Preocupados que estamos,
muitas vezes, com grandes milagres, grandes realizações, que possam exibir
nossa espiritualidade para os homens, nos esquecemos do sofrimento pessoal. Queremos
a salvação de milhões, oramos por isso, mas não nos damos ao trabalho de dar
atenção a uma pessoa em especial. Não paramos para conversar com alguém, que
muitas vezes, se senta todos os cultos ao nosso lado, alguém que pode estar
precisando e muito de uma atenção.
“Pois quero misericórdia e não sacrifícios”
(Oseias 6.6a), Jesus vivia esse princípio. Ele se deu pela humanidade toda, mas
se entristecia com um coração endurecido, com um aleijado estigmatizado. Jesus
olhava para os olhos de uma pessoa, mesmo perdida em meio à multidão, ele a identificava,
sentia seu sofrimento, respondia ao questionamento mais profundo e sincero de seu
coração, ele percebeu a mulher que sofria com hemorragia e que o tocou em meio à
turba (Mateus 8.44).
Isso importava mais
que deixar sem argumentos os fariseus, que se fazer conhecido pelos
importantes, que obter poder social e político, e em prol de um indivíduo ele
podia ignorar todo um circo armado por seus inimigos, foi o que ele fez com a
mulher pega em adultério (João 8.1-11).
Quando entenderemos
isso? Quando deixaremos de nos apegar a vaidades, mesmo as disfarçadas de
espiritualidade, de prioridades ministeriais? Isso para amarmos o próximo, que
como o próprio Evangelho chama, está bem próximo, precisando do nosso amor.
Não se pode viver o
cristianismo com um coração frio, que não chora com os que choram e nem se
alegra com os que alegres estão. Mas para ter essa empatia, é necessário se
desfazer não só das vaidades, mas da inveja, do ciúme e de todo o tipo de egoísmo
que nos impede de se preocupar mais com os outros do que com a gente.
O Espírito Santo
tem me levado a refletir bastante, nos últimos dias (e quem acompanha esse blog
pode perceber isso), sobre falsa espiritualidade e a importância de se viver um
cristianismo que alcança o indivíduo, e não a massa. A massa esconde, minimiza,
rouba a identidade, é tudo o que o verdadeiro Evangelho não faz. Ele revela, dá
relevância, e respeita a identidade de cada um.
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