segunda-feira, dezembro 31, 2018

Um 2018 com mais família!

      “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão. Como flechas na mão de um homem poderoso, assim são os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, mas falarão com os seus inimigos à porta.Salmos 127.3-5


      O mundo não precisa de melhores escolas, de melhor internet, de melhor administração política, não disso prioritariamente, mas precisa antes de pais e mães bem casados e perto de Deus que criem seus filhos próximos a eles sem delegar essa tarefa às escolas, internet ou ideologias políticas.

domingo, dezembro 30, 2018

Um 2018 com mais crescimento!

      “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.Hebreus 12.2-3

      Deixando as meninices espirituais, as criancices emocionais, a mágoa e o rancor que criam crianças velhas e monstruosas, não homens e mulheres adultos em Cristo, mas olhando, todos nós, para Jesus encarnado, nossa referência maior e melhor de ser humano que agrada a Deus.

sábado, dezembro 29, 2018

Um 2018 com mais sabedoria!

      “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.” João 14.26


      Sabedoria para entender a Bíblia de forma correta, no Espírito Santo, nos libertando de preconceitos e tradicionalismos, e praticando-a de fato. A palavra de Deus é o Espírito Santo, sem ele não podemos aprender a vontade de Deus no contexto histórico, social e cultural dos textos bíblicos.

sexta-feira, dezembro 28, 2018

Um 2018 com mais oração!

      “E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo. E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. E disse: Ah! Senhor Deus dos céus, Deus grande e terrível! Que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que o amam e guardam os seus mandamentos; Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado.Neemias 1.3-6


      Quando se foca em Deus em oração, a vida ganha novas prioridades, menos egoistas e mais graciosas, Deus chama mais que filhos ou servos, mas amigos com os quais compartilha intimidade, só nessa intimidade temos vitória no mundo espiritual. Feliz o homem que para de olhar para si mesmo e ora pelos outros, pela família, pelos amigos e até pelos que se colocam como seus inimigos.

quinta-feira, dezembro 27, 2018

Um 2018 com mais gratidão!

      “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as terras. Servi ao Senhor com alegria; e entrai diante dele com canto. Sabei que o Senhor é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto. Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome. Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração.Salmos 100


      Quando se agradece não se tem tempo para reclamar, quando se dá não se tem necessidade de exigir, a gratidão sempre oferece um retorno de esperança e paz, a gratidão honra o doador, não o dom. Gratos nunca estamos em falta, mas em abundância, nunca nos falta, mas sobra para dar aos outros.

quarta-feira, dezembro 26, 2018

Um 2018 com mais misericórdia!

      “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdiaMateus 5.7


      Damos o que recebemos, se é que nos permitimos, na humildade, receber. Só o que recebe misericórdia é misericordioso com os outros. Sem misericórdia exigimos dos outros algo que nem nós somos, sem misericórdia a vida fica pesada e solitária. O misericordioso recebe a todos sempre com o perdão, como se fosse, não a última noite, mas a primeira manhã. 

terça-feira, dezembro 25, 2018

Natal é paz!

      “Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” 

Lucas 2.8-14


      Paz na terra aos homens bons, em Cristo temos paz, um salvador que buscamos durante todo o ano, que adoramos nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano, um redentor que nos dá direito a uma vida tranquila, sem violência, sem estupidez, em paz com todos, e em nossos corações, mesmo com aqueles que não querem paz conosco, mas principalmente na ceia de natal com aqueles que mais nos importam, que de fato nos acompanham sempre em paz. 

segunda-feira, dezembro 24, 2018

Natal é vida!

      “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel.

      “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” 

Isaías 7.14, 9.6


      Natal é vida, não permitamos que fique em nossos corações qualquer intenção diferente, e é vida porque o aniversariante nos presenteia com vida, vida eterna para os que o aceitam como salvador. Assim, creiamos, confiemos e recebamos de graça a vida, plena, feliz, de paz, para seguirmos nunca sozinhos, mas na companhia de Jesus, maravilhoso, conselheiro, Deus forte, pai da eternidade e príncipe da paz, o Emanuel, Deus conosco. Com Deus conosco temos sempre vida em abundância.

domingo, dezembro 23, 2018

Natal é especial!

      “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.Miqueias 5.2


      Belém, cidade pequena, mas que Deus tornou especial com o nascimento de Jesus, Deus não escolheu Jerusalém, mas Belém, Deus não escolheu o filho de um rei, de um religioso importante, mas o filho de um carpinteiro. Que o natal seja um dia diferente que sirva de exemplo para vivermos os outros dias do ano, que mesmo aqueles que não foram criados com este costume, se esforcem e façam do natal um dia único, proporcionando um momento especial para os que amam, família e amigos. Mesmo num presente material, que pode ser limitado pelo poder aquisitivo, que não seja no afeto, que possamos dar aquilo que gostaríamos de receber, algo em que tivemos trabalho para escolher, algo que mostre o quanto o próximo nos é dileto. Quem dá algo especial para alguém especial se torna especial.

sábado, dezembro 22, 2018

Natal é fraternidade!

      “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e salvo, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta.” Zacarias 9.9

      Jesus podia ter vindo como rei, mas veio como filho de carpinteiro, teve uma vida digna, mas não de luxo, humilde. Assim, no natal, pensemos nos que pouco ou quase nada têm, doemos, nos doemos, irmãos evangélicos protestantes, tão ligados que somos a uma vida de fé, mas muitas vezes não de  obras, e como isso importa no natal, quando muitas crianças querem receber algum presente, algum cuidado diferente. Se no ano todo é tempo de salvação, muito mais no natal, quando o ser humano está sensíveil e carente de amor fraterno.

sexta-feira, dezembro 21, 2018

Natal é verdade!

      “E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas alparcas. Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo. E aconteceu naqueles dias que Jesus, tendo ido de Nazaré da Galiléia, foi batizado por João, no Jordão. E, logo que saiu da água, viu os céus abertos, e o Espírito, que como pomba descia sobre ele. E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo.Marcos 1.7-11


      Mesmo que não seja verdade que vinte e cinco de dezembro é a data real do nascimento do Messias, mesmo que exista tanto materialismo e comércio ligados a essa data no mundo, mesmo que o catolicismo tenha usado essa data para agradar os pagãos, ainda assim, natal representa o nascimento do único salvador. Jesus está acima de qualquer criador de religião, Jesus é mais que religião no sentido de conjunto de conceitos droutrinários e de ritos, Jesus é maior que Moisés, João Batista, Pedro ou qualquer outro, Jesus é a única religião, o “religare” de Deus, Jesus não é uma opção entre as verdades, Jesus é a verdade!

quinta-feira, dezembro 20, 2018

Natal é salvação!

      “Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” João 1.9-14

      Jesus é o salvador, nele Deus chama suas criaturas para serem seus filhos. Se tal missão só podia ser cumprida por Deus então podemos entender sua importância. Se há necessidade de salvação é porque alguém está perdido, sofrendo e condenado, quem? Eu, você, todos, assim, natal é alegria, é festa, é mesa farta, mas que nos lembremos que temos esse direito porque fomos salvos. Só o somos se fizermos uma decisão para isso, decisão que aprovada por Deus faz com que nasçamos de novo. O nascimento de Jesus nos mostra que podemos nascer novamente e sermos novas criaturas, agora filhos salvos em Cristo.

quarta-feira, dezembro 19, 2018

Natal é Jesus!

      “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; E dará à luz um filho e chamarás o seu nome Jesus; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” Mateus 1.18-21


      Natal é Jesus, ele é o aniversariante, o Cristo, Deus que se fez homem, distituído de todo poder divino, exposto a todas as tentações, mas ainda assim permanecendo sem pecado, por escolha, em constante oração, morrendo santo e ressuscitando santo, o santo cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, o salvador! Natal é Jesus, mais do que tudo e todos, tenhamos isso forte em nossos corações e mentes!! 

terça-feira, dezembro 18, 2018

Desvendando o verdadeiro mundo espiritual

"Arcanjo Miguel” esmagando o diabo (Guido Reni/1636)
"Arcanjo Miguel” esmagando o diabo (Guido Reni/1636)

Introdução

      “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.”
Mateus 22.29

      Nesta primeira reflexão do último mês de 2018, o Senhor, pela sua misericórdia e graça, me leva a refletir sobre o mundo espiritual, mas mais que uma contemplação sobre uma dimensão cheia de mistérios, o que com certeza já é muito intrigante, vou compartilhar uma prática cristã de suma importância para a vitória dos cristãos, a oração. Focaremos, contudo, um tipo especial de oração, em dois enfoques, cobertura espiritual e batalha espiritual. Para interagir com o mundo espiritual é preciso conhecê-lo de fato, a verdade sobre ele, não as mentiras que os seres espirituais do mal inventam para agradar os ouvidos dos arrogantes e inimigos do evangelho. Mentiras como a versão do espiritismo kardecista que descreve o mundo espiritual como um hospital ou uma grande casa de recuperação espiritual que prepara os espíritos para novas encarnações, pra citar uma, não condiz com as revelações do cânone bíblico.
      Cobertura e batalha espiritual não são termos novos, são assuntos presentes na Bíblia, mas que só receberam relevância das igrejas há um tempo relativamente curto, algumas décadas, pelo menos por uma parte maior delas. Alguns consideram esses conceitos até heresias, outros os praticam sem cuidado, bem, segue a interpretação dos assuntos por um cristão, para o qual os temas não são teorias, mas prática de vida. Você não precisa concordar com tudo, leia, ore, busque outras fontes, mas não deixe de considerar um assunto tão relevante. Conheça as escrituras, mas também prove o poder do Senhor, uma coisa não anula a outra, a experiência com Deus é completa e envolve todas as áreas humanas em plenitude. A reflexão é dividida em 17 partes, as compartilharei entre os dias 1 de dezembro e 17 de dezembro, convém ler todo o estudo que também publicarei na íntegra no dia 18/12/18.

18. As experiências de Abraão e Ló - Anjos Encarnados 
19. Como funcionam as coisas no inferno
20. Altíssimo Deus 
21. O anjo do Senhor 

1. Oração: perdão e louvor no nome de Jesus


      “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão.” 
Marcos 16.17-18

     Nossa arma mais poderosa e objetiva, contra males visíveis e invisíveis, é a oração, nela temos acesso direto a Deus, criador, sustentador, Senhor dos universos. Mas faço a você uma pergunta: você conhece todos os direitos que tem na oração, e se os conhece, os tem usado? A primeira coisa a se fazer, quando entramos na presença do Senhor em oração, é orar em nome de Jesus, e por mais nenhum outro intercessor. O nome de Jesus Cristo deve ser exaltado com convicção e clareza, essa é a vontade de Deus para seus filhos e o único meio legítimo de termos acesso à comunhão plena com Deus. Sim, em sua misericórdia, o Senhor ouve a todos, mesmo os idólatras e demonistas, que usam outras coisas e outros seres para terem comunhão com o mundo espiritual. Isso, todavia, é um estado de exceção que tem todos os limites inerentes àquilo que o homem faz em rebeldia, maldade ou simples ignorância. Contudo, mesmo aquele que se aproxima de Deus do jeito errado, se houver nele sinceridade, o Senhor em seu amor se revelará, abrindo-lhe os olhos espirituais e mostrando-lhe o poder exclusivo que há na intercessão de Jesus Cristo.
      Em segundo lugar, para continuar na presença de Deus e ter acesso às suas bênçãos, ore perdoado, assim, antes de adorar e de fazer pedidos, peça perdão, confesse-se, assuma seus erros, dê nome a eles de forma clara, da mesma maneira, perdoe, a si mesmo e aos outros. Se tiver um assunto mal resolvido com alguém entregue o assunto nas mãos de Deus, disponha-se a acertar o assunto e espere no Senhor uma oportunidade para falar pessoalmente com a pessoa, se isso for possível. Se não for, fique em paz. Agora, em nome de Cristo e limpo do pecado, vamos para aquilo que deve ser o centro das orações, e em numa quantidade maior de vezes, o motivo que basta para orarmos. Adore a Deus, por tudo, faça isso em uma adoração emocional e espiritual, permita que os dons espirituais se manifestem, é no meio dos louvores que a intimidade do Senhor é provada e muitos mistérios são desvendados. Só depois de tudo isso você estará pronto para pedir algo ao Senhor. Existem, todavia, solicitações que devemos fazer a Deus que vão além de pedidos sobre nossas necessidades de sobrevivência neste mundo, sobre nossas preocupações com o futuro, é sobre isso que se trata este estudo.
      Além do mundo físico, de enfrentá-lo em paz e com dignidade, o cristão precisa lidar também com o mundo espiritual, para poder dar cobertura espiritual à sua família e ser vitorioso. Temos que aprender a usar a autoridade que Jesus nos deu para estabelecer cobertura, proteção, para nós e principalmente para nossos próximos, cônjuges e filhos, assim como outros parentes e amigos, se o Senhor assim nos direcionar. Deus nos protege, mora em nós, mas neste mundo, na Terra, no céu físico ao redor de nosso planeta, estão os demônios. Esses espíritos malignos têm autorização de Deus para ocupar esses locais, assim eles podem se comunicar com os seres humanos. Essa comunicação não é assim livre, e nem, muitas vezes, racionalmente clara. Deus protege mesmo os ímpios, senão todos e sem nenhum motivo ficariam endemoniados, mas aqueles que dão legalidade podem experimentar ataques realmente violentos do mal, serem oprimidos com muita intensidade e mesmo possuídos. Por alguns motivos, contudo, a oração que fazemos pedindo proteção contra o mundo espiritual do mal, nos protege por um tempo, mas não para sempre, veremos sobre isso na próxima parte.

2. Oração: constância

      “Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará. Irmãos, orai por nós.

I Tessalonicenses 5.17-25

      Orai sem cessar, diz a orientação do apóstolo Paulo, isso porque por alguns motivos nossas orações parecem ter efeito temporário. A oração aceitando a salvação estabelece uma aliança eterna entre o homem e Deus, contudo, a manutenção da nossa vida e das nossas posses neste mundo, sejam materiais ou espirituais, carece de incessante intercessão. Um motivo da oração ter efeito temporário encontra-se num limite nosso, não de Deus, em nossa infidelidade, não do Senhor. Nós, cristãos convertidos e novos nascidos em Jesus, temos dentro de nós uma luta entre o nosso espírito ungido com o Espírito Santo e a nossa natureza carnal, que também é espiritual, e que só será tirada de nós totalmente quando morrermos em Cristo ou formos arrebatados. Essa natureza torna-nos volúveis, inconstantes, só Deus pai, em seu amor e paciência, para nos “suportar” e estar sempre pronto a nós receber. A nosso diferença, em relação aos não convertidos, é o Espírito Santo, esss está sempre inclinando-nos, chamando-nos para Deus, permitindo que o Senhor seja achado, mesmo em meio às maiores lutas e às dores mais difíceis. 
      Outro motivo da temporariedade da oração, é que o mundo espiritual do mal está sempre em movimento, ele não tira férias, o diabo está criando artimanhas em todo o tempo para nos oprimir, sempre nos tentando a desistir e fugir. Assim, mesmo que nos mantenhamos constantemente na presença de Deus, numa defesa passiva, uma atitude ativa de ataque ao mal é necessária para mantermos em paz e liberdade aquilo Deus coloca sob nossa responsabilidade. O lado bom disso é que aprendemos a vigiar todos os dias, isso faz com que nós não nos acomodemos, assim devemos orar sempre autorizando o Senhor a nos proteger. Todo o nosso crescimento como seres humanos e cristãos acontece nesse ambiente de lutas constantes, assim, acredite, isso é permitido por Deus, não é de nenhuma maneira alguma vitória do diabo. 
      Deus e o diabo não são duas forças iguais, em lados opostos, cujo embate dá equilíbrio ao universo. Essa crença, de muitas religiões, não é a da tradição judaica-cristã, não é Bíblica ou evangélica, não é verdadeira. Só existe uma força no universo, a boa, justa, iluminada e amorosa de Deus. Os diabos e os demônios têm um poder temporário e limitado, permitido pelo Senhor. Contudo, na alma humana, na cabeça e no coração do homem, enquanto neste mundo, existem duas influências iguais porque o homem tem livre arbítrio para escolher entre uma e outra, e isso ocorre em todo o tempo, por isso o cristão deve viver em oração. 
      Que temos que orar sempre, a maioria de nós já sabe, a questão é o que orar, com relação a essa guerra espiritual que os demônios fazem constantemente contra os homens? Como fazer essa cobertura espiritual sobre nós e nossas famílias? Para entendermos isso é preciso entender melhor o mundo espiritual. As próximas partes deste estudo explicam alguns conceitos importantes sobre batalha espiritual, anjos e demônios. O mais importante, contudo, é entendermos que só convertidos, orando em nome de Jesus, perdoadas e limpos, com um coração grato e liberto de mágoas ou vinganças, é que temos proteção espiritual de Deus para entrarmos no mundo espiritual e darmos cobertura para nossas famílias e lares. Uma quebra de qualquer um desses pré-requisitos criará uma brecha espiritual em nossas vidas que poderá nos colocar numa situação de fraqueza diante dos inimigos espirituais. 

