quarta-feira, julho 31, 2019

Você está pronto para a eternidade?

      Qual o propósito da vida neste mundo? Só um, abrirmos mãos dela. Se alguém andou por este mundo, viveu, e só foi se apegando mais e mais a ele e aos seus valores, aos seus prazeres, às suas referências, não aproveitou um segundo de existência, que é o que é essa vida em relação à outra, para se preparar para a eternidade. Então eu pergunto, eu estou preparado para a eternidade? Você está? Nesse raciocínio o velho deve estar muito mais preparado que o jovem, pois teve muito mais oportunidades de entender como as coisas funcionam, o que é passageiro e o que é para sempre, o que é carne e o que é espírito. Contudo, antes de tudo, é preciso aceitar que ainda que a eternidade seja espírito, nesta vida precisamos conviver com ambos, carne e espírito.
      Se não fosse assim, se não fosse esse o propósito desta vida, abrir mão dela, ficaríamos mais fortes fisicamente, à medida que os anos passassem, não mais fracos. Essa vida foi feita para dar errado, entendemos o início disso lendo os primeiros capítulos do livro de Gênesis. Isso não significa que não podemos usufruir do plano físico, podemos e devemos, ninguém pense que nesse corpo material seja possível um ideal espiritual, isso é utopia, os que buscaram isso só se afastaram da realidade e encenaram um personagem de espiritualidade que na verdade é pura insanidade. Se não conseguimos ser felizes nesse um segundo de existência, quanto mais na eternidade.
       A humildade está justamente em entender e aceitar os limites da carne, fazer o possível, mas deixar pra lá o imponderável, buscar o espírito enquanto se funciona num sistema físico, mundano, vemos isso com clareza quando comparamos a vida de Jesus encarnado com a vida de fundadores de outras religiões, principalmente das orientais. Sim, Jesus vivia em oração e jejum, fazia sacrifícios para estar vigilante e atento às maldades humanas e astutas ciladas do diabo, mas Cristo também festejava com os amigos, ceava com famílias. Jesus encarnado era um homem feliz, de maneira alguma fazia marketing de espiritual, Jesus era livre mesmo da vaidade de querer ser e parecer ser espiritual para provar alguma coisa a alguém, Jesus era leve, era equilibrado.
      Com equilíbrio, assim se prepara para a eternidade, porque a carne em si, e com o termo “carne” me refiro à vida física, a comer, beber, trabalhar, se divertir, namorar, dormir etc, a cane só tem o estigma do pecado porque morre (e a morte veio à humanidade com o pecado original). Dessa forma, alguns podem até buscar espiritualidade em mosteiros, numa privação extrema das necessidades carnais, quem sou eu para dizer que Deus não contempla e recompensa quem vive assim. Mas os que vivem assim também não devem julgar como menos espirituais os que fazem parte efetiva do mundo, que estudam, constituem famílias, e usufruem dos bens materiais. No equilíbrio se descobre a mais genuína das espiritualidades. Equilíbrio, contudo, só se experimenta numa vida em plena comunhão com Deus através de Jesus. 
      O grande desafio da vida é justamente isso, ser bom, moralmente, espiritualmente, e ainda assim respeitar o corpo, a carne, esse é o maior exercício de humildade que existe, respeitar a própria humanidade, e por incrível que pareça ser um humano feliz é o que mais nos aproxima de Deus, um ser que imaginamos como puramente espiritual e sem qualquer limite físico. Lembremos que seres puramente espirituais e com poderes extremos, como os grandes anjos, arcanjos ou querubins, os diabos (Lúcifer, Belial, Satanás, Leviatã ou qual sejam os nomes que eles tenham), são os seres mais carnais do universo, e eles não têm corpos físicos. Assim, preparar-se para a eternidade é ser espiritual no corpo, vivendo entre as pessoas, sendo comum ainda que achando em Jesus uma identidade especial que existirá na eternidade perto de Deus. 

terça-feira, julho 30, 2019

Não tenhamos pressa com filhos

      Alguns querem que os filhos cheguem aos dezoito anos, terminem o ensino médio e se casem, para outros basta acrescentar a isso uma graduação superior, mesmo que seja numa faculdade particular barata e rápida. Outros até querem algo mais para os filhos, que se preparem bem até os dezoito para cursarem universidades realmente boas, dificeis de entrar e difíceis de sair, mas ainda assim cobram deles uma definição que muitas vezes ainda não têm. 
      Sem fazer juízo de valor com nenhuma dessas escolhas, não colocando uma como melhor que a outra, sabendo que Deus tem planos diferentes para pessoas diferentes, e entendendo que cada um tem suas habilidades e oportunidades de acordo com suas condições intelectuais, afetivas e financeiras, eu faço nesta reflexão uma afirmação: não tenhamos pressa em criar nossos filhos, não achemos, antes do melhor tempo, que eles já estão preparados para serem independentes. 
      Muitos pais, pensando com pressa, tiveram de volta às suas dependências, financeira e afetiva, jovens mais velhos na idade, mas ainda imaturos no caráter, muitos com casamentos desfeitos, desempregados e com filhos para os avós criarem. Sim, não podemos também cair no outro extremo, muito comum nos dias atuais, principalmente nas camadas de maior poder aquisitivo, de querer filhos dentro de casa para sempre, ainda que eles tenham bons empregos e até relações afetivas estáveis. 
      Nesse casos criamos adultos mimados só porque, como país, não queremos confronta-los com a vida ou desejamos mantê-los debaixo de nossos controles. O ideal é, em primeiro lugar, querermos de fato que nossso filhos se preparem bem para o mundo, com o melhor estudo que permitirá melhores empregos dentro de uma área que eles se realizem como seres humanos. Depois de prontos profissionalmente então podem pensar em casamentos e filhos, essa é a orientação mais sábia. 
      Pais evangélicos, contudo, erram justamente por quererem acertar, impedir que os filhos pequem com vidas sexuais antes do casamento, ou pior, que façam filhos antes de uma união oficial. Assim para que um erro não seja cometido, lançam jovens despreparados emocional e financeiramente em uniões apressadas. Pastores, para não terem seus ministérios escandalizados e muitas vezes pela vaidade de mostrar para os outros que já fizeram um bom trabalho com seus filhos, caem mais no pecado da pressa de se livrarem de filhos cedo demais. 
      Pais cristãos, para que criamos filhos? Só para serem modelos dentro de templos? Na realidade da vida, ser religioso assíduo em cultos e envolvido com a obra de Deus, não fará muita diferença, não paga dívidas, não compra independência. Por outro lado, um filho melhor preparado académica e profissionalmente terá condições de dar um testemunho muito mais abrangente no mundo, mundo muito maior que comunidades que frequentam igrejas. 
      Crie seu filho para enfrentar o mundo, dê a ele conhecimento bíblico e acima de tudo testemunho seu dentro de casa, mas dê mais prioridade aos estudos e profissão. Vivemos tempos difíceis, principalmente na área econômica, nós cristãos precisamos entender e respeitar isso, e não nos escondermos no princípio muitas vezes superficial mas irresponsável que Deus cuidará de tudo. Sim, Deus cuida, mas se fizermos nossa parte melhor teremos condições de não só testemunharmos de milagres em nossas vidas mas de sermos nós mesmos o milagre de Deus nas vidas de outras pessoas. 

segunda-feira, julho 29, 2019

Não me arrependo do evangelho

      “E digo-vos que todo aquele que me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus. Mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus. E a todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem ser-lhe-á perdoada, mas ao que blasfemar contra o Espírito Santo não lhe será perdoado. E, quando vos conduzirem às sinagogas, aos magistrados e potestades, não estejais solícitos de como ou do que haveis de responder, nem do que haveis de dizer. Porque na mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar.Lucas 12.8-12

      Esta palavra não é para os evangélicos, para os novos nascidos em Cristo, é para os outros, é uma afirmação: não me arrependo de ter olhado o evangelho como a única verdade de Deus, de ter entrado no cristianismo por Jesus, de começar a frequentar igrejas protestantes evangélicas. O caminho não foi fácil, e quem segue a Cristo com lucidez, que quer de fato a Deus e a mais nada, tem como início um processo de desconstrução de tudo o que achamos ser religiosidade. O que querem só mais uma religião, ainda que a considere a melhor, não deixarão que Deus desconstrua isso, serão salvos? Muitos serão, mas terão uma vida cristã superficial, aquém daquilo que o Senhor pode de fato ensinar e se dar a conhecer aos que mais que servos se dispõem como amigos dele. 
      O texto inicial diz que os que confessarem a Cristo diante dos homens, mesmo nas sinagogas, os templos da religião judaica que oficialmente era a aliança de Deus com os homens até aquele momento, a esses Cristo aprovaria e defenderia diante de Deus e dos poderes, assim, repito, precisamos separar igrejas, religião, de Deus. Mas alguém pode argumentar, “mas as igrejas cristãs são agora a igreja do evangelho, a oficial de Deus”, a esse eu respondo, não, não são, talvez fossem no primeiro século logo após a partida de Jesus, a chegada do Espírito Santo e da inauguração dos primeiros grupos cristãos pelos apóstolos, mas a história já nos ensinou onde tudo isso deu.
      Já falei muito sobre esse assunto aqui, não vou repetir, o surgimento e desenvolvimento da Igreja Católica, o protestantismo, o pentecostalismo e todos essas divisões hereges atuais nos mostram com clareza que Deus usa as igrejas cristãs apesar delas serem imperfeitas, porque tem misericórdia do homem, mas elas não são representantes oficiais de Deus na Terra, nunca foram e nem nunca serão, nenhuma delas. Mas voltando ao ponto desta reflexão, os que buscarem a Deus de todo o coração, serão libertos de religião e igrejas e ainda assim continuarão humildemente dentro de religião e igrejas, com qual finalidade? Para servirem a Deus e abençoarem as pessoas, com todos os defeitos, igrejas cristãs ainda são os melhores lugares para isso, principalmente para ensinarmos novos convertidos, crianças e jovens sobre a maravilhosa sabedoria da Bíblia quando lida com os olhos do Espírito Santo. 
      Eu não me arrependo de ter dito sim a Jesus um dia através do apelo de um evangelista, foi início de um trajeto difícil, longo, mas nele fui libertado, curado, perdoado, e mesmo quando entendi a verdade sobre homens no mundo dentro do cristianismo e das igrejas cristãs eu não desisti, subi mais um degrau e conheci um Deus maior, melhor, mais sábio, mais profundo. “Vinde, e tornemos ao Senhor, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida. Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele. Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva seródia que rega a terra.” (Oséias 6.1-3). 
      Não neguemos aquele que ama sempre e abençoa quando escolhemos segui-lo, que espera que enquanto neste mundo todos se acheguem a ele para terem status de filhos. Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor, persistamos nessa intenção, com todo o coração. As religiões são limitdas pela vaidade e egoísmo dos homens, mesmo o cristianismo no mundo é menor, mas Deus é maravilhosamente sábio e profundo, feliz o que o busca e nele confia. A vida não é fácil, nem curta, não se apresse em concluir e julgar, mas ande mais um passo que Jesus andará um quilômetro por você e te dará a honra que você tanto busca, se arrependa de seus pecados, não daquele que perdoa pecados. 

