Ponto sem volta

      “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filipenses 3.13-14

      “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível.” I Coríntios 9.24-25

      O caminho para o conhecimento de Deus não tem volta, não a partir de um ponto. Um avião decola com gasolina para percorrer certo percurso, se passar do meio do caminho e não houver campos de pouso para reabastecimento antes do destino, não poderá voltar ao local de partida, não terá combustível suficiente, assim ou desiste, sem chegar ao destino ainda que com gasolina para isso, ou vai até o fim. A base de nossa fé em Deus é estabelecida na partida, naquilo que evangélicos chamam de conversão. Depois podemos até nos fortalecer com a unção do Espírito Santo, mas é a experiência do início, se verdadeira, que nos conduz até o fim. Nessa jornada vamos crescendo no conhecimento, não de religião, mas de Deus.

      Nessa aquisição de conhecimento, até um ponto até podemos voltar às primeiras experiências, ainda que seja um acomodamento. Nessa posição podemos achar forças para nos mantermos de pé, mas ela é perigosa. O “universo” nos incentiva a crescer para nos fortalecermos e vencermos tentações e provas, quem desiste e se acomoda na posição de criança será alimentado como criança. Depois que provamos alimento de adulto enfrentamos lutas de adulto, mas também recebemos conhecimento de Deus de adulto, e esse, depois de prova-lo, não dá mais para viver sem. Por isso o caminho do conhecimento de Deus, repito, não de religião, quando chegamos num ponto não tem mais volta, ou seguimos em frente ou desfalecemos. 

Power trio ou banda de apoio?

      “Cada um fique na vocação em que foi chamado.”  I Coríntios 7.20

      Power trio é uma banda musical de três membros, no Brasil, a Paralamas, e lá fora, The Police, são exemplos. Essa formação geralmente possui músicos competentes no que se propõe, com pouco faz muito ao vivo. Oficialmente a banda é só três pessoas, são elas que têm direitos autorais da obra, mas no estúdio vai para as gravações mais que isso. Dessa forma muitas vezes chama-se outros músicos, contratados como freelancers, para acompanharem a banda e reproduzirem o registro de estúdio ao vivo. No palco esses músicos ficam mais atrás, meio escondidos, mas os notamos quando junto do power trio de bateria, baixo e guitarra, aparece o som de um piano, de um sintetizador ou de uma sessão de metais ou cordas. 

      Que tipo de trabalho desempenhamos na vida? Como banda principal ou de apoio? A principal aparece mais, teve a coragem de vender uma ideia que foi comprada por muitos, mas essa, apesar de especialista, pode ter menos talento que a banda de apoio, que pode tanto apoiar uma banda de rock como de sertanejo ou de axé, assim, com uma formação mais abrangente de música. Geralmente os melhores instrumentistas e cantores não são os mais famosos ou ricos, ainda que quando as duas coisas se unam, originalidade e talento no tempo certo, gênios musicais surgem e arrebatam multidões. Eu pessoalmente me contento em ser músico de apoio, não sirvo multidões, mas sirvo a quem serve multidões. Deus usa a todos. 

Honre o fiel a Deus

      “Longe de mim o coração perverso; não quero conhecer o mal. Ao que às escondidas calunia o próximo, a esse destruirei; o que tem olhar arrogante e coração orgulhoso, não o suportarei. Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que morem comigo; o que anda em reto caminho, esse me servirá.” Salmos 101.4-6

      A primeira pessoa no Salmo 101 não é Deus, é o salmista, o autor do texto. A ressalva que procuro fazer com relação a textos do antigo testamento é sobre o outro lado da história, nesse caso, o mau é odiado se o bom for abraçado. Isso é diferente no novo testamento onde bom e mau são amados, todos são respeitados. Mas o ponto dessa reflexão é a assumida posição do salmista sobre de que tipo de pessoa ele se aproxima, no seu caso é seu amigo, frequenta sua casa, o tipo fiel a Deus. Será que num mundo moderno, tão cheio de conveniências, principalmente por motivos financeiros, inclusive em igrejas, temos a coragem do salmista? Não para destruir o diferente, mas amá-lo, ainda que não fazendo alianças com ele?