3. A experiência de Daniel

      “Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas. Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com unguento, até que se cumpriram as três semanas. E no dia vinte e quatro do primeiro mês eu estava à borda do grande rio Hidequel; E levantei os meus olhos, e olhei, e eis um homem vestido de linho, e os seus lombos cingidos com ouro fino de Ufaz; E o seu corpo era como berilo, e o seu rosto parecia um relâmpago, e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como a voz de uma multidão. E só eu, Daniel, tive aquela visão. Os homens que estavam comigo não a viram; contudo caiu sobre eles um grande temor, e fugiram, escondendo-se.
      “E me disse: Daniel, homem muito amado, entende as palavras que vou te dizer, e levanta-te sobre os teus pés, porque a ti sou enviado. E, falando ele comigo esta palavra, levantei-me tremendo. Então me disse: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia. Agora vim, para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias; porque a visão é ainda para muitos dias.”
Daniel 10.2-7, 11-14


      Esta passagem de Daniel é um texto fundamental para entendermos mundo espiritual, ela nos dá argumentos a entender porque batalha espiritual é um tipo de oração diferente, que envolve movimentação de batalhões de seres espirituais. Ela começa com Daniel relatando um jejum de três semanas que fez, o interessante é que não foi um jejum forçado, mesmo que com boa intenção. A tristeza de Daniel, sua preocupação com o destino de seu povo o levou a se abster de comida, de bebida e de alegria, talvez o melhor exemplo do jejum correto relatado na Bíblia. Quantas vezes fazemos um jejum porque sabemos que precisamos, porque sabemos que é certo, porque sabemos que é por uma boa causa, mas fazemos porque sabemos, na cabeça, e não no coração. A primeira lição que o texto nos ensina é que o jejum correto é o Espírito Santo que nos conduz a ele e nele, nasce do coração de Deus e toca o nosso coração profunda. Assim nada justifica usar jejum como moeda numa barganha com Deus, fazê-lo para acumular créditos e poder comprar algo do Senhor.
      Seguindo com a passagem, então, após três semanas de jejum, de ser convencido que algo importante lhe seria revelado sobre uma situação importante, sim, porque jejum convence o homem, não Deus, Deus não precisa ser convencido, jejum prepara o homem, não Deus, Deus não precisa ser preparado, assim, após esse período de consagração, Deus fala com Daniel. Daniel tem a visão de um ser espiritual, as palavras iniciais do ser são maravilhosas, “Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras”, que alegria, que benção ouvir isso do Senhor. Desde o primeiro dia, sim, como foi dito, Deus não precisou das três semanas, no primeiro momento de oração de Daniel o Senhor já tinha visto a sinceridade e a necessidade de Daniel. 
      O ser espiritual faz então uma revelação especial, que não vemos constantemente na Bíblia: “Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia”. Note que o período de tempo que o ser espiritual disse que tinha durado a resistência do “príncipe do reino da Pérsia” é o mesmo tempo que Daniel passou em oração. Assim, podemos entender que a persistência de Daniel orando teve um motivo, aguardar que o mundo espiritual cumprisse seus objetivos. Mas podemos perguntar, até que ponto não foi a insistência do homem, a fé do homem, que de alguma forma fortaleceu os seres espirituais do bem para vencerem a batalha contra os seres espirituais do mal? Sim, porque o texto se refere a anjos e arcanjos, não a príncipes e soldados humanos. “Príncipe do reino da Pérsia” não é um líder humano, mas um ser espiritual do mal de alto escalão, por isso Miguel, “um dos primeiros príncipes”, um arcanjo do bem, foi ajudar o ser espiritual que trazia para Daniel a resposta de oração de Deus. Esse ser pode ser um anjo que foi ajudado por um arcanjo para vencer uma batalha espiritual contra demônios e diabos.
      Contudo, a resposta trazida a Daniel tinha muito mais que informações sobre o problema que seu povo enfrentava naquele momento, sobre os setenta anos de cativeiro de Israel, tinha a ver com um futuro distante e final de toda a humanidade. Ele recebeu uma coleção de profecias conhecidas como “as setenta semanas de Daniel”. Não somos nós que escolhemos ser profetas, ou receber profecias, é Deus quem chama e escolhe o profeta, e quem pensa que isso é legal, que é fácil, que é só a alegria de saber de coisas que ninguém mais sabe, engana-se. Os profetas que receberam as profecias mais significativas da Bíblia pagaram com a solidão, com o cativeiro, com a desaprovação mesmo de seu povo, o privilégio de serem bocas dos mistérios do Senhor. Deus é terrivelmente esplendoroso!


4. Hierarquias, castas e legiões


      Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” 
Efésios 6.11-12


     Principados, potestades, príncipes e hostes nos lugares celestiais, seres espirituais em lugares espirituais, no caso do seres do mal, em outra dimensão do céu físico ao redor do planeta e no planeta. Os seres espirituais, do mal e do bem, têm posições hierárquicas diferentes, os com posição superior têm mais poder que os de posição inferior, assim como superiores do bem lutam com superiores da mesma altura. Quando fazemos batalha espiritual lutamos contra esses seres, nessas referências espirituais, mas repito, ninguém precisa ter esse conhecimento para exercer a autoridade do nome de Jesus sobre o mal, fé em santidade no nome de Cristo bastam. Todavia, é bom entender (e crer) que muitas vezes, quando um homem ou uma mulher se levanta contra nós, eles podem estar direcionando ou /e sendo direcionados por seres espirituais do mal. Assim achar que armas humanas vão resolver essa questão, é um erro, guerra espiritual se vence com armas espirituais contra inimigos espirituais. 
      Quando demônios estão envolvidos em ataque direto, conversar com a pessoa que os mandou pode não adiantar, não só isso, tente chegar a um entendimento com o homem, mas repreenda os espíritos malignos também. Por favor, sejamos elegantes e sábios, não precisamos expulsar o demônios na presença da pessoa, na cara dela, principalmente se ela não for endemoniada. E mesmo que seja, penso que devemos ter cuidado para expulsar o ou os demônios, em primeiro lugar só fazendo tendo experiência com o assunto ou junto de alguém que tenha, e em segundo lugar com a permissão da pessoa. Se alguém não quiser ser limpo, é perda de tempo tentar exorcismo, assim, ainda com sabedoria, fale sobre o evangelho antes, ainda que muitas vezes só por isso o demônio já possa se manifestar.
      Mesmo que em oração possamos vencer os demônios que nos foram lançados por uma pessoa, mesmo que possamos anular a obra maligna, destrui-la, mesmo que possamos expulsar os demônios que estão no ar, não podemos fazer isso com as pessoas. Elas continuam com o livre arbítrio para seguirem desejando o mal ou o bem, contudo, quando anulamos suas ferramentas espirituais elas ficam amarradas, sem ação, pelo menos por um tempo. Numa situação assim convém estar em vigilância cercando as nossas vidas e de nossos próximos com o poder que há no nome de Jesus, pois como nos ensina Paulo “não temos que lutar contra carne e sangue”, não nesse caso. Todavia, as pessoas com mais relação com o mal e com seres espirituais malignos muitas vezes não ficam possessas, muitos bruxos e feiticeiros de alto nível não são possuídos espiritualmente, mesmo que tenham uma relação extremamente íntima com as trevas. 

      “E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo; E este, onde quer que o apanha, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai definhando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.” “E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele. E ele, clamando, e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto. Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou. E, quando entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram à parte: Por que o não pudemos nós expulsar? E disse-lhes: Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum.” 
Marcos 9.17-18, 25-29

       A passagem de Daniel capítulo 10 pode nos ajudar a entender a orientação final de Jesus no texto acima de Marcos, o motivo daquele tipo específico de espírito maligno, daquela casta, só sair com oração e jejum. Talvez porque fosse um ser espiritual de escalão mais alto, será que os mais altos têm mais poder por serem superiores de alguma maneira ou porque além disso são líderes que têm muitos demônios sob suas ordens? Assim, será que são mais fortes porque quando agem não agem sozinhos, mas com aqueles que estão debaixo de sua autoridade, numa legião? Por outro lado, será que é preciso tempo em consagração orando pela expulsão porque nesse período, assim como aconteceu com Daniel, é o tempo necessário para que um ser espiritual do bem, um arcanjo, só ou com um exército, lute contra o ou os demônios e os vença em batalha? A Bíblia não deixa isso claro, mas a orientação de Jesus foi clara, para batalhas espirituais esteja preparado, orando e jejuando. Cristo, estava, visto que expulsou o mal sem dificuldades, Jesus sempre estava preparado. Já os discípulos só estariam totalmente prontos depois da partida de Cristo e descida do Espírito Santo sobre eles.

      “E perguntou-lhe Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque tinham entrado nele muitos demônios. E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo.”
Lucas 8.30-31
      “Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?”
Mateus 26.53

      Os relatos de Lucas 8 e Marcos 5 sobre um mesmo acontecimento são importantes para entendermos alguns conceitos do mundo espiritual, um deles é “legião”. “A palavra legião é a designação da maior divisão do exército romano, com aproximadamente 6.000 soldados de infantaria e 120 soldados de cavalaria e ainda de tropas auxiliares para serviços especiais. Ou seja, um grande número de soldados que mostrava o poderio militar de Roma” (Fonte). Mas o termo também é usado na Bíblia para informar sobre um grande ajuntamento de anjos. Quando se refere a seres espirituais não podemos interpretar isso como uma quantização científica, mas com certeza o termo foi usado para significar um número bem grande, seja de demônios ou de anjos. Por que Jesus perguntou o nome do espírito maligno? Isso não é relatado em outros eventos de expulsão de demônios, bem, Cristo tinha discernimento espiritual, essa informação é importante para entendermos a gravidade da possessão, mesmo que para Jesus encarnado isso não fizesse muito diferença, ele estava sempre preparado em oração e jejum para tudo. Mas para nós hoje esse conhecimento importa, nos ensina que o assunto não é brincadeira, nem deve ser tratado de forma leviana.

5. Território espiritual

      “E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.) E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província. E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se no mar.” 
Marcos 5.6-13

      Os relatos de Lucas 8 e Marcos 5 sobre um mesmo acontecimento são importantes para entendermos muitos conceitos do mundo espiritual, um já citamos na parte 5 deste estudo, o outro é a territorialização dos demônios. Por que os demônios pediram a Jesus para entrarem nos porcos? Porque eles não queriam deixar aquela região geográfica, ou porque queriam continuar possuindo corpos físicos, mesmo que fossem de animais, de porcos? O texto de Marcos diz que os demônios pediram que Jesus não os enviasse para fora daquela província, o de Lucas diz que eles não queriam ser lançados no “abismo” (o que seria abismo, seria um lugar físico ou espiritual?) Seja como for, fica claro o desejo dos espíritos malignos de continuarem naquele território, presos aos porcos da região, lugar que conheciam e estavam adaptados e não no “abismo”.
      Quando dizemos território não queremos dizer a terra em si, mas o grupo social, a cultura, a sociedade humana do lugar. Os demônios habitam em todo o planeta Terra, mas eles se adaptam às culturas locais, assim, na África eles têm nomes e formas para os habitantes africanos, na Grã Bretanha terão outros nomes e formas, nos países nórdicos outros nomes e formas, na Índia, outros, no Japão, outros etc. Os seres espirituais do mal tiveram a mesma origem em todos os lugares, mas adaptados às culturas locais, têm nomes e formas distintos, assim, um demônio africano, via de regra, pode não querer ir para a Inglaterra, a não ser que africanos forem para lá. Isso explica a força do afro-espiritismo no Brasil e Américas, os demônios dessas religiões vieram pra cá junto da grande quantidade de africanos que pra foi trazida como escrava, por isso mantiveram nomes e formas da cultura africana, mesmo convivendo com a cultura portuguesa, italiana ou mesmo indígena que já existia nas Américas. 
      Demônios também se especializam em fraquezas e pecados locais, em uma região inclinam os homens para adultério e prostituição, em outras para suicídio e depressão, em outra para ganância e materialismo. É claro que de maneira geral, fazem todo o tipo de mal em todo o lugar, mas se prestarmos atenção notaremos males mais acentuados em determinadas regiões. No Japão o ritual “haraquiri” de suicídio deu origem aos “kamikazes” na segunda guerra mundial, e até hoje existe no país um alto grau de suicídio, isso está ligado a uma atuação demoníaca específica. Na Índia existe uma adoração muito grande de animais, de todo o tipo, isso é um tipo de atuação do mal, aliás a Índia, que ocidentais equivocados amam celebrar sua “espiritualidade”, sofre uma influência de demônios muito grande, dos mais diversos e sujos tipos. 
      Mas os demônios não são donos legítimos dos espaços, eles são ladrões que se aproveitam da fraqueza e rebeldia do homem. O planeta Terra foi dado originalmente ao homem, depois Canaã foi dada à nação de Israel, com a nova aliança em Cristo os convertidos têm responsabilidade pessoal sobre suas posses e suas famílias. Os demônios não são onipresentes nem oniscientes, apesar de espirituais eles são limitados, mas são comissionados, enviados para cumprir missões em lugares específicos e sobre pessoas específicas, assim, estabeleceu-se uma batalha espiritual por espaços físicos entre os cristãos selados com o Espírito Santo e os espíritos malignos. A arma do justo sempre foi a oração, vejamos a experiência de Daniel no capítulo 10 de seu livro, mas na nova aliança tem a autoridade no nome de Jesus. 
      Quando andamos pelo mundo, nas ruas, no trabalho, numa escola, no comércio, num restaurante, enfim, longe de casa e da igreja local que frequentamos, devemos orar pedindo proteção pessoal e individual. Nesses casos podemos, sem saber, estar cruzando regiões repletas de demônios que receberam legalidade para estarem lá por outras pessoas, mas esses lugares não são responsabilidades nossas. Mesmo assim, estejamos tranquilos, em trânsito, se estivermos em obediência a Deus e com oração e confissão de pecados em ordem, a mão do Senhor está sobre nós e nenhum mal nos toca (e mesmo enfieis Deus permanece fiel). 
      Se todos no planeta fossem convertidos e fizessem suas batalhas espirituais pessoais sobre sua posses e responsabilidades, demônios e diabos ficariam sem lugar para atuar, mesmo que presentes estariam amarrados. Mas a realidade é outra, enquanto vivemos o momento de livre arbítrio, onde a humanidade pode escolher se quer ou não ser salva, o planeta Terra está retalhado, por isso devemos lutar por aquilo que é nosso, e andar nos outros espaços com sabedoria e cuidado. Nossas prioridades são nossa família e nosso lar, conforme veremos logo mais.