domingo, julho 28, 2019

O Espírito Santo orienta sempre

      “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós.”
      “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.

João 14.16-17, 26-27


      “E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito.

Joel 2.28-29


      Sabemos disso, mas não usufruímos da segurança que isso nos dá, e portanto, temos dificuldades para retermos a paz. O Espírito Santo nos habita, ele é vivo, ciente, nos fala, e pode nos responder pronta e diretamente quando pedimos a ele orientação sobre algum assunto específico, ainda que seja algo simples e corriqueiro do dia a dia. Essa é a palavra de Deus que deve ter prioridade em nossas vidas, a palavra viva, renovada, atualizada e sempre verdadeira que Jesus mandou para nos ajudar, ensinar e consolar em nossas caminhadas neste mundo. Contudo, usufruir de fato desse privilégio implica em: 
  • vencermos a ociosidade espiritual, 
  • nos desvencilharmos da aprovação humana, 
  • nos libertarmos da tradição religiosa e 
  • equilibrarmos o controle intelectual que muitos de nós querem ter sobre a vida.
      Para termos intimidade com alguém precisamos conhecer bem esse alguém, sem vida de oração, de diálogo com Deus, não podemos ter intimidade com ele, assim, para aprender a ouvir e discernir a voz do Espírito Santo é preciso se dar ao trabalho de ouvir não só o ensino de outras pessoas, de não só assistir cultos, e mesmo de não só louvar, é preciso deixar a ociosidade espiritual e nos relacionarmos pessoal e profundamente com Deus. 

      A busca de aprovação humana também pode nos impedir de ouvir mais a voz do Espírito Santo, já que se confiarmos mais nos homens que em Deus, se acharmos mais importante sermos apoiados no plano físico, por pessoas que são vistas por pessoas, e não pela fé no Deus invisível, acabaremos deixando o Espírito Santo que nos habita em segundo plano. 

      A tradição religiosa protestante também pode extinguir o Espírito Santo, à medida que coloca os textos bíblicos como prioritários para nos mostrar a vontade de Deus para nossas vidas de maneira fria, como uma simples lista de mandamentos, atemporais e fora do contexto histórico. Neste momento é importante que eu deixe bem claro uma coisa, eu amo a Bíblia, a considero como sendo o livro mais importante do mundo para a humanidade de qualquer tempo, mas afirmo que seu real entendimento só pode ser adquirido debaixo da interpretação do Espírito Santo. O Espírito Santo é a palavra do Senhor no reino de Deus estabelecido pelo evangelho, acima de qualquer outra revelação ou registro escrito.
      Não existe na própria Bíblia um texto sequer que diga que nos últimos séculos teríamos um cânone de 66 livros que seriam a palavra final de Deus para o homem, o cânone foi reunido e selecionado por judeus, católicos e protestantes, por seres humanos, ainda que debaixo de um temor a Deus. Contudo, existe sim a promessa do Espírito Santo, veja os textos iniciais. Repetindo o que já disse outras vezes aqui, o termo “palavra de Deus” que mais existe na Bíblia se refere a um conceito que a nação de Israel tinha no antigo testamento, que se referia à Torá (relacionada principalmente ao pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia cristã), e na caso da velha aliança, onde a obra redentora de Cristo ainda não havia sido realizada e nem o Espírito Santo havia iniciado seu ministério permanente na Igreja, a palavra de Deus era, sim, um grupo de textos escritos.

      Por fim, outra coisa que nos impede de ter uma experiência mais direta com o Espírito Santo é o egocêntrico e humano controle puramente intelectual que muitos querem ter sobre si mesmos e sobre a religião, mas isso acaba sendo uma faca de dois gumes. Não há dúvida que, via de regra (e não generalizando), os melhores estudos teológicos são feitos pelos protestantes tradicionais não pentecostais. Por quê? Porque esses sabem usar uma área humana com inteligência, conhecem história, geografia, línguas antigas, religião, da Bíblia com profundidade e analisam tudo isso de maneira puramente científica, isentos dentro do possível de subjetividades. 
      É bom que seja assim, mas o que mais desvia o homem do pleno conhecimento de Deus é o extremismo, focar-se numa área e desconsiderar, ou mesmo demonizar, outra, isso nunca nos levará ao conhecimento de toda a verdade. Assim os mesmos intelectuais científicos que tão bem apresentam a Bíblia fecham-se em si mesmos, no intelecto humano, e perdem revelações espirituais só acessadas pelo fé e no Espírito Santo. (Mas ainda assim, eu, pessoalmente, prefiro as Bíblias comentadas por protestantes tradicionais que as de editoras pentecostais, via de regra e também não generalizando). 
      Essa disposição também impede muitos de terem a maravilhosa experiência da manifestação dos dons espirituais, ainda que os recebam na salvação e não saibam disso. Manifestação de dons espirituais é muito mais uma questão de libertação emocional que de atingir um nível espiritual mais elevado, eu creio assim, todos somos plenamente habilitados espiritualmente quando nascemos de novo e fomos selados com o Espírito Santo, alguns, contudo, por travas psicológicas que necessitam de cura, têm mais dificuldade para exteriorizar isso fazendo interagir Espírito Santo no espírito humano com alma e corpo humanos. Contudo, na maturidade existe não extinção do Espírito Santo, mas controle dele, de suas manifestações emocionais, principalmente em público.
      Os pentecostais, usando o termo mesmo de maneira estereotipada, ainda que buscando o melhor dele, buscam uma experiência direta com o Espírito Santo, e isso também pode ser uma faca de dois gumes. Eles têm acesso direto à ótica de Deus, contudo, na subjetividade da leitura, podem se confundir entre o que é voz do Espírito Santo e o que é só alma humana falando, e o coração humano pode ser bem enganoso, por isso tantas heresias nascem nesse meio. O ideal é o equilíbrio, saber usar a palavra registrada nos textos bíblicos, mas se ter uma intimidade com o Espírito Santo para que ele dê a palavra final, coragem espiritual com inteligência intelectual mais emocional e corpo sadios, eis a vontade do Senhor para todos.

      Prestemos muita atenção ao texto inicial do evangelho de João, Jesus encarnado dá a importância suprema e real ao Espírito Santo que ele enviaria para habitar sua Igreja de modo perene, assim, não diminuamos nunca essa importância. Ouvindo e obedecendo o Espírito Santo nunca damos “bola fora”, nunca agimos com estupidez ou com covardia, nunca falamos demais ou de menos, nem nos apressamos ou nos fazemos de irreverentes. O Espírito Santo sempre dá o tom adequado para que vivamos afinados com Deus, e sintonizados nele sempre estamos sincronizados com o mundo, com a vida, com o universo, para fazer e falar a coisa certa no momento certo.

sábado, julho 27, 2019

Depressão: mais sobre...

