com severidade, foi educado com amor e severidade.
Contudo, o homem que possui uma palavra vazia, desfocada e que não confronta o pecado, nunca se deixou ser tratado por Deus, por isso é vazio, sem foco e continua andando em pecado, mesmo que seja o da displicência.
Ovelha, você tem direito a um pastor que lhe entregue uma palavra que a alimente do púlpito, um pastor assim vive o que prega, portanto, não se acomode com menos que isso. É preciso crescer, só uma palavra bíblica e consequência de experiência vivida pode levar ao crescimento.

sexta-feira, agosto 29, 2014

Diligência com a exortação de Deus

    "O anjo que falava comigo respondeu-me: Não sabes o que é isto? E eu disse: Não, meu senhor. Ele me respondeu: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos." (Zacarias 4.5-6).

    Contudo, muitas vezes Deus fala pelo Espírito, fala sem força, fala sem violência, então a vida e o mundo falam de uma forma mais dura, com força e até com violência, e mesmo assim o errado não se conserta. O amor de Deus só é limitado pela justiça, e ela tem tempo para acontecer.

    "Porque deste atenção à minha exortação à perseverança, eu também te guardarei da hora da provação que virá sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que habitam sobre a terra. Venho sem demora; conserva o que tens, para que ninguém tome tua coroa." (Apocalipse 3.10-11).

quinta-feira, agosto 28, 2014

A oração de um justo

O caminho do justo é plano. Tu, que tens a retidão, nivelas a sua vereda. Senhor, temos esperado por ti no caminho dos teus juízos; o teu nome e a tua reputação são o desejo da nossa alma. Minha alma te deseja durante a noite; sim, o meu espírito, dentro de mim, te busca ansiosamente; porque os moradores do mundo aprendem justiça, quando os teus juízos estão na terra.” (Isaías 26.7-9).

Se tiver que ser diferente da maneira que eu estou sentindo e entendendo neste momento, meu Deus, então mude a situação, o coração das pessoas, o meu coração, pois o Senhor é o Deus do impossível e pode reverter qualquer situação. Caso contrário, se o que eu estou sentindo e entendendo é realmente a tua vontade, continue firmando o meu coração na tua paz e nas tuas promessas, através da tua palavra e do teu Santo Espírito, confirmando a tua vontade, pois é a ela e somente a ela que eu quero obedecer”.

Essa deve ser a oração de um justo na hora de uma decisão importante que mudará sua vida de maneira radical.

quarta-feira, agosto 27, 2014

Punição dos levitas e avivamento

Mas os levitas que se afastaram de mim, desviando-se para seguir os seus ídolos, quando Israel andava errado, levarão sobre si a sua punição. Entretanto, serão ministros no meu santuário, tendo ao seu cargo a guarda das portas do templo e ministrando no templo. Imolarão o holocausto e o sacrifício para o povo e estarão diante dele para servi-lo.
Porque lhes ministraram diante dos seus ídolos e serviram de tropeço de maldade à casa de Israel; por isso fiz um juramento contra eles, diz o Senhor Deus, e eles levarão sobre si a sua punição. E não se chegarão a mim para me servir no sacerdócio, nem se chegarão a nenhuma das minhas coisas sagradas, às coisas santíssimas; mas levarão sobre si a sua vergonha e as abominações que cometeram.” (Ezequiel 44.10-13).

Para manter liturgias, tradições, igrejas cheias e bem organizadas, muitos líderes não confrontam o pecado do povo, principalmente daqueles que pisam o altar. Infelizmente liturgias, tradições, igrejas cheias e bem organizadas não significam necessariamente santidade e adoração a Deus, portanto não serão critérios para definir quem vai subir no arrebatamento.
Uma igreja avivada vai subir, mas será que as pessoas entendem realmente o que é avivamento ou estão confundindo com batismo no Espírito Santo e com manifestação de dons espirituais? Isso representa o avivamento, mas somente o começo dele, o passo inicial, pentecostalismo não é avivamento, assim como tradicionalismo não é necessariamente frieza espiritual.

terça-feira, agosto 26, 2014

Nosso melhor no melhor momento

        Só o tempo para nos fazer entender porque algumas portas se fecharam, Deus estava protegendo nossos tesouros, guardando o nosso melhor para o melhor momento, quando nossos tesouros poderão realmente dar os melhores frutos, para nós mesmos, para as pessoas e para Ele.

segunda-feira, agosto 25, 2014

Discernimento da paz

Eu vos tenho dito essas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo tereis tribulações; mas não vos desanimeis! Eu venci o mundo.” (João 16.33).

Não andeis ansiosos por coisa alguma; pelo contrário, sejam os vossos pedidos plenamente conhecidos diante de Deus por meio de oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que ultrapassa todo entendimento, guardará o vosso coração e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.” (Filipenses 4.6-7).

A paz que Deus dá é realmente completa, duradoura e profunda, não confundamos as aflições desse mundo, com as quais todos convivemos e conviveremos sempre, até a volta de Cristo, com falta dessa paz.
Também não nos acomodemos com a falta de paz que é consequência de desobediência, por menor e mais plausível que seja, não aquela que é resultado de situação explícita e óbvia de pecado, com aflições normais.
Às vezes pecamos não por simplesmente fazer algo errado, ruim, sujo, mas por teimarmos em fazer algo que parece até certo, mas que não é no tempo, no lugar ou do jeito que Deus quer fazer as coisas.
Lembre-se Deus tem o melhor pra você sempre, se o teu desejo for realmente obedecê-lo e glorifica-lo, portanto não sofra ou se desgaste desnecessariamente, busque esse melhor que Deus lhe dará.

domingo, agosto 24, 2014

Que não sejamos motivo de escândalo

Jesus disse a seus discípulos: É impossível que não haja motivos de tropeço, mas ai daquele por quem eles vierem! Seria melhor que lhe pendurassem ao pescoço uma pedra de moinho e fosse jogado ao mar, em vez de fazer tropeçar um destes pequeninos.
Tende cuidado de vós mesmos; se teu irmão pecar, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Mesmo se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes vier a ti, dizendo: Estou arrependido; tu lhe perdoarás.” (Lucas 17.1-4).

Ninguém quando prova uma overdose de álcool pela primeira vez passa bem, regurgita, o corpo quer devolver algo ruim e errado que entrou nele e que não lhe faz bem. Assim é com o pecado, quando o cometemos pela primeira vez temos uma forte crise de culpa, principalmente se já somos convertidos. Contudo, na insistência dele, o Espírito Santo se fere, se distancia, ao mesmo tempo que nossa alma fica fria e insensível, a culpa acaba diminuindo, ao passo que nosso racional começa a inventar e procurar motivos para continuar com o pecado, sem que haja arrependimento e cessar da prática do pecado.
Nesse processo, muitos querem continuar na igreja, mesmo com ministérios, mesmo com lideranças, querem manter a religião, mas sem abrir mão de uma atitude pecaminosa. Nesse processo muitos oram, cantam, pregam, fazem e acontecem, mas não querem abrir mão da vida de pecado que vivem.
Isso é a maior das apostasias, das heresias, dos pecados, isso é algo que tem tempo para acabar, e quando Deus coloca a mão numa situação assim, a queda é grande, a dor é enorme, o escândalo pode ser desproporcional. Muitos perdem, principalmente os ingênuos, inexperientes, que colocavam algum tipo de confiança naqueles que insistiam em fazer a obra em pecado.
Arrependamos-nos, a tempo de achar perdão, a tempo de não sermos escândalo para os pequeninos, os novos convertidos, que por causa de um escândalo podem se afastar do evangelho.

Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” (Isaías 55.6).

sábado, agosto 23, 2014

Glacê & chantili versus massa & recheio

Muitos se acostumam tanto com o glacê e o chantili que acabam achando que isso é o bolo, quando percebem estão comendo somente enfeite e açúcar coloridos, e nada da massa e recheio. Então, quando provam uma boa massa com um recheio maravilhoso, percebem que o glacê e chantili, são apenas coberturas externas, não fazem tanta falta assim.
A simbologia fala de causa e consequência, de interior e exterior, de carne, alma e espírito. Quando provamos uma experiência espiritual real de Deus, através do Espírito Santo e de sua palavra, obviamente nossos sentidos são tocados, e as emoções são despertadas. Contudo, pontuar uma experiência espiritual pelas emoções é dar valor ao glacê e o chantili, e não à massa e o recheio.
O que realmente importa, um culto cheio de manifestações emocionais, de gritos, de descontrole físico, de transes e frenesis, ou com um estudo profundo, inteligente e ungido da palavra de Deus? Um estudo que pode ser compartilhado sem clichês pentecostais, sem muito estardalhaço, sem apelações emocionais, sem criar um clima manipulador de que algo extraordinário vai acontecer, um estudo que simplesmente ensina a Bíblia.
Talvez muitos estejam querendo fazer o papel de Deus, dar uma ajuda ao Espírito Santo, tentando tocar naquele lugar do coração humano que só Deus pode tocar, isso é desnecessário, Deus sabe como, quando e onde fazer sua obra. Talvez muitos pregadores estejam preocupados mais em demonstrar seus talentos de oratória e teatro, ao invés de compartilhar uma experiência pessoal com Deus, porque querem colher frutos rapidamente e frutos equivocados. Os frutos de uma palavra ungida não são necessariamente a explicitação de emoções, gestos e palavras imediatos, mas a vida de santidade e adoração que acontecerá depois, no dia a dia.
É claro que nesse uso exagerado de glacê e chantili não podemos deixar de citar a música, que naturalmente já toca nossas emoções de maneira objetiva e forte, indiferente da qualidade de suas letras, harmonias ou melodias. Mas até que ponto aquilo, que muitos dos chamados "levitas" sentem, é unção, até que ponto é unção espiritual aquilo que muitas apresentações nas igrejas causam nas pessoas, até que ponto existe adoração, adoradores e a presença do altíssimo em tanta confusão e barulho?
O que sei é que nada que é artificial, falso ou carnal resiste ao tempo, à vida, a Deus. O chantili e o glacê exagerados causam dor de barriga, a emoção descontrolada que começa como escapismo, torna-se vício e então inútil para trazer refrigério. O teatro e a manipulação psicológica e emocional mostram que evidenciam só o homem e não adoram realmente a Deus. O que sei é que no final de tudo a palavra de Deus triunfa, é a única que pode curar, que pode nos levar a uma vida de amor e de santidade, as únicas coisas que realmente adoram o nome de Deus e que existirão por toda a eternidade.
Voltando ao bolo, eu prefiro aquele bolo de final de tarde, feito em casa, sem cobertura, apenas a massa, um bolo de milho para comer com um cafezinho feito na hora, esse a gente pode saborear todos os dias, alimenta muito mais. Pra mim isso representa a simplicidade e eficácia da palavra de Deus revelada na Bíblia, muito melhor que aqueles bolos complicados que se come em eventos especiais, que são interessantes, mas só de vez em quando. Contudo, tem muita gente que quer viver o tempo todo de festas de aniversários, de bolos complicados, de barulho e de emocionalismos, essas nunca provarão um evangelho maduro resistente ao tempo e à vida.

sexta-feira, agosto 22, 2014

Dons e frutos realmente espirituais

Porque todos podereis profetizar, um de cada vez, para que todos aprendam e sejam encorajados. O espírito dos profetas está sujeito ao controle dos profetas; porque Deus não é Deus de desordem, mas sim de paz.
Como em todas as igrejas dos santos, as mulheres devem permanecer caladas nas igrejas. Porque não lhes é permitido falar. Mas estejam submissas como também a lei ordena.” (I Coríntios 14.31-34).

A falta do dom espiritual é tão danosa quanto a falsa manifestação de dele, quando é falsa? Quando é priorizada sua consequência emocional e não sua causa espiritual. Sim, porque uma experiência espiritual meche com o emocional do homem de maneira impactante, contudo cabe ao homem controlar seu emocional, direcionando a capacitação física que ele potencializa no momento de uma experiência espiritual para algo realmente prático, útil para o próprio crescimento e para a obra de Deus.
É justamente o uso infantil dessa capacitação que escandaliza tantos outros e faz com que esses não busquem os dons, é claro que esses confundem uma consequência com a causa. A ordem correta das coisas é: uma experiência espiritual, uma “impactação” emocional momentânea e frutos práticos que perdurem.
Já vi todos os extremos desse assunto: exteriorização forte das emoções, sem frutos espirituais depois, assim como controle emocional demasiado sendo usado para limitar a ação do Espírito impedindo a pessoa de adorar e ter uma comunhão mais plena com Deus. Esses últimos, frios e distantes, se privam da capacitação que o Espírito Santo pode dar tanto quanto aquelas que se descontrolam emocionalmente caindo no chão e gritando freneticamente.
Todavia, já vi também pessoas comedidas e discretas usado a capacitação dos dons espirituais para viverem uma vida realmente santa, dando testemunho de Jesus no mundo e fazendo a obra de Deus com diligência e eficiência.

quinta-feira, agosto 21, 2014

Casamento, exclusividade possível somente em Deus

Casamento que dure é algo que se escolhe, que se quer, que se paga preço para manter, mas acima de tudo é prova de maturidade, de gente que entendeu que não se pode passar a vida toda como abelha, provando o mel de tantas flores quanto se pode.
A alma humana não foi feita pra isso, se insiste numa vida de paixões ilimitadas, ficando com alguém só enquanto houver atração carnal, torna-se promíscua, cheia de culpas, velha antes do tempo e da maneira errada.
Todavia, só vivendo no centro da vontade de Deus é que podemos manter relacionamento feliz e exclusivo com alguém, colhendo com isso todos os frutos de uma vida santa, frutos que não se colhe com paixões ou com a falsa liberdade que a carne diz que dá.
Se for o caso, volte-se pra Deus, limpe-se, respeite-se, e acredite em milagres, Deus te ama com exclusividade, e quer que você também ame, a ele e às pessoas, assim.