6. Conquistando e mantendo espaço

      “Nós, porém, irmãos, sendo privados de vós por um momento de tempo, de vista, mas não do coração, tanto mais procuramos com grande desejo ver o vosso rosto; Por isso bem quisemos uma e outra vez ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu.
I Tessalonicenses 2.17-18
     “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças; Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso; Para que o manifeste, como me convém falar.” 
Colossenses 4.2-4

      O texto de I Tessalonicenses 2.17-18 faz uma revelação muita séria, Paulo, o apóstolo-teólogo que definiu a igreja cristã sobre o fundamento dos evangelhos, tanto fundador de igrejas quanto estudioso das revelações do Espírito Santo sobre o cristianismo, assume que foi impedido por Satanás de fazer algo, de ir até Tessalônica e ver os irmãos. Como lemos e relemos a Bíblia mas deixamos passar batido coisas importantes, sempre fazendo uma interpretação que nos convém, estabelecida por uma tradição de homens e não sensível à verdadeira voz do Espírito Santo. Se Paulo foi barrado por um diabo, ele, um soldado do Senhor do mais alto nível, quanto mais nós, tão envolvidos com as coisas deste mundo e não com a vontade de Deus. Eu particularmente fui edificado com o fato de um Paulo ter admitido o que admitiu, é bem difícil ver uma palavra assim sair das bocas de muitos pregadores atuais, que se postam como super-pastores, que parecem que nunca erram e que podem tudo. 
      Por outro lado, se Deus permitiu que essa passagem ficasse registada na Bíblia até os dias de hoje, é porque temos que saber e aprender algo com ela. Vencer o inimigo espiritual de nossas almas em oração é algo muito sério e muitas vezes não tão simples. Mas o diabo nunca tem vitória, isso é uma certeza, mesmo que seja habilidoso em criar situações que podem até jogar irmãos contra irmãos e que criam muitas vezes engodos difíceis de nos desvencilharmos, o que ele consegue realizar está sob a vontade permissiva de Deus. Se o Senhor autorizou-o a impedir uma ação do apóstolo foi com um objetivo, Paulo com certeza aprendeu algo com a experiência, algo de bom. Como diz a carta aos Romanos, “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (8.28).
      Batalha espiritual é conquista e manutenção de espaço, dando-nos direito de ficar, ir e vir com liberdade e em paz, por isso Paulo pede aos Colossenses no capítulo 4 da carta direcionada a eles que orem para que Deus lhe abra as portas. Só podemos realizar batalha espiritual sobre espaços que recebemos de Deus para dar cobertura espiritual. O espaço é físico, porém ocupado espiritualmente por seres espirituais do mal, os exércitos de espíritos malignos dos anjos caídos, que expulsos do céu espiritual, o terceiro céu, habitam agora o segundo céu espiritual, uma outra dimensão do céu físico ou o primeiro céu que fica ao redor do planeta Terra. Abrindo parênteses, classificar o céu em três níveis, é uma interpretação que me agrada, que é baseada naquilo que sabemos, sem complicar o assunto. Em II Coríntios 12.1-4 Paulo se refere ao Paraíso como o 3o. céu, os judeus acreditavam na existência de sete céus diferentes, a Bíblia não é tão específica sobre o assunto, fecho parênteses.
      Os espíritos malignos ganham espaço oprimindo e enganando aqueles que lhes dão ouvidos, e numa situação mais extrema de permissividade humana, possuindo-os. No antigo testamento o povo de Deus era uma nação física, Israel, assim a conquista de Canaã foi feita através de guerra e conquista de um território de terra. Israel tinha autorização de Deus para conquistar um território, mas não todos, limites foram estabelecidos e para cada uma das doze tribos. Mas Israel também tinha uma missão espiritual, testemunhar do Deus verdadeiro para as outras nações e se elas se rendessem ao Senhor e deixassem seus falsos deuses, Deus também as acolheria. 
      Na nova aliança, o povo do Senhor, os salvos em Cristo, constituem uma Igreja espiritual, não limitada por espaço físico, por nações ou outros tipos de territórios, agora a conquista não se faz mais por embates físicos, mas por fé no nome de Jesus através do amor de Deus. As igrejas crescem pregando o evangelho de redenção aos homens e não existe mais limites para isso, todos os que querem podem ser salvos e fazerem parte da Igreja universal e espiritual. Contudo, mesmo com essa nova referência de espiritualidade, de valores e virtudes interiores e não mais físicos, de uma salvação para todos, a batalha com os anjos caídos e seus demônios ainda se faz por força, não física, mas espiritual. Exatamente como isso acontece nos céus, nós não sabemos, o texto de Daniel 10 e as passagens de Apocalipse nos dão uma noção. Também não sabemos exatamente como atitudes humanas, na fé e na consagração, interferem nessa batalha, novamente as passagens de Daniel 10, Lucas 8 e Marcos 5 nos dá algumas informações a respeito, como já estudamos.

7. Mundo espiritual: tenhamos consciência dele

      “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.” 
Tiago 5.13-18

      O texto de Tiago capítulo 5 encanta pela objetividade, ele não fica “viajando” no problema, como que tentando achar quase que uma justificativa para que permaneçamos nele e não busquemos resolvê-lo, coisa que muitas religiões e psicologias fazem. Ele diz, está aflito? Ore. Está contente? Louve. O problema é complicado para resolver sozinho? Peça ajuda aos líderes. A oração de fé curará o doente e perdoará o pecador, simples assim. E não há desculpas para não se resolver o problema em Deus, mesmo Elias, que tantos milagres provou e fez, era homem como nós. Por isso amamos o Espírito Santo e as palavras que ele permitiu que fossem registradas no cânone bíblico, glória a Deus por isso. 
      De maneira geral, a orientação que Deus deixou na Bíblia para nossa relação com o mundo espiritual é assim, simples, sem complicações, a permissão de Deus para a construção do cânone bíblico visou atingir a todos e de todos os tempos. O homem e os diabos, sendo que nem importa se x influencia y ou se é o contrário, o mais certo é que o mal conhece o mal e quando um quer se afastar de Deus encontra no outro um sócio, que seja, diabos e homens sempre mostram um mundo espiritual complicado, misterioso, cheio de níveis e portais. A intenção das trevas é impedir que o homem conheça a luz, assim como mentir sobre elas mesmas, os diabos não se mostram como seres espirituais rebeldes e condenados, que já foram destruídos na obra redentora de Jesus o messias. Eles se mostram como seres de luz que podem dar ao ser humano mais do que Deus dá, sempre insistindo no mito de Prometeu.
      Contudo, mesmo na simplicidade poderosa do evangelho, e toda sabedoria verdadeira é sempre simples, a Bíblia nos ensina muitas coisas sobre demônios, se tivermos consciência delas entenderemos que é preciso sabedoria sobre o que oramos e como oramos. Algumas orações não podem ser feitas sem que o Senhor nos autorize, não é sábio sair orando por qualquer um e de qualquer jeito, não quando nos envolvemos mais profundamente com o mundo espiritual. Deus ouve a todos e a todos responde, ninguém precisa ser técnico ou doutor para orar. Mas quem quer amadurecer e ter uma vida de oração mais eficiente, aprenderá, com o próprio Espírito Santo, os caminhos da intimidade com o Senhor. Nessa intimidade podemos até receber de Deus uma chamada mais específica para entrar em batalha espiritual, não só por nossas vidas e de familiares, mas também por grupos e regiões maiores. 
      Por que não devemos entrar em batalha espiritual sem orientação de Deus? Porque podemos entrar em embates que não são nossos, que Deus não nos autorizou a entrar, e portanto nos expormos a inimigos que não poderemos vencer simplesmente porque não é assunto nosso e nem estamos preparados, pelo menos não naquele momento. Assim, cuidado, contudo, uma certeza podemos ter, aqueles que estão dentro de nossos lares, cônjuges, filhos ou outros, esses estão sobre a nossa responsabilidade de oração, portanto podemos colocá-los sobre nossa cobertura espiritual. Assim, todo pai é toda mãe pode fazer intercessão por suas famílias e usando a autoridade dada por Jesus a eles para destruir as obras do diabo. 
      As igrejas cristãs precisam ter esse conhecimento, principalmente muitas protestantes tradicionais, que infelizmente, apesar de estudarem tanto a Bíblia, parecem não achar que essa relação com o mundo espiritual seja aprovada pela doutrina, pelo menos, não nos dias de hoje. É urgente que entendamos que o território espiritual sobre e na Terra está dividido em regiões geográficas físicas e que nos cabe lutar com as armas certas para manter os nossos territórios, nosso lar e nossa família, um lugar especial, um território físico e espiritual nosso, pelo qual temos responsabilidade, mas também um lugar que o mal tem muito interesse em oprimir. 

8. Cobertura espiritual: prioridade para a família

      “Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse: Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos dias vindouros; Ajuntai-vos, e ouvi, filhos de Jacó; e ouvi a Israel vosso pai.” 
      “Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão. Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos. Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas. Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite.”
      “Todas estas são as doze tribos de Israel; e isto é o que lhes falou seu pai quando os abençoou; a cada um deles abençoou segundo a sua bênção. Depois ordenou-lhes, e disse-lhes: Eu me congrego ao meu povo; sepultai-me com meus pais, na cova que está no campo de Efrom, o heteu
Gênesis 49.1-2, 8-12, 28-29

      No antigo testamento vemos muitas vezes pais, profetas e anciãos dando a bênção para os mais jovens ou filhos. Com a idade que tenho, ainda vivi em minha geração, o costume, no meio de descendentes italianos católicos de minha família, algo semelhante. Lembro-me de minha mãe me orientando a pedir a benção para o avô ou o “nono” (termo italiano), sempre que chegávamos ou saíamos de casas onde eles estavam. Eu acho isso positivo, um costume que deveríamos manter, principalmente entre cristãos realmente salvos e convertidos. Além de ensinar aos mais jovens respeito pelos mais velhos, lembra aos mais velhos a responsabilidade que eles têm sobre os mais novos, assim como a pastores e outros líderes de igrejas. Infelizmente essa igualdade exigida atualmente, onde ninguém quer ser menor e todos pensam ser superiores, empodera os despreparados e intimida os que deveriam tomar a frente da família, da igreja e da sociedade.
      A passagem de Gênesis capítulo 49 relata a bênção final de Jacó a seus filhos, uma bênção poderosa, na hora da morte, mas muito mais que isso, relata o patriarca da nação de Israel profetizando sobre as doze tribos, revelando o futuro e mesmo antevendo o reinado de Davi e o messias que nasceria da tribo de Judá. Essa bênção é uma maravilhosa oração de cobertura espiritual de um pai sobre seus filhos, vislumbrando os limites de seus territórios, sociais e espirituais, que na unção e intimidade com Deus de Jacó vai muito além de suas vidas presentes, mostra tempos vindouros e descortina tanto boas quanto coisas ruins. Tivéssemos nós tal temor a Deus para acobertarmos debaixo de nossas preces, com tanta autoridade e profundidade, nossos filhos, ensinando-os mais que conceitos morais e independência econômica, mas os princípios fundamentais do andar com Deus e de seus planos para os homens. Proteção espiritual à família, e quando dizemos família nos referimos a nossas famílias como homens e mulheres que deixaram de viver debaixo do mesmo teto dos pais e agora vivem com cônjuges e filhos, essa é a cobertura espiritual que temos como prioridade em nossas vidas. 
      A primeira orientação sobre cobertura espiritual é orarmos a Deus pedindo proteção e tomando posse dela sobre nossos lares, mas mesmo que um filho, por exemplo, estude em outra cidade e more em um outra casa, a casa dele espiritualmente é a nossa, e como pai e mãe, já que ele ainda não é independente, somos nós que damos a ele cobertura espiritual. Isso pode valer também para pais viúvos ou mesmo para irmãos solteiros, mas devemos sempre buscar a orientação de Deus para saber quem colocar debaixo de nossa cobertura espiritual. Eu já orei por anos por um parente próximo, mesmo que ele morasse sozinho e tivesse independência financeira, mas em um determinado momento Deus me disse para não orar mais por ele. Enquanto que em outro caso, também um parente muito próximo, só quando enviuvou é que o Senhor me mandou colocá-lo sob a minha cobertura, assim quando oro por minha família e residência, oro também pela pessoa e pelo lugar onde ela mora.
      Quando oramos, tenhamos no coração e na mente toda a nossa casa e as casas dos que estiverem sob nossa responsabilidade, oremos com calma e com clareza, e se possível em voz audível, não necessariamente aos berros. Intercedamos pelos cômodos da ou das casas, sobre os quatro cantos delas, o teto, o chão, as portas, as janelas e todas as entradas e saídas, e na autoridade do nome de Jesus estabeleçamos proteção espiritual. Expulsemos em nome de Jesus todo o mal, dos locais e das vidas, nas esferas física, emocional e espiritual. Mesmo a proteção contra insetos, roedores, répteis e outros animais, pode ser pedida em oração. Jesus disse que se pisássemos em escorpiões nenhum mal sofreríamos, não foi? Obviamente, todo o cuidado espiritual deve ser acompanhado dos cuidados físicos, do que adianta orarmos pedindo proteção contra escorpião, se não tomamos cuidado com lixo, quintais, esgotos e comunicação entre nossa casa e as ruas, calçadas e terrenos baldios próximos? Sejamos sábios, espirituais mas racionais também.
      O raciocínio é simples, se expulsamos algo de um lugar ele sai de lá e vai para outro lugar, a ação maligna, a obra do mal, pode ser anulada, mas o demônio não desaparece simplesmente. Assim, podemos determinar para onde o espírito maligno expulso irá, isso é importante pois se expulsarmos o mal de alguém, sem determinar para onde ele vai depois que sai da pessoa, ele pode voltar para nós ou para as pessoas e lugares para os quais damos cobertura. A cobertura abre o mundo espiritual, para o bem, mas também para o mal, se for feita sem cuidado, por isso sua seriedade. Na ausência da intimidade e autoridade que Jesus tinha com e sobre os demônios, que perguntou o nome deles e autorizou a solicitação deles irem para os porcos, relato de Marcos 5, podemos dizer, “demônios saiam desse local e vão para o lugar que o Senhor tem determinado pra vocês, longe da minha vida, minha casa e minha família”. É importante que isso fique bem claro.
      Mas o mal não entra só por portas físicas, nesses tempos modernos ele pode entrar também por portas virtuais, portanto, tenhamos cuidado com o que assistimos na TV e pela internet, em celulares, tabletes, computadores. Oremos também por esses aparelhos pedindo a Deus que nos fortaleça contra as tentações midiáticas, assim como expulsando qualquer demônio que possa ter entrado por esses meios. Só assistir um vídeo pornagráfico já pode dar brecha para um demônio oprimir nossa casa. Mesmo momentos em que recebemos visitas, especialmente quando elas não são cristãs, devem ser acompanhados de oração. Quando alguém entra em nossa casa pode estar trazendo, mesmo sem saber, demônios, mas que na oração oportuna e certa não passará da porta. Tenhamos cuidado também com presentes, oremos sobre eles assim que os recebermos e antes de usá-los. Tenhamos cuidado principalmente com pessoas próximas a religiões espíritas ou ocultistas, que declaradamente buscam comunicação com espíritos malignos.