      “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.Mateus 11.28-30

      E eis-me aqui falando novamente sobre um assunto que muitos atualmente têm conhecido de perto, infelizmente, a depressão. Esse assunto é muito sério, assim se você acha que tem essa enfermidade ou se tem alguém próximo que acha que a tem, procure ou indique um bom profissional da área médica, psiquiatra ou psicólogo, e por favor, não se oriente unicamente por este texto ou por qualquer outro material da internet. Leve o assunto a sério. 
      O que é depressão? É uma tristeza que não passa, que tira a vontade de fazermos as coisas básicas do dia a dia e que por enfraquecer nossa vontade de viver pode baixar nossa imunidade e ser porta para outras doenças, repito, não sou profissional da área médica, não use esse texto como referência final para concluir qualquer coisa, contudo, sou um ser humano como você, que já viveu um pouco e já teve varias experiências de dor na vida. 
      Alguns podem alegar que têm depressão quando não têm, experimentam apenas uma tristeza emocional ou uma enfermidade física que afeta seu humor. Outros se colocam propositalmente numa situação de desânimo, escolhem o buraco e nele ficam. Contudo, seja qual for a causa, legítima ou não, efeito de trauma, de violência real, de repressão externa, de impotência diante de problemas que não se resolvem, seja ela nascida de uma verdade ou de uma mentira, na insistência pode gerar um estado real de depressão.
       Tristeza pode ser um vício que ajuda-nos a construir uma identidade, doentia, mas identidade. Na dificuldade de se ter uma identidade, a doentia pode servir. Viciamos em algo porque ele nos dá prazer, pelo menos porque pode nos dar uma dor menor que a que temos sem ele, infelizmente o ser humano em suas complexidades pode se alimentar de prazeres estranhos que iludem enquanto matam. 
      A tristeza pode, sim, ser bebida aos poucos, como uma cachaça, com a finalidade de obtermos uma satisfação com a autopiedade, por quê? Porque isso nos coloca na posição de vítimas, vítimas não têm culpa, a culpa é dos que as fizeram sofrer e serem vítimas. A tristeza nos aprisiona ao mal porque nos oferece desculpas para permanecermos como estamos, essa disposição é o ninho da depressão. 
      Muitas vezes podemos deter o início de uma disposição errada de tristeza e impotência, mas depois que se instala a tristeza, teremos mais dificuldade para curar a depressão, assim o segredo é nem deixar começar. Mas quem tem essa força, esse controle? Os deprimíveis que parece já nascerem ou serem formados com essa característica, a sofrerão um dia, alguns até sem terem motivo direto para isso, a depressão simplesmente vem e fica. 
      Pastores e pregadores precisam ter mais conhecimento sobre o assunto para assim poderem falar com mais responsabilidade sobre depressão, respeitando o doente e a gravidade da doença, depressão não é demônio que se expulsa com uma oração, ainda que demônios possam oprimir o deprimido se aproveitando de sua situação já fragilizada. Que se expulse o demônio mas que se dê atenção com tempo e amor ao deprimido, aos que não querem exercer evangelho com paciência é melhor nem sem aproximarem de deprimidos (que não se toque em ferida que não se pode curar).
      Algo que aprendi sobre depressão é que na maioria das vezes ela é consequência, não causa, ainda que possa ser desencadeadora de outras doenças, assim, a princípio, é preciso descobrir e tratar antes o que levou a pessoa à depressão e não a depressão em si. É certo que depois que ela se instala a pessoa pode experimentar um terrível loop onde o efeito se torna causa que cria outro efeito num laço difícil de se encerrar. Mas se a pessoa está desanimada pode não adiantar só dar a ela remédios para que ela fique mais animada, não se ela não tiver uma enfermidade que objetivamente alterou seu humor.
      Todavia uma das causas da depressão pode ser falta de algum hormônio, assim não é só um problema psicológico, mas químico, físico. Dessa forma a depressão pode também ser um mal em si, sem causa emocional, obviamente isso também levará a pessoa a um desânimo, a uma tristeza muito grande, onde o psicológico também será afetado. Ainda que seja ausência de um hormônio, a auto-imagem, a auto-confiança, podem ser afetadas levando o doente a princípio físico se tornar também emocional.
      Se doenças físicas podem levar à depressão, transtornos psiquiátricos levam mais ainda, já que a pessoa já está debilitada psicologicamente. Alguém com transtorno bipolar ou com esquizofrenia pode ter sérias crises depressivas, e nesses casos a causa da depressão é ainda mais difícil de identificar. Com tudo isso entendemos que depressão é algo muito complexo, tenhamos portanto muito cuidado, repito, respeitemos o doente e a doença, tristeza que vem e fica não é simplesmente demônio ou mera frescura.
      Longe de mim aconselhar deprimidos, longe de mim, contudo eu creio num Deus que a todos entende, ama e pode ajudar. Via de regra o que mais deprime é nos sentirmos impotentes diante de um problema sem solução, assim só existe duas ações práticas, ou resolvemos o problema ou assumimos que a falta de solução não é problema nosso. Isso é fácil de fazer? Não! Se fosse não existiria tantas pessoas deprimidas, mas podemos caminhar para agir assim, resolvendo o problema ou nos desligando dele.
      Contudo, quem está numa crise depressiva não tem forças para nada, assim não se exija dele nada, depois de orientado por um médico da área e medicado que o deprimido tenha uma situação tranquila para melhorar enquanto é ouvido por um bom terapeuta. Ao doente convém não exigir nada de si mesmo, apenas descansar, relaxar, vencer a impotência é acima de tudo um exercício de humildade e mansidão, aliás, humildes e mansos sempre achamos cura, paz e saída, mesmo para a depressão.

sexta-feira, julho 26, 2019

Liderança, questão de escolha?

      “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas.” João 10.14-15

      Algumas coisas são perdas inerentes às escolhas que fazemos, entrar em determinadas salas implica em deixar do lado de fora coisas que não poderão entrar conosco. Eu poderia citar várias situações em que esse princípio se aplica, mas vou me ater a situações onde nos colocamos de alguma forma como líderes, posição que muitos almejam, desejam, mas que alguns não entendem exatamente o que é necessário perder para tal status exercer. Alguns que estão de fora invejam os líderes e buscam sempre brechas para criticá-lo, esses gostariam de ser líderes, mas não têm coragem de pagar os preços para serem (e nem admitem que existem preços a serem pagos), é mais fácil menosprezar aquilo que não temos vontade de fato de ser. 
      Com relação à liderança, um preço importante a se pagar por ela é o abrir mão de exposição de gostos e opiniões pessoais, ainda que o líder genuíno tenha convicções claras e use-as para delinear sua liderança, mas isso é feito para desempenhar sua posição de moderador, não para polemizar ou defender pontos egoistas. Um líder de bem de verdade modera para equilibrar, para ser justo e dar espaço a todos, um líder de verdade orienta para que todos cresçam, não é um ditador que escravisa e prende na ignorância, mas ele precisa se deixar de lado muitas vezes e pensar antes nos outros que nele mesmo. O pastor de verdade, como diz o texto, dá a vida pelas ovelhas e não as sacrifica, vende, mata, manipula, para ter alguma vantagem pessoal. 
      Não, ninguém é obrigado a ser líder, a ser moderador, a ser professor, a escolha nos é oferecida e aceitamos se quisermos. Quando, contudo, é uma escolha legítima, dada por Deus e portanto tendo nossas capacidades, experiências e esforços como base apoiada pelo Senhor do universo, com certeza é algo, que por mais difícil que pareça, temos condições de desempenhar. Por isso o título desta reflexão tem um ponto de interrogação no final, será que seremos felizes, que acharemos paz e satisfação na vida se dissermos não a uma chamada assim? Uma chamada verdadeira não é opção, mas missão, esse entendimento consola-nos quando achamos que a responsabilidade é muito grande, que as perdas não compensam o ganho, que é solitário e injusto demais ser professor, ser líder, ser moderador, administrar um grupo em direção ao bom conhecimento. 
      Outra coisa, todavia, que podemos entender em Deus, com relação à liderança, chamada, missão, é que se existe um Senhor que tudo controla, equilibra e abençoa, então, a obra que realizamos não é nossa, mas desse Senhor. Assim quem lidera, quem é liderado e a área em que essa liderança é efetuada, tudo isso pertence a Deus, o líder não é dono do que lidera ou dos liderados, nem os liderados são proprietários de alguma coisa, tudo é de Deus. Se é dessa forma, Deus chama para líder quem ele quer, Deus coloca como liderados, quem ele quer, e todos participam de uma grande obra de  aperfeiçoamento de Deus. Quem não entende isso ou liderará de forma egoista ou com má vontade, ou será liderado cegamente por qualquer um ou viverá reclamando de seus líderes, seja como for, não verá Deus acima e além de tudo e todos. 
      Mas o ponto desta reflexão é o chamado para liderança, aquele que escolhe em Deus essa missão, a esse compartilho uma palavra de consolo do Senhor: olhe além, do que os invejosos e tímidos veem, se temos a oportunidade de liderar, de ensinar, de moderar, isso não nos faz melhores, com mais direitos, mas com mais deveres. Isso é ruim, é exigir demais de você? Não, quem ensina aprende de novo, que se dá, recebe, quem morre, viverá, quem se ocupa com o bem dos outros tem o próprio Deus cuidando dele. Contudo, mais que tudo isso, quem aconselha, compartilha, oferece sabedoria, se prepara para algo maior, superior, não neste mundo, mas na eternidade com Deus. 
      Na eternidade com Deus usufruiremos de valores e honras puramente espirituais, lá ninguém reinará sobre ninguém, nem ninguém será injustiçado, mas os que abriram mão de ganhos e honras no plano físico receberão do Senhor a melhor e mais justa das recompensas. Dessa forma, que importa andarmos um pouco sozinhos, tendo que guardar só para nós mesmo muitos sonhos, muitas opiniões, muitos mistérios? Essa vida é um segundo em relação à eternidade, a dor aqui é uma lágrima em relação à alegria que teremos na eternidade com Deus. O egoísmo, a palavra final, a verdade pessoal, tudo isso é vaidade, é passageiro, quanto aos generosos, humildes, pacificadores, misericordiosos, serão eternos com o sábio e santo pai de amor.

quinta-feira, julho 25, 2019

Somos o que somos?

