Introdução
“Portanto, meus amados, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” I Coríntios 15.58
O texto que segue não é um estudo bíblico, baseado num entendimento da Bíblia ao pé da letra, conforme teologia tradicional protestante e recheado de argumentos teológicos, contemplando a "história" citada no cânone e "aprofundando" nas línguas originais da chamado Livro Sagrado por judeus, o antigo testamento, e pelos cristãos, seja no cânone católico, seja no protestante. Os termos entre aspas identificam entendimentos de história e línguas originais de acordo com conveniências de teólogos cristãos, não de acordo com visão científica séria e imparcial, mais por fé que por conhecimento. Fazer esse tipo de reflexão requer desprendimento de preconceitos e medos impostos pelo dogmatismo religioso, assim, se não sentir-se à vontade com isso, procure outro texto para ler, não quero tomar teu tempo nem escandalizá-lo.
1. Que verdade é verdadeira?
Muitos cristãos defendem suas crenças por acreditarem que elas são verdade maior, eles não percebem que adeptos de outras religiões acham a mesma coisa, que suas crenças são a verdade maior. Que verdade é a mais verdadeira? A melhor pergunta pode ser outra: que verdade dão frutos verdadeiros? A verdade é que todas as religiões podem dar tanto bons frutos quanto ruins, porque elas não são a verdade pura de Deus, mas versões distorcidas dessa. Para Deus isso não interessa muito, com tanto que as pessoas o busquem, podem usar a ferramenta que preferirem. Não tiramos com isso a relevância de Jesus Cristo, mas afirmamos que em seu amor Deus abençoa mesmo os que o buscam chamando Jesus por outros nomes.
Não temos que concordar com tudo, mas temos que admitir que não sabemos tudo, principalmente porque nossas obras mostram que somos pecadores injustos, egoístas e vaidosos. Contudo, o que muitos cristãos fazem é acharem-se donos exclusivos da verdade maior, não aceitam que isso deve lhes conferir responsabilidades superiores e mais sérias de amar e de testemunhar o plano de Deus, mais que as que conferem outras ”verdades”. O exemplo a ser seguido, como sempre, é o do Cristo homem, o mesmo que cristãos professam ser a verdade, mas parece que só usam esse entendimento quando lhes convêm. Perde-se o cristianismo quando deixa de ser verdadeiro e quer convencer o mundo que sua prática é verdadeira.
Cada ser humano tem direito de ter suas convicções e suas experiências religiosas, ocorre que certas crenças extremistas colocam quem nelas crê como melhores que os outros, com mais direitos, de uma forma mais radical, como legítimos filhos de Deus. Isso é possível? Até pode ser, mas quem se acha mais merecedor do céu que os outros deveria ter mais deveres, não mais direitos, isso pelo menos no ponto de vista do verdadeiro evangelho de Jesus, onde se perde para ganhar, se é humilhado para ser exaltado, se morre para viver. Talvez o ponto seja, não que muitos cristãos neguem o evangelho do Cristo, mas que queiram colher recompensas no mundo, não no céu, do evangelho que creem. Nos dois jeitos há equívoco.
Quer um jeito de fato sábio de viver? Tenha tuas convicções para você, mas exceto quando Deus de fato orientar, e quando ele manda temos amor, paciência e respeito para obedecer, ponha em prática tuas convicções de modo que os outros vejam em você palavras e atitudes de vida, de misericórdia, de justiça. Fale menos e viva mais, quem vive certo em Deus e para Deus tem paz, tem carências saciadas, assim não tem necessidade de auto-afirmação, nem de fazer admiradores ou fãs. A verdade de Jesus é a mais alta? Creio que sim, mas conhecê-la mais profundamente tem me feito mais praticante que falante, não hipócrita, não falso moralista, e muito mais santo e amoroso. Quem está em paz e na luz não teme trevas e mentiras.
2. A vida e o cristianismo
A doutrina do cristianismo protestante tem um entendimento bem simples da existência humana que crê ser a verdade maior. É baseado em textos escritos por homens antigos, que tinham uma percepção antiga de si mesmos como indivíduos, da sociedade, de religião, e portanto limitada em relação à percepção que podemos ter hoje no século XXI. Para muitos cristãos é difícil admitir isso, já que veem a Bíblia como a palavra irrevogável, infalível e eterna de Deus, assim o ser humano muda, a sociedade muda, a ciência evolui e traz provas indubitáveis sobre assuntos como a evolução física do ser humano, mas muitos cristãos insistem em entender a Bíblia ao pé da letra, desprezando contextos históricos e uso de metáforas.