9. Batalha espiritual: cuidados que devemos ter

       “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”
 Tiago 4.7

      Um novo convertido ou alguém sem conhecimento bíblico ou teológico sobre o mundo espiritual, se estiver com a vida limpa e em plena comunhão com Deus, já está protegido, repito, ninguém precisa ser técnico ou doutor em doutrina para ter os direitos espirituais conquistados por Cristo em sua morte e ressurreição. Por outro lado, que o conhecimento do mundo espiritual não nos torne psicóticos, levando-nos a ver demônios em tudo ou colocando neles a culpa por tudo. Deus conhece cada coração, sabe dos limites de cada um, assim como o evangelho é disponibilizado a todos os que creem, sejam do tempo, nação, raça, poder aquisitivo, formação acadêmica ou faixa etária que forem, indiferentemente de seus conhecimentos intelectuais sobre este ou aquele ensinamento. O versículo de Tiago 4.7 nos ensina isso de forma simples.
     Com relação à extensão de nossa área de cobertura espiritual, podemos orar a Deus pedindo a salvação de nossa cidade, a restauração de nosso país, mas é diferente de entrar em batalha espiritual por essas localizações geográficas, é diferente de estabelecer sob nossa responsabilidade uma cobertura espiritual. Qual a diferença? Uma oração conversa com Deus, procura tocar seu amor com a nossa sinceridade. Nesse diálogo sincero podemos pedir qualquer coisa, como filhos falando com o pai, sejam filhos pequenos que só pedem brinquedos ou os mais maduros que só querem conselhos para poderem ser independentes. Já batalha espiritual é outra coisa, usa da autoridade espiritual em Cristo para ordenar a demônios que façam isso ou aquilo. Quem faz batalha espiritual reinvidica o direito de cobertura espiritual sobre um território espiritual, consequentemente sobre os espíritos malignos que tentam dominá-lo. 
      Podemos orar pelo Brasil, mas não entrar em batalha espiritual por ele, não sem autorização de Deus, e pessoalmente não penso que Deus autorize alguém a entrar nesse tipo de batalha épica, isso porque não creio que o Senhor coloque cobertura espiritual sobre um país inteiro sob uma pessoa ou um grupo de pessoas. Se um assunto assim tão importante fosse vontade de Deus estaria enfatizado na Bíblia, assim dizer “Jesus é Senhor desta cidade”, frase que muitos políticos evangélicos gostam de por nas entradas dos municípios, a priori, não tem base bíblica. Deus é Senhor das vidas daqueles que se entregam a ele, Jesus é Senhor dos cristãos verdadeiros de uma cidade, mas neste tempo presente, debaixo da permissão de Deus, os demônios dominam grande parte dos municípios, estados e países. 
      Não está errado dizer “Jesus é Senhor da cidade de São Paulo”, Deus é dono de tudo, mas é perigoso entrar em batalha espiritual por um território assim ou dar cobertura sobre ele. Na verdade quem, a princípio, pode reivindicar isso seria um prefeito e isso se fosse cristão, mas ainda assim um prefeito é eleito para administrar bem uma cidade para todos, cristãos e mesmo satanistas. Um prefeito é uma autoridade do mundo, não da Igreja. O Senhor é quem sabe, meu conselho, contudo, é, cuidado com o mundo espiritual, não o tema, mas respeite-o. Em Cristo como indivíduos estamos protegidos em todas as esferas, em todos os níveis, neste mundo e no outro, e através da cobertura espiritual legítima podemos proteger nossas famílias. Este mundo, contudo, em sua totalidade, só será restaurado no final, e só aí os demônios serão todos lançados no Inferno. Até lá conviveremos com eles em vitória, com eles fugindo de nós, à medida que andamos na luz de Cristo.
      Um entendimento que podemos ter, baseados na tradição cristã, naquela doutrina mais comum entre as igrejas protestantes evangélicas, que dispensa tanto conhecimento profundo sobre mundo espiritual e que pode ser praticado (e é) pela maioria, é que não precisamos ter consciência que uma guerra espiritual é travada entre seres espirituais do bem e do mal. Daniel capítulo 10 pode nos levar a concluir que o profeta teve conhecimento que anjos e arcanjos lutavam contra demônios e diabos porque o anjo veio e revelou isso a ele, caso contrário ele teria orado, teria recebido o consolo do Senhor na resposta e fim. No máximo o ser espiritual teria dado a resposta a Daniel, mas sem informar-lhe detalhes de sua demora por vinte e um dias. Dessa forma, bastaria ao homem de Deus orar e crer, em santidade e com toda a alma, que o resto Deus faria indiferentemente de Daniel ter ou não consciência do mundo espiritual. Sob última instância, na verdade, tanto faz, pela menos para a maioria de nós, mas talvez a revelação das “setenta semanas de Daniel”, contendo profecias importantes sobre o final dos tempos de todo o planeta terra, merecia mais detalhes. Seja como for poucos têm a chamada profética de Daniel ou de João o evangelista.
      Outro aspecto é que alguns dizem que fazer batalha espiritual é dar ordens a Deus, é o tal do “determinismo”, e que isso o homem não pode fazer. Contudo, Jesus disse que nos deu autoridade, autoridade em seu nome, se ele deu a autoridade ela é nossa, então, baseados na Bíblia, podemos orar dizendo “em nome de Jesus eu fecho esta casa contra todo ataque maligno, se há algum demônio aqui, eu expulso no nome de Jesus, se alguém fez alguma obra do mal contra minha casa e as pessoas sob minha cobertura, eu destruo tal obra no nome de Cristo”. Veja que a oração não diz “Deus destrua”, mas, “em nome de Jesus, eu destruo”, Deus não precisa de autoridade, ele já a tem, mas nós a recebemos em o nome de Jesus e podemos usá-la limpos do pecado e sob ordem do Senhor. Algumas coisas, algumas palavras, todavia, são apenas detalhes, dizer eu destruo em nome de Jesus ou Deus destrua em nome de Jesus, não tem assim tanta relevância. O mundo espiritual não é uma ciência exata, não sob as referências físicas, ele é experimentado pela fé e fé é algo pessoal, o que vale é a convicção de cada coração. Contudo, alguns cuidados extremados com as palavras podem não ser sabedoria, mas covardia, e quem entra em batalha espiritual não pode se acovardar. 

10. Anjos, arcanjos, serafins, querubins e seres viventes
      Anjos, arcanjos, serafins, querubins, seres viventes, o mundo espiritual do bem, dos servos de Deus também é complexo. São seres diferentes, com funções diferentes, vão muito além dos anjos que popularmente são mais conhecidos, e isso são os citados no cânone bíblico, quem sabe se não existem outros? 
  • Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João.”  E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas.” (Lucas 1.13, 19): pelo que entendemos, anjos funcionam como carteiros divinos, entregam mensagens de Deus aos homens. Em passagens do antigo testamento ele são confundidos com homens, por causa de suas aparências, pelo menos no momento em que estavam naquelas situações. Gabriel foi o anjo que anunciou o nascimento de Jesus a Maria e de João Batista a seus pais. Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos.” (Hebreus 13. 2). 
  • Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda.” (Judas 1.9): o arcanjo conhecido é Miguel, pelo que entendemos em Daniel ele tem uma função militar importante no mundo espiritual, um líder, um príncipe, que lidera batalhas contra os demônios também de alto escalão (Daniel 10).
  • No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” (Isaías 6.1-3): na passagem de Isaías vemos serafins servindo diretamente junto ao trono de Deus, com três pares de asas, mas só duas eram usadas para voar, duas estavam sobre seus olhos e duas sobre seus pés, seriam para protegê-los da santidade do Senhor? Os pés tocam o chão e os olhos podem ver qualquer coisa, são as partes que se sujam, mesmo não intencionalmente.
  • E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.” (Gênesis 3.24): os querubins aparecem em Gênesis como guardas poderosos, também com uma função militar, como os arcanjos.
  •  “E do meio dela saía a semelhança de quatro seres viventes. E esta era a sua aparência: tinham a semelhança de homem. E cada um tinha quatro rostos, como também cada um deles quatro asas. E os seus pés eram pés direitos; e as plantas dos seus pés como a planta do pé de uma bezerra, e luziam como a cor de cobre polido. E tinham mãos de homem debaixo das suas asas, aos quatro lados; e assim todos quatro tinham seus rostos e suas asas. Uniam-se as suas asas uma à outra; não se viravam quando andavam, e cada qual andava continuamente em frente. E a semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem; e do lado direito todos os quatro tinham rosto de leão, e do lado esquerdo todos os quatro tinham rosto de boi; e também tinham rosto de águia todos os quatro. Assim eram os seus rostos. As suas asas estavam estendidas por cima; cada qual tinha duas asas juntas uma a outra, e duas cobriam os corpos deles. E cada qual andava para adiante de si; para onde o espírito havia de ir, iam; não se viravam quando andavam.” (Ezequiel 1.5-12): os seres viventes que Ezequiel viu são pra lá de estranhos, complexos, parecendo mais “máquinas” espirituais que realmente seres, contudo, o profeta os chama de seres viventes que se moviam pelo Espírito de Deus, parece que para ressaltar que eles realmente estavam maravilhosa e espetacularmente vivos. 
      Deus é um criador maravilhoso, um artista, o maior de todos, de quem toda arte, estética, beleza de forma mas também de conteúdo procedem. A natureza do planeta Terra é um museu vivo da obra artística de Deus. Sim, ele usou milhares de anos em evolução e mutação, adaptando função ao ambiente, desde o “big bang” cósmico para fazer isso. Ou não, a criação descrita em Gênesis não é metafórica mas real em termos de espaço e tempo, contudo, a verdade é que para o cristão genuíno e sábio, não faz diferença. Criação instantânea ou processo evolucionário, tanto faz, só não vale brigar por isso com os inimigos de Deus, que não querem uma explicação científica para tudo, mas argumentos para deixarem Deus fora da equação universal. 
      Todavia, a arte divina que vemos é só uma pequena parte, quem sabe o que há por este universo afora, em outros mundos, em outros sistemas solares, em outras galáxias? E muito mais que isso, quem sabe o que existe no mundo espiritual, lutando pelos homens, servindo no trono de Deus, preparado para nós na eternidade, quem sabe? Seres espirituais, “animais espirituais”, “máquinas espirituais”, “construções espirituais”, Deus vai muito além de nossa compreensão, de nosso entendimento, de nossa inteligência. A bênção que recebemos do Senhor é que mesmo limitados, encarnados, em pecado, temos um dom maravilhoso em nós, a arte. Através dela, na música, na literatura, nas artes plásticas, na dramaturgia, no cinema, podemos imaginar coisas magníficas, e mesmo que sejam só esboços, comparados com a realidade de Deus, vale a pena, é um dos consolos que o Senhor nos dá.