      “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” João 3.20-21

      Nenhum homem nasce condenado, somos condenados por nossas escolhas à medida que amadurecemos. Essencialmente somos o que somos, o tempo, quando escolhemos a luz, desgasta o que temos de ruim, deixa-nos cansados de fazer o mal, e acabamos deixando livre o que temos de melhor. Se o melhor do ser humano for só humano, ele amadurecerá, melhor, mas vazio, contudo, se o melhor for achar e amar a Deus, Jesus ajudará para que a boa essência floresça. 
      A verdade é que pouco mudamos, jovens e utópicos poderão discordar disso, acharem que o ser humano é fruto do meio e que pode mudar com o tempo. Contudo, quem viveu de fato, fez o resumo de seus tempos, e teve lucidez para medir teorias e práticas, sabe que somos o que somos, nascemos para sermos assim e não mudaremos, só traremos à luz a nossa verdade pessoal escolhida no passar dos anos. 
      Sim, crentes, vícios podem ser tirados, curas podem ser efetuadas, prioridades podem ser rescritas, mas tudo para que as mentiras que nos ensinaram e que escolhemos ser, por um tempo, sejam reveladas e o melhor de nós em verdade seja trazido à tona e vivido. Repito, muito feliz o homem que percebe seu melhor para Deus, por Jesus, no Espírito Santo, esse encontrará paz, se sentirá satisfeito espiritualmente, e achará sentido na existência neste plano físico para que entre na eternidade iluminado. 
      Triste os que pensam poderem viver seus melhores sem Jesus, ainda que civilizados, ainda que religiosos, nossa luz interior busca florescer para achar na luz de Deus sua razão de ser, nossa luz interior é sopro de vida de Deus em nós, assim ela só busca voltar pra quem a criou. Fora disso, mesmo a mais linda das luzes humanas, será tragada pelas trevas do mal e se apagará, deixando o homem perdido para enfrentar a eternidade. 

quarta-feira, julho 24, 2019

O evangelho não é um hobby

        “E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.Mateus 10.22

      O verso inicial foi retirado de um capítulo onde Jesus descreve a realidade de quem o segue, ela de maneira alguma se assemelha à tranquilidade prazerosa de quem usufrui um hobby, antes é luta, é sofrer incompreensão, injustiça e perseguição, inclusive no seio familiar (e na igreja). Neste mundo atual do politicamente correto e da tolerância (convenientes para alguns), existem muitos equívocos. Por um lado alguns que acham que interpretar a Bíblia erradamente e basear-se em tradição religiosa de homens (ainda católica mesmo entre os que arrogam ser protestantes) lhes dá o direito de julgarem e serem intolerantes. Esses se acham perseguidos por causa do evangelho, mas são só tolos hereges sem amor dando testemunho inadequado do evangelho e sendo eles mesmos perseguidores de inocentes. Por outro lado temos os que acham que evangelho é amor sem justiça, e que nele não pode existir confrontos, esses caem no perigo do outro extremo, colaboram para que a agenda “anti-Cristo” ganhe seguidores, enquanto defendem promíscuos que se fazem de vítimas e que só querem direitos e não deveres. 
     Viver o evangelho é algo muito sério, não é só uma disposição positiva de amar a todos e ter paz interior, como um eXoterismo oriental de botique, muito menos uma teologia que se ama e se estuda como a melhor religião de todas sob o nosso ponto de vista pessoal, enquanto se bebe conhaque e fuma um cubano. Viver o evangelho é uma questão de vida e de morte, requer sacrifícios, é uma escolha que se faz todos os dias e envolve não só nossa mente, mas nosso coração e nosso espírito, busca santidade e humildade sempre, enfim, o evangelho não é um hobby. Se visto só como um passatempo, ainda que como o mais excelente deles, só conduzirá à religiosidade hipócrita, será impossível de ser minimamente vivido, fará das pessoas seres  esquizofrênicos, divididos entre uma maravilhosa teoria é uma prática carnal e nunca de fato espiritual. 
      Teólogos e profundos entendedores dos textos bíblicos podem cair na tentação de ter o evangelho só como um esplêndido hobby, mas muitos de nós, mesmo sem admitirmos, na prática temos o evangelho só como um hobby, um hobby religioso, algo a fazer para aplacar remorsos, para saciar a necessidade inerente de todo ser humano de se relacionar com o mundo espiritual. Todavia, na prática de vida, o evangelho faz pouca ou nenhuma diferença, e o coração humano, enganoso, é especialista em inventar desculpas para chamar o certo de errado e o errado de certo, em dizer que é uma coisa quando é outra. Muitos se consideram espirituais e seguidores de Cristo só porque praticam o “evangeliques”, isso é, falam como evangélicos, se vestem como evangélicos, se portam exteriormente como evangélicos, ou com aquilo que a tradição lhes diz que é ser evangélico, mas eles de fato vivem o evangelho de Cristo? Se você acha que isso nada tem a ver com você, pense melhor, avalie-se, e se pergunte, eu sou um só ou dois, um que frequenta os cultos esse relaciona com outros crentes e outro diferente, no trabalhar, na escola, nas ruas, convivendo com o mundo?

terça-feira, julho 23, 2019

Tenha misericórdia, Senhor, consola-nos

      “Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu para que temas o homem que é mortal, ou o filho do homem, que se tornará em erva? E te esqueces do Senhor que te criou, que estendeu os céus, e fundou a terra, e temes continuamente todo o dia o furor do angustiador, quando se prepara para destruir; pois onde está o furor do que te atribulava? O exilado cativo depressa será solto, e não morrerá na caverna, e o seu pão não lhe faltaráPorque eu sou o Senhor teu Deus, que agito o mar, de modo que bramem as suas ondas. O Senhor dos Exércitos é o seu nome.

Isaías 51.12-15


     Tenha misericórdia dos que te servem com sinceridade, ainda que debaixo de homens egoistas, muitos que são fiéis a ministérios há anos, repetindo incansavelmente tarefas que para outros fariam morrer de tédio. Esses servos verdadeiros acham forças em ti, Senhor, creem num Deus poderoso e vivo, e assim encontram sempre um sorriso iluminado para fazer subir do coração à face, compartilhando generosidade e boas vindas a tantos que buscam nas igrejas o consolo que não acharam sozinhos neste mundo.
      Tenha misericórdia dos velhos, cansados, sem pernas, sem mãos, sem olhos, mas ainda vivos e esperançosos mesmo que presos dentro de casa, sem forças para enfrentar o mundo. Muitos se deram tanto, trabalharam tanto, choraram tanto que agora se acham secos, mas ainda mantêm em seus corações uma chama, mesmo que pequena, forte, quente, de uma fé inabalável no Deus que cuida dos esquecidos. Tenha misericórdia desses, meu Deus, pois o Senhor não se esquece nunca de ninguém, para julgar? Sim. Mas muito mais para consolar. 
      Tenha misericórdia Senhor das crianças e adolescentes, tão despreparados para a vida, muitos negligenciados por quem os cria, muitos esquecidos por quem os gerou, mas não por ti. Protege os inocentes das violências, da maldade, dos torpes e viciados, protege seus corpos, seus corações, suas mentes, seus espíritos, dá-lhes consciência de necessidade de salvação e certeza que só Cristo salva. Protege os mais novos nas escolas, nas ruas e mesmo dentro das casas, onde muitas vezes estão os piores inimigos, protege-os e consola-os, de toda a dor. 
      Tenha misericórdia Senhor dos que depois de tanto pecarem enfim tiveram consciência da dor que infligiram aos outros e a eles mesmos, aqueles que sentiram profundamente a culpa e assumiram responsabilidades por seus erros e não os imputaram a mais ninguém. Esses nunca foram justos, mas são mais que justificados pelo sangue do cordeiro, esses que andaram com vestes sujas por tanto tempo adquiriram pela humildade direito às vestes brancas dos santos, esses que só dependem de tua misericórdia para continuarem vivos e seguirem em paz, consola-os.

segunda-feira, julho 22, 2019

Quebre o loop do não amar

      “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.I João 4.18

     Julgamos mal porque não conhecemos, não conhecemos porque não queremos conhecer, não queremos conhecer porque estamos mais ocupados com nós mesmos, estamos mais ocupados com nós mesmos porque não amamos os outros, não queremos amar, não sabemos amar. Não amamos os outros porque temos medo deles e tendo medo nos afastamos e os julgamos mal, nivelamos para menos, para diminuir aqueles que achamos que de alguma maneira nos confrontam, para enfraquecer aqueles que vemos como nossos inimigos, e tudo isso ainda que tratando todos com educação, com respeito social, com cuidado. O loop do não amar só produz falsidade e solidão. 
      Quem vence o medo pode amar, quem ama se aproxima, quem se aproxima conhece de verdade, aprende com os outros e acaba conhecendo mais a si mesmo, quem conhece não julga mal, antes trata com generosidade, com misericórdia, quem trata os outros assim adquire amigos e abençoa mesmo os que não querem se aproximar dele e o coloca como adversário, quem ama não tem inimigos. Quebrar o loop do não amar, contudo, é a princípio um passo de fé, que credita sem receber, acredita sem ver, e vence o medo, o orgulho e a própria insegurança com humildade. Esse conhece o amor que liberta, primeiro a si mesmo, e depois os outros. 

domingo, julho 21, 2019

A verdadeira espiritualidade

      A verdadeira espiritualidade pessoal não precisa ser explicada aos homens, não necessita que seja falada nos púlpitos e nem se espera reconhecimento por ela, muitas vezes experimentamos a mais genuína das espiritualidades na privacidade, em segredo, e dela ninguém saberá. Podemos usar a espiritualidade dos outros como bons exemplos nos discursos e textos, mas a nossa, se existir, deve ser sabiamente calada, nas palavras, não na prática. A verdadeira espiritualidade produz frutos doces que permanecem e as pessoas os provam e são abençoadas por eles, alimentadas por eles. 
      A falsa espiritualidade quer ser vista pelos homens, deseja reconhecimento público, pode até produzir frutos, mas por buscarem a glória de homens por homens serão frutos amargos ou de pouca duração. Só o Espírito Santo num coração humilde e liberto de toda vaidade pode produzir a verdadeira espiritualidade. A verdadeira espiritualidade nasce em Deus, é exercida em Deus e recebe honra só de Deus. Isso infelizmente muitos demoram a entender, alguns acham sinceramente que são espirituais praticando a mais falsa das espiritualidades, fazem e falam, mas só para serem vistos por homens. Se a esses fosse pedido que ficassem um tempo sem púlpito, sem títulos e sem microfone, rapidamente não achariam razão para serem “espirituais”. 
      Se a maioria dos líderes evangélicos entendessem de fato isso, existiriam menos pessoas sentadas nos lugares mais altos dos templos, no chamado altar, menos pessoas desejosas de títulos e cargos, ao contrário, as pessoas teriam temor de serem conhecidas como pastores, diáconos, presbíteros, ministros, apóstolos e outros. A maioria estaria lá embaixo, amando, vivendo, tendo misericórdia, orando, estando próxima das pessoas e buscando ajudá-las. Desçam dos púlpitos, falsos espirituais, dispam-se de todos os títulos, vistam-se com mantos brancos de humildade e pratiquem o evangelho, falsos espirituais enojam o Espírito de Deus tanto quanto os adúlteros. Não posso encerrar esta reflexão sem compartilhar o texto a seguir, é desnecessário dar a ele mais explicações.