Para muitos cristãos todo ser humano é criado quando nasce neste mundo, corpo e espírito, se um nasce num lar pobre, outro numa casa luxuosa, se um tem que trabalhar ainda criança para levar comida para casa, se outro pode cursar as melhores escolas, entrar numa faculdade federal e fazer pós graduação no exterior, se um terá como referência moral um pai violento e uma mãe irresponsável, se outro será criado com pais amorosos que o levará semanalmente a cultos cristãos, bem, isso tudo é por puro capricho divino. Ninguém nasce em berço de ouro por merecer, em berço de trapos por disciplina, ou em berço de madeira por escolha, o início de nossas vidas no mundo é por acaso, decidido em jogo de dados divino, assim diz o entendimento da doutrina protestante.
Acha que estou exagerando? Mas na prática é isso, e o argumento dado para isso por muitos cristãos é, “Deus sabe o que faz, quem somos nós para criticar o Senhor?”. De fato Deus sabe o que faz e não podemos criticá-lo, mas talvez não seja por fazer as coisas ao acaso, sem regra, sem que faça algum sentido, sem razoabilidade. Não é sábio duvidarmos de um ensino religioso porque as palavras e o raciocínio parecem rasos, as sabedorias mais profundas são expressas em frases curtas com termos simples que podem ser entendidos e praticados tanto pelo ignorante quanto pelo doutor. O que deve nos levar a reavaliar ensinos religiosos são os frutos que eles geram no tempo, se são frutos bons e duradouros ou não são.
Prometi a mim que não faria mais longas reflexões aqui, só compartilharia pequenos textos de conforto evangélico, note que nos últimos tempos isso foi feito. Mas o mesmo Espírito Santo que me levou a buscar de Deus um entendimento melhor sobre espiritualidade e eternidade, novamente me leva a fazer esta reflexão, sobre temas sensíveis da existência humana. Não senti necessidade de reavaliar o cristianismo tradicional por mera curiosidade ou só para deslegitimar algo que não vivia por algum motivo egoísta, ocorre que a fonte secou e eu ainda estava com sede. O Senhor me disse então para cavar mais fundo, fiz isso em oração e comprovei as novidades em frutos em minha vida. Nas próximas cinco postagens segue o que tenho aprendido.
3. Vida é trabalho moral
Nascemos com certos valores morais, são esses, não nossas capacidades intelectuais e características físicas, que definem nosso nível de espiritualidade. Nossa criação familiar, nossa formação educacional, nossas experiências em sociedade, não mudam esses valores, dão a eles forma, mas não mudam seu conteúdo na essência. Quando adquirimos maturidade física e emocional nos tornamos adultos capazes de exercer livre arbítrio e prontos para sermos responsabilizados, com recompensa ou punição, pelas consequências de nossas escolhas. Passamos a viver no mundo, e se tivermos o mínimo de autonomia, a buscar independência financeira e realização pessoal, através de atividades profissionais e afetivas.
Estudamos, trabalhamos e nos casamos, como nos reunimos em grupos para compartilharmos esporte, arte, religião, lazer, nisso tudo nossos valores morais iniciais são confrontados, no mínimo para serem mantidos, mas muito mais para serem abrangidos. Contudo, nunca mudamos de fato aquilo que somos desde o nascimento, adições positivas podemos pegar e segurar, mas com muito trabalho, como anexos externos, não como componentes integrados ao nosso interior. Toda novidade que assimilamos pode ser perdida de um instante para outro, anos de perseverante empenho para nos livrarmos de vícios, vaidades e egoísmos, podem ser jogados no lixo se não nos mantermos segurando os novos valores até o fim.