quarta-feira, agosto 20, 2014

Não seja tímido para adorar

        "quando tocaram as trombetas em uníssono e cantaram para serem ouvidos, louvando o Senhor e dando-lhe graças, e quando levantaram a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos de música, e louvaram o Senhor , cantando: Porque ele é bom, porque o seu amor dura para sempre; então uma nuvem encheu o templo do Senhor" II Crônicas 5.13

terça-feira, agosto 19, 2014

Unção (parte 8 de 8)

Conclusão

A unção de Deus é sentida no coração, de maneira subjetiva, mas ela produz frutos reais e objetivos, portanto, ela não é só emoção, os talentos humanos, oratória, inteligência, carisma e musicalidade, frutos transitórios, manifestação de dons espirituais de maneira isolada, mesmo não ungidos podem falar em línguas estranhas e até expulsar demônios. Mas ela é causa inicial espiritual, operação sobrenatural, frutos que permanecem, aquele que experimenta a verdadeira unção de Deus prova um avivamento em sua vida.
A unção de Deus interage com o ser humano em sua integridade. Ela limpa, aviva e motiva, corpo, alma e espírito. Ela dá ao homem forças espirituais, emocionais e físicas. Ela nos faz experimentar um pouco da eternidade neste mundo, um pedacinho da natureza de Deus. Ele sacia o homem, coloca-o no centro da vontade de Deus e capacita-o a servi-lo.

E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, com o qual fostes selados para o dia da redenção.” (Efésios 4.30).
A unção de Deus é de Deus, e sendo assim, glorifica somente a Deus. O pecado, a vaidade, a estupidez, por menor que sejam, ferem o Espírito Santo. Por isso o fogo tem que ser o do alto, o óleo deve ser santo, as águas precisam ser vivas, as vestes serão sempre limpas. O Espírito Santo não se retira do salvo, não mais, contudo, a unção pode ser perdida. Mas pode ser recuperada, através do arrependimento, da fé e da oração. Sem unção, completa e genuína de Deus, não se pode fazer a obra de Deus, não se pode experimentar aquilo que os apóstolos, que Paulo, que os primeiros discípulos experimentaram: o avivamento, aquele, que tanto temos buscado nos últimos tempos.

Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem no Espírito e em verdade.” (João 4.24).
Para experimentar a unção de Deus é necessário que o Espírito Santo tenha liberdade em nossas vidas. Ele tem liberdade à medida que é buscado, ouvido, entendido e obedecido. Isso não se ensina numa escola, não se é obtido com fórmulas ou receitas, isso só é experimentado por quem busca, com perseverança uma comunhão plena com Deus. É um processo que pode acontecer na conversão, levar alguns meses após elas, ou mesmo anos, é algo pessoal. Mas são esses os adoradores que Deus busca, os que o adoram com o espírito e no Espírito, esses podem provar os mistérios espirituais e os milagres, direitos daqueles que recebem a unção de Deus.


José Osório de Souza – 25/03/14

segunda-feira, agosto 18, 2014

Unção (parte 7 de 8)

VI. As virgens e as lâmpadas com azeite

Para entendermos a importância da unção na vida do cristão, saber que ela não é opcional, mas obrigatória, para aqueles que querem viver uma vida cristã real, e que desejam estar com Deus o mais rapidamente possível, não podemos deixar de refletir sobre essa parábola. Ela usa a simbologia das virgens com as lâmpadas cheias de azeite, para identificar a igreja ungida, interessante que essa simbologia reúne três metáforas que já citamos: as vestes brancas (das noivas), o óleo e o fogo. Nesse caso, o azeite é usado para iluminar, dentro da lamparina, e não apenas para emanar bom cheiro:

O reino do céu será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram insensatas, e cinco, prudentes. Ao pegarem as lâmpadas, as insensatas não levaram azeite. As prudentes, porém, levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas.
E, demorando o noivo, todas começaram a cochilar e dormiram. À meia-noite, porém, ouviu-se um grito: O noivo chegou! Saí ao encontro dele! Então todas as virgens se levantaram e prepararam suas lâmpadas. E as insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, pois nossas lâmpadas estão se apagando. Mas as prudentes responderam: Não; talvez não haja o suficiente para nós e para vós. Ide, porém, aos que vendem azeite e comprai-o para vós.
E, assim que elas saíram para comprá-lo, o noivo chegou; as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento, e fechou-se a porta. Depois também chegaram as outras virgens e disseram: Senhor! Senhor! Abre-nos a porta. Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço. Portanto, vigiai, pois não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mateus 25.1-13).

Já cheguei a ouvir de crentes, e bons crentes, a seguinte frase como resposta à pergunta se eles tinham certeza de sua salvação, se eles morariam no céu ou se eles seriam arrebatados: se Deus me achar digno, eu serei salvo, morarei no céu, serei arrebatado. Um cristão de verdade não deve pensar assim, ele precisa e tem todo o direito de ter a certeza, de que é salvo, de que morará no céu, de que será arrebatado. Isso não é arrogância e nem presunção, é privilégio. Não um convicção insana, mas baseada em testemunhos: primeiro da palavra de Deus, depois através das vidas de outros irmãos que participam da mesma igreja que ele, e por último debaixo da unção do Senhor, que nos dá a certeza de quem somos e para onde iremos.

A parábola, porém, nos dá alguns alertas:

1. Todas eram virgens e noivas: todas pareciam ser a igreja de Cristo, a noiva, e talvez todas fossem, há divergências sobre isso entre os teólogos, mas o que podemos entender lendo o Novo Testamento é que haverá oportunidade de salvação mesmo após o arrebatamento. Essa parábola nos parece que se refere ao arrebatamento, as bodas do Cordeiro, que só terão direito aqueles que partirem na primeira leva, digamos assim.
Mas não queira partir depois, o preço que se terá que pagar será muito alto, o livro de Apocalipse não faz entender que o preço será a própria vida. Pode ser, ainda, que haja oportunidade de salvação mesmo durante o milênio, contudo os que morreram em Cristo e foram arrebatados, terão um privilégio especial nesse período, administrarão a terra junto com Jesus.
Abrindo um parêntese, lembro que a simbologia de virgens e puras é bastante usada na Bíblia, e principalmente no Antigo Testamento, para se referir às pessoas que se mantinham longe dos ídolos. Pureza sexual é usada como analogia à pureza espiritual, assim adultério e prostituição, se refere àqueles que se sujam com a adoração de ídolos e entidades espirituais (demônios).
Contudo, nos dias atuais, a idolatria e a prostituição espiritual, que continua agindo debaixo da veneração de ídolos em imagens e esculturas, também assume facetas mais sutis, das quais muitos evangélicos não admitem que participam. A verdade é uma só: tudo aquilo que ocupa o lugar que é de Deus é idolatria, todos os que participam disso, estão com as vestes sujas e portanto numa condição de prostituição espiritual (fecho o parêntese).