      Há em muitos cristãos atuais uma bipolaridade, ou amam, ou odeiam, assim vivem a Bíblia do antigo testamento, não do evangelho. Se veem alguém que diz amar a Deus ser diferente deles, com pontos de vista, principalmente nas áreas de sexualidade e família, diferentes dos deles, eles não acreditam nesse amor. Como se Deus fizesse acepção de pessoas ou se limitasse aos pontos de vista religiosos de muitos, mesmo de cristãos. Por outro lado, repito, ainda que amando e isso precisa ser repetido, temos que ter coragem para pagar preços pela santidade, não temer quem não teme a Deus, ainda que percamos com isso em aprovação social e dinheiro. Sejamos instrumentos de honra para os fiéis, dos outros, só nos afastemos com respeito. 

Sabemos quem é quem?

      “Cantarei a respeito da bondade e da justiça; a ti, Senhor , cantarei. Quero, com sabedoria, refletir no caminho da perfeição. Quando virás ao meu encontro? Em minha casa, andarei com sinceridade de coração. Não porei coisa injusta diante dos meus olhos. Detesto a conduta dos que se desviam. Nada disto se pegará em mim.” Salmos 101.1-3

      Nossa capacidade para discernir o humilde está diretamente relacionada com nossa capacidade para discernir o arrogante. Quem vê o bom como mau, fatalmente verá o mau como bom, assim se afastará de quem de fato o ama e quer ajudá-lo sem segundas intenções, e se associará aos falsos, que só se aproximam dele por conveniência, querendo algum lucro egoísta. Quem discerne o bom, gostará desse e aprenderá com ele, mas discernindo o mau, o amará e o respeitará, ainda que tenha cautela para se associar com ele em muitas áreas. O universo tem mecanismos que naturalmente respondem com justiça ao mau, por isso o bom não precisa se vingar, se foi mal interpretado por alguém, saiba que essa pessoa será enganada por outra. 

      Eis o mistério do ensino “não julgueis e não sereis julgados, porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão” (Lucas 6.37a, 38b). Quem julga mal atrai para si maus julgamentos, já o generoso atrai para si misericórdia, não dos maus, mas dos bons. Se alguém nos julga injustamente não devemos sofrer com isso, se estamos andando corretamente e sem julgar mal a outros, seremos honrados e bem entendidos por muito mais gente e com muito mais honra, ainda que não agora e muitas vezes só na eternidade. Até que ponto nossos critérios de avaliação de caráter estão afinados com o Santo Espírito? Olhamos as pessoas com os olhos amorosos e justos de Deus ou estamos cegos pela inveja e pelo rancor? 

Ao grato, nada falta

      “E disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou: bendito seja o nome do Senhor.” Jó 1.21

      Quem agradece sempre e mesmo pelas pequenas coisas, está sempre satisfeito e nada lhe falta. O que vier não é recebido como o necessário, mas como luxo, assim agradece ainda mais quando algo excepcional lhe é dado. A felicidade está na gratidão pelo que se tem, não no agradecimento pelo que se recebe, o grato sente-se satisfeito antes de receber, pelo simples fato de confiar uma necessidade nas mãos de Deus e ficar em paz. Já quem foca suas preocupações em suas necessidades está o tempo todo ansioso e insatisfeito, e mesmo quando recebe acha que foi menos que precisava, assim não agradece pelo que tem nem pelo que lhe é dado. Gratidão não é escolha ou momento, mas estilo de vida, independe de variáveis.

      Não espere receber para louvar a Deus, se essa for tua disposição ainda não aprendeu porque tem que esperar para receber as coisas. A vitória não está em receber, em ter fé para ver a montanha se mover, mas em ficar em paz ainda que a montanha não tenha se movido, e mais que isso, estar tão satisfeito e grato que está leve e puro para se elevar acima da montanha, então será indiferente se a montanha se mover ou não. Mas ela se moverá, quem pede a Deus o que Deus quer dar, recebe, contudo quando isso acontece não há gratidão, mas muita gratidão, e não pelo que aconteceu, mas por saber que se acreditou que aconteceria mesmo antes de acontecer. A recompensa do grato não é ter coisas, mas estar e ser em Deus, o tempo todo. 