      “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente. 
      E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.”

Mateus 6.2-6

sábado, julho 20, 2019

Livre para ser livre

      Os cristãos dizem simplesmente que são livres porque são cristãos, porque Cristo os libertou, e isso deveria ser verdade, mas como acontece em várias áreas da vida do crente, do evangélico, do protestante, usa-se os ensinos cristãos, bíblicos, evangélicos, como fins, preguiçosamente param nos princípios estabelecendo dogmas, e não como inícios de uma reflexão profunda, que pode levar uma vida para ser processada, mas que conduz e revela o  melhor da existência em todos os planos. 
      Os cristãos não filosofam, e isso se deve a ensinamentos equivocados de muitos púlpitos que dizem que ciência e filosofia são antíteses de Deus, grande engano, filosofar é usar uma parte importante do ser humano, que pode levar a enganos se usado só, mas em comunhão e equilíbrio com orar, mente funcionando bem com o espírito e tudo iluminado pelo Espírito Santo do altíssimo, conduz o ser humano à maturidade plena. 
      Vendo as coisas dessa maneira podemos refletir melhor sobre o que é ser livre, assim vamos dar uma definição de liberdade: ser livre é escolher o que se gosta e gostar do que se escolhe. O cristão escolhe o que diz gostar, a vontade de Deus, mas muitas vezes, na prática, não é feliz com isso, não gosta de fato do que escolhe, assim se frustra, faz para se desvencilhar da culpa, do remorso, mas não acha na vontade de Deus para ele um prazer pleno e profundo, não se realiza de fato. 
      Por que isso acontece? Porque querem usar só o lado espiritual, o lado religioso com o qual se interage pela fé, fazem isso porque aprendem desde sempre (e isso é o catolicismo vivo e ativo dentro do protestantismo) que a carne é errado, é pecado, e que tudo que vem dela, incluindo intelectualidade, também é pecado. Muitos não usam corretamente o texto de I Coríntios 2.14-16, “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.”. 
      Quando nascemos de novo e nos convertemos, somos restaurados por completos, em algumas áreas de forma instantânea, em outras temos acesso a um começo de processo que as restaurará por completo, se assim permitirmos. Libertação de posse demoníaca é instantânea, assim como perdão de pecados e outras bênçãos puramente espirituais, já para cura emocional e física é dado um “start” que nos levará, com tempo e esforço, a uma libertação completa. Nessa restauração, contudo, está incluída uma nova forma de pensar intelectualmente, que não demoniza ciência e filosofia, mas entrega a elas lucidez e maior clareza. 
      Um cientista, com boa formação acadêmica e talento natural, e convertido a Jesus, pode ir bem mais longe na ciência que um profissional com iguais (ou até superiores) características técnicas, porém sem um novo nascimento em Cristo. Outro alerta sobre o que dizem pastores hereges e manipuladores, mas também sobre muitos pastores sinceros, verdadeiros, contudo, mal informados: ciência e filosofia, assim como formação intelectual, são militam necessariamente contra as coisas da fé, do Espírito, o plano ideal de Deus é que o homem seja bem formado em todas as áreas, um novo Adão em Cristo.
      Mas voltemos ao ponto desta reflexão, liberdade, tentei delinear os erros que crentes cometem sobre ela, erros que fazem que mesmo cristãos libertos em Cristo continuem escravos e infelizes porque se prendem a uma ideia limitada do plano de Deus para suas vidas. É preciso pensar e levar agrados e desagrados a Deus, e ainda que prontos a fazer morrer o ego, prontos a cumprir deveres mais que usufruir direitos, não nos acomodarmos com pouco, em nenhuma área de nossas existências terrenas. Contudo, quem mais se engana sobre o que é liberdade são os ainda não nascidos em Jesus, os não convertidos.
      Para esses o engano ocorre porque não entendem a definição que foi dada no início, ser livre é escolher o que se gosta e gostar do que se escolhe. A ideia geral que o mundo tem hoje sobre liberdade, muito difundida pela mídia e outros agentes da agenda “anti-Cristo”, é que ser livre é poder fazer tudo e sempre. O grande erro dessa ideia é que as pessoas acabam escolhendo tudo e nada ao mesmo tempo, estar preso a tudo é não ser livre de nada, e nisso não há liberdade, não há escolha, mas escravidão. Para ser livre é preciso poder uma escolha, fazer essa escolha e ser fiel a ela, ninguém pode ser tudo ao mesmo tempo, só Deus, e Deus é luz, é bem, é amor, o tempo todo.
      Liberdade implica em escolha, que não pode escolher ou escolhe tudo, ou tem que escolher tudo, não é livre, é escravo sem opção de selecionar o que quer. Atualmente existe, pregada pela mídia, quase que uma obrigação de se ter tudo e não estar preso a nada, liberdade irrestrita imposta não é liberdade, mas a mais tenebrosa das prisões. A verdade é que o ser humano não pode ser livre desse jeito, ele sempre estará preso a algo, e é por isso que o verdadeiro evangelho é tão especial, quem escolhe Jesus, porque sabe que é o melhor pela fé, e depois descobre nele o seu melhor, por trabalho, oração, estudo, terá Deus como Senhor, só nessa relação há real liberdade. Só sendo servo de Deus é que se é livre, e nisso existe um mistério que o diabo faz de tudo para negar. 
      Todavia, o que precisamos entender é que o que está por trás dessa agenda “anti-Cristo” atual, é justamente o oposto do que ela prega. Ela diz que deve haver tolerância religiosa e liberdade sexual? Mas é o contrário que na prática ela deseja, se todos têm que aceitar tudo, não se pode discordar de nada, assim não há liberdade, mas cativeiro. Entendam que não estou defendendo violência, de qualquer espécie, de quem pensa de um jeito contra quem pensa de outro, mas sim o direito de se pensar diferentemente, de se pregar isso nos templos e de se ensinar isso no ceio familiar aos filhos, principalmente crianças e adolescentes ainda em formação.
      A agenda “anti-Cristo” quer tirar a liberdade do cristianismo e da família para impor libertinagem pelas escolas e mídia, eis a verdade. As igrejas, por outro lado, chamam de libertinagem tudo que não é aprovado pela sua leitura raza e descontextualizada dos textos bíblicos. Com isso, sofrem homoafetivos verdadeiros, safam-se viciados imorais, perde a autoridade o evangelho e satisfaz-se o diabo, preparando o cenário mundial para o final dos tempos. Quanto à liberdade, continua uma utopia, e assim será sempre neste plano físico, já que liberdade genuína e eterna só por, com e em Jesus na eternidade.

sexta-feira, julho 19, 2019

Livres de culpa

      "Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito." Romanos 8.1

      A maior dádiva do evangelho, o perdão que nos livra de toda culpa, ainda que possamos ter que conviver de maneira madura e responsável com as consequências neste mundo de alguns de nossos erros. Mas culpa, isso não, se há arrependimento, convicção para deixar de errar e confiança na eficácia do nome de Jesus para nos perdoar, não podemos e não devemos seguir sem paz e culpados. Isso é de vital importância para termos curas emocionais, psicológicas, físicas, assim como autoridade espiritual para resistir às hostes espirituais das trevas. 
      Muitos tentam se vestir com todas as peças da armadura espiritual de virtudes, mas ainda guardam no coração um resto de culpa, isso é perigoso, o diabo é muito astuto para perceber e usar essa brecha para nos deixar rendidos, fracos, e essa brecha pode servir de porta para outros pecados. Assim o que é uma mentira, falta de paz ainda que perdoado por Deus, torna-se um novo e verdadeiro pecado, infelizmente muitos de nós se viciam de tal maneira na culpa que não sabem viver sem ela, acabam achando nela uma identidade.
      Precisamos ter e manter em nossas mentes e corações, em nossos pensamentos e sentimentos, uma disposição de não culpados, não por ser isso uma posição positiva e vitoriosa, não porque é uma atitude sadia para nossas almas que nos protege mesmo de infermidades, mas porque é um direto que temos adquirido por Jesus Cristo em sua obra de salvação. O nascimento, a vida e a morte sem pecado, mais a ressurreição dos mortos, conferiram a Cristo a posição de cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. É nesse poder que cremos, é ele que nos dá o direito de seguirmos sem culpa, e ninguém, ninguém pode dizer o contrário. 

quinta-feira, julho 18, 2019

Deus está sempre no controle

      “Pois eu dizia na minha pressa: Estou cortado de diante dos teus olhos; não obstante, tu ouviste a voz das minhas súplicas, quando eu a ti clamei. Amai ao Senhor, vós todos que sois seus santos; porque o Senhor guarda os fiéis e retribui com abundância ao que usa de soberba. Esforçai-vos, e ele fortalecerá o vosso coração, vós todos que esperais no Senhor.Salmos 31.22-24