2. Todas saíram ao encontro do noivo: todas eram voluntariosas com a ordem do noivo, obedientes, portanto não se ache que ativismo, religiosidade, presença nos cultos e nos ministérios e outros legalismos nos tornam ungidos  e merecedores de participar da bodas do Cordeiro.

3. As prudentes também cochilaram: por serem prudentes, não significa que eram perfeitas, mesmo elas se cansaram de esperar, isso, porém, não é desculpa para que não perseveremos. Ninguém pode dizer com certeza se a falta de vigilância é ou não condição para que as lâmpadas estejam cheias de azeite.

4. As insensatas saíram para buscar azeite: foram voluntariosas até o fim, dispostas, mas loucas, não tiveram a sabedoria para obedecer na hora certa, podiam até ter feito um cochilo, mas com as lâmpadas cheias de azeite; Loucos fazem e fazem, mas não têm discernimento, não agem com lucidez, com o equilíbrio do Espírito, porque não fazem para Jesus, mas para si mesmos, volto a bater nessa tecla (já falei sobre isso no estudo “Fazer a vontade de Deus”).


Talvez a lição mais séria e difícil de se aceitar nessa passagem seja: não basta ser noiva, tem que estar ungida. Aquele que realmente teme a Deus e o obedece saberá o momento certo de encher sua lâmpada, qual é o momento? Sempre, andando em vigilância. Não adianta fazer e fazer e não estar ungido. Essa disposição de vigilância se vive quando se anda num estilo de vida avivado, um estilo de vida onde a unção está sempre presente em nossas vidas.

domingo, agosto 17, 2014

Unção (parte 6 de 8)

V. A brancura das vestes

Algo que completa a aparência espiritual do ungido de Deus, que orna e realça a simbologia do óleo santo, são as vestes brancas, vamos refletir um pouco sobre alguns aspectos dessa simbologia. Em primeiro lugar, veja que lindo é o texto de Eclesiastes 9.7-8:

Vai e come com alegria o teu pão e bebe o teu vinho com coração contente; pois há muito tempo Deus se agradou do que tu fazes. Sejam as tuas vestes sempre bem cuidadas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça.”.

Veste brancas aparecem em Mateus 17.1-3, que experiência tiveram os três apóstolos com Jesus, única em toda a Bíblia, em nenhum outro lugar mortos reaparecem a vivos:

Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, irmão deste, e os levou em particular a um alto monte; e foi transfigurado diante deles. O seu rosto resplandeceu como o sol, e suas roupas tornaram-se brancas como a luz. Então apareceram diante deles Moisés e Elias, falando com ele.”

(Esse texto não nos autoriza a criar uma doutrina, a Bíblia tem que ser entendida como um todo para se saber a vontade geral de Deus. Por outro lado, Deus é Deus e pode fazer o que quer, quando quer, ele, e mais ninguém pode criar regras e usar exceções. Todavia, Moisés e Elias são dois casos interessantes na Bíblia, o local do sepultamente de Moisés é um mistério, veja em Deuteronômio 34.5-7, Elias, por sua vez, foi levado por um redemoinho ao céu, veja II Reis 2.1-11. Enoque, veja Gênesis 5.24, é outro exemplo de homem que parece ter sido arrebatado por Deus ainda em vida, bem, são mistérios, no céu saberemos o que realmente acontece e porquê).
Voltando ao texto da transfiguração, a glória do Altíssimo deixou as aparências brancas. Quem já teve experiências espirituais com demônios sabe que eles são o contrário disso, mais negros que a noite. É uma escuridão diferente, medonha, sem forma definida, e que fogem sob uma palavra de autoridade do filho de Deus que a possui pelo sangue de Jesus. Aqueles que estão na unção são o oposto disso, são luz, e como tais amam e praticam as obras da luz.
Vestes sujas não se adquire apenas andando em adultério e deixando-se escravizar por vícios da carne. Rancor, inveja, orgulho, ira, tudo o que nos coloca numa disposição de rebeldia, de caluniadores e de reclamadores, promotores do lado negativo e ruim das coisas e das pessoas, incrédulos para o bem, tudo isso é andar em trevas, é estar com as vestes imundas. O ungido tem uma boa consciência e um coração fácil para amar, perdoar, esperar, isso é sinal de roupas espirituais brancas. A carta à igreja de Sardes em Apocalipse 3.1-6, contudo, nos exorta sobre as vestes brancas e a vigilância:

Escreve ao anjo da igreja em Sardes: Assim diz aquele que tem os sete espíritos de Deus e as estrelas: Conheço tuas obras, tens fama de estar vivo, mas estás morto. Fica alerta e fortalece o que ainda resta e estava para morrer; porque não tenho achado tuas obras perfeitas diante do meu Deus. Portanto, lembra-te daquilo que tens recebido e ouvido, obedece e arrepende-te. Pois se não estiveres alerta, virei como um ladrão, e tu não saberás a que hora virei contra ti.
Mas em Sardes também tens algumas pessoas que não contaminaram suas vestes; elas andarão comigo, vestidas de branco, pois são dignas. Assim, o vencedor será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei seu nome do livro da vida, mas, pelo contrário, reconhecerei seu nome diante de meu Pai e diante de seus anjos. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”.

A frase “tens fama de estar vivo, mas estás morto” nos exorta sobre uma espécie de falso avivamento, de hipocrisia, sobre aparentar uma coisa, contudo, ser outra. Ela aparece no mesmo texto que honra aqueles que estão com vestes brancas, não os sepulcros caiados dos fariseus, mas as roupas espirituais limpas no sangue do Cordeiro. O ungido tem essas vestes, não são somente suas palavras que são pentecostais, sua aparência, seus costumes, mas seu coração:

"Então me invocareis e vireis orar a mim, e eu vos ouvirei. Vós me buscareis e me encontrareis, quando me buscardes de todo o coração. Eu me deixarei ser encontrado por vós, diz o SENHOR, e mudarei o vosso destino. Eu vos reunirei dentre todas as nações e de todos os lugares para onde vos dispersei, diz o SENHOR; e vos trarei de volta para o lugar de onde vos exilei." (Jeremias 29.12-14).


Santificação é um processo constante, não como obseção, mas como adoração, como fidelidade, daquele que deseja estar limpo para estar mais perto do pai. Não apenas dentro do templo, não apenas durante os cultos, não apenas junto dos irmãos, mas sempre. O ungido está sempre com as roupas prontas para uma festa, que festa é essa? As bodas do cordeiro, o encontro que terá com Jesus, caso morra, ou caso seja arrebatado, bem esse é o nosso próximo assunto.

sábado, agosto 16, 2014

Unção (parte 5 de 8)

IV. O mover do vento impetuoso

Agora não falaremos apenas de simbologias, mas de uma impressão real que as pessoas tiveram depois que provaram um derramar poderoso da unção de Deus. Não que o sacerdote ungido com óleo santo e Moisés não tivessem recebido unção de Deus, mas era temporária. Em Atos 2.1-6, a primeira experiência que o homem teve com uma presença do Espírito Santo permanente começou com o sentir de um forte vento:

Ao chegar o dia de Pentecostes, todos estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E apareceram umas línguas como de fogo, distribuídas entre eles, e sobre cada um pousou uma. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Estavam em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. Quando o som foi ouvido, a multidão se aglomerou. E todos ficaram confusos, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua.”