11. DiaboS

      Alguns estudiosos da Bíblia e do mundo espiritual dividem o reino das trevas em quatro poderes, e não em somente um. Dizem eles que o diabo não é um só, existem quatro principados principais, que agem juntos, e que são responsáveis por quatro épocas distintas da humanidade. A Bíblia pode se referir a eles como sendo simplesmente o diabo, ou mesmo usar um de seus vários nomes para identificar todos. Essa divisão em quatro, não é consenso, nem entre satanistas, mas ela é interessante pela relação que faz de quatro diabos com quatro dos elementos da natureza. A nós interessa saber que no nome de Jesus temos autoridade sobre o inimigo, seja o diabo ou o demônio que for. Mas vamos aos  quatro diabos:
  • Lúcifer seria o 1º diabo, em ordem cronológica que apareceu na Terra, ele agiu no Éden, tentou Adão e Eva e quis impedir a ordem de Deus para os homens de se multiplicarem e conquistarem a Terra, é o diabo do elemento terra e tentou concentrar o homem em grandes cidades como em Babel - veja Isaías 14.12.
  • Belial seria o 2º diabo, que agiu da entrada do povo em Canaã até a vinda de Jesus, é o diabo do elemento ar, veja que a grande batalha de Daniel 10 se travou numa região espiritual acima da terra - veja também Juízes 19.22.
  • O 3º diabo seria Satanás, o chamado "estrela da alva" que a Palavra relata como sendo o que era responsável pela adoração e que foi expulso do Santo Monte, é o diabo do elemento fogo, talvez o que mais conhecesse a Jesus, mesmo de antes da encarnação, e mesmo que não soubesse que Jesus de Nazaré era o Cristo, até o último momento, tinha mais condições de tentar destruir a obra da redenção - veja Jo 1.6.
  • O 4º diabo e o último é Leviatã, o dragão ou a serpente que emerge das águas, é o diabo do elemento água - veja Apocalipse 12.9.
      Alguns nomes dados aos seres espirituais do mal, significados das palavras nos idiomas originais e etimologia: 
  • Satanás ou Satã (do hebraico שָטָן trasnl: Satãn, adversário, no koiné Σατανάς Satanás; no aramaico צטנא, em árabe شيطان) é um termo originário das religiões Abraâmicas do Mediterrâneo geralmente aplicado à encarnação do Mal em religiões monoteístas. Origem e etimologia: A palavra שָטָן (significando [adversário]) assim como o árabe الشيطان (shaitan), derivam da raiz semítica šṭn, significando hostil. O Tanakh utiliza a palavra שָטָן para se referir a adversários ou opositores no sentido geral assim como opositores espirituais. Há registros, cronologicamente próximos, que a palavra Satanás, se origina diretamente da palavra Sátiro (do grego Σάτυρος — Sátyros) em cultura teológica grega. Identidades como a flauta, citada em Ezequiel 28, e imediata similar forma de representações físicas. Chifres, pernas caprinas e troncos humanos. Visto em causa histórica, associação possível, devido a rivalidade Roma-Grécia em necessidade de alcance e amplidão religiosa.” Fonte
  • Lúcifer é a tradução da Bíblia em Latim de Luciferum para a palavra em hebraico לוציפר em Isaías 14:12. Esta palavra, transliterada hêlêl ou heylel, aparece apenas uma vez na Bíblia Hebraica e de acordo com a influência da versão do Rei Jaime significa "o brilhante, estrela da manhã, Lúcifer". A palavra Lúcifer provém da Vulgata, que traduz לוציפר como lúcifer, Isaías 14:12 significando "a estrela da manhã, o planeta Vênus", ou, como um adjetivo, "portador da luz". O Septuaginta traduz הֵילֵל para grego como ἑωσφόρος (heōsphoros), um nome, literalmente "o que traz o anoitecer", para a estrela da manhã. O substantivo Lúcifer ocorre seis vezes na Vulgata, versão latina da Bíblia, e uma vez em algumas Traduções da Bíblia em língua portuguesa. Lúcifer se refere literalmente à "Estrela da Manhã" ou "Estrela D'Alva", à "luz da manhã" aos "signos do zodíaco", e à "aurora" ou, metaforicamente, ao "rei da Babilônia", ao sumo sacerdote Simão, filho de Onias, à Glória de Deus, ou a Jesus Cristo. Jesus Cristo, no livro de apocalipse (22:16) se auto denomina "resplandescente estrela da manhã", o que é diferenciado quando o termo é usado separadamente "estrela da manhã" como "poder sobre nações". (Apocalipse 2:26, 28, Isaías 14:12).” Fonte
  • Diabo (do latim diabolus, por sua vez do grego διάβολος, transl. diábolos, "caluniador", ou "acusador") é o título mais comum atribuído à entidade sobrenatural maligna da tradição cristã. É tratado como a representação do mal, em sua forma original de um anjo querubim, responsável pela guarda celestial, que foi expulso dos Céus por ter criado uma rebelião de anjos contra Deus com o intuito de tomar-lhe o trono. Com seu parecer ainda desconhecido, muitas são as tentativas de reproduzi-lo. O mais popular o levaria a ter uma cor vermelha, com feições humanas, mas com chifres, rabo pontiagudo e um tridente na mão, para remeter a um cetro. Outra forma também comum quanto ao parecer corresponde à de um ser metade humano, metade bode, com o pentagrama invertido inscritos no corpo (imagem de Baphomet).” Fonte
  • Demônio é, segundo o cristianismo, um anjo que se rebelou contra Deus e que passou a lutar pela perdição da humanidade. Na antiguidade, contudo, o termo tinha outra conotação, referindo-se a um gênio que inspirava os indivíduos tanto para o bem quanto para o mal. Nos contextos judaico e islâmico, a ideia é diversa, até porque não se trata de um ente opositor ao Criador, mas de algumas criaturas a Ele subalternas. Na cércea do primeiro contexto, refere-se a um ser imperfeito que foi formado no sexto dia da Criação. Para o segundo, os demônios, ou jinn, são seres que coexistem com os seres humanos, sendo dotados de livre-arbítrio e chefiados por Iblis. Etimologia: o termo «demônio» vem do grego δαιμόν (daimon), através do termo latino daemonium.” Fonte
  • Belial é um demônio presente na mitologia cananita, que o determinava como o adversário do povo "escolhido". É o 68º espírito listado na Goetia. No Cristianismo Belial é mencionado também no Novo Testamento como o oposto da luz, do bem e de Jesus Cristo. Seria o mais importante demônio na Terra, que comandava as forças da escuridão contra os homens de bom coração. Criado junto com Lúcifer, de Belial foi dito ser um rei do inferno e comandante de 80 legiões. O termo belial (בְלִיַּעַל bĕli-yaal) é um substantivo e adjetivo hebraico que significa "vileza", oriundo de duas palavras comuns: beli- (בְּלִי "sem") e ya'al (יָעַל "valor"): ou seja, "sem valor". O termo ocorre vinte e sete vezes no Texto Masorético.” Fonte
  • Leviatã (em hebraico: לִוְיָתָן; transl.: Livyatan, Liwyāṯān) é um peixe feroz citado na Tanakh, ou no Antigo Testamento. É uma criatura que, em alguns casos, pode ter interpretação mitológica, ou simbólica, a depender do contexto em que a palavra é usada. Geralmente é descrito como tendo grandes proporções. É bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Média e nos tempos bíblicos. No Antigo Testamento, a imagem do Leviatã é retratada pela primeira vez no Livro de Jó, capítulo 41. Sua descrição na referida passagem é breve. Foi considerado pela Igreja Católica durante a Idade Média, como o demônio representante do quinto pecado, a Inveja, também sendo tratado com um dos sete príncipes infernais. Uma nota explicativa revela uma primeira definição: "monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia" (Velho Testamento, 1957: 614). Não se deve perder de vista que nas diversas descrições no Antigo Testamento ele é caracterizado sob diferentes formas, uma vez que funde-se com outros animais. Formas como a de dragão marinho, serpente e polvo (semelhante ao Kraken) também são bastante comuns.” Fonte
  • Abadom (em hebraico: אֲבַדּוֹן, 'Ǎḇaddōn), também conhecido como Apoliom é um termo hebraico que tem o significado de “destruição” ou "destruidor". Na Bíblia, figura em Jó 26:6 e em Apocalipse 9:11. Na Bíblia Hebraica, abaddon é usado como referência a um abismo sem fim, geralmente próximo a sheol (שאול). No Novo Testamento, em Apocalipse 9, um anjo chamado Abadom é descrito como o rei do abismo sem fim de onde emerge um exército de gafanhotos (Apocalipse 9:11).” Fonte
      O diabo ainda é chamado na Bíblia como o “tentador”, o “maligno”, o “príncipe deste mundo”, “senhor deste século”, “pai da mentira” etc.
      O pentagrama tem vários significados, dependendo da linha ocultista, como uma estrela de cinco pontas dentro de um círculo, tem, para os esotéricos ou bruxos, em suas pontas a representação dos cinco elementos da natureza: terra, ar, fogo, água e espírito. Quando um ocultista realiza um ritual de comunicação com os poderes espirituais do mal, quatro das pontas representam os quatro diabos, enquanto ele, o homem, fica na quinta ponta ocupando o lugar do elemento espírito ou éter. Assim o homem invoca os diabos escondidos nos elementos para realizar seus desígnios. O círculo ao redor da estrela, estabelece um local de proteção para o mágico, de forma que ele possa “negociar” com os poderes do mal e não ser atacado. 
      Dizem estudiosos, muitos convertidos do satanismo da alta magia, que cada principado, cada um dos diabos, é responsável por males específicos assim como por regiões da terra. O ministério de Leviatã é focado nas águas e não é justamente nesse elemento onde temos visto muitas catástrofes e acidentes? Veja os tsunamis que varreram o extremo oriente. 
      Outra característica desse principado é que ele é responsável, de acordo com satanistas, pela região do globo onde se localiza o Brasil, justamente onde existem tantas "deusas" e "santas" relacionadas ao elemento água, como Iemanjá e mesmo a tal da "padroeira aparecida", cuja estátua foi achada em um rio. O rompimento da barragem de detritos mineiras da mineradora Samarco/Vale do Rio Doce da na cidade de Mariana/MG, que destruiu cidades, matou rios e continuou prejudicando a costa marítima de estados brasileiros, é também outra catástrofe ocorrida nas águas. Pensemos também em tantos problemas que estamos tendo com falta de água, seria por uma influência diabólica para matar o homem através desse elemento?
      Outra coisa é que a nova era chama a próxima era astrológica de "Era de Aquário", se iniciará aproximadamente, conforme seus estudiosos, em 2150, mas há controvérsias. Tendo em vista que o peixe era um antigo símbolo do cristianismo, um aquário represa água que aprisiona o peixe, coincidência? Isso nos faz pensar, mas a “Era de Aquário” pode ser a era do diabo Leviatã, tentando fechar a boca dos cristãos nesses últimos tempos. Para esse diabo, Deus já deixou uma promessa em Gênesis 9.9-12 que o mundo, no final, não acabaria através das águas.
      Você não precisa concordar com essa interpretação, ou não em sua totalidade, mas considere-a e faça sua crítica em oração e à luz da Palavra de Deus, porém que não pequemos por falta de conhecimento, como nos diz Oseias 4.6. Veja que esse conhecimento tão técnico do mundo espiritual não é enfatizado objetivamente na Bíblia, já que o que mais importa é que seja qual for o demônio, de que grandeza for, pode ser expulso pelo nome de Jesus. Contudo, nem os discípulos conseguiram expulsar alguns tipos de espíritos, talvez porque ainda precisavam de conhecimento mais específico sobre o assunto. Quem tem ministério de libertação, e não só de ensino da palavra ou de evangelismo, é importante que conheça a área com mais profundidade, mas isso é para os que buscam e têm chamada. 
      Eu, pessoalmente, não acho totalmente conveniente um aprofundamento nesse assunto só por curiosidade, ele é sério demais e repetindo, não é tão esmiuçado no cânone bíblico, como muitos estudiosos detalham, portanto eu entendo que é para usarmos nosso tempo com outras coisas. Uma coisa é certa, guerra espiritual se vence com armas espirituais, o simples conhecimento intelectual, mesmo que profundo, da Bíblia não basta, é preciso oração e consagração, santidade e unção, experiência íntima com Deus, para que possamos ser os soldados que permanecem de pé e são úteis ferramentas nas mãos de Deus pelo poder do nome de Jesus que já venceu todo principado e potestades.

12. Provando espíritos: anjos ou demônios?

       “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
Gálatas 1.8-9

      Ainda que um anjo anuncie algo diferente do evangelho original, com adições ou subtrações à doutrina, principalmente da principal, aquela que é o centro da Bíblia e diz respeito à salvação exclusiva e total pelo nome de Jesus Cristo, seja maldito. Na tradição judaica-cristã “anátema” é algo muito sério, recortei o texto a seguir:

      “Anátema (do grego antigo ἀνάϑημα, "oferta votiva" e, depois, ἀνάϑεμα, "maldição"; derivadas de ἀνατίϑημι, "dedicar") era, na Grécia Antiga, uma oferenda posta no templo de uma deidade, constituída inicialmente por fruta ou animais e, posteriormente, por armas, estátuas, etc. Seu objetivo era agradecer por uma vitória ou outro evento favorável. 
      No catolicismo, é a maior e a pior sentença de excomunhão da Igreja, onde o anátema, além de ser expulso da igreja com todos seus ritos eucarísticos e todas as atividades voltadas ao fiéis, ainda é considerado como amaldiçoado pelo sacerdote. Os anátemas acontecem em celebrações públicas e são feitas por pontífices maiores, como bispos e cardeais. Em algumas tradições cristãs existem ritos específicos para o anátema. O anátema é o mais severo caso de excomunhão, ocorrendo somente nos piores casos possíveis de heresia contra a fé.
      O célebre caso bíblico é o de Saul que invade os amalequitas, mas acaba (com o apoio do povo ou sob a pressão deste) poupando a vida de Agag e da melhor parte do gado dos amalequitas, ato que Deus condena e informa a Samuel que informa o rei Saul (uma vez que ele mente dizendo que iria sacrificá-los para Deus), sendo rejeitado como rei e abrindo portas para Davi assumir o Reino.

      “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já está no mundo.”
I João 4.1-3
      O texto de I João 4 é uma orientação aos cristãos contemporâneos do apóstolo João com relação a uma heresia específica daquele momento, assim, usar o texto ao pé da letra para identificar todo tipo de desvio doutrinário não é o mais adequado. Pedir para o endemoniado confessar ou perguntar a ele se Jesus veio em carne, pode não servir para saber se ele está possuído, o endemoniado pode responder de forma correta sem nenhum desconforto para o demônio. Quanto mais um pregador herege ou falso profeta, esses podem ensinar isso de forma correta, mas distorcerem a palavra em outros aspectos na prática mais importantes. Aliás, como usamos textos bíblicos para estabelecer regras atemporais e gerais, sem entendermos que muitos deles se referem só à cultura, sociedade e moral do tempo em que foram escritos. Isso é mais que conhecer contexto histórico, como tantos pregadores batem no peito dizendo conhecer, mas isso é conhecer a vontade de Deus para toda a humanidade e sempre.
      O amor de Deus, à santidade e ao homem, é sempre atemporal, quem conseguir entender o equilíbrio desses valores começará a conhecer o coração de Deus. Contudo, aquele que olha só para um deles, errará, ou por considerar a santidade Deus injustamente exigente, ou por desconsiderar a importância do pecado do homem. Olhando certo entenderemos que em tudo que Deus permitiu que ficasse registrado no cânone bíblico de sessenta e seis livros da Bíblia protestante, há um ensino atemporal, que sob a interpretação do vivo e sempre atual Espírito Santo pode nos dar orientações importantes sobre um assunto, seja lá qual for o nosso tempo. No caso do texto de I João 4 a lição é sobre um fundamento da obra redentora de Cristo, ela teve o poder que tem porque o cordeiro de Deus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou sem pecado, mesmo que em carne e sujeito a todas as tentações humanas. Se ele tivesse existido em forma espiritual, a salvação não teria funcionado como sacrifício a Deus pelos homens. A verdade é que só em vigilância realmente no altar de Deus, ouvindo o Espírito Santo e buscando em Jesus lucidez para entender sua vontade, podemos discernir as estratégias do mal, muitas vezes disfarçadas de bem, de bíblico, de espiritual.
      Aos que se permitem provar os dons espirituais, que dão liberdade para o Espírito Santo se manifestar através de seus espíritos, almas e corpos, no dom de línguas estranhas, tradução de línguas estranhas, profecia, visão, discernimento, é importante também provar a manifestação. Em primeiro lugar entrando na presença de Deus do jeito certo, como refletimos nas duas primeiras partes deste estudo, em nome de Jesus e santos, em segundo lugar verbalizando isso, assim, “dou autoridade para o Espírito Santo se manifestar com línguas e outros dons, em nome de Jesus”. Muitas vezes começamos a falar em línguas estranhas de forma tão mecânica e nos esquecemos da seriedade e santidade da experiência que estamos tendo, tomemos muito cuidado com isso. Quem manifesta os dons sem estar com a vida acertada com o Deus corre risco de manifestar falso espírito, profetizar na carne, em última instância, ser ferramenta do mal e não do bem. Não me refiro à possessão demoníaca, o salvo selado com o Espírito Santo não fica endemoniado, mas pode falar por si, pela sua alma e não por Deus. Por outro lado, endemoniados e oprimidos podem falsificar os dons, mesmo falar em línguas estranhas, mas pelo diabo, não por Deus.
      Sabiamente, Deus não permitiu que muitos detalhes fossem dados sobre os seres espirituais, sejam os do bem, sejam os do mal, eles são apenas coadjuvantes. Com certeza são administrados diretamente por Deus e não cabe a nós, homens, termos qualquer comunicação ativa com eles. Orar ao “anjo da guarda” pedindo proteção é heresia doutrinária, impossibilidade espiritual e um grande risco de se comunicar com espíritos malignos enganadores. Infelizmente, como tem se levantado adoradores de anjos, que mesmo que sejam esotéricos de butique, que se apegam mais às figuras e imagens romantizadas dos anjos e pouco sabem sobre anjos de fato, ainda assim seguem ao mal e não ao bem. Ordenar a anjos que façam isso ou aquilo, não existe base bíblica para isso, nunca senti tal orientação do Espírito Santo, assim, se for o caso, oremos a Deus pedindo que se for a sua vontade, ele envie os anjos para lutarem espiritualmente por nós e nossos próximos. Sobre anjos, a palavra final é: deixe esse assunto com Deus, o evangelho, a Bíblia, o Espírito Santo não nos autoriza a nos comunicarmos diretamente com eles, em nenhum caso! 
      Tenhamos cuidado também com algumas linhas “pedagógicas” que ensinam às crianças técnicas de relaxamento, levando-as a sentarem-se, fecharem os olhos e mentalizarem locais tranquilos, começa assim, mas logo em seguida são orientadas a chamarem um guia, uma entidade, um anjo protetor. Mesmo que Deus guarde os inocentes e saiba quem os quer conhecer de fato, esse tipo de “meditação a anjos”, objetivamente, não leva à comunhão com Deus por Jesus. Todavia, em médio e longo prazo pode levar à comunicação com demônios, que para as crianças são apresentados como singelos e bucólicos anjos. Falso é o conceito de escola laica, ele proíbe oração cristã, mas incentiva ioga e meditação como a descrita. Isso não significa que Deus não nos envie anjos, para nos proteger e mesmo para nos entregar mensagens especiais, contudo, se em visão ou em sonho um anjo nos visitar, os provemos. Em sonho, geralmente estamos no estado entre dormindo e acordado, e geralmente despertamos com a experiência, mas quando acordarmos e nos lembrarmos do sonho, em voz audível, e não necessariamente alta, expulsemos, caso ele não seja um anjo de Deus, oremos desta maneira, “se você não for um anjo enviado por Deus, eu o expulso em nome de Jesus”. É importante que isso seja feito, o diabo é astuto, mas com os filhos e amigos de Deus, se uma experiência assim ocorre, é realmente de Deus. 
      Qual a diferença entre anjos e demônios? A diferença é antes sentida, contudo, pela fé também vista, o mundo espiritual tem outras referências que não as dimensões percebidas pelo corpo físico, olhos, ouvidos e tato. Assim anjos são altos e definidos, e podemos vê-los ultrapassando a altura da parede do quarto, indo além do teto, eles nos causam um certo temor, pela sua santidade, mas não medo, podemos nos comunicar com eles sem palavras audíveis, orando só em espírito. Demônios, em sua maioria, são pequenos e disformes, nos causam desconforto, medo, e essa sensação não existe para que os temamos, mas para que saibamos que eles são maus e devem ser repreendidos, eles são ratos espirituais que fogem com uma simples e curta palavra de autoridade. Demônios só oprimem e mentem, mas se Deus enviar um anjo a você, suas palavras ficarão marcadas como fogo em sua alma. Contudo, temos a presença de Deus pelo Espírito Santo em nossas vidas em todo o tempo, assim, na nova aliança, o Senhor não tem enviado anjos a homens com frequência, não que tenhamos consciência disso. Convém crermos em Deus e buscarmos intimidade com o Senhor, mas com sabedoria, não só por curiosidade infantil de quem quer ver “coisas diferentes”, mas com a maturidade dos que creem mesmo sem ver. 