Não nascemos só com necessidades de novos aprendizados, nascemos também com valores instalados, esses são o auxílio que o universo nos dá para cumprirmos nossa missão neste mundo. Contudo, manter as qualidades não constitui trabalho digno da honra maior, isso é só uma obrigação, o esforço que será recompensado é superarmos defeitos e limites. Infelizmente muitos chegam no final de suas jornadas no mundo exaltando suas qualidades, trabalho que exigiu algum esforço, mas que não constitui sua missão. Isso não torna o ser humano mais santo, mais amoroso e mais humilde, ao contrário, torna-o mais orgulhoso e dependente de honra do mundo, dos outros seres humanos, da matéria, do próprio ego.
Encarnados, pela fé, nossos sentidos físicos podem ser impressionados de alguma forma pelo plano espiritual, seja por espíritos malignos (demônios), por espíritos de luz (anjos), por Deus (o Espírito Santo). Mas a experiência espiritual no mundo material sempre é imperfeita, temos noção só de esboços, delimitados por nossas construções pessoais de religião e espiritualidade. Mas não confundamos ferramentas com o que elas podem acessar, as ferramentas variam, assim suas efetividades para executarem tarefas, alguns usam as mãos, outros pás e outros escavadoras para fazer buracos, mas todos vasculham a terra a procura de alguma pepita de ouro. No final cada um acha a quantia de ouro que pode administrar.
4. Espiritualidade e santidade
A vida não é igual para todos, não se nasce, não se vive e não se morre igual, assim a missão de cada um, por causa de variáveis físicas, intelectuais, morais, sociais, culturais, é diferente. Com tantas diferenças, é razoável achar que uma mesma experiência de espiritualidade, de religiosidade, possa levar todos a cumprirem suas missões? Por outro lado, nem todos são desafiados a serem a mesma coisa, o nível de espiritualidade inicial diverge assim como o nível final que cada um deve atingir. Espiritualidade, pelo menos a alta, está diretamente ligada à moralidade. O mais espiritual não é o que tem mais conhecimento e experiência com espíritos, mas o que conquistou e segurou por mais tempo virtudes morais.
Não há espiritualidade sem santidade, nem santidade sem espiritualidade, ambas estão conectadas. Quem se diz limpo moralmente, mas não tem conexão espiritual com o Altíssimo, mente, quem se acha espiritual, mas não consegue praticar, na maior parte do tempo pelo menos, santidade, engana-se. O melhor e mais útil crescimento na vida, o cumprimento da missão principal que temos neste mundo, está relacionado com Deus, na origem, no processo e no destino. Tirar o Deus verdadeiro da equação invalida qualquer empreendimento espiritual, moral e mesmo cristão religioso, e muitos conhecem o evangelho e Bíblia intelectualmente, mas não são amigos de Deus, portando não interagem com seu Espírito.
Espiritualidade e santidade nascem e têm motivo de existir pelo e para o amor, não se é espiritual e santo para receber glória, seja dos homens, dos demônios, dos anjos ou de Deus, mas para servir os outros em amor. O mais santo e espiritual amará mais, assim será mais servo e mais humilde. No serviço ao outro não se usa de qualquer espécie de prepotência, o mestre não tem direito de falar mais e de ser obedecido. O mestre dá a vida por seus discípulos, quem sabe, cala, não fala, mas pratica o amor em humildade. Nem todos estão prontos para isso, muitos ainda estão no mundo para se conhecerem e se servirem, os realmente espirituais terão paciência com esses e deixarão que o tempo faça seu trabalho, há tempo para tudo.
Jesus, quando viveu com santidade e espiritualidade e serviu com amor e humildade, sofrendo a pior injustiça humana, aquela que vem de religiosos conservadores, e não de outras religiões, mas de sua própria, pagou com a própria vida o preço para cumprir uma missão singular. Houve vários seres humanos especiais no mundo, muitos são conhecidos como fundadores e codificadores de religiões, outros permanecem no anonimato, mas o Cristo foi único, assim depois que morreu, ainda apareceu neste mundo e depois foi colocar-se numa posição espiritual exclusiva. Nessa posição podemos focar nossa fé para termos acesso ao Deus altíssimo, termos paz no perdão de Deus e assim forças para trabalharmos moralmente.
