Pelo
menos não até o momento, o inimigo do crente é o diabo. Contudo, algo que o
inimigo pode usar contra os crentes é engajá-los em falsas batalhas, e uma
falsa batalha que os púlpitos tem pregado bastante é que o sistema educacional
brasileiro, as escolas, os pedagogos, os professores estão se colocando como
inimigos à medida que defendem leis e mudanças que apoiam mais às exceções do
que a regra. Nem vou entrar no mérito da validade bíblica ou não de leis como a
do “cuidador”, etc, quero apenas refletir sobre esse falso confronto que acaba
sendo um tiro pela culatra dado por muitos líderes evangélicos.
Primeiramente
preciso dizer que sou a favor da prosperidade do crente, mas não a material
propriamente dita, mas a do homem interior. Creio que Deus quer e pode fazer
através do Evangelho uma transformação no homem que abrange todas as áreas: a
espiritual, em primeiro lugar, depois a emocional e a intelectual, e por fim,
quase que como consequências das transformações nas outras áreas, a transformação
das áreas físicas e materiais, aí, obviamente está incluída uma vida financeira
tranquila e equilibrada. (Apesar de ter usado o termo, sou absolutamente contra
a “teologia da prosperidade”, conhecida e amplamente divulgada por tantas
seitas hereges atuais).
Para
que o crente seja transformado espiritualmente ele precisa estar ligado ao
corpo de Cristo, ter uma vida de oração e estudo da palavra regular, e por fim
dar liberdade ao Espírito Santo para que a vida de Jesus se manifeste nele. A
transformação emocional vem à medida que o perdão, recebido de Deus, dado às
pessoas, e recebido das pessoas, quando possível, é experimentado. A
transformação intelectual, contudo, depende do esforço do crente, nos estudos,
na boa leitura, que em primeira instância vai auxiliá-lo a ter uma vida
profissional melhor, mais produtiva e mais remunerada, e consequentemente mais
próspera. É aí que entra o sistema educacional.
Quando
os pregadores, sem realmente conhecer o sistema educacional, o que pensam e
fazem sociólogos e pedagogos, professores, coordenadores e diretores de
escolas, dizem que todos esses profissionais apoiam leis e conceitos antibíblicos,
eles correm o risco de colocar, principalmente as pessoas com maiores limites
intelectuais, contra o sistema educacional. Muitos acabam achando que
professores e intelectuais são pessoas arrogantes e satânicas, e sendo assim
suas inimigas. Bem, de um inimigo a gente não quer aprender nada e muito menos
ser como ele é.
Que
o nosso governo, principalmente em esferas federais, está apoiando e
incentivando doutrinas satânicas, interessantes para a tal nova ordem mundial,
que pretende matar o cristianismo, destruir a família e escravizar um indivíduo
solitário e libertino que acha que pode tudo sem Deus, isso nós temos entendido
que é verdade. O pior é que a tendência é só piorar, à medida que o fim dos
tempos se aproxima. Contudo, muitos do sistema educacional, e mesmo outras famílias,
não realmente cristãs, como romanistas, esotéricas, de ateus, etc, também
possuem e lutam por um sistema social e familiar basicamente tradicional e bíblico.
Onde
o diabo ganha com tudo isso? Ganha à medida que os evangélicos se colocam numa
guerra que não existe. Quanto se faz o que não se deve, deixa-se de fazer o que
se deve, quando se luta a batalha errada, deixa-se de lutar na batalha certa,
portanto, o inimigo sai no lucro. Nossa batalha não é contra o sistema
educacional, nossos inimigos não são os intelectuais, professores, gente bem
estudada, ao contrário, Deus quer que todos nós também nos tornemos
intelectuais, professores e gente estudada.
Por
outro lado, gente que não estuda, que odeia professor e que vê intelectualidade
como algo do diabo, será facilmente manipulada pelos poderes deste mundo, pela
nova ordem mundial, pelo nosso governo vigente, nos últimos anos, pelo PT. Lutar
contra o ensino é formar uma classe sem informação, que se contenta com pouco,
e que votará em partidos populistas e manipuladores. Lutar contra o ensino é
ver os que estão em cima, muitos por merecimento, por capacitação, por esforço
e estudo, como inimigos, isso é injusto. Lutar contra o ensino é se contentar
com a situação em que se vive e muitas vezes desejar status e poderes, da
maneira errada. Lutar contra o ensino é apoiar e incentivar a marginalidade, o “jeitinho
brasileiro”, a ociosidade e a derrota.
Contudo,
precisamos entender de uma vez por todas duas coisas, essas são espirituais,
prioritárias, e certas:
1ª “O
mundo jaz no maligno”, e ele se posicionará, em médio ou longo prazo, em todas
as suas instâncias contra Cristo e contra os cristãos, portanto não nos
iludamos com qualquer tipo de apoio ou de complacência.
2ª
O novo testamento veio priorizar a transformação do homem interior, a
prosperidade espiritual é a única promessa absoluta de Deus, a material é
relativa, varia de caso pra caso, a experimentam em Cristo aqueles que sabem
gozar dela em Cristo e não se perderem, o que o Evangelho promete em termos
materiais é termos o suficiente, nem mais, nem menos.