Quem está pronto, acha

      “Quando tu disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei. Não escondas de mim a tua face, não rejeites ao teu servo com ira; tu foste a minha ajuda, não me deixes nem me desampares, ó Deus da minha salvação. Porque, quando meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me recolherá.” Salmos 27.8-10

      Quem está pronto para ouvir a seu encontro vem quem fale, e diga não o que quer ouvir, mas o que precisa. Quem tem o que dizer e espera o momento certo para isso, o achará quem precisa ouvir aquilo que ele tem a dizer, e para esse ele poderá revelar verdades sem véus, sementes que crescerão e darão frutos doces de vida. Se não há quem te fale, não insista, pode aparecer alguém que te diga o que quer ouvir, não o que vai conduzi-lo no caminho de vida. Se não há quem te ouça, não se deixe vencer por vaidade e ansiedade, poderá jogar pérolas aos porcos, afastando as pessoas da verdade, ao invés de aproxima-las. Prepare-se em Deus, não se apresse, quando Deus agir não será experiência amarga, mas de pura alegria.

      Sempre tive muito a dizer, e não falo com isso que sempre digo algo útil, minha prolixidade pode ser notada neste espaço da internet. Devido a essa característica de minha personalidade, achar quem me ouça sempre foi muito recompensador para mim, e para minha felicidade a lembrança mais antiga de alguém meu ouvindo é a de minha mãezinha. Seus ouvidos generosos me acompanham até hoje, ela com 85 anos e eu com 62. Como é bom dizer algo a quem quer e precisa ouvir, é como plantar sementes em terras férteis nas quais temos certeza que choverá na proporção e no tempo certo, propiciando o crescer de uma linda árvore que dá bons frutos. Louvado seja Deus que nos conhece e sempre nos proporciona o que precisamos.

José Osório de Souza, 6/07/2022

Fraco ou forte, confie em Deus

      “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Romanos 6.1-4

      Quem se acha intelectual, não deboche daquele que considera religioso fanático. Quem se acha cristão, não condene quem vê como arrogante e cético. Forte, assuma-se fraco que depende de Deus, fraco, seja forte no Senhor. Não estou dizendo que temos que pecar sempre para provar mais de Deus, nem que temos que ser fortes para não sermos crentes que dependem de Deus em questões inúteis, estou dizendo que só somos fortes quando sabemos que isso é dom de Deus, não mérito nosso. Ainda que sejamos intelectualmente bem preparados, isso não faz de nós mais capacitados para entender espiritualidade. Ainda que sejamos mais crentes, isso não faz de nós mais preparados para entender de religião. 

      Todos nós somos desafiados a sermos moralmente melhores, cada um de um jeito diferente é confrontado com vaidades diferentes para aprender a ser humilde. Talvez para você seja exagero alguém falar o nome de Deus o tempo todo, ou ser assíduo em cultos, mas se isso é necessário para que alguém esteja mais perto de Deus, respeite isso com prudência. Talvez para você seja frieza e incredulidade alguém manter uma relação com Deus distante de igreja, e aos teus olhos, distante até de Deus, mas Deus sabe o quanto esse o teme em seu coração, confia no Senhor, luta para ser alguém moralmente melhor. Respeitemos quem é diferente de nós na espiritualidade, o Senhor de todos é Deus, nós todos, só servos limitados. 

Fraco ou forte, o que é pior?

      “Louvai ao Senhor todas as nações, louvai-o todos os povos. Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor dura para sempre. Louvai ao Senhor.” Salmos 117

      Quando sofremos tentações piores, quando somos fracos ou quando somos fortes? Quando somos fracos somos tentados o tempo todo pelos apetites do corpo, caímos muito, mas rapidamente nos arrependemos. Isso não significa que aprendemos a lição, só persistência no tempo nos manterá na santidade, contudo, sempre envergonhados estamos mais próximos da humildade. Quando somos fortes caímos com menos facilidade nas tentações básicas da carne, nisso nos sentimos autossuficientes. Essa disposição conduz-nos à arrogância, essa é mais difícil de ser reconhecida e deixada, quem quer sair de um lugar onde se é vencedor? Só o tempo nos fará entender que forte sem Deus é a pior das fraquezas.

      Toda provação é difícil, cada um de nós, por motivos que só Deus sabe, tem as características e recebe a provação que precisa para ser moralmente aperfeiçoado conforme o exemplo de Jesus. Eu sou da categoria dos fracos, e agradeço a Deus por isso, sei que dependo do Senhor em tudo, todo bem que recebo vem dele, assim agradeço por coisas que muitos acham que não precisam ser agradecidas a Deus. Felizmente o tempo já passou e me ensinou que como sou fraco devo andar vigilante, temente a Deus e conectado a ele pelo Espírito Santo a cada instante. Na verdade, todos devem assumirem-se fracos, dependentes do amor de Deus que atrai os seres humanos para sua luz mais alta, sem isso, de um jeito ou de outro, todos fraquejamos.