5. Morte e juízo
Morremos! A princípio somos exatamente quem éramos encarnados, a princípio não há mágica nem transformação, só ocorre que a identidade que aqui achávamos que era só nosso mundo mental, recebe liberdade para existir desprendida de espaço, tempo e matéria. Não há aperfeiçoamento extremo e imediato para os que tiveram uma religiosidade baseada no Cristo, usando sua vida no mundo como exemplo moral a ser seguido e sua posição espiritual como ponto elevado para se conectar a Deus pelo seu Espírito. Também não há condenação extrema e imediata para os que não tiveram a tal religiosidade baseada no Cristo, ainda que em Jesus haja espiritualidade, santidade, amor e humildade mais diretamente acessíveis.
Após nos acostumarmos com nossa nova condição, somos expostos ao juízo, que nada mais é que um confronto com a luz de Deus. Sim, anjos e outros seres espirituais de luz assistem junto a Deus, mas esse é momento pessoal, individual, onde somos protegidos, não envergonhados ou envaidecidos. Deus é sempre amoroso, portanto, elegante e discreto. Essa luz é reveladora, nada escapa dela, nada se esconde dela, nada resiste a ela. Encarnados no mundo temos alguma experiência espiritual, mas somos protegidos dessa luz, seríamos fulminados se ela nos tocasse diretamente. Na eternidade também há certa proteção, mas não de nós mesmos, serão avaliado aqueles novos valores morais que por mais tempo conseguimos reter.
A conta divina é simples: o que seguramos mais perseverantemente nas mãos será anexado ao nosso corpo espiritual e nunca mais perderemos, são valores que a partir daí definem nossa identidade eterna, nossos homens interiores, e consequentemente nossa qualidade de céu. Só Deus sabe quem de fato segurou virtudes morais por tempo suficiente para ter direito a uma passagem de nível espiritual na eternidade. Mas esse conhecimento não é tão misterioso, quem construiu o céu persistiu até o fim em santidade, humildade e amor, assim o final importa mais que o início. O que Deus faz após permitir que conheçamos o que ele queria para nós, qual foi a missão que nos deu, sendo expostos à sua luz? Nada, somos nós que fazemos.
Quem sabe que fez certo, que tem créditos, já o sabia em vida, por isso era santo, amoroso e humilde, por isso calava-se e não fazia exigências, e não fazia porque já estava satisfeito só por ser mais que filho, mas amigo de Deus. Animais e seres humanos são criaturas de Deus, seres humanos, todos eles, indiferente de suas escolhas morais e religiosas, são filhos de Deus, mas aqueles que amam a Deus e querem obedecê-lo em verdade são seus amigos. Céu é lugar para amigos de Deus! Os amigos após o juízo querem estar mais perto de Deus, assim elevam-se para ele, esse movimento também é trabalho, mas mais fácil que o trabalho moral que temos no mundo. Viver eternamente, conquistar novos céus, é subir à luz de Deus!
6. Inferno e céu
Vivemos, morremos e somos expostos à luz de Deus, essa exposição mostra o que somos de verdade e de um jeito que não podemos negar. No mundo tentamos nos enganar e aos outros, e muitos conseguem, ou acham que conseguem, por muito tempo. Mesmo enganando podemos seguir vivendo e mesmo conquistando coisas, bens, honras, posições sociais, mas no plano espiritual, após o juízo, nossos destinos são definidos. Se na maior parte do tempo no plano material não conseguimos vencer nossos defeitos, se só exaltamos nossas qualidade, se em nosso último momento negamos valores que um dia até conseguimos conquistar e segurar, o resultado do balanço não será positivo, de crédito, mas negativo, de débito.
O que Deus faz quando entendemos que não conseguimos cumprir a missão que ele nos deu no mundo? Nada, ele não precisa fazer coisa alguma. Vergonha e uma enorme tristeza tomam conta daqueles que de alguma forma tentaram se enganar e enganar os outros no mundo. Muitos procurarão lugares, pessoas e disposições que os ajudavam a manter a mentira no mundo e não acharão, não para lhes oferecer algum prazer ou fuga, ainda que ilusória. Eternidade é momento de verdade, a verdade mais pura e alta de Deus, não as verdades subjetivas do mundo físico. Ainda assim, muitos, que frequentaram igrejas, que conheceram a Bíblia, se arrependerão, e ainda que envergonhados terão purgatórios menores…
Outros, contudo, se revoltarão, e ao negarem a verdade de Deus, cairão, para as regiões espirituais de trevas, reservadas aos seres que não querem subir para a luz. Esses acharão nos demônios os pares, e muitos estarão nessa posição, gerada de dentro para fora dos seres, munidos de argumentos religiosos, tentando achar na eternidade o que religiões lhes ensinaram no mundo sobre ela. Infernos são posições espirituais de tormento, de quem não aceita a verdade, como quartos fechados em que se põem lunáticos ensandecidos, possuídos de ódio, tentando achar nos prazeres da carne algum consolo. Mas na eternidade não há corpos físicos, sem noites de sono para descanso e refeições para satisfação do estômago com comida e bebida.