Um vento impetuoso, significativo para a inauguração do ministério da igreja, onde a vontade de Deus não seria experimentada mais por uma nação física, Israel, mas por todo o mundo. O evangelho é assim, um vento tempestuoso que não pode ser contido por falsos profetas, manipuladores de conveniências, e nem entendido pelos sábios desse mundo. Um vento que sopra por todas as direções com liberdade e que torna acessível a salvação a todos.
Se os israelitas podiam se considerar donos da velha aliança, proprietários exclusivos de um pacto que os privilegiava da presença de Deus, isso não pode acontecer mais com o evangelho. Ninguém, nenhum homem, igreja ou religião, é dono do evangelho, assim como ninguém é proprietário exclusivo da unção de Deus, ela pode ser experimentada por todos os salvos em Cristo, ricos, pobres, eruditos, analfabetos, brancos, negros, amarelos, pastores e ovelhas.
Um vento impetuoso, define a manifestação da unção do Senhor para o mundo, a partir de Atos, forte, livre e viva, em movimento, como deve ser a obra de Deus que tem sua unção. Ao contrário disso, quantas vezes os cristãos têm engessado a manifestação de Deus, com racionalismos, com religiosidades, e não me refiro só aos chamados crentes tradicionais, os pentecostais também tentam limitar as manifestações do Espírito Santo, para poder ter controle. Mas a unção do Espírito Santo representa justamente o contrário disso, representa liberdade, leiamos II Coríntios 3.13-18:

E não somos como Moisés, que colocava um véu sobre o rosto, para que os israelitas não fixassem os olhos no restante da glória que se dissipava. Mas a mente deles tornou-se insensível. Pois até hoje, quando ouvem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece e não lhes é retirado, pois somente em Cristo ele é removido.
Sim, até hoje, sempre que Moisés é lido, há um véu sobre o coração deles. Contudo, quando um deles se converte ao Senhor, o véu é retirado. O Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas todos nós, com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, que vem do Espírito do Senhor.”

Esse vento do Espírito Santo é que deve nos dirigir, como dirigiu os apóstolos e outros discípulos quando fundaram a Igreja de Cristo, e não qualquer outra intenção, já que ele nos dirige para cumprir a vontade de Deus e não de homens:

- às vezes sabemos para onde: “Assim, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.” (Atos 13.4);

- às vezes para não fazer nada: “Atravessaram a região frígio-gálata, mas foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia.” (Atos 16.6);

- e outras vezes ainda para um mistério, para algo que não sabemos onde vai dar, e que poderá dar mesmo em algo perigoso para nós: “Agora, impelido pelo Espírito, vou para Jerusalém, sem saber o que acontecerá ali, senão o que o Espírito Santo me garante, de cidade em cidade, dizendo que prisões e tribulações me esperam.” (Atos 20.22-23).


Avivamento é movido assim, por um vento impetuoso que vem do alto, algo que vai muito além das forças humanas, algo que inclina, que impulsiona, para a salvação, cura e consolo do homem. 

sexta-feira, agosto 15, 2014

Unção (parte 4 de 8)


III. As águas vivas que fluem do interior

Agora sairemos das simbologias do Antigo Testamento, e da experiência temporária que as pessoas tinham com a unção do Espírito Santo, passaremos aos relatos do Novo Testamento. Contudo, Jesus também utiliza símbolos, e o primeiro deles parece usar um elemento oposto ao fogo de Moisés: a água. Vamos ler dois textos do evangelho de João, primeiro no capítulo 4, versos 7 ao 15:

Então veio uma samaritana tirar água. E Jesus lhe disse: Dá-me um pouco de água. Pois seus discípulos tinham ido à cidade comprar comida. Disse-lhe, então, a mulher samaritana: Como tu, um judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana? Pois os judeus não se davam bem com os samaritanos.
Jesus lhe respondeu: Se conhecesses o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me um pouco de água, tu lhe pedirias e ele te daria água viva. E a mulher lhe disse: Senhor, tu não tens com que tirar a água, e o poço é fundo; onde, pois, tens essa água viva? Por acaso és maior que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, assim como também seus filhos e seu gado?
Jesus respondeu: Quem beber desta água voltará a ter sede; mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna. E a mulher lhe disse: Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir aqui tirá-la.”.

Agora no capítulo 7, versos 37 ao 39: “No último dia da festa, o dia mais importante, Jesus se colocou em pé e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Como diz a Escritura, rios de água viva correrão do interior de quem crê em mim.
Ele disse isso referindo-se ao Espírito que os que nele cressem haveriam de receber; porque o Espírito ainda não havia sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado.”.

O nosso assunto é unção de Deus, algo especial. Não, a Bíblia não diz somente que Jesus mata a maior de nossas sedes, a sede espiritual, que preenche o grande vazio que todos os homens carregam dentro de si. Não, Cristo nos dá muito mais que isso, através da presença de seu Espírito Santo. Rios de água viva fluem do interior daquele que se satisfaz totalmente em Deus, isso é condição de ungido, daquele que tem não somente para si, mas para os outros. Unção é águas vivas: o que são águas vivas?
Numa mina de água, a água brota do interior da terra, sim, depois ela pode ser represada, naturalmente, e formar riachos e rios. Mas em sua origem ela é viva, se movimenta e tem a pureza da natureza, potável ou não. O que busca a unção de Deus deve buscá-la na fonte, depois pode até compartilhá-la com os outros, mas o ideal é recebê-la em primeira mão diretamente de Deus. Esse é um privilégio não somente dos pastores, pregadores, profetas, cantores, ou levitas, mas de todo crente.
Quantas vezes nos sentimos secos, estorricados, como o chão de terra e areia de um deserto. Nesse tipo de terreno nada nasce e nada sobrevive, ministérios, relacionamentos, alegria e esperança morrem. Não é essa a vontade de Deus para seus filhos, seu plano é que sejamos terras férteis, onde rios de águas vivas brotem. Nesse terreno a vida abundante de Deus se desenvolve com liberdade e com qualidade.
Agora, no Novo Testamento, a unção não é mais algo transitório, um simples reflexo de Deus no homem, mas a presença real de Deus no ser humano, através do Espírito Santo. Isso só é possível através de Jesus, tomando-se posse pela fé da salvação que ele oferece e que nos coloca de novo em santidade, portanto, viáveis para ter plena comunhão com Deus.
Contudo, como já dissemos, o vaso humano é limitado, e o é assim por providência divina. A água do Espírito Santo, por mais excelente que seja, acaba rapidamente, ela também não pode ser estocada, isso nos lembra uma outra figura usada no Velho Testamento para alimento providencial de Deus: o maná. Ele não podia ser consumido depois de um tempo, salvo a exceção do sábado, ele tinha que ser consumido rapidamente, senão apodrecia.