Fraco ou forte, tudo passa

      “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, honra e vida.” Provérbios 22.4

      Tudo passa, tudo quebra, tudo envelhece, tudo perde a validade, tudo adoece, tudo fica ultrapassado, tudo perde o sabor, tudo perde a graça, tudo morre. Eis a lei maior deste mundo, e se alguém tem alguma alegria hoje, algum prazer, uma paixão, um encantamento, saiba, isso também perderá o brilho em algum momento, mas não se entedie demais por causa disso. Entediar-se também é vaidade, é buscar uma identidade, identidade de entediado, é buscar prazer, prazer mórbido. O que não passa é conhecer a Deus e achar nisso satisfação maior. Enquanto jovens, gozemos a vida, ainda que com equilíbrio, aproveitemos para beber, comer, namorar, mas saibamos, a velhice vem, então só Deus poderá nos dar prazer. 

      Pobres os que só confiam nos próprios membros, pobres também os que confiam só na própria mente, o tempo passará, tudo isso se mostrará ídolos frios, vazios, mortos, não poderá dar-lhes esperança e consolo. Quando o corpo perder a força, o espírito ainda estará faminto, não mais de bebida, comida, sexo ou ciência, mas de Deus, que então ainda haja tempo para muitos aceitarem que tudo passa, menos as águas vivas do Espírito Santo que nos alimentam para a vida eterna. Felizes os que não têm que enfrentar uma velhice solitária e insípida para buscarem a Deus, que provam do Senhor ainda a tempo serem instrumentos de vida para os outros, esses não morrerão, só passarão, daqui para algo melhor. 

Afasta de mim a inveja

      “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa.” Tiago 3.13-16

      Como a vingança, muitas vezes sutil e disfarçada, inveja também pode habitar os quartos do fundo do nosso coração. Se inveja está sob controle pode ser admiração, valorizamos a qualidade de alguém, gostaríamos de tê-la, mas não queremos rouba-la de alguém ou então desejar mal a quem a tem, podemos chamar isso de “boa inveja”. Contudo, se perde o controle pode se transformar em ódio, não aceitamos que alguém tem algo que não temos, assim tentamos inferiorizar o invejado, ao invés de admirar algo que ele tem tentamos tirar a legitimidade disso. Inveja ruim é admiração não assumida, e não é assumida por causa de orgulho, mas se formos humildes daremos honra a quem honra merece e aprenderemos com o honrado.

      Eis aí o mistério, geralmente quem invejamos tem algo que precisamos ser ou ter, assim temos que aprender com ele, não tentar destruí-lo. Mas isso não é fácil, isso exige assumirmos que não somos e temos tudo que alguém pode ser ou ter. Isso exige admitirmos que há pessoas em posições superiores às nossas, mas isso não significa que esse nivelamento será para sempre. Podemos ser e ter se aprendermos a ser e ter, assim evoluirmos, mas só aprendemos sendo ensinados. Mas se não damos legitimidade ao professor, como aprenderemos? Professor não se inveja, se acata, todos que se tornaram professores legítimos um dia foram alunos dedicados, que aprenderam e mudaram. Aprenda, não inveje, o humilde sempre pode ser melhor. 

Afasta de mim a vingança

      “O Senhor Deus, a quem a vingança pertence, ó Deus, a quem a vingança pertence, mostra-te resplandecente. Exalta-te, tu, que és juiz da terra; dá a paga aos soberbos.” Salmos 94.1-2

      De muitas coisas importantes que temos que clamar a Deus, uma delas é que todo desejo de vingança seja afastado de nossos corações. Muitas vezes, depois de muito sofrermos, de muito errarmos e de muito nos acertarmos e então esperarmos em humildade a honra de Deus, ainda alimentamos, lá no fundo, bem escondido em nossas almas, um desejo de vingança contra tantos que foram injustos e cruéis conosco. Podemos esconder muito bem esse desejo, até apelidá-lo de justiça de Deus, contudo, se quisermos ser exaltados pelo Senhor só para sairmos à forra contra quem nos fez mal e não acreditou em nós, então o principal motivo para termos passado tanto tempo aguardando a honra do Senhor não entendemos. 