Nesta reflexão extrapolei ensinos do cristianismo, você não precisa concordar com tudo, mas ainda fiquei limitado à teologia tradicional. Não vou além para não escandalizar ninguém, a ideia não foi refletir sobre infinitude ou não de penas e recompensas da existência além. O objetivo foi explicar que céu se constrói com trabalho moral, a fé por Jesus nos permite ter acesso ao perdão de Deus e consequentemente recebermos paz, e paz é tudo que precisamos para seguirmos trabalhando. O que nos dá direito ao céu são as obras, a fé abre a porta, mas entrar e permanecer por mais tempo possível dentro da missão de Deus, adquirindo virtudes morais, é através de perseverante trabalho individual.
Conclusão
Depois de compartilhar aquilo que tenho aprendido pelo Espírito Santo sobre vida, morte e juízo, segue a conclusão desta reflexão. Se a doutrina do cristianismo protestante não contempla a existência do ser humano antes que ele, corpo e espírito, nasça neste mundo, desprezando tantas diferenças, mas impondo a seres humanos tão distintos, não só física, intelectual e emocionalmente, como também com origens geográficas tão variadas e espalhadas por todo o globo terrestre, a mesma salvação, fé num Cristo judeu nascido no primeiro século, essa doutrina também vê o fim de todos como o mesmo. Todos passarão por um juízo que avalia por valores morais de um cânone sagrado construído por uma tradição judaico-cristã.
Vendo o mundo espiritual como lugar de anjos (arcanjos, serafins, querubins e outros seres de luz), do diabo, de demônios, sendo que só temos legalidade para nos comunicar com Deus pai, Deus filho (Jesus) e Deus Espírito, ainda que os mortos possam estar lá, mas num estado de sono, aguardando o juízo, estando esses seres, e excetuando seres humanos mortos, em posições espirituais imutáveis, o mau será sempre mau e o bom sempre será bom, qualquer contato fora do protocolo bíblico é visto como diabólico. Assim são demonizadas muitas religiões, principalmente espíritas e afro-espíritas, e consequentemente levando quem usa de certas práticas a uma condenação eterna no inferno, após a morte do corpo neste mundo.
Se o que pode nos levar a duvidar de certos dogmas cristãos é verificar os frutos ruins que geraram na história, podemos dar crédito a doutrinas que parecem destoar das cristãs vendo seus bons frutos. Contudo, devemos fazer isso com experiência de primeira mão, não levando em conta palavras de outros baseadas em preconceitos. O lugar que este raciocínio nos leva pode ser até que ponto queremos vencer medos, principalmente do diabo e do inferno, quando essa linha é ultrapassada Deus pode nos revelar mistérios. Mas para isso ocorrer temos que querer e Deus tem que permitir, muitos querem mas não estão preparados, outros estão preparados, Deus quer mostrar-lhes mais, mas eles não saem da zona de conforto da religião.
Longe de mim escandalizar um crédulo, mas digo a evangélicos e católicos o que digo a adeptos de todas as religiões, sejam lúcidos e sensatos. Avaliemos até que ponto nossas crenças e nossas religiosidades estão fazendo de nós de fato seres humanos melhores, dignos de um céu e não de um inferno. Não usemos religião como fuga da realidade ou para saciar carência de aprovação ou vaidades, também tenhamos cuidado com líderes mal intencionados ou materialistas. Enfim, aprendamos com religiões, principalmente com as cristãs, mas busquemos uma experiência direta e reta com Deus, sempre checando os bons e duradouros frutos principalmente de virtudes morais que nossa conexão com Deus deve nos entregar.
José Osório de Souza
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