13. A experiência de Jó

      “E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles. Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal. Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face. E disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor.”       
      “E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” 
Jó 1.6-12, 21-22

      “E, vindo outro dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles, apresentar-se perante o Senhor. Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E respondeu Satanás ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. E disse o Senhor a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal, e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa. Então Satanás respondeu ao Senhor, e disse: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. Porém estende a tua mão, e toca-lhe nos ossos, e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face! E disse o Senhor a Satanás: Eis que ele está na tua mão; porém guarda a sua vida.
      “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. Porém ele lhe disse: Como fala qualquer doida, falas tu; receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.
Jó 2.1-6, 9-10

      “Então respondeu Jó ao Senhor, dizendo: Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido. Quem é este, que sem conhecimento encobre o conselho? Por isso relatei o que não entendia; coisas que para mim eram inescrutáveis, e que eu não entendia. Escuta-me, pois, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.”
     “E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o Senhor acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía.”
Jó 42.1-6, 10

      Um estudo sobre o mundo espiritual não pode deixar de refletir sobre o relato do livro de Jó, isso por várias razões. A primeira delas é a relevância que o livro tem sob o ponto de vista cronológico dos livros do cânone bíblico, tido por muitos estudiosos como relatando um dos fatos mais antigos da Bíblia, outra razão é que ele fala sobre fé, num tempo que esse conceito não era base religiosa. Jó era um homem rico materialmente e espiritualmente, isso levou um diabo a querer prová-lo. Satanás, contudo, não estava querendo desmerecer o homem justo, mas a própria justiça e a sua eficácia em retornar ao que confia nela uma vida vitoriosa. O diabo na verdade se rebelava, mais uma vez, contra Deus e a sua maneira de agir, mostrando que a fé de Jó era inútil ele queria mostrar que Deus era injusto. A tese do diabo era que Jó era fiel porque recebia coisas de Deus, se elas fossem tiradas de Jó ele deixaria de confiar em Deus. 
      Quem o diabo usou foram justamente os que se diziam amigos de Jó, e como isso ocorre a todos nós, depois de Jó perder tudo, as riquezas, a família e a saúde, os três amigos passaram a questionar a fé de Jó, dizendo que ele não era tão justo e fiel assim, que estava passando por um momento tão ruim como castigo de Deus por ter feito algo errado. A teologia do livro de Jó é atemporal, transcende a velha aliança e a lei, ela toca o cerne do relacionamento do homem com Deus na nova aliança, um relacionamento baseado em fé, fé que acredita mesmo que o presente, a aparência, a realidade se mostrem diferentes. Ela também fala de uma experiência comum a todos nós, sofrimentos que passamos que não sabemos o porquê. Logo no início da provação, após as duas vezes que Satanás tocou sua vida, as palavras de Jó mostram que ele estava preparado em Deus para aquela situação, “em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” e “em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios”. Mas isso era só o início.
      Durante sua provação Jó chega a desacreditar de si é mesmo, de sua justiça, e daquilo que ele conhecia até então como Deus. Ele começou a pensar que Deus estava errado punindo-o injustamente, mas discordava de Deus como filho, com proximidade dele, diferente dos amigos que criticavam a Deus de longe. O filho de Deus, em sua imaturidade, pode até discordar de Deus, “brigar” com Deus, mas faz isso com respeito e temor, é diferente do ímpio, que diante de uma tragédia nega estar colhendo a consequência de sua vida errada, coloca a culpa em Deus e facilmente buscará as opções do diabo para justificar sua experiência. Na verdade a provação de Jó, como todas aquelas que Deus permite que passemos, estendeu seu conhecimento de Deus. Só é provado como Jó, de forma tão dura mesmo estando fazendo as coisas certas, os que mostram a Deus que podem suportar a perda do material, do físico, do aparente, para crescer mais espiritualmente, no homem interior, naquilo que realmente tem valor para o Senhor.
      No final Jó reconhece, não a simples lei de causa e efeito, de plantação e colheita, que tem sua relevância, no universo e com todos nós. Mas acima disso está um Deus que pode fazer o que quiser porque sabe o que faz e que tudo o que faz sempre glorificará seu nome e abençoará, no tempo certo, o homem que confia nele. Jó aprendeu que Deus é muito mais que um devolvedor de bênçãos físicas para aquele que pratica a justiça, mas Jó também aprendeu algo muito importante sobre o homem, sobre si mesmo. Ser um homem “homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” e sê-lo em todo o tempo, não só quando as coisas vão bem. E se Deus pedisse a Jó que continuasse fiel mesmo que não restabelecesse nunca mais sua condição de prosperidade inicial, seria que isso colocaria em dúvida a justiça de Deus? Não, Deus é Deus e faz o que quer, mas bênção maravilhosa é que Deus conhece nossos limites e no final sempre nos recompensa, no caso de Jó com o dobro do que tinha inicialmente.
      Interessante o desfecho do livro, “E o Senhor virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigo”, Jó não tinha mais nada, ainda assim quis orar e abençoar alguém, quem lhe restou para isso? Justamente os “mui” amigos dele e foi nesse gesto que Deus viu o amadurecimento de Jó e mudou de vez sua sorte. Que coração tinha Jó, realmente um homem que podia confiar para mostrar ao diabo o engano que comete confiando em sua arrogância, sua maldade, sua rebeldia, pensava ser esperto, pensava estar pegando Deus num descuido, mas acabou sendo desmascarado, como sempre ocorre com ele e com homens falsos e míopes espiritualmente como ele. “E depois disto viveu Jó cento e quarenta anos; e viu a seus filhos, e aos filhos de seus filhos, até à quarta geração. Então morreu Jó, velho e farto de dias.” (Jó 42.16-17), glória a Deus! Veja na próxima parte a conclusão da “Experiência de Jó”, com enfoque na participação de Satanás no relato bíblico.

14. Tudo está sob a autorização de Deus

      “E ele mostrou-me o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. Mas o Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreenda, ó Satanás, sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda; não é este um tição tirado do fogo? Josué, vestido de vestes sujas, estava diante do anjo.” 
Zacarias 3.1-3

      O texto de Zacarias 3 mostra uma situação semelhante a de Jó 1 e 2 onde Satanás está ao lado do Senhor para se opor ao homem. Nessa passagem o diabo é repreendido de pronto, sim, nessa ocasião não fazia parte do plano do Senhor permitir uma ação maléfica, ou pelo menos não mais. Passemos agora para as revelações que o livro de Jó faz sobre o diabo, aqui chamado de Satanás, nos dois primeiros capítulos do livro, dando continuidade, dentro do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual”, a um rápido estudo sobre o livro de Jó.
      “E num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles” (Jó 1.6), como filhos de Deus, neste caso, a Bíblia se refere aos seres espirituais do bem, anjos, arcanjos, querubins, serafins ou outros, ou pelo menos alguns desses, mas entre eles veio o “coisa ruim”, Satanás. Esse aspecto mais o fato descrito em “Então o Senhor disse a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó?” (Jó 1.7-8a), mostra que o diabo (ou os diabos, ou alguns deles) tem certa liberdade, pelo menos no tempo presente em que o homem habita na terra, e que terminará no juízo final quando os não salvos serão julgados e os seres espirituais malignos lançados no inferno. Deus autoriza Satanás andar pela Terra e observar os homens, contudo, para tocar de alguma forma os homens, o diabo tem que ter uma permissão especial do Senhor, principalmente no nível em que Jó foi tocado.
      Coisa maravilhosa é saber que Deus de fato nos conhece, muito mais que o entrevado diabo, “Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” (Jó 1.8b), íntegro, temente a Deus e que se desvia do mal, três pontos importantes. Integridade é ser inteiro, ser coerente, não ser partido ou com intenções antagônicas, mas um só e em Deus. Temente a Deus, o que teme a Deus não vive de maneira irresponsável, fazendo o que quer como que se não precisasse dar satisfações por isso a ninguém, o que teme a Deus sabe que o Senhor tudo vê e tudo sabe, assim como ama a todos, dessa forma anda com cuidado, com sabedoria. Desviar-se do mal é mais que pedir perdão quando se erra, e procurar nem errar, evitando armadilhas, caminhando com calma e em oração.
      “Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura teme Jó a Deus debalde? Porventura tu não cercaste de sebe, a ele, e a sua casa, e a tudo quanto tem? A obra de suas mãos abençoaste e o seu gado se tem aumentado na terra. Mas estende a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e verás se não blasfema contra ti na tua face.” (Jó 1.9-11), o diabo exibe a malícia maldosa característica dos rebeldes e orgulhosos, que sempre desconfiam da pureza, não acreditam na virtude alheia. Deus entrou no jogo do diabo? Ele precisava ter aceito o desafio do inimigo? Não, não para provar o que quer que fosse para o diabo, eu pelo menos acredito assim, mas sabe-se lá de fato como é a relação de Deus com os anjos caídos. Sob a primeira autorização de Deus Satanás tirou de Jó suas posses e seus filhos, mas o diabo não desistiu, no capítulo 2 ele volta à presença de Deus e novamente duvida da sinceridade de Jó, assim ele tem uma segunda autorização do Senhor, agora para tocar também em sua saúde. 
      “Então saiu Satanás da presença do Senhor, e feriu a Jó de úlceras malignas, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. E Jó tomou um caco para se raspar com ele; e estava assentado no meio da cinza. Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre.” (Jó 2.7-9), é nesse momento que a esposa de Jó surge no relato, a última coisa que lhe faltava perder. Algumas vezes estaremos absolutamente sozinhos em meio a uma tempestade de lutas e tragédias, poderemos perder mesmo o apoio das pessoas mais íntimas. Contudo, o filho genuíno de Deus nunca perde a confiança que Deus sabe o que faz, que pode resolver o impossível, e isso do seu jeito e no seu tempo. A permissão de Deus para o diabo permitiu que um homem tivesse uma experiência tão extrema quanto importante, que registrada na Bíblia deixaria para todos nós lições preciosas sobre o poder de Deus, a maldade do diabo, e a necessidade do homem ter muitas vezes de passar por situações difíceis, aparentemente impossíveis pra ele de serem resolvidas, para expandir seu conhecimento sobre Deus e sobre si mesmo.

15. Quem faz cobertura espiritual: liderança espiritual na família

      “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” 
João 15.16

       Uma chamada de Deus, é isso que temos, chamada para desempenhar uma missão. Deus não nos salvou para frequentarmos templos confortáveis, cantar belas músicas acompanhados por uma boa equipe de músicos, enquanto somos preparados para dar dízimos e pagarmos o direito de termos prosperidade material. O Senhor não nos escolheu para isso, mas para que caminhemos com Jesus num processo de crescimento espiritual à medida que damos frutos que permaneçam. Quantos de nós damos frutos fracos, que pouco duram, assim pulamos de galho em galho, de igreja em igreja, de casamento em casamento, de emprego em emprego, nem os nossos amigos conseguimos manter por muito tempo, os que andam conosco hoje, daqui a três anos não andarão mais, como somos fúteis. Depois queremos orar e termos nossos pedidos respondidos rapidamente, veja que a promessa de oração respondida, e de todas as orações respondidas, está no final de João 15.16, é consequência de um processo de obediência, de assunção da verdadeira chamada e escolha de Deus.
     Quem deve fazer cobertura espiritual? Quem tem pessoas abaixo de si, principalmente com ligação familiar, mas podemos também fazer cobertura com grupos de irmãos em Cristo, que fazem parte de um mesmo ministério, ou conforme sentir pastor e líderes orientação do Espírito Santo. Repito, cobertura espiritual é mais que orar pelas pessoas, isso podemos e devemos fazer por todos, mas dar cobertura pode ser entrar em batalha espiritual, requer uma interferência maior no reino espiritual e portanto uma aprovação clara do Senhor que isso deve ser feito. Nas igrejas atuais os dois extremos acontecem, em igrejas ditas pentecostais muitos entram em batalha espiritual sem responsabilidade, sem ordem de Deus, simplesmente porque se acham no direito como crentes. Por outro lado, em igrejas protestantes tradicionais, os cristãos simplesmente nem creem no mundo espiritual e se acovardam, não usando da autoridade que Jesus nos concedeu, por isso, nesse meio, tantos enfermos e frios. 
      Quem deve fazer a cobertura espiritual da família, o homem ou a mulher, o pai ou a mãe? Quem acompanha o “Como o ar que respiro” sabe a posição do blog, de que o Espírito Santo dá outro foco à posição de homem e mulher na família, nos tempos atuais. A posição da tradição cristã, seguindo textos como os de Paulo coloca o homem, o marido, como superior à mulher, contudo, isso é visão da sociedade contemporânea do apóstolo, não dá atual. Alguém pode perguntar, “então, está se propondo uma desobediência à palavra?” Neste caso uma interpretação diferente, mas se tivéssemos que seguir literalmente a Bíblia neste caso, a mulher não poderia nem falar nos cultos e deveria estar limitada a trabalhos domésticos e criação de filhos. Isso com certeza não é seguido pelas igrejas cristãs atuais, não pelas verdadeiras, assim já estamos na prática vivendo uma família diferente da descrita na Bíblia. Mas por favor, siga todo o raciocínio da reflexão desta parte do estudo para entender o que o blog entende como sendo a vontade de Deus para a família com relação à cobertura espiritual.
      Vamos a mais fatos da triste realidade social atual, seres humanos adultos mas sem compromisso com família, como pais, mães ou cônjuges, tendo como consequência a criação de famílias aos pedaços, imperfeitas e distantes do ideal de Deus. Infelizmente o que mais se vê são homens despreparados para terem famílias o que faz com que muitas “famílias” sejam lideradas por mulheres sem maridos, que precisam desempenhar o papel de mãe e de pai, trabalhando e criando filhos. Isso quando não são os avós que criam os netos, avós com os filhos ainda insistindo na condição de solteiros, sem responsabilidade com aqueles que geraram, se relacionando com outras pessoas e seguindo em fazer novos filhos. Quando essas “famílias” vêm para o evangelho, sem pais, sem maridos, as mulheres precisam também desempenhar a função de darem cobertura espiritual para os filhos, não tem outro jeito. 
      Contudo, mesmo em famílias ditas “normais”, as mulheres atuais também acumulam tarefas, assim como os homens acumulam. Como elas trabalham fora e têm preparo acadêmico e carreira profissional, eles cuidam de administrar a casa e de cuidarem dos filhos, não existe mais exclusividade de tarefas, o justo e certo de ser feito em amor e os dois ajudarem em tudo para que nada pese pra ninguém. Da mesma maneira, ambos podem dar cobertura espiritual para à família, essa é uma visão em Deus de uma família moderna onde existe igualdade, respeito para com a mulher, ausência de machismo do homem, com Cristo sendo o cabeça sobre todos. Contudo, compartilharei agora uma visão que você não precisa concordar. Em primeiro lugar faço uma pergunta: homem e mulher são realmente iguais? Bem, na inteligência e capacidade profissional, sim, ambos podem exercer qualquer profissão, das fisicamente mais brutas às intelectualmente mais sensíveis. 
      A diferença está justamente na criação de filhos, e nem me refiro às tarefas domésticas, limpar a casa, lavar roupas, fazer as refeições, isso ambos podem fazer. Se não fosse assim ambos poderiam engravidar e gerar filhos, mas existe uma diferença na sexualidade, temos o feminino e o masculino, com funções distintas. Cada um com referências distintas que oferecem tipos diferentes de ensino, juntos formarão um ser humano de caráter e equilibrado. Falar de sexualidade nos tempos atuais ganhou complexidade, impossível refletir a respeito sem citar homossexualidade ou homoafetividade, onde as figuras masculina e feminina podem estar presentes de maneiras distintas em núcleos familiares. A adoção também tira da mulher uma tarefa que a princípio lhe é exclusiva, engravidar e gerar filhos, assim o trabalho que segue com bebê ou criança adotado pode ser desempenhado tanto por um homem quanto por uma mulher. Dessa forma, a diferença de funções entre homem e mulher num compromisso de casamento, na prática nos dias de hoje, pode ser nenhuma.
      Após essas considerações, perguntamos novamente: quem deve fazer a cobertura espiritual? Penso que uma pessoa deve fazer, seja homem ou seja mulher, seja num casamento tradicional ou nem tanto, mas penso que um deve se responsabilizar por isso. Se ambos puderem fazer, então que se deixe o homem fazer, se houver um homem na relação, não porque é melhor ou superior, mas porque isso remete ao plano original (e ideal) de Deus, e não estou aqui diminuindo a mulher, nem desrespeitando homoafetivos. Penso que o plano original de Deus, através do texto (metafórico ou não) de Gênesis, é de um homem e uma mulher, uma figura masculina e uma feminina numa família, e assim teve que ser por um longo período da história humana. O foco deste estudo não é família e sexualidade (e homoafetividade...), mas num núcleo familiar assumido com responsabilidade diante da sociedade e de Deus, acertem-se os líderes e concordem com um responsável por orar pela família dando cobertura espiritual, e se possível um homem.
      Na sociedade atual a mulher está se empoderando? Que bom. O preconceito que colocava toda relação homoafetiva como promíscua é pecaminosa, condenada aos olhos de Deus, está sendo vencido? Que bom. Mulheres têm adquirido respeito e direitos para serem o que querem onde querem, seja no lar ou na profissão? Que bom! Contudo, que o homem heterossexual não se enfraqueça, aprenda que sua dignidade não está em sem impor por força, seja física ou intelectual (ou espiritual) sobre a mulher ou sobre homoafetivos. Que haja um líder espiritual na família, mesmo respeitando todos os respeitos dos outros, e que o homem assuma seu papel como pai, marido e cobertura espiritual de esposa e filhos, com humildade, sabedoria, mas com coragem e autoridade em Deus!