      Deus está no controle e não entendermos ou não confiarmos nisso é o que nos leva a cometer muitos erros, a pecarmos muitas vezes. Olharmos para os homens, sejam eles quem forem, mesmo lideranças de igrejas, e nos sentirmos presas deles, cativos por eles, impedidos por eles, não compreendidos por eles, injustiçados por ele, é negar que Deus está no controle. Da mesma forma se olhamos para nós mesmos, para o nosso passado, para as nossas fraquezas, para os nossos limites, para a nossa dor, para as nossas impotências, e nos sentimos escravos de nossos egos, de nossos “demônios” psicológicos, isso também é duvidar que Deus está sempre no controle. Deus está no controle simplesmente porque Deus é maior e mais alto. 
      Não, as coisas não acontecerão sempre do jeito que imaginamos, no tempo que queremos, no lugar que desejamos, mas se estão nas mãos de Deus, controladas por ele, e principalmente, se nós as entregamos de coração e com fé nas mãos dele, acredite, Deus está no controle. Acima dos homens, acima do diabo, acima de nós mesmos, de todo poder na terra ou no céu espiritual, Deus está, tudo sustenta, tudo conduz, tudo controla, e isso basta para que sejamos felizes e alcancemos nossos objetivos. Assim, descance, tempo de espera é tempo de descanso, e isso não significa fazer nada, mas continuarmos fazendo bem nossas responsabilidades no presente enquanto esperamos, mas se a espera for agonia, não usufruiremos da vontade de Deus para nossas vidas enquanto nela. 
      Talvez ninguém, no cânone bíblico, tenho sido confrontado mais com a verdade que Deus está no controle que Davi, e isso fica notório em muitos salmos. Isso por causa da história que conhecemos de Davi principalmente antes dele ser estabelecido como rei de Israel pelo povo, ele já tinha legitimidade de Deus e sabia que Saul que o perseguia não tinha mais, ainda assim, foragido, marginalizado, vivendo entre párias, precisava esperar em Deus, não fazer justiça com as próprias mãos e confiar que Deus sempre está no controle. Deus é perfeito e harmonioso, tanto quanto poderoso e eterno, assim tudo faz parte do sistema que ele controla, tudo está sincronizado e sintonizado com ele, nada acontece por acaso, fora de seu plano, Deus não se surpreende, ainda que se alegre com aqueles que acreditam de todo o coração que ele está no controle de tudo.

quarta-feira, julho 17, 2019

Respeite a chamada dos outros

      “Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? E, se porventura achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa e nove que se não desgarraram. Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.” Mateus 18.12-14

      Um costume que havia nas igrejas mais antigas, e que ainda existe em poucas, é ter um cadastro com os dados dos membros, cadastro feito assim que alguém chega à igreja e demonstra desejo de ser membro. Colhe-se informações como tempo de conversão, experiências anteriores em ministérios, habilidades e talentos, intelectuais, artísticos, espirituais, outros interesses e mesmo a área profissional de atuação. Com essas informações as pessoas são colocadas em contato com departamentos e lideranças adequados que podem tornar o membro eficiente mais rapidamente dentro do corpo de Cristo. 
      Atualmente, na maioria das igrejas, onde existe a cultura de “alta rotatividade”, onde se chega, fica-se por um tempo e logo se vai, as igrejas usam pouco as pessoas e na verdade é apenas um pequeno grupo que trabalha e a faz funcionar, quase que um clube fechado, de difícil acesso. Sentar-se, assistir o culto, cantar e dar dízimo é fácil, bem recebido, mas mais do que isso é difícil. Contudo, se pessoas comuns têm dificuldade, membros de mais qualidade intelectual são ainda mais distanciados, ou são tratados como arrogantes ou simplesmente duvida-se de suas aptidões, as pessoas são niveladas sempre por baixo. 
      Não, não estou exagerando, isso ocorre e muito, a igreja evangélica atual, em sua maioria, não está preparada para todos, a intolerância existe maquiada de um tradicionalismo baseado num conhecimento raso da Bíblia, e de uma experiência imatura com o Espírito Santo. Se os pastores têm medo de cristãos que levantam dúvidas sobre princípios que a maioria aceita como dogmas, ou se são esses mesmos líderes desinformados sobre o que cristãos com melhor formação acadêmica podem fazer para o reino de Deus, tanto faz, o que ocorre no final das contas é que o diabo arregimenta para si os melhores enquanto a igreja simplesmente usa o álibi “Deus não escolhi os capacitados, mas capacita os escolhidos”. 
      Se nós devemos respeitar as chamadas dos outros, não julgar ninguém pela aparência ou pela diferença, nem nos colocarmos como referências, o que na maioria das vezes conduz a enganos, os outros também precisam se dar ao trabalho de respeitar nossas chamadas. Bem, para isso, em primeiro lugar, igrejas e líderes, precisam se dar ao trabalho de conhecer de fato as pessoas, ao invés de julgarem para menos, o amor tão pregado no púlpito precisa ser praticado de fato. Algo tão simples como sentar e bater um longo papo com o irmão que está chegando não é feito, um cumprimento rápido e um sorriso educado basta para muitos acharem que cumpriram sua obrigação de amor. 
      Se não conseguimos ser cristãos dentro do templo, o que se dirá no mundo? Não precisamos ser próximos de todos, nem Jesus era, mas se andarmos com temor a Deus e sensíveis à voz do Espírito Santo, saberemos quando parar e dar uma atenção especial a alguém que talvez esteja precisando urgentemente de nossa proximidade para não desistir de vez do evangelho. Cuidado, não permitamos que a roda viva dos trabalhos da igreja nos afaste do mais importante, daquele pelo qual Cristo se deu, daquele para o qual a igreja existe, o ser humano, e cada um tem uma chamada especial e importante para Deus. 

terça-feira, julho 16, 2019

Respeite a tua chamada

      “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” I Coríntios 6.12

      Dentre as situações que mais me causaram indisposições sociais, em primeiro lugar, obviamente, estão aquelas em que eu claramente pequei, contra Deus, contra mim mesmo, contra as alianças que estabeleci por escolha própria, isso infelizmente são experiências comuns a todos nós. Contudo, outras situações deixaram um gosto amargo em meu coração, nessas eu errei não por cometer um pecado explícito, mas por não respeitar a minha chamada pessoal. Para entender isso é preciso entender que cada um de nós tem uma chamada específica, pessoal, em Cristo. Não é porque é certo que deve ser feito, não é porque é lícito, que convém, não é porque podemos fazer que devemos fazer, na verdade só dará certo, só servirá de fato para abençoar, aquilo que se faz debaixo da obediência direta do Senhor. 
      Sobre algumas coisas podemos ter muito conhecimento, até certa vivência, e ainda assim não sermos chamados por Deus para compartilha-las com os outros, são experiências que o Senhor nos permitiu vivenciar somente para o nosso crescimento individual. Na prática ocorre o seguinte, podemos conhecer profundamente um assunto, mesmo praticá-lo, mas se não tivermos respeito pelas pessoas para ensiná-lo, é melhor guarda-lo só para nós mesmos. Muitos pecam por acharem que saber lhes dá legitimidade para ensinar, assim ao invés de abençoarem as pessoas acabam afastando-as do objeto de ensino, elas acabam pegando certo “nojo”, digamos assim, de algo, porque tiveram um professor ruim. 
      O que nos leva a desrespeitar nossas chamadas pode ser a princípio o desconhecimento do que ela é de fato, muitos gostam de cantar, e tanto, que acham que por gostarem podem cantar em público para qualquer um, e em se tratando de igreja, até liderar o louvor. Sim, na privacidade da família ou de amigos próximos quase tudo é possível, mas precisamos ter noção de nossos limites, vergonha na cara, para ser mais claro, e sabermos o que de fato fazemos melhor, o que de fato é a nossa chamada. Mas assim como a ignorância pode nos levar a passar vexame, a arrogância também pode, e é ela que nos leva a cometer o engano de achar que se sabemos intelectualmente, podemos ensinar socialmente, ainda que sem cuidado. 
      Contudo, mesmo os que têm uma chamada legítima para algo podem pecar por desempenha-la no momento ou/e no lugar errado, é preciso paciência para esperar a ordem de Deus para fazer, vencendo a tentação de revelar nossos tesouros para as pessoas erradas ou no momento em que elas ainda não estão preparadas para conhecer e usufruir de nossos tesouros. Isaías 39 relata a passagem onde o profeta Isaías exorta o rei Ezequias por ter mostrado seus tesouros aos babilônios, essa revelação, talvez motivada por vaidade ou por simples irresponsabilidade imatura, mostrou a uma nação perigosa e distante que a nação dos filhos de Deus tinha riquezas a serem cobiçadas. A pressa mesmo em fazer o bem pode nos trazer o mal, sejamos sábios.