      Pode ser difícil de compreender isso sob a ótica do evangelho, que perdoa e abençoa inimigos, quando lemos no antigo testamento tantos textos solicitando que Deus se vingue dos inimigos dos homens. Mas o desafio maior de Deus para nossas vidas está na mensagem do novo testamento, essa nos ensina a nos livrarmos de qualquer resquício de vingança, ungindo nossos corações com o mais puro e duradouro amor. Cada um colhe o que planta, o injusto colherá injustiça, o justo não precisa desejar isso ou ser instrumento para isso. Lute com todas as tuas forças em Deus, mas não permita que haja desejo de vingança em você, isso é crescer espiritualmente, para isso somos provados, isso terá um valor precioso na eternidade. 

O bom é usado para o bem

      “Nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça.” Romanos 6.13

      Sejamos instrumentos de Deus, mas para somar, não para subtrair, ainda que Deus dê e tire e use pessoas diferentes para isso. O mau será punido pelo mau, mas o bom abençoará a todos, Deus não usa o bom para retirar o bem. Quando não houver quem precise ser corrigido, não haverá mais instrumentos de correção, e ser corrigido nunca é agradável. Jesus, que nasceu, viveu e morreu sem pecado, precisou ser punido. Por seus erros? Não, pelos nossos. Isso era plano de Deus, necessário para que toda a humanidade fosse salva. Contudo, ainda assim, Deus usou alguém mau, ganancioso e traidor, como instrumento para tirar do Cristo a vida, foi Judas Iscariotes, ainda que esse se achasse instrumento só da própria maldade. 

      Muitos se exaltam ao verem-se usados para disciplinar o errado, mas muitas vezes o errado é punido e muda, aceita a disciplina como vontade de Deus e corrige seu percurso. Contudo, aquele que foi usado para correção, que teve um poder num determinado momento, e ninguém tem autoridade se Deus não lhe der, poderá seguir arrogante. Muitos erram e não são punidos, não no mundo, porque não querem a Deus, ainda que cometam menos erros que outros se satisfazem com a própria justiça e não autorizam o Senhor a se aproximar deles. Deus respeita isso. Outros erram, mas não são felizes com isso e buscam o Senhor, por isso Deus os trata, isso dói, então eles aprendem a lição e se põem na posição de somar, não de subtrair. 

Compensemos com Deus

      “Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem ajude.” Salmos 22.11

      Na vida, se não compensamos o sofrimento, os sacrifícios, os esforços, as injustiças, que ainda que não sejam reais, sentimos como sendo, se não fazemos isso do jeito melhor, fazemos do jeito errado, para vivermos com o mínimo de sanidade temos que buscar compensações. O jeito melhor é compreender a existência em Deus, isso vai além da religião, pede uma busca persistente e sincera ao verdadeiro Deus. Isso nos faz entender, e se tivermos humildade, aceitar, o porquê de certos preços, que não somos subtraídos por eles, ainda que pareça isso no mundo e diante de homens, mas adicionados moralmente, o que nos enriquece para a eternidade espiritual. Se o mundo tira, Deus dá e compensa toda aparente perda. 

      O jeito errado é todo vício, toda obsessão, toda fuga, toda mentira, todo prazer do corpo ou da mente descontrolado, portanto nos levando a quebrar alianças, a trair cônjuges, a violentar e agredir. Entenda que quando queremos compensar nos achamos no direito legítimo de fazer coisas erradas, assim, ainda que sejamos bons maridos e esposas, se depois de nos esforçarmos muito para manter um casamento funcionando, afetiva e financeiramente, vermos que nossa companheira ou companheiro não nos dá o retorno que queremos, nos pomos no direito até de trai-los. Muitos pecam e não se acham pecando, só compensando injustiça, ainda que do seu jeito, do jeito errado, não do jeito santo, amoroso e justo de Deus.

Amar é o objetivo

      “E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis. Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção. Porque quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano. Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.” I Pedro 3.8-12

      O objetivo com as diferenças, de pontos de vista, de escolhas, de ideologias políticas mesmo de religiões, não é um tentar convencer o outro, ou pior, um se opor com algum tipo de violência contra o outro. O objetivo de Deus permitir isso, e aceitemos, Deus permite isso no mundo, é desafiar nosso amor. É fácil amar quem é semelhante a nós, quem concorda conosco e nos apoia, mas é difícil amar quem discorda de nós. O propósito final de Deus é que haja justiça no mundo? Sim, mas isso ainda demorará bastante. Por enquanto devemos aceitar que não se administra o planeta como se administra uma comunidade religiosa, nessa há menos diferenças, no mundo há muitas, mas é o mundo que aperfeiçoa nosso amor, não a igreja.