16. Pentecostal, tradicional e o mundo espiritual

      As denominações cristãs protestantes e evangélicas se dividem quanto ao que é legítimo sabermos e vivermos sobre mundo espiritual. Sim, as igrejas protestantes tradicionais expulsam demônios, mas fora disso não se aprofundam no assunto, assim como não creem que dons espirituais são para os dias de hoje. Essa é a principal diferença doutrinária entre as vertentes tradicionais e pentecostais. Pessoalmente, muitas vezes em minha caminhada no evangelho, achei vantagens em ambos os posicionamentos, assim como desvantagens, confesso que esse assunto ainda me intriga assim como ainda não tenho um posicionamento final. Minha pergunta é, o que Deus pensa dessas diferenças? Minha conclusão é que o Senhor não dá a isso, como a muitas outras coisas que nos preocupam tanto, tanta importância. Deus usa a cada um conforme sua disposição e tem o cuidado amoroso de fazer chamadas distintas para que todos possam ser úteis, o Senhor é um pai bondoso.
      As igrejas locais são territórios físicos e espirituais especiais, pela oração dos membros e orientação adequada dos líderes nos templos, podemos ter uma comunhão vivificadora com o Espírito Santo que nos leva a uma adoração plena ao Senhor, assim como a um crescimento espiritual maduro. Uma experiência completa com Deus só pode ser provada com conhecimento do mundo espiritual, assim como das ferramentas para lidarmos com ele, que são os dons espirituais e uma oração de cobertura e batalha espiritual, assim eu creio. Essa é uma benção que Deus tem nos dado, principalmente nos últimos anos, pelo movimento pentecostal, que mesmo com seus erros, inerentes à sua vocação, tem conferido ao povo de Deus uma unção diferenciada para enfrentar o inimigo. Eu não poderia encerrar este estudo sem dar essa relevância, justa e verdadeira.
      Contudo, muitos cristãos protestantes tradicionais, que em outros momentos da história do cristianismo tanto fizeram pelo evangelho, principalmente no evangelismo mundial, não têm aceitado essa renovação. Nem penso que isso é um erro ou um desvio, vejo diferente. Penso que as coisas neste mundo tem início, meio e fim, assim, se Deus usou os tradicionais por um tempo com um objetivo, está usando os pentecostais em outro tempo para outro objetivo, isso para que o homem e suas organizações não se gloriem. Quem tem humildade, aceita o final de uma fase e recebe a nova fase com alegria, os orgulhosos, contudo, ficam presos a uma visão passada e não abrem mão do poder que achavam que tinham, achavam, pois se foram importantes e eficientes num período o foram pela graça de Deus. A Igreja é de Deus, o Espírito Santo é de Deus, a visão, quando genuína, é de Deus, os ministérios, quando legítimos, são de Deus, e nada disso é propriedade de homens, por mais ungidos ou intelectuais que sejam.
      Assim podemos fazer a triste constatação de muitas vezes entrarmos num templo de linha protestante, não em todos, não estou generalizando, mas em muitos casos achar conforto material, conhecimento bíblico, cultura cristã equilibrada e séria, cristãos decentes, contudo, espiritualmente sentirmos a frieza e o vazio de quem não dá liberdade ao Espírito Santo. Em igrejas assim muitos estão bem financeiramente, são fiéis ao cristianismo, contudo, sofrem debaixo de doenças físicas e psicológicas, têm dificuldades para manterem casamentos e principalmente, não conseguem segurar seus filhos nas igrejas. Dessa maneira muitas igrejas protestantes tradicionais estão se tornando igrejas de velhos, sendo que os mais jovens ou caem fora de vez de frequentarem assiduamente as igrejas ou se mudam para igrejas renovadas.
      Me converti e passei muito tempo, no final dos anos 1970 e na década de 1980, numa igreja protestante tradicional não pentecostal, o conhecimento bíblico que tenho hoje devo principalmente a isso, assim como a vida social limpa que tive na juventude. Contudo, o ensinamento, naquele tempo, não me libertou de doenças emocionais, a cura só fui encontrar em igrejas avivadas, assim como o conhecimento de mundo e batalha espiritual que me permite hoje manter minha libertação. Contudo, não pense que Deus não ouve a oração de um reverendo protestante, existe mais autoridade na palavra de muito pastor protestante comedido que no discurso teatral de muito pastor carismático, assim como um conhecimento intelectual profundo, mais em alguns pregadores pentecostais que em alguns mestres do protestantismo tradicional.
      Mas guerra espiritual, repito, se vence com armas espirituais, palavra sem poder é tão ineficiente quanto poder sem palavra, as duas coisas têm que caminhar juntas, assim a igreja equilibrada deveria contemplar tanto o que ensina o tradicionalismo protestante quanto o que ensina o pentecostalismo. Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” (Mateus 22.29), foi o texto que iniciou este estudo. Se a salvação é escolhida, o batismo ou plenitude do ou no Espírito Santo também é, Porque o perverso é abominável ao Senhor, mas com os sinceros ele tem intimidade.” (Provérbios 3.32), O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança.” (Salmos 25.14). 
     Contudo, Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.” (João 20.29), e “Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro onde há inquietação.” (Provérbios 15.16). Equilíbrio, é isso que andar realmente com Deus nós experimentamos, só na obediência do Senhor temos o melhor de dois mundos, do conhecimento da palavra que acredita sem ver e da experiência com o poder de Deus que pode conhecer o mundo espiritual com intimidade. Mas que cada um de nós faça aquilo que Deus quer, conforme a chamada pessoal e intransferível que recebemos dele, não por vaidade ou orgulho, mas por temor a Deus em humildade.

17. Para quem quer conhecer mistérios

      “Ajuntando-se entretanto muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou a dizer aos seus discípulos: Acautelai-vos primeiramente do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete, sobre os telhados será apregoado. E digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer. Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei.” 
Lucas 12.1-5

      O texto de Lucas 12 se refere ao comportamento maligno e invejoso dos fariseus, que no meio da multidão que se une muitas vezes sem consciência do que está havendo, nem do que deseja, mas que está lá só porque muitos outros estão, podiam ter má influência, como fermento na massa do pão. Assim Jesus exortou os seus discípulos, “cuidado, não entrem no papo desses hipócritas, não sejam “maria vai com as outras””. Quando abraçamos uma causa só por modismo, corremos o risco de sermos manipulados por gente mal intencionada, mas também de não entendermos algo importante e com profundidade. Na crucificação de Jesus poucos ficaram ao seu lado, nos perguntamos, onde estava toda a multidão que se acumulava para ver aquele que fazia milagres e colocava em xeque-mate os importantes religiosos da religião judaica? Por algum motivo muitos daquela multidão foram convencidos pelos fariseus, e nem entenderam que as palavras de Jesus se cumpriam, dentre elas a que disse no texto acima que o ódio dos fariseus um dia seria revelado e levaria Cristo à morte física.
      Mas e quanto aos mistérios do mundo espiritual, eles também serão revelados? A Bíblia não é um manual técnico do mundo espiritual ou um livro de regras a serem seguidas para obedecermos a Deus. A Bíblia também não é uma publicação de teologia sistemática com os assuntos separados por temas numa ordem didática. A Bíblia não foi escrita diretamente por Deus, mas por homens que tiveram experiências com Deus e muitos na plenitude do Espírito Santo. O cânone de sessenta e seis livros que temos hoje também não é uma coleção de textos assinados embaixo por Deus, eles foram reunidos à medida que a tradição judaica-cristã caminhou e se estabeleceu. Alguns livros são sagrados para os judeus, outros para a Igreja Católica, outros para os protestantes-evangélicos, e mesmo assim há discordâncias entre as religiões judaica-cristãs. Isso é ruim? Não, é o que pôde ser feito no tempo, registros escritos por homens em seus períodos históricos, entendendo e expressando suas vivências com Deus de acordo com a cultura, moral e espiritualidade de seu momento. 
      Isso é o que pôde ser feito e o que bastou, pelo menos para Deus, e se para ele foi o suficiente devemos acatar, contudo, debaixo da clareza do Espírito Santo, o Espírito Santo é Deus! Assim é preciso cuidado para saber a vontade do Senhor através da Bíblia, é preciso ler ouvindo o Espírito Santo, e praticar em oração, não acreditando em tudo que se fala nos púlpitos. Fique tranquilo, isso não é pecado, Deus te dá esse direito, se exercido com temor a ele e respeito com as autoridades que ele coloca sobre você nas igrejas. Dessa forma, o entendimento sobre o mundo espiritual, anjos, seres espirituais, demônios, diabos, também não é claro, e a verdade é que nem precisa ser. A certeza que temos é que Jesus Cristo nos salva, nos cura e nos liberta de qualquer influência do mal, isso basta, isso nunca mudará. Ainda assim, certas coisas sabem os que desejam saber e pagam o preço por isso, mesmo que na verdade seja melhor saber pouco e ser fiel a isso, que querer conhecer tudo e se perder em teorias impraticáveis. 

Final

     Com essa parte, encerro o estudo “Desvendando o mundo espiritual”, espero que você tenha entendido este texto, se não entendeu, por favor, procure ler novamente e orar, se não concordou, esteja à vontade para deixar seus comentários, de um diálogo educado e inteligente estou sempre disponível a participar. Leia também outras fontes, como foi dito no início, só não deixe de dar a relevância merecida a assuntos como os tratados aqui, sérios e importantes, para mim, pra você, para nossas famílias, para a igreja e para a salvação da humanidade. O nome de Jesus tem poder sobre todo o mal, espiritual e físico, hoje e sempre, a ele toda a glória, na terra e nos céus, físico e espiritual, amém!

      “E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.” 
Apocalipse 20.10
      “E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada. E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite. E a ela trarão a glória e honra das nações.
 Apocalipse 21.23-26

18. As experiências de Abraão e Ló 
- Anjos Encarnados (suplemento 1)

      O capítulo que segue foi acrescentado depois da conclusão do estudo, penso que se trata de assuntos relevantes para o tema “seres espirituais”, anjos e demônios, que é a encarnação de anjos. Leia com cuidado e ore à respeito.

      “Depois apareceu-lhe o Senhor nos carvalhais de Manre, estando ele assentado à porta da tenda, no calor do dia. E levantou os seus olhos, e olhou, e eis três homens em pé junto a ele. E vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro e inclinou-se à terra, E disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo. Que se traga já um pouco de água, e lavai os vossos pés, e recostai-vos debaixo desta árvore; E trarei um bocado de pão, para que esforceis o vosso coração; depois passareis adiante, porquanto por isso chegastes até vosso servo. E disseram: Assim faze como disseste. E Abraão apressou-se em ir ter com Sara à tenda, e disse-lhe: Amassa depressa três medidas de flor de farinha, e faze bolos. E correu Abraão às vacas, e tomou uma vitela tenra e boa, e deu-a ao moço, que se apressou em prepará-la. E tomou manteiga e leite, e a vitela que tinha preparado, e pós tudo diante deles, e ele estava em pé junto a eles debaixo da árvore; e comeram.” 
Gênesis 18.1-8

      “Anjos são seres espirituais, não podem e nem precisam ter funções bilógicas, como alimentação e reprodução através do sexo, aliás, anjos não têm sexo”, bem, esse é um princípio ensinado por muitos. Contudo, vemos no texto acima anjos em forma de homens, com corpos e se alimentando. Sem fazer uma reflexão mais profunda sobre a experiência de Abrão, temos na Bíblia registrada uma passagem que mostra seres espirituais tomando forma humana e exercendo funções biológicas humanas. Contudo, a Bíblia pode relatar mais que anjos ingerindo alimentos.