Assim, Deus nos ensina a ser dependentes dele durante todo o tempo, se fosse diferente, com certeza nós, rebeldes como somos, estocaríamos e nunca mais pediríamos a ele a providência. Unção fresca, água viva, o maná dos céus, isso não é opção, é necessidade para quem quer se manter espiritualmente avivado.

quinta-feira, agosto 14, 2014

Unção (parte 3 de 8)

Um termo muito usado na Bíblia para se referir à unção, é óleo santo, vamos estudar um pouco sobre ele.

Então pegarás o óleo da unção e o ungirás, derramando-o sobre a cabeça.” (Êxodo 29.7).

A palavra “unção” em hebraico (“mishah” ou “moshah”) é usada para indicar um dom consagratório, uma porção sacerdotal. Quando utilizada com referência à unção, a palavra sempre é usada para modificar o termo azeite de oliva. Por vezes a expressão é ainda qualificada pela adição de outras palavras modificadoras como santo ou o próprio nome de Deus. O azeite da unção, o óleo santo ou o óleo de Deus, era feito a partir de uma combinação de azeite de oliva (azeitona) e especiarias (ervas aromáticas e condimentais), conforme Êxodo 30.22-33:

O SENHOR disse a Moisés: Reúne as principais especiarias: quinhentos siclos da mais pura mirra, e a metade disso, duzentos e cinquenta siclos, de canela aromática e de cálamo aromático, quinhentos siclos de cássia, segundo o siclo do santuário, e um him de azeite de oliva. Farás com eles um óleo sagrado para as unções, perfume composto segundo a arte de perfumista. Este será o óleo sagrado para as unções.
Ungirás com ele a tenda da revelação, a arca do testemunho, a mesa com todos os seus utensílios, o candelabro com os seus utensílios, o altar de incenso, o altar do holocausto com todos os seus utensílios e a pia com a sua base. Assim santificarás essas coisas para que sejam santíssimas; tudo o que tocar nelas será santo.
Também ungirás Arão e seus filhos, e os santificarás para me servirem como sacerdotes. E falarás aos israelitas: Este será para mim o óleo sagrado para as unções, através de todas as vossas gerações.
Não será usado para ungir o corpo de outro homem; nem fareis outro, de composição semelhante. Ele é sagrado, e será sagrado para vós. Quem vier a compor um óleo como este, ou com ele ungir um homem comum, será eliminado do seu povo.

Vejamos cada um dos cinco elementos com os quais se fabricava o óleo santo:

1 mirra: goma, resina aromática;
2 canela: cinamomo odoroso, um tipo de canela;  
3 cálamo: raiz aromática de uma espécie de caniço dos pântanos;  
4 cássia: árvore com flores amarelas que dá vagens cujas sementes são medicinais e perfumadas;
5 azeite: óleo extraído da azeitona.

O vocábulo também identificava a porção dos sacrifícios apresentados a Deus pelo povo a ser dada aos sacerdotes. Leia desde o versículo 28 para melhor entendimento, seguem o 35 e o 36 de Levítico 7:

Esta é a porção sagrada das ofertas queimadas do SENHOR reservada a Arão e seus filhos, desde o dia em que foram apresentados para servirem ao SENHOR como sacerdotes; no dia em que os ungiu, o SENHOR ordenou que os israelitas lhes entregassem essa porção, que é deles para sempre, através de suas gerações.”.

Eu penso que toda a criação, a natureza, a flora, a fauna, assim como o corpo do homem, depois de purificado pelo sangue de Cristo, são simbologias do mundo espiritual, do céu onde Deus habita e onde habitarão os salvos. Se Deus usou milhares de anos, ou somente uma semana de sete dias de vinte e quatro horas para criar o universo material, de um jeito ou de outro, ele o fez à sua imagem, a partir de sua natureza espiritual, não somente o homem, mas tudo. Não, não somos mais alguns no universo, somos obras muito especiais do Altíssimo, ninguém é igual a nós. Portanto, podemos aprender muito sobre a unção espiritual que seria derramada sobre os servos de Deus através do Espírito Santo, entendendo os elementos que eram usados para produzir o óleo santo que ungia o templo, seus objetos e os sacerdotes da antiga aliança.

A unção espiritual era legitimada, nos tempos do Antigo Testamento, pelo derramar de um óleo especial, feito de maneira específica e exclusivo para esse fim, sobre a cabeça do sacerdote. Por que era óleo de oliva perfumado, e não outro elemento? Com certeza o uso desse tipo de essência perfumada já deveria ser utilizado por outros povos e para outras finalidades, certamente para marcar algo diferenciado. Não acontece a mesma coisa conosco, atualmente, quando nos preparando para uma ocasião especial, depois de nos assearmos devidamente e pormos uma roupa melhor, usarmos um bom perfume que nos diferencie no meio aos outros? Mas com os sacerdotes isso era mais que especial, era único, raro, exclusivo, já que desempenhavam a função de levar diante de Deus a penitência e a adoração de toda uma nação.

O livro Cântico dos Cânticos, que narra o romance de uma mulher para com seu amado, nos dá a mais poética das comparações entre a Igreja e Cristo. Jesus, o sacerdote eterno tem o melhor cheiro, sua voz, seu olhar, sua presença deixa uma fragrância maravilhosa na alma daqueles que o buscam com santidade:

Capítulo 1, verso 3: “Suave é a fragrância dos teus perfumes; teu nome é como o perfume que se derrama. Por isso, as jovens te amam.”. Capitulo 3, verso 6: “O que vem subindo do deserto, como colunas de fumaça, perfumado de mirra, de incenso e de todo tipo de aromas das especiarias dos mercadores?”.

Afável, acessível e agradável, no cheiro e no toque, assim era o óleo perfumado, o óleo da unção, assim deveria ser o sacerdote ungido, assim é Jesus, o sumo sacerdote, “Rei Ungido”, tradução da palavra messias, vocábulo aramaico (“mashíach”), um dos títulos dados a Cristo (vocábulo com a mesma tradução do grego (“khristós”):

André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram João falar e seguiram Jesus. O primeiro que ele encontrou foi Simão, seu irmão; e disse-lhe: Achamos o Messias (que significa Cristo). E o levou a Jesus. Este fixou nele o olhar e disse: Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas (que significa Pedro).” (João 1.40-42).

O sacerdote recebia uma unção especial de óleo santo, lembro-me agora de nossos pastores, nossos sacerdotes atuais. Quantas vezes eles são desrespeitados, menosprezados, quando isso é feito, a unção de Deus que eles possuem também é tratada de modo leviano. Pecar contra pastores ungidos e legítimos é pecar contra o Espírito Santo, é pecar contra Deus.
Contudo, o Novo Testamento vai além, todos os convertidos são chamados de sacerdotes reais em I Pedro 2.9:

Mas vós sois geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz.”.