      Apesar de bem intencionados, o erro que muitos cristãos cometem é acharem que Deus quer estabelecer seu reino no mundo. Para lutarem por esse objetivo muitos apoiam, não bons cristãos em cargos políticos, se é que isso é possível, mas quem aparecer falando mais alto que é político e cristão, mesmo que na prática nada siga o exemplo de Jesus. Desistam, deem testemunho individual, mas parem de buscar um cristianismo coletivo que possa influenciar o mundo, o reino é interior, pode estar nos corações! Igreja Católica há séculos tenta dominar o mundo com religião e só o atrasou, ela não terá sucesso pleno nisso, simplesmente porque isso não é agenda de Deus, é de homens que querem impor seus pontos de vista, não amar. 

Ouça quem pensa diferente de você

      “O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca.” Lucas 6.45

      Não escondo minha posição sobre política, há dois pontos nela. O primeiro é que penso que cristão deve se envolver o mínimo com política, o segundo é que baseado no livre arbítrio que Deus dá a todos, e por isso existirem no mundo amigos de Deus e céticos, a política, que administra o mundo, não igrejas, deve ser laica e dar direitos iguais, naquilo que é possível, a crentes e a descrentes. Posto isso vamos ao tema desta reflexão, dialogando com quem pensa diferente de mim sobre cristianismo e política. Cito dois exemplos, o de uma pessoa que defendendo direita e conservadorismo troca ideias comigo com respeito, e outro, de alguém que leva a diferença de opinião para o lado pessoal e me vê como inimigo. 

      A questão não é pensar diferente, cada pessoa tem um jeito de ver a vida, constrói argumentos que para ela são legítimos e comprovam, pelo menos para ela, que seu ponto de vista é mais correto. Se nos dermos ao trabalho de ouvir os argumentos de quem pensa diferente de nós, veremos isso e poderemos aprender algumas coisas. Mas nem todos conseguem dialogar com respeito com quem pensa diferente, muitos levam o assunto para o lado pessoal e veem o diferente como inimigo, quando isso ocorre a teoria mais linda é invalidada. O problema não é como pensamos, acha-se pontos positivos e negativos em toda ideologia, a questão são as obras de justiça e de amor que mostram a prática das nossas teorias. 

As pessoas são complicadas

      “Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas; melhor é o paciente de espírito do que o altivo de espírito.” Eclesiastes 7.8

      As pessoas, eu, você, todas elas, são complicadas, se não fossem, problemas que são simples (ou parecem simples) seriam resolvidos mais rapidamente. É preciso paciência em amor, e paciência em amor não só acompanha e convive com calma, mas deseja e espera a melhora, ainda que num futuro muitas vezes não tão próximo. Para ter essa paciência, sem se cansar ou desistir no meio do caminho, é preciso conexão viva com Deus, que recebe dele forças para caminhar muitas vezes numa distância educada e respeitosa de alguns, mas ainda assim de forma afetuosa e humilde, iluminando o caminho desses com oração discreta e desprovida de vaidade ou pressa. As pessoas são complicadas, aceitemos isso e sejamos pacientes. 

      Pensamos, “esse problema eu já passei e superei, fui alguém assim e não sou mais, por que essa pessoa não supera?”. Pensa se alguém tivesse exigido mudança rápida de você no passado, quando você ainda não entendia e não vivia certas coisas, adiantaria alguma coisa a exigência, a pressa? Com que olhos você teria visto o “pitaco” que alguém queria dar em tua vida? Hoje você entende porque o tempo passou e você mudou, mas assim como você precisou de tempo os outros também precisam, e o tempo de cada pessoa é diferente. Amar as pessoas apesar de suas complicações, é entender que Deus trabalha no tempo específico de cada ser, é olhar o ser humano com os olhos do pai, o mesmo olhar paciente que olha para você. 

O que você procura, procura você

      “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro.” I João 4.19

      Você já percebeu como algumas coisas achamos com facilidade, e outras, ainda que as procuremos muito, não achamos? O que você procura, procura você. Existe uma interação, numa estrada de duas mãos, onde movimentos contrários sincronizam-se, unindo o ser humano no mundo material ao plano espiritual. Isso revela algo dinâmico dentro de nós, algo que na verdade nem precisa de muita força nossa para existir, algo que define nossa identidade espiritual e consequentemente moral. Se buscamos a Deus é porque ele nos buscou primeiro, mas quem estuda o mal, é estudado pelo mal, esse se fecha para Deus. Até podemos mudar a atração do imã que há dentro de nós, de ruim para boa, mas isso depende de esforço nosso. 