segunda-feira, julho 15, 2019

Respeite a chamada do pastor

      “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.Hebreus 13.17

      Não somos obrigados a nada, e em se tratando da obra de Deus, dos ministérios desenvolvidos dentro das igrejas, convém que façamos somente o que Deus manda. Fazer por vaidade, por insegurança, na pressa, ainda que na melhor das intenções, acaba mais atrapalhando que ajudando, a quem? Àqueles que de fato estão fazendo sob ordem do Senhor. Dessa forma, tenhamos calma, paciência, domínio próprio, humildade para esperar em Deus, e só fazer sob ordem dele. 
      Também não julguemos mal, nem critiquemos, muitas vezes por pura inveja, quem está fazendo a obra de Deus debaixo de sua vontade no momento em que nós não estamos fazendo algo, ainda que achemos, em nossa presunção, que poderíamos fazer melhor, e isso é o mais difícil. Quem tem chamada para liderar e ensinar dentro de igreja, tem muita dificuldade para ficar parado, e muitas vezes essa situação é necessária, nos prova, nos dá crescimento, coloca nós, as pessoas e Deus nos lugares certos. 
      Contudo, respeitemos com todo coração, os pastores verdadeiros do Senhor, que perseveram no tempo, que suportam perseguições, que padecem com suas famílias muitas vezes necessidades para fazerem a obra de Deus com poder, em santidade e de verdade. Esses dificilmente podem parar, esses têm que depender de Deus plenamente para terem forças para cumprirem suas chamadas sem pausas. Se Deus cobra os que atrapalham os inocentes, muito maior cobrança terão os que agem de maneira inconveniente com os genuínos pastores de ovelhas do Senhor. 
      Nesse caso, o texto “o Senhor me guarde, de que eu estenda a mão contra o ungido do Senhor” (I Samuel 26.11), usado atualmente tantas vezes de forma equivocada por maus pastores, é orientação do Espírito Santo para os verdadeiros servos do Senhor. Muitos se esquecem que o tal ungido ao qual Davi se referiu era Saul. O texto é muito mais uma aprovação a Davi que não se apressou em punir o rei que a Saul, naquele momento já destituído da aprovação (e da unção) de Deus. No contexto bíblico quem se coloca como o ungido se põe no lugar de Saul, não de Davi, para interpretar a passagem de forma direta e histórica.

domingo, julho 14, 2019

Um minuto de mil anos

      “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter, nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morteEclesiastes 8.8a

      A vida passa depressa, dura um minuto, um minuto de mil anos, sim, isso é poesia, não é teologia ou ciência, mas a vida também é poesia, tanto quanto teologia, tanto quanto ciência, a ciência é a ampulheta, a teologia, a areia e a poesia está nos olhos do observador. 
      Quem habita o corpo o vê envelhecer, as enfermidades virem e ficarem, assiste o ânimo diminuir, a dor se expandir, e o que parecia fácil e desvalorizado se tornar difícil, a alma e o espírito que habitam o corpo continuam vivas, ainda que o corpo inicie-se na morte. 
      Quando nos aproximamos do final tudo parece ter durado um minuto, mesmo que certos momentos tenham sido retidos na mente como eternos, e a mente só guarda o que o corpo sentiu intensamente, com paixão, seja no prazer ou na solidão.
      No final ainda se quer amar como nunca, criar com origininalidade, sentir o impossível, dizer o inefável, mas falta cabeça para pensar, faltam mãos para tocar, faltam pernas para andar, ainda que sobeje coração para sonhar, espírito para crer, imaginação não acaba. 
      No final a ciência não fará diferença, e mesmo a teologia terá suas muralhas derrubadas, no final não haverá limites para o que está mais do que nunca limitado, e essa é a grande agonia do fim, no final só haverá poesia.
      Se o jovem arroga construir poesia, só o velho pode vivência-la de fato, se o jovem deseja a morte, só o velho a merece de fato, ainda que lute para não aceitá-la, se o jovem sente-se eterno por estar próximo da eternidade antes de antes de seu nascimento, só o velho, distante dela, conhece-a de fato. 
      O velho experimentou a fé inexplicável, e testemunhou a ciência falhar quando ele mais precisou dela, o velho entendeu que religião não é desculpa ou fuga dos ignorantes, mas o único poço que alimenta aquilo que nunca vai morrer.
      Contudo, no final se conhece a maior virtude de Deus, a poesia, o criador faz tudo com arte, se fosse só com ciência o universo seria funcional, não belo, no ultimo segundo dos mil anos se terá a chance de se ter lucidez para entender que se vive só para rimar dois versos, eu e Deus. 

sábado, julho 13, 2019

Pecados e pecados

      “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o despojo com os soberbos.” Provérbios 16.18-19

      Já compartilhei este assunto aqui antes, mais de uma vez, mas preciso fazê-lo outra vez. Pecado é sempre pecado, nos afasta de Deus e do melhor de nós mesmos, tanto para com as pessoas quanto para conosco, contudo, as causas dos pecados são diferentes. Alguns pecados que cometemos vêm das tentações diárias e comuns a todos os seres humanos, nossa área sexual é bastante tentada, e assim será enquanto estivermos vivos e fisicamente sadios, não se equivoque, ser tentado sexualmente, sendo levados a desejar o que não é nosso, ou pelo menos não é nosso naquele momento, tem um lado bom, mostra que estamos vivos. Os demônios que junto de nossas próprias concupiscências nos tentam, não podem realizar os desejos carnais e eles invejam isso dos homens. Outros pecados nascem de traumas, rancores, inseguranças e vícios, físicos e emocionais, ainda não curados. Contudo, existem aqueles que vem de algo denominado pelo apóstolo-teólogo Paulo como espinho na carne, é esse tipo de fraqueza que desejo relembrar aqui nesta reflexão.
      O “espinho na carne”, e eu nem vou citar o texto de II Coríntios 12 de novo, se puder, releia-o, bem, o “espinho” não é o pecado em si, mas uma disposição para o pecado, e uma disposição que se for de fato como o “espinho” de Paulo não tem cura, teremos que conviver com ela, para o nosso bem, enquanto estivermos neste mundo. Sim, para o nosso bem, porque “espinho na carne” é um sistema de alarme que toca quando nosso ego se inflama e deixamos de andar humildemente próximos de Deus. É importante discernirmos pecado de maneira geral de pecado efeito do “espinho”. Se estarmos em determinados lugares, com determinadas pessoas, fazendo determinadas coisas, nos colocam em posição de tentação, confrontam nossas maiores fraquezas, é adequado evitarmos certos lugares, certas pessoas e certas coisas, simples assim. Contudo, se for “espinho na carne” só isso não bastará, vencer o tipo de pecado que somos tentados pelo “espinho” não tem a ver com o que fazemos, mas com o que somos, não tem a ver com o corpo e a alma, mas com o espírito. 
      Paulo orou especificamente três vezes, ele é claro sobre isso no texto bíblico e existe aí uma grande lição, orou e recebeu de Deus a resposta objetiva que ele não seria curado ou livrado desse “espinho”, ele teria que conviver com ele e ponto. Mas o “espinho” não dói o tempo todo, ele se mostra como um alarme, tocaria sempre que Paulo quisesse se achar superior ou melhor que os outros pela intimidade que ele tinha com o Senhor. (Veja que Paulo não foi tentado a se gabar de riquezas ou proezas da carne, valores falsos, mas de uma experiência maravilhosa e puramente espiritual). Assim, muitas vezes, se enfrentamos algumas fraquezas e vemos que mesmo orando, jejuando, vigiando, nos guardando, continuamos fraquejando e pecando, não conseguindo nos livrar de uma ira, de uma mágoa, de um incômodo com algumas pessoas, é porque a solução não é deixar o pecado em si. É necessário que entendamos que o “espinho na carne” está soando o alarme e que precisamos urgentemente voltar a Deus em humildade, aprumarmos nossa fé, e aceitarmos que nada somos sem o Senhor e sua misericórdia. Como sempre na vida espiritual, humildade e mansidão são as soluções, mas em se tratando de “espinho na carne”, é preciso que tenhamos ainda mais humildade e mansidão.
      Pessoalmente já entendi que quando devo ter mais humildade e mansidão é quando preciso aceitar minha total impotência diante de uma situação, de uma relação social, que eu definitivamente não posso mudar, não posso consertar, não posso melhorar, principalmente se o que me colocou nessa situação diante de alguém foi eu mesmo. Quando é o outro podemos usar a desculpa que o problema é insolúvel porque o outro não quer resolver, e infelizmente muitas pessoas fazem isso, colocam a culpa nos outros, assim é mais fácil de viver, ainda que baseando-se numa mentira. Mas quando sabemos que o erro foi nosso, se tivermos alguma lucidez sofreremos com isso, mais difícil de perdoar os outros e perdoarmos a nós mesmos, por quê? Porque isso é algo que ninguém vê, é algo que fica entre nós e Deus, é uma virtude que não pode ser exposta, que não agrada à nossa vaidade. Acertar uma situação só no espírito, tendo só o Espírito Santo de Deus como testemunha, e poder depois seguir em paz, indiferente do que os homens pensam, homens que poderão continuar nos tratando mal por causa de um erro que nós mesmos cometemos, bem, só aceitando o “espinho na carne” com muita humildade e mansidão, esperando em Deus um milagre de reconciliação. 