Não são todos que recebem a unção de Deus, no Velho Testamento eram somente os sacerdotes. Contudo, o nova e eterna aliança em Cristo nos ensina que todos os salvos são sacerdotes, indiferentemente das chamadas ministeriais, dos dons, das aptidões e funções que possuem dentro de uma igreja local. Usamos o termo levita para identificar aqueles que têm cargos especiais dentro da igreja, contudo, no rigor doutrinário bíblico, atualmente, no reino de Deus estabelecido por Jesus, todos os salvos são levitas, portanto todos somos sacerdotes e todos  temos direito à unção.
Muitas vezes é mais fácil compreender uma coisa não pela sua composição, mas pelas consequências que tal coisa provoca. O óleo deixava aquilo que era ungido com um cheiro bom e diferente, assim como com uma aparência brilhante. Tudo isso nos remete à santidade, cheiro bom e aparência repleta de brilho só tem aquele que se lava, que está limpo. Eis aí a primeira, e talvez principal, consequência daquele que tem unção: ele está santo.
Todavia o óleo nos exorta sobre uma outra característica da unção: exclusividade. Já que somente os salvos podem ser ungidos, essa é a característica é fundamental para o salvo que deseja ser usado por Deus de maneira eficaz. Criaturas de Deus, religiosos, pessoas comuns ou celebridades, podem ter outra coisa, mas não é unção, não a unção de Deus. Mesmo convertidos, se não buscarem e quiserem também não serão ungidos, mesmo possuindo os talentos humanos mais maravilhosos do mundo.
Nós devemos ter cuidado para não sermos enganados pelos ungidos falsos. Como saber se alguém está ungido por Deus? Já respondemos essa pergunta: em primeiro lugar porque nele há santidade, há a limpeza, o bom perfume, o brilho daquele que recebe a unção genuína de Altíssimo. Em segundo lugar por nele há poder de Deus atuando e dando frutos, falaremos sobre a seguir.

Fica aqui, contudo, um alerta: a unção não poderia ser feita com outro óleo e muito menos o óleo santo poderia ser usado para outro fim. Precisamos sentir no fundo de nossas almas o temor de Deus para respeitar essa unção: servir no templo sem ela, falsificá-la ou usá-la para fins diferentes, representava risco de vida.

quarta-feira, agosto 13, 2014

Unção (parte 2 de 8)

II. O perfume que vem do óleo

Vários produtos eram utilizados para unção com óleo na Bíblia. Antes de falarmos sobre a unção espiritual, vamos ver alguns aspectos citados na Bíblia sobre a unção feita com óleo (esse texto, especificamente, sobre óleo físico, foi retirado do site “Luz para o caminho” da Convenção Batista Brasileira, escrito por Walter Andrade Campelo, link: http://www.luz.eti.br/es_uncaocomoleo-parte1.html)

1. Azeite: o azeite de oliva simboliza uma vida útil e vibrante, sendo símbolo de regozijo, saúde e de qualificações de uma pessoa para o serviço do Senhor: "Porém tu exaltarás o meu poder, como o do boi selvagem. Serei ungido com óleo fresco." (Salmo 92:10 ACF)

2. Ungüento: gordura misturada com perfumes especiais que lhe davam características muito desejáveis. Era utilizado para ungir os pés dos hóspedes, simbolizando a alegria pela chegada daquele hóspede, e desejando-lhe boas vindas: "E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com ungüento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo." (João 11:2 ACF). Também como era utilizado no cuidado pessoal com o corpo, pois, é um excelente hidratante: "Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas. (3) Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas." (Daniel 10:2-3 ACF). "Lava-te, pois, e unge-te, e veste os teus vestidos, e desce à eira; porém não te dês a conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber." (Rute 3:3 ACF)

3. Óleos curativos: o óleo tem poderes curativos, permitindo amolecer feridas e purificá-las. O óleo quando misturado a certas ervas, pode proporcionar medicamentos poderosos para vários males. Não é de surpreender que os médicos em Israel tivessem desde tempos antigos conhecimento destas ervas e da forma de utilizá-las no processo curativo de doentes. "Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo." (Isaías 1:6 ACF). "E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;" (Lucas 10:34 ACF)

4. Ungüento fúnebre: este ungüento era utilizado na preparação do corpo para o sepultamento, como parte de um processo de embalsamamento: "Ora, derramando ela este ungüento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento." (Mateus 26:12 ACF). "E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galiléia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo. E, voltando elas, prepararam especiarias e ungüentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento." (Lucas 23:55-56 ACF).

Esses diversos tipos de óleos podiam ser aplicados em lugares diversos para finalidades diversas:

1. Na cabeça: o derramamento de óleo sobre a cabeça de um homem indicava que este homem havia sido separado para uma determinada tarefa a serviço do Senhor. "Então tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e beijou-o, e disse: Porventura não te ungiu o SENHOR por capitão sobre a sua herança?" (I Samuel 10:1 ACF). "Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda." (Salmo 23:5 ACF). "Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça." (Eclesiastes 9:8 ACF).

2. Na cabeça com efeitos cosméticos: "Em todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua cabeça." (Eclesiastes 9:8 ACF).

3. No rosto: a unção do óleo no rosto tinha como objetivo a hidratação, e a proteção contra as forças da natureza: "E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração do homem." (Salmo 104:15 ACF).

4. Nos pés: como já foi dito, este ato estava normalmente relacionado com uma recepção digna e alegre de um hóspede bem-vindo: "E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o unguento." (Lucas 7:38 ACF).

5. Sobre as feridas: neste caso o óleo é utilizado como medicamento, sendo que através de suas propriedades curativas próprias, ou em combinação com ervas ou outros produtos era deitado sobre as feridas. Há muitos relatos deste tipo de procedimento na literatura talmúdica1, e alguns na própria Bíblia Sagrada, os quais já foram anteriormente citados. "Volta, e dize a Ezequias, capitão do meu povo: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao terceiro dia subirás à casa do SENHOR. E acrescentarei aos teus dias quinze anos, e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade; e ampararei esta cidade por amor de mim, e por amor de Davi, meu servo. Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos. E a tomaram, e a puseram sobre a chaga; e ele sarou." (II Reis 20:5-7 ACF).


terça-feira, agosto 12, 2014

Unção (parte 1 de 8)

Compartilharei a partir de hoje, um estudo bíblico em oito partes, sobre unção (a parte final será postada dia 19/08/14). Não, a proposta não é esgotar o assunto, e o texto é mais uma reflexão sobre várias simbologias que a Bíblia cita sobre presença do Espírito Santo, do que um estudo mais técnico sobre o tema. Seja como for, espero que ele abençoe a sua vida.