      Há tipos diferentes de pessoas no mundo, em níveis morais diferentes. Um tipo parece acomodado, até pode ter valores morais, mas não faz muita questão de aperfeiçoa-los. Nesse tipo há os maus, que não se importarão em desobedecer leis e convenções sociais para obterem seus objetivos, são egoístas e violentos, ainda que em níveis diferentes, e muitos são discreta e educadamente violentos. Pessoas do segundo tipo podem até começar num nível moral, que na prática é até pior que o nível das pessoas do primeiro tipo, mas elas possuem essências espirituais não acomodadas. Querem crescer, serem melhores, terem libertações de vícios e cura de passado, culpas e dores. Cada tipo busca e é buscado por coisas, valores e seres distintos.

      O orgulho leva à vaidade e essa à hipocrisia, assim muitos, ainda que na prática, dentro deles, busquem uma coisa e sejam amigos de um senhor, tentam vender um marketing pessoal oposto, exibir a aparência que buscam outras coisas e são amigos de outro senhor. O orgulho adiciona ao problema “não querer mudar para melhor”, um segundo problema, “vencer a mentira”, sustentada para parecer diante de pares o que não é. O humilde busca a Deus, ainda que tropece, quer o bem, mesmo que ninguém acredite, confia em Deus, e Deus o busca, em todo o tempo, com amor e luz. O humilde acha o melhor da existência porque é isso que tem dentro dele, desde que veio ao mundo, ele terá no final honra, paz e intimidade do Senhor. 

Todo joelho se dobrará

      “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” Filipenses 2.9-11

      Num determinado momento todo joelho se dobrará diante de Jesus, sejam joelhos de homens bons, de maus, de justos, de injustos, de salvos, de perdidos, de cristãos, de outros religiosos, de ateus. Nosso maior propósito em nossa passagem pela Terra é aprendermos a ser humildes, e todos, de alguma forma, são conduzidos a isso até o final de suas vidas, seja por doenças, por perdas, por tantas maneiras diferentes. Se formos humildes ainda aqui, haverá tempo para sermos exaltados por Deus também aqui, nisso há uma vitória especial, um crescimento espiritual que constrói o céu em nós. Mas se não formos, haverá inferno lá, isso nada mais é que humildade fora do tempo melhor, já que humildes de um jeito ou outro todos seremos.

      É interessante como muitos fazem toda a espécie de sacrifício, trabalham à exaustão, são assíduos em igrejas, conhecem e ensinam religião, até fazem caridade, esses na aparência podem enganar a outros mostrando-se humildes. Mas Deus conhece o coração, e para quem tem no pão a vaidade, o pão lhe é tirado para ver se é humilde mesmo sem pão. Quem é vaidoso no trabalho, o trabalho lhe é subtraído, tudo que acumulou com esforço de uma vida é tirado, quem é vaidoso com um dom, da palavra, da música, o dom lhe é retirado. Deus sabe a moeda de troca que cada um de nós pode usar para não ter que de fato ser humilde. Se sem essa moeda houver quebrantamento, a lição foi aprendida, morrendo leva o céu em si. 

      No mundo estudamos e refazemos o teste até sermos aprovados, aprovados recebemos um certificado. Na eternidade não teremos oportunidade de refazer o teste, assim permaneceremos com o certificado do nível que chegamos ao mundo, não com um superior que podemos ter quando saímos dele. O teste pode ser diferente para cada pessoa, mas o objetivo é o mesmo, avaliar nossa humildade. Aqui temos tempo porque o mesmo filtro que nos impede de ver a luz espiritual mais alta de Deus de forma plena, já que se a víssemos seríamos fulminados, também nos protege do juízo. Lá a luz do Altíssimo emanará sobre nós de forma plena, o humilde permanecerá sob ela, o não humilde fugirá para as trevas do seu próprio inferno. 