sexta-feira, julho 12, 2019

Vingança: retire-a de tua agenda

      “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.” Romanos 12.14

      Todos nós desejamos, em algum momento de nossas vidas, sermos vingados, principalmente quando alguém age com muita injustiça para conosco, nos maltrando de maneira desproporcional, nos dando um mal que nós absolutamente não merecemos, não se dando ao trabalho de conversar conosco, de nos conhecer melhor, de nos dar uma chance, mas nos julgando mal e deixando em nós feridas difíceis de serem curadas. Mas o evangelho nos ensina de maneira clara que não devemos nos vingar, e mais que isso, que não devemos desejar vingança, mesmo que ela pareça justa, o evangelho nos ensina que o desejo de toda reação ao mal devemos entregar nas mãos de Deus para que ele aja da maneira que lhe aprouver. E Deus, o Deus da nova aliança, do novo testamento, que revelou sua vontade maior, melhor e eterna por Jesus, ele se vinga? Não, Deus não se vinga. 
      Alguns podem dizer, “mas na Bíblia existem muitos textos falando sobre Deus se vingar, mostrando homens de Deus pedindo vingança sobre seus inimigos”, bem, esse é só mais um motivo para que leiamos, entendamos e pratiquemos a Bíblia sob a ótica do Espírito Santo do novo testamento, e não pela visão que os escritores do antigo testamento tinham. Infelizmente, interpretando a Bíblia erradamente, muitos têm praticado um cristianismo no mínimo imaturo, e na pior das situações, herege. Repetindo o que tantas vezes já foi dito aqui no “Como o ar que respiro”, a Bíblia deve ser obedecida à luz do Espírito Santo do novo testamento, respeitando o contexto histórico, nunca ao pé da letra e muito menos sob a interpretação dos costumes do velho testamento.
      Se o homem não deve alimentar a vingança antes extingui-la totalmente, para o bem não do que fez o mal, mas do que o sofreu, e se Deus não se vinga, já que isso não faz parte da essência do altíssimo, existe alguém que se vinga sempre, proporcionalmente, no tempo certo, quem? A vida, ou o universo como dizem muitos, e ela faz isso debaixo de leis universais, imutáveis e que valem para todos, leis criadas por Deus. O bom cristão sabe disso, mas ainda assim não vive pensando ou querendo isso, contudo, sente, não alegria, mas temor de Deus quando vê a justiça sendo feita e o homem mal e irresponsável receber por aquilo que ele mesmo plantou. É triste, mas já testemunhei muitas vezes o “mundo dar voltas” e principalmente gente que zombou de cristão, ainda que naquele momento o cristão estivesse errado e debaixo de disciplina do Senhor, colhendo fruto amargo por ter feito um filho de Deus sofrer. Console-se em Deus, cada lágrima que você derramou Deus viu, a justiça será feita, mas perdoe e não pense em vingança, para o seu bem. 

quinta-feira, julho 11, 2019

Viver o cristianismo, mas para quem?

      Penso que a grande maioria de nós passa muito tempo da vida querendo ser bom cristão, querendo praticar um cristianismo de qualidade, contudo, para as pessoas erradas. Bem, na verdade qualquer pessoa, incluindo nós mesmos, é errada, para ser nosso objetivo e motivo para ser um ser humano melhor, por várias razões. Em primeiro lugar porque a maioria das pessoas está ocupada com ela mesma, não com os outros, não nos iludamos, na verdade poucos dão a nós alguma importância e mesmo esses não nos conhecem com profundidade. Em segundo lugar porque ninguém é justo nem conhece de verdade a sinceridade dos outros, muitos nos julgarão para sempre por erros que cometemos no passados, mesmo que nos aceitem sempre nos julgarão para pior.
      A verdade é que devemos querer ser bons para Deus e para mais ninguém, só Deus pode nos mostrar o que é ser bom, como ser bom e finalmente nos recompensar de maneira misericordiosa pelo nosso esforço de ser bom. Isso parece fácil de escrever, mesmo de entender e de concordar, mas é muito difícil de se praticar, principalmente à medida que vivemos e somos confrontados com tanta falsidade, crueldade, falta de generosidade e distância humanas. Isso depende de uma vida realmente de fé, de crer no invisível, de esperar pela eternidade, de confiar em valores interiores, que os homens não veem, só Deus. 
      Toda essa realidade humana nos cansa, nos desanima, mas também nos revela mesmo de forma dura e dolorida que só Deus merece o nosso melhor, o nosso foco, a nossa sinceridade, a nossa boa vontade de realmente praticar um cristianismo de qualidade. Não para que os homens vejam, aprovem e nos honrem, não para que isso faça qualquer diferença para os outros, mas simplesmente para agradar a Deus, o altíssimo, o eterno, onisciente, onipresente e onipotente. Se não entendermos e vivermos isso de fato em um determinado momento de nossas existências aqui neste mundo, nunca viveremos um cristianismo genuíno, mas só seremos farsantes, interpretando papéis para uma plateia vazia e que não quer nos aplaudir, não com sinceridade, mas só nos escravizar. 
      Vivamos para Deus, em Deus e por Deus, só isso vale a pena e nos conduz em vitória e em esperança, motivados até o fim para sermos seres humanos melhores. Quem vive para Deus não desiste de ser cristão porque os irmãos não o amam como ele precisa, porque o pastor não o valoriza como ele quer, porque a igreja não é pura e verdadeira como o evangelho orienta que deve ser. Quem vive para Deus não desiste de ser um bom cristão no mundo, mas também dentro das igrejas, mas se importa somente com o que o Senhor pensa, quer, é e faz para ele. Não posso encerrar essa reflexão sem citar Hebreus 12.2-3:

      “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.

quarta-feira, julho 10, 2019

A eterna renovação da vida

      “Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, Que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.Tito 3.4-7

      Diz-se que a morte é feminina (é mulher, para os esotéricos) porque ao mesmo tempo que ela dá a luz à vida física ela enclausura a matéria no corpo e o corpo está fadado à morte a partir do momento em que nasce. Assim, como também se diz, a morte é a única certeza da vida, contudo, o espírito que habita o corpo não é um espírito de morte, mas de vida, já que ele é eterno, por isso sempre há espetanca, sempre há uma deliciosa expectativa de usufruir a vida à luz do dia. O nascer do sol a cada manhã entrega essa benção ao ser humano, lhe oferece uma nova chance, uma outra oportunidade, para ser feliz, renovando as forças e revivicando as motivações. 
      Veja que até aqui não falei dos novos nascidos em Cristo, que são selados com o eterno Espírito Santo de vida de Deus, o espírito humano original já é um sopro de vida do altíssimo, mesmo que ainda não restaurado pela obra de salvação messiânica, esse já confere ao homem esperança e renovação, se não fosse assim a humanidade não teria resistido à primeira geração de seres humanos separados de Deus pelo pecado. Sim, sem Cristo sempre há morte porque ainda que o corpo se renove o espírito está morto, mas a misericórdia de Deus entrega oportunidades para viver um novo e melhor dia a todos. 
      Em Jesus nossa renovação é verdadeira e certa, porque não se baseia em paixões ou mentiras, nem só nas coisas do plano material, mas no pai eterno dos espíritos e naquilo que há de melhor e mais alto não só para uma vida, mas para a eternidade. Glórias a Deus que nos renova todos os dias, ainda que os anos passsem, que nossos corpos envelheçam, que o homem seja mal, falso e injusto, e o diabo mentiroso, astuto e enganador. Glórias a Deus que nos permite viver numa eterna renovação de vida. 

terça-feira, julho 09, 2019

Nenhuma ilusão, nenhuma desilusão

      “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, o Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pós querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.” Gênesis 3.22-24

      Não esperemos mais deste mundo que o que de fato ele pode dar. O que ele pode dar? Para os justificados em Cristo, o suficiente com paz, mas para os afastados do Deus verdadeiro, até pode dar muito, mas sem paz. O porquê disso foi revelado lá no começo da Bíblia, no texto inicial acima, a condição de expulso do Éden não dá ao ser humano direito à justiça no plano físico, dessa forma se enganam cristãos que acham que por terem sido resgatados por Jesus com direito à eternidade com Deus terão neste mundo prosperidade e vitória plenas. Aceitar isso o quanto antes é parar de se iludir para então não ter mais desilusões, isso, contudo, não significa pararmos de nos esforçar em buscar o melhor aqui. Se é difícil para quem trabalha, imagina para o vagabundo, desistir só o levará a achar álibis para não confiar em Deus e se entregar a uma existência no crime. Assim, façamos o possível e um pouco mais, acreditemos num Deus de milagres, ainda que milagres aconteçam naturalmente para o que anda em comunhão com o altíssimo, mas sem esperar que o limoeiro dê laranjas, isso não acontece, pelo menos não o tempo todo. O evangelho genuíno de Jesus não foi entregue ao homem para mudar o mundo, mas para mudar o homem, e dar a ele consolo e bom ânimo para seguir até o fim desta vida em paz e com esperança. 

segunda-feira, julho 08, 2019

“Sem mim nada podeis fazer”

      “Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” João 15.4-5

      Repetirei este texto muitas vezes aqui, pois é uma verdade absoluta para todos nós, em todo o tempo, sem Deus, nada podemos! Nem vou dizer que precisamos de Deus quando nos sentimos fracos, impotentes, isso é óbvio, e isso na verdade ocorre sempre. Contudo, às vezes, nos iludimos, por um motivo ou outro achamos que podemos fazer algo com competência simplesmente porque temos experiência no assunto, porque nos preparamos com trabalho e esforço para tal. Mas por experiência própria, já tentei fazer algo que faço muito bem, e não consegui, então parei e orei a Deus, pedi que o Senhor me abençoasse, que me desse forças, que me desse paz e tranquilidade. Foi só depois dessa oração que aquilo que eu tinha no coração para fazer foi feito, como num milagre. 
      Foi porque Deus me capacitou? Não, nesse caso a capacidade já estava em mim, mas foi porque eu dei glórias a Deus pelo que eu queria fazer, foi porque eu assumi que o aquilo que eu realizaria só aconteceria se Deus quisesse, não porque eu podia fazer. Essa lição parece simples, óbvia, como eu já disse, mas é a maior lição de todas, e por não a entenderem e praticarem, muitas pessoas, bem intencionadas, benignas, esforçadas, poderão conquistar o mundo, mas perderão suas almas. Isso não é vingança divina, Deus não se vinga de ninguém, mas isso é consequência de uma traição. Quem não adora a Deus e depende dele trai a si mesmo, ao seu espírito, que só vive quando está em plena comunhão com o pai de todos os espíritos, Deus, o altíssimo. Assim, digamos e vivamos o tempo todo a verdade, sem Deus nada podemos fazer, dependamos dele sempre.