          Introdução
I.       O brilho que vem do fogo
II.      O perfume que vem do óleo
III.     As águas vivas que fluem do interior
IV.     O mover do vento impetuoso
V.      A brancura das vestes
VI.     As virgens e as lâmpadas com azeite
          Conclusão

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Introdução

A palavra unção está em moda. Nos dias de hoje costumamos dizemos bastante que esse pregador, ou este cantor, é bom, ele tem unção, aquele outro é legal, mas não sinto unção quando ele fala ou canta. O que entra na área do sentimento, de ser constatado porque se sente, é subjetivo e relativo, abstrato e pessoal, e sendo assim, difícil de ser definido e não pode ser generalizado, o que um sente difere do que o outro sente. Pode ser uma coisa para uma pessoa, e outra coisa para outra, é variável.
Em se tratando de pregação, o estilo, a profundidade intelectual, ou não, as informações citadas, e mesmo a maneira como ela é falada, o tom, a altura da voz, a fisionomia, o estilo do pregador, podem agradar a um e desagradar a outro. Portanto, dizer que alguém tem unção, baseando-se nesses parâmetros, pode não ser justo, nem verdadeiro. Com a música então, que captura com muito mais capacitação os sentimentos humanos, com sua estética melódica e harmônica, com seus ritmos, muito mais do que com suas letras, essa subjetividade é bem mais forte.
Mas o que é unção? Não podemos negar que muitos artistas e outros profissionais do mundo, tem um tipo de carisma, que prende a atenção, apaixona, seduz, convence, eles tem uma espécie de “unção”, podemos dizer, uma “unção do mundo”. John F. Kennedy tinha um carisma muito forte e tocava a todos com seus discursos, Adolf Hitler também tinha, levou uma nação a pensar que podia conquistar o mundo, os Beatles tinham, Roberto Carlos tem, o ex-presidente Lula tem. Contudo, o carisma é apenas o brilho da maçã, não é a maçã, o seu conteúdo. Carisma e unção são conceitos que se confundem (carisma é palavra de origem grega e significa dom, quem tem carisma portanto é alguém que recebeu um dom especial e não merecido, de acordo com seu uso no Novo Testamento).
Por outro lado, muitos nos púlpitos, palcos, estúdios, produzindo pregações e canções para o público evangélico, também podem usar essa falsa unção, ao invés da verdadeira, e ainda assim tocar de maneira impactante os corações das pessoas.
Vamos refletir, com base na Bíblia, sobre esse assunto: unção, o que é, de onde vem, para onde vai e para que serve, obviamente, estaremos falando também do Espírito Santo, a pessoa da trindade que derrama a verdadeira unção sobre os homens. Quero me ater às figuras que as Sagradas Escrituras usam quando se referindo à unção, metáforas do mais dos poetas, Deus.

I. O brilho que vem do fogo

O primeiro sinal de que um homem tinha uma unção especial, registrado na Bíblia, foi o de Moisés quando desceu do monte Sinai, após ter tido um encontro com Deus. Ele já tinha tido um encontro, mesmo que em parte, no episódio da sarça ardente no monte Horebe, antes de começar a caminhar com Israel pelo deserto, vejamos essas passagens:

Êxodo 3.1-6: “Moisés estava cuidando do rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã, e levou o rebanho para o lado oposto do deserto, chegando ao Horebe, o monte de Deus. E o anjo do SENHOR apareceu-lhe em uma chama de fogo numa sarça. Moisés olhou e viu que a sarça estava em chamas, mas não se consumia. Então disse: Vou me aproximar para ver essa coisa espantosa. Por que a sarça não se consome?
E, vendo o SENHOR que ele se aproximava para ver, chamou-o do meio da sarça: Moisés, Moisés! E ele respondeu: Estou aqui. E Deus prosseguiu: Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos pés, pois o lugar em que estás é terra santa. E disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés escondeu o rosto, pois teve medo de olhar para Deus.”.

Um fogo que queima, mas não consome, porque não é um fogo físico, mas espiritual, a primeira constatação de Moisés. Depois ele insistiu que queria ver a face de Deus, mas o viu somente pelas costas, isso já no monte Sinai, conduzindo o povo pelo deserto:

Êxodo 33.18-23: “Moisés disse ainda: Rogo-te que me mostres tua glória. E o SENHOR lhe respondeu: Farei passar toda a minha bondade diante de ti e te proclamarei o meu nome, o SENHOR; e terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia, e me compadecerei de quem eu quiser me compadecer.
E disse mais: Não poderás ver a minha face, porque homem nenhum pode ver a minha face e viver. O SENHOR prosseguiu: Aqui está um lugar próximo de mim; ficarás aqui, sobre a rocha. Quando a minha glória passar, eu te colocarei numa fenda da rocha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu tenha passado. Depois, quando eu tirar a mão, verás as minhas costas; mas não se verá a minha face.”.

Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia”, muito forte isso, muitos não podem entender e nem aceitar isso. Aí reside alguma injustiça de Deus? Quer dizer que mesmo que alguém queira, isso não basta, Deus tem que querer também? É isso, mas quando Deus quer é porque olhou o coração do homem e viu nele verdade, contudo, não ache o homem que pode alguma coisa pelos seus méritos. Finalmente, quando Moisés desceu do monte Sinai, o fogo da presença de Deus resplandecia em seu rosto:

Quando desceu do monte Sinai, trazendo nas mãos as duas tábuas do testemunho, sim, quando desceu do monte, Moisés não sabia que a pele do seu rosto resplandecia, por ter Deus falado com ele. E quando Arão e todos os israelitas olharam para Moisés e viram que a pele do seu rosto resplandecia, tiveram medo de aproximar-se dele.
Então Moisés os chamou, e Arão e todos os líderes da comunidade foram até ele; e Moisés falou com eles. Depois chegaram também todos os israelitas, e ele lhes comunicou tudo o que o SENHOR lhe dissera no monte Sinai. Assim que acabou de falar com eles, Moisés cobriu o rosto com um véu.
Mas, quando ia à presença do SENHOR para falar com ele, Moisés tirava o véu até sair; quando saía, dizia aos israelitas o que lhe havia sido ordenado. Assim, os israelitas viam o rosto de Moisés com a pele resplandecente; e ele recolocava o véu sobre o rosto até entrar outra vez para falar com Deus.” (Êxodo 34.29-35).

Na minha interpretação, Moisés cobria o rosto não para esconder o brilho, mas para que o povo não a visse se esvair, já que o vaso humano é limitado demais para conter eternamente o fogo de Deus, pelo menos enquanto nesse mundo.
O ungido de Deus brilha, um brilho que vai muito além do físico, do material, um brilho espiritual, um brilho remanescente de um encontro íntimo com o fogo da santidade de Deus, um brilho que incomoda os pecadores, os que precisam ser limpos para poderem ver a face do Senhor. O ungido de Deus brilha porque está santificado pela presença de Deus.
Já tivemos uma experiência assim, de encontrar Deus de uma forma, que o brilho de sua santidade ficasse estampado em nós de forma que as pessoas percebessem com seus olhos essa unção?