Realista, mas só um sonho

      “Porventura não sabes tu que desde a antiguidade, desde que o homem foi posto sobre a terra, o júbilo dos ímpios é breve, e a alegria dos hipócritas momentânea? Ainda que a sua altivez suba até ao céu, e a sua cabeça chegue até às nuvens.” “Como um sonho voará, e não será achado, e será afugentado como uma visão da noite.” Jó 20.4-6, 8

      Se compararmos o tempo que vivemos encarnados no mundo com a eternidade espiritual, entendemos que a vida aqui é um rápido período de sono, que acordaremos quando morrermos e formos espíritos livres no plano espiritual, e que o período despertos será muito mais duradouro. Mas isso só entende quem acessa o mundo espiritual pela fé, a única ferramenta que temos para conhecer e interagir com Deus e a eternidade quando estamos no plano físico. Mas ainda que você seja cético com relação a Deus e ao mundo espiritual, pense, será que a vida na Terra, para a qual dá tanta relevância, é a única realidade? Ou é apenas uma ilusão, um curto sonho antes de acordarmos para a realidade de fato e maior, no além, após a morte? 

      Se no sonho do corpo, durante nosso período de sono, temos memórias da realidade de nossas vidas no mundo que nos voltam à mente, ainda que distorcidas e muitas vezes sem nexo, durante a vigília podemos sonhar com o mundo espiritual. Sonhos espirituais acordados é o que temos quando temos experiências com o Espírito Santo, com os dons espirituais e outras comunicações que recebemos diretamente do outro plano. Esses “sonhos” também não são claros, não podem ser, encarnados somos limitados para experimentar o Espírito de Deus. Todavia temos uma ideia de como funciona a realidade maior, para a qual acordaremos quando nossos corpos físicos morrerem e nossos espíritos forem libertados na eternidade. 

Não seja para ter, só seja

      “Descansa no Senhor, e espera nele; não te indignes por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos.” Salmos 37.7

      Como temos a tendência de fazer trocas, e queremos fazer negócios até com Deus. Muitas vezes não queremos ser melhores, mais santos, mais cristãos, porque isso é bom, mas para acumularmos créditos com Deus e termos o direito de ganhar dele algo, não algo espiritual, mas material. Não que não haja utilidade e boa nisso, nem que Deus não nos abençoe nessa disposição. O amor de pai do Senhor cuida de nós apesar da infantilidade com que tratamos tantos assuntos, se não fosse assim poucos teriam direito à sua atenção. O problema em fazer trocas com Deus é que isso não permite-nos ter paz duradoura, estamos em constante ansiedade e quando conseguimos o que queremos paramos de vigiar moralmente e não crescemos.

      Amadurecemos espiritualmente quando entendemos que temos que estar limpos e pacientes, amando e santificando-nos, não para sermos valorizados pelo pai e recebermos dele coisas, mas só para estarmos em paz, conosco, com as pessoas, com o universo, com Deus. Praticar virtudes é fim em si mesmo, para a eternidade não levaremos o que recebemos por sermos obedientes, mas a própria obediência. Quem é não guarda culpa pelo que passou, nem tem expectativas pelo que virá, ainda que trabalhe muito para ser melhor para o próximo e útil para Deus. Não seja para ter, só seja, e siga assim, em paz, nisso há forças para vencermos o mundo, nisso há luz para testemunharmos Deus, e nisso Deus nos sustenta.

Todo trabalho deixa marcas

      “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás.” Gênesis 3.19

      Pecado traz duas consequências, uma espiritual e outra material. A espiritual é afastamento de Deus, a material é necessidade de trabalho para sobreviver no mundo. Com trabalho entenda-se troca, de esforço humano por algum bem ou prazer, nessa troca a moeda sempre envolve sofrimento, e se há sofrimento perdemos alguma coisa para ganhar outra. No plano físico não podemos trabalhar bastante e depois só usufruirmos, mesmo que acumulemos riquezas, nosso corpo envelhecerá e morrerá, assim não poderá gozar todo o esforço que entregou para ter descanso. Trabalho espiritual no mundo também pede troca, abrirmos mãos do que a ciência prova e do que nossos sentidos verificam para confiarmos no invisível e intocável.

      Contudo, na eternidade esse trabalho espiritual nos dará direito a dádivas sem fim. No plano material todo trabalho subtrai de nós algo, ainda que seja só tempo e saúde, e todo esforço marca, não só nosso corpo como também nossa alma. As marcas vêm de nossos confrontos com o planeta e com outros seres humanos, trabalhar no mundo é guerra constante contra injustiça e falsidade de vaidade e egoísmo humano. Mas aqueles, que além de trabalharem no mundo crerem em Deus, estejam consolados, marcas não são deméritos, mas aprovações em provas, cicatrizes são medalhas. Não nos sintamos menores por levarmos marcas, sejamos humildes e aprendamos com elas, na eternidade nosso espírito estará íntegro.