      “E vieram os dois anjos a Sodoma à tarde, e estava Ló assentado à porta de Sodoma; e vendo-os Ló, levantou-se ao seu encontro e inclinou-se com o rosto à terra; E disse: Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos, em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e lavai os vossos pés; e de madrugada vos levantareis e ireis vosso caminho. E eles disseram: Não, antes na rua passaremos a noite. E porfiou com eles muito, e vieram com ele, e entraram em sua casa; e fez-lhes banquete, e cozeu bolos sem levedura, e comeram. E antes que se deitassem, cercaram a casa, os homens daquela cidade, os homens de Sodoma, desde o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros. E chamaram a Ló, e disseram-lhe: Onde estão os homens que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a nós, para que os conheçamos. Então saiu Ló a eles à porta, e fechou a porta atrás de si, E disse: Meus irmãos, rogo-vos que não façais mal; Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram homens; fora vo-las trarei, e fareis delas como bom for aos vossos olhos; somente nada façais a estes homens, porque por isso vieram à sombra do meu telhado.” 
Gênesis 19.1-8

      A passagem acima mostra os homens de Sodoma tendo, ao que tudo indica, pretensões de relações físicas homosexuais com os anjos, se isso for verdade os anjos antromorfizados se mostraram interessantes aos sodomitas e viáveis para realizarem seus vícios promíscuos e desenfreados. (Quem acompanha o blog “Como o ar que respiro”sabe de seu posicionamento com relação à homoafetividade, que Deus condena não pelo fato de haver relação homoafetiva, mas por haver promiscuidade e vício sexual, assim eu considero o motivo da condenação de Somdoma e Gomorra). Fica a pergunta: podemos ir além desse entendimento, baseados na Bíblia, que se anjos podem tomar forma humana, ingerirem alimentos e serem desejados sexualmente, eles também poderiam se reproduzir através de relação sexual? A próxima passagem bíblica nos dá abertura para isso.

      “E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas, Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama. E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. E disse o Senhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.
Gênesis 6.1-8

      A interpretação do que seriam os “filhos de Deus” (e as “filhas dos homens”) pode divergir entre os estudiosos, mas existe uma que diz que “filhos de Deus” seriam anjos em forma humana (e “filhas dos homens” as mulheres humanas). Das relações entre anjos encarnados e mulheres foram gerados os “gigantes” ou Nefilins, que parece que sobreviveram ao dilúvio, conforme a citação de Números 13.33, “Também vimos ali gigantes, filhos de Enaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos.”. Isso nos faz pensar sobre vários assuntos tratados em muitos púlpitos talvez  de maneiras equivocadas e nos deixa as perguntas: o dilúvio foi local ou universal? e só Noé, sua família e os animais da arca sobreviveram a ele? 
      Levantar essas dúvidas não é de forma alguma negar a Deus, nem a eficácia da salvação de Cristo, mas é ir além de tradições que são muito mais de homens que verdades incontestáveis do Senhor. Em Deus não há incoerências, mas a Bíblia, interpretada sem idolatria da palavra escrita, mas buscando com todo o coração o ensino do Espírito Santo, sempre nos revelará uma sabedoria atemporal.
      Indo além nesse entendimento e baseados também em textos de livros apócrifos, muitos interpretam os demônios não como anjos caídos, mas como espíritos de Nefilins mortos que ainda não foram condenados ao inferno, mas que habitam uma região espiritual sobre e no planeta terra e que aparecem bastante só no novo testamento. Nesse entendimento, anjos caídos existem, mas são seres muito mais poderosos e que administram legiões e outros coletivos e são diferentes dos inferiores demônios ou espíritos malignos. Como foi dito, isso não aparece nos 66 livros do cânone protestante, mas em apócrifos como o Livro de Enoque e Livro dos Jubileus, mas é uma interpretação contemplada por muitos estudiosos incluindo os da alta magia e ex-satanistas convertidos ao cristianismo. 

19. Como funcionam as coisas no inferno (suplemento 2)

      “É  preciso  principalmente  lembrar-se  bem,  nas  conjurações,  que  os  nomes  de  Satã,  Belzebute, Adrameleque  e  outros,  não  designam  personalidades  espirituais,  mas  sim  legiões  de  espíritos impuros.  Chamo-me  legião,  diz  no  Evangelho  o  espírito  das  trevas,  porque  somos  em  grande número.  No  inferno,  reina  a  anarquia,  e  o  número  que  faz  a  lei  e  o  progresso  aí  se  realiza  em sentido inverso,  isto  é,  que  os  mais  adiantados  em  desenvolvimento  satânico,  os  mais  degradados,  por conseguinte,  são  os  menos  inteligentes  e  os  mais  fracos.  Assim,  uma  lei  fatal  leva  os  demônios  a descerem  quando  crêem  e  querem  subir.  Por  isso,  os  que  se  dizem  chefes  são  os  mais  impotentes  e desprezados  de  todos.  Quanto  à  multidão  dos  espíritos  perversos,  ela  treme  diante  de  um  chefe desconhecido,  invisível,  incompreensível,  caprichoso,  implacável,  que  nunca  explica  suas  leis  e  que tem  sempre  o  braço  armado  para  ferir  os  que  não  puderam  adivinha-lo.  Dão  a  este  fantasma  os nomes  de  Baal,  Júpiter  ou  outros  mais  veneráveis,  e  que  no  inferno  não  são  pronunciados  sem  haver profanação;  mas  este  fantasma  é  simplesmente  a  sombra  e  a  lembrança  de  Deus,  desfiguradas  pela sua  perversidade  voluntária  e  que  ficaram  na  imaginação  deles  como  uma  vingança  da  justiça  e  um remorso da  verdade.
Livro “Dogma e Ritual da Alta Magia” (Éliphas Lévi/1855)

      O texto acima dá uma definição bem interessante do inferno e da hierarquia demoníaca, confere com a doutrina chamada de bíblica pelos teólogos tradicionais? Talvez, ou só em parte, mas penso que nos dá informações para pensarmos, eis alguns pontos que separei:

- legião: muitos nomes que usamos para identificar seres espirituais malignos se referem a muitos seres e não a um ser específico, a magia e o ocultismo reconhecem isso; “Lúcifer”, “Satanás” ou o “Diabo”, como identidades pessoais, podem não possuir diretamente seres humanos, mas os espíritos malignos de nível mais baixo possuem, ou mesmo um grupo (uma legião) deles; os nomes reais desses demônios só sabemos se perguntarmos na autoridade do Espírito Santo, mas os “satanistas” sabem os nomes de seus “espíritos guias” e os guardam com muito cuidado visto que possuem poder em suas práticas; mas isso tudo são assuntos que só teremos certeza na eternidade, a certeza que precisamos ter é a que Jesus tem autoridade seja sobre espécie ou quantidade de seres espirituais do mal que forem;

- anarquia: as coisas no mundo dos espíritos malignos, demônios, diabos e anjos caídos não funcionam de forma ordenada, não totalmente, no inferno reina a anarquia, um sistema político onde não existem autoridades, ou onde as autoridades são negadas;

- sentido inverso: os piores são superiores, porém menos inteligentes, mesmo que mais desprezados;

- os inferiores é que podem ser controlados mais facilmente (?) no ocultismo e práticas mágicas por terem ainda alguma lembrança da autoridade divina.

      Veja que essa é uma visão do “inferno”, um lugar para onde os seres espirituais do mal foram mandados e são mantidos por Deus.

20. Altíssimo Deus (suplemento 3)

      “Como caíste desde o céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo.” Isaías 14.12-15

      De todos os atributos de Deus, altíssimo é o que mais me toca, isso não é porque remete-nos a ver Deus como inascível ou intocável, o poder único do evangelho está justamente em nos dar acesso por meio de Jesus Cristo a esse Deus altíssimo. Contudo, é preciso entender que o verdadeiro Deus é superior, a tudo e todos, na Terra e nos céus, em todos os céus. Por outro lado, querer de alguma maneira essa posição exclusiva é estratégia do mal desde o início. Há vários textos que falam de Deus como o altíssimo, mas o texto inicial desta reflexão, que a princípio se refere ao rei da Babilônia, pode ser interpretado também como uma descrição da queda de um poderoso diabo, de um príncipe das trevas. 
      Esse caiu justamente porque ousou subir onde não podia, na posição de Deus, querendo ser altíssimo acabou sendo derrubado no mais profundo abismo. O diabo não caiu porque fez cair o homem, nem porque amou o homem e quis dar a ele o conhecimento que Deus não quis, como relata o mito grego do Prometeu, mito que é base do ocultismo, da alta magia e dos santanismos mais baixos. O diabo já era Lúcifer quando se apossou da serpente e fez a tentação original, antes do início dos tempos já havia ocorrido a inssurreição cósmica no mundo espiritual que separou anjos, arcanjos, querubins, serafins e outros seres espirituais do mal de demônios, diabos e seus príncipes de legiões das trevas. 
      Todos nós conhecemos e experimentamos as investidas do mal contra nossas vidas, e os que nascem de novo têm o privilégio de usarem a autoridade do nome de Jesus para repreender, anular e destruir as obras de diabos e demônios. Poucos, contudo, conhecem as investidas do mal, não contra os seres humanos comuns, mas contra líderes importantes, políticos, influenciadores de opinião, presidentes de empresas, responsáveis pelas mídias, pela internet, filósofos, pedagogos e professores (principalmente esses, que influenciam na criação de crianças e jovens). Com esses o mal não joga com valores menores, baixos, não troca almas por prazeres materiais, com esses o mal revela mesmo verdades espirituais ocultas.
      Com certos escolhidos o mal usa um conhecimento secreto para fazer com que pessoas influentes do mundo olhem para o alto, bem alto, acima dos vícios mundanos e das legiões. Esse conhecimento revela os grandes e antigos diabos, que estão acima do mal que a maioria das pessoas se ocupam em suas vidas diárias. O mal faz isso com tanta elaboração, com tanta informação, com tanta sofisticação, que muitos pensam estarem de fato se envolvendo com o mais alto dos conhecimentos. Muitos pensam estarem de fato fitando o altíssimo, quando na verdade olham para o abismo espiritual, para a mais poderosa das trevas.
       Metafísica oriental, hermetismo, alta magia, cabala, conhecimentos ocultos que não estão abertos para todos, ferramentas especiais do mal que revelam que ele tem selecionados (e nem pense alguém em querer entrar nesses “círculos” sem ser pré-selecionado), que ele tem estratégia, que ele tem inteligência, para preparar em ordens secretas (que atualmente nem são assim tão secretas, pelo menos no marketing) não peões, mas líderes, reis e rainhas para reinarão no final dos tempos, no último e pior dos golpes do mal contra Deus. 
      Muitos não têm ideia do que é alta magia, acham que é só um “pai de santo” com mais demônios, mas os envolvidos com ela se guardam e influenciam muito mais as pessoas do que elas acham, incluindo crentes dentro de igrejas. De muitas pessoas, o mal se serve, escraviza, mas algumas, ele serve e pode mesmo ser “controlado” por elas. A maioria dos cristãos não está preparada para combater esses soldados especiais das trevas, ainda que em sua ignorância seja protegida pelo nome de Jesus.
     O Deus Altíssimo foi, é e sempre será superior, mais alto, e por isso, mais poderoso, como conhecê-lo e ter sua proteção? Por Jesus e no Espírito Santo, na simplicidade do conhecimento mostrado na Bíblia, uma coleção de textos escritos por homens de seus tempos, mas ainda assim o que Deus usa de melhor para mostrar sua vontade maior. Entendamos, contudo, que as piores e mais eficientes estratégias do mal estão escondidas, atrás de ideologias de tolerância e proteção do planeta, e têm nos sistemas de ensino e nas tecnologias seus principais meios de atuação. 
      Quando orar, pense no Altíssimo, em sua mente, em seu coração, foque em Deus, no Deus de Abraão, Jacó, José, Moisés, Davi, Salomão, Jeremias, Isaías, Elias, Daniel, João Batista, Pedro, Lucas, João Evangelista, Paulo e de Jesus, o Cristo. Clame perdão e purificação pelo nome de Jesus e autorize o Espírito Santo de Deus, e nenhum outro, a ter comunhão com você. Não mentalize ou evoque diabos, não perca tempo com as Sephiroth (quem sabe entenda), são só anjos caídos, são perda de tempo, são morte, estão abaixo do Altíssimo. Desfrute, antes, do livre acesso que temos ao Deus Altíssimo através de Jesus, no qual temos perdão dos pecados e paz na eternidade.

21. O anjo do Senhor (suplemento 4)

      “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.” 
      “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.” 

Salmos 34.7 e 18


      O Salmo 34 é um dos textos mais confortantes da Bíblia, dá ao que busca e teme a Deus a certeza que o Senhor cuida dele de maneira especial. Mas eu queria chamar a atenção para dois versículos, o primeiro é o que cita o termo “anjo do Senhor”, o texto diz que o anjo acampa-se ao redor daquele que confia em Deus e o livra. É importante citar que a palavra anjo (que significa mensageiro) é usada em vários textos bíblicos, mas o termo “anjo do Senhor” pode ser traduzido como algo que vai além de um ser espiritual do bem, pode significar o próprio Deus ou mesmo Jesus antes de sua encarnação. 

      Seja como for, aprendemos com o verso 7 do Salmo 34 que uma presença espiritual enviada por Deus, do bem e poderosa, pode ficar ao redor, isso é, em todos os lados, alturas e posições em relação ao cristão encarnado, protegendo-o de males físicos e espirituais. Mas até que ponto acreditamos na realidade disso? Não somos só seres físicos, somos espirituais também, precisamos de experiências físicas e também de espirituais, isso não é insanidade, é integridade. 

      Crentes de linha pentecostal podem se habituar tanto a acreditar nisso que podem acabar vulgarizando uma experiência tão maravilhosa, por outro lado, crentes de linha tradicional protestante podem racionalizar tanto o cristianismo que acabam simplesmente não crendo nisso. Meus queridos e minhas queridas, é verdade, eu já senti e vi isso com olhos espirituais mais de uma vez em minha vida, protegendo a mim e àqueles que sinto de Deus de colocar sob minha cobertura espiritual de oração e vigília, anjos existem, são gigantes iluminados, que podem portar grandes espadas. 

      Importante: não cabe ao homem de maneira alguma orar diretamente a anjos, ou determinar diretamente a eles que façam isso ou aquilo, devemos pedir a Deus proteção e o Senhor, de acordo com sua vontade, ordena anjos. Mesmo que sintamos a presença de um anjo, que possamos vê-los com olhos espirituais, convém falar em espírito antes com Deus (em espírito o diabo não ouve), e no nome de Jesus expulsar demônios caso estejam presentes e pedir autorização a Deus para responder caso sejamos indagados pelos anjos. 

      Mas mesmo essa experiência é exceção, não regra, a regra é orar diretamente a Deus pelo poderoso nome de Jesus Cristo. Todo cuidado é pouco visto que o diabo é mentiroso e simulador, e mesmo sendo verdadeiro nenhum bem pode trazer ao homem. Contudo, com todos esses cuidados, o Senhor mostra aos que o buscam sua poderosa proteção usando anjos do bem ao redor de seus filhos, e em se tratando de batalha espiritual isso é de suma importância. 

      Guerra espiritual não se vence com armas humanas, intelectuais ou emocionais, mas espirituais, que depois se manifestam em nossos sentimentos e pensamentos. Eu tive que dar relevância também ao versículo 18 nesta reflexão, ele é a chave para o 7, quem tem proteção especial e poderosa de Deus? O humilde, o verdadeiramente contrito de coração, que não o é só de fachada, para exibir espiritualidade (falsa) só por vaidade ou autopiedade, mas que é de fato, diante de Deus, nas madrugadas solitárias da vida, homem e mulher quebrantado diante do Senhor, clamando dele sua atenção.


A redação e a compilação deste texto é original, 
não foi copiado ou transcrito de nenhum outro material.
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mas por favor, cite a fonte.
José Osório de Souza - 30/11/2018