quinta-feira, fevereiro 28, 2019

A Lei

      “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” Gálatas 6.7-9

      Religiões orientais, como o hinduísmo e o budismo, assim como esotéricas, como ordens iniciáticas baseadas no hermetismo, têm na “lei da causalidade” um de seus princípios fundamentais. Também chamada de carma (ou karma, ou a 7ª lei hermética, a de causa e efeito) diz que nenhuma causa ficará sem efeito, assim tudo o que o ser humano faz deve colher uma consequência, boa ou ruim de acordo com a qualidade da causa. Paulo cita esse princípio na carta aos Gálatas, e aqui não estamos fazendo qualquer apologia a quem usou isso primeiro, textos bíblicos ou outros textos religiosos, mas o apósotolo-teólogo relaciona tal princípio não a uma lei do universo ou da natureza, de forma cósmica impessoal, mas a Deus, e é bem duro em relação a isso, “não erreis, Deus não se deixa escarnecer”. Na ótica de Paulo (e do Espírito Santo) a obediência da “lei da causalidade” é algo pessoal para o Altíssimo, não é possível zombarmos dele ou despreza-lo de alguma maneira achando que podemos fazer algumas coisas que nada voltará como retorno, repito, de bom ou de ruim. Injustiças não ficarão sem juízo, nem boas obras sem honra, eis uma lei de Deus, imutável e para todos, sempre.
      Paulo abrange e detalha a tal “lei”, “Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna”, e a exortação inicial dele de que Deus não se deixa escarnecer (zombar, ridicularizar...) se refere também a isso, o efeito não só volta ao que o causou como é justo, adequado, na carne para a carne e no Espírito para o Espírito. É preciso ficar claro que na carne não significa só o óbvio, plantar pelos vícios, pelos erros, por uma busca de prazeres egoistas. De acordo com o evangelho fins não justificam os meios, assim como existe uma diferença entre colher neste mundo e colher na eternidade. A “lei” sempre é válida neste mundo, quem faz boas obras, colherá prosperidade, contudo, se não for salvo por Cristo, mesmo colhendo bem neste mundo, não mudará seu destino na eternidade. Deus não se deixa escarnecer também em relação à obra de redenção exclusiva feita por Jesus, boas obras não compram salvação, caridade feita pelo ateu, adorador de ídolos ou praticante de necromancia e culto a entidades espirituais, pode até ter bons frutos na existência material, mas não terá numa vida espiritual após a morte.
      O último versículo do texto de Paulo é um alerta aos que fazem boas obras no Espírito Santo e em Deus, não desista, infelizmente muitas coisas podem tentar nos fazer desistir nesta vida. Fraquezas reincidentes e não vencidas, cujas culpas que não acham no nome de Jesus paz através de seu perdão exclusivo e eficaz, podem nos enfraquecer ao ponto de perdermos a vontade de continuar fazendo (ou tentando fazer) as coisas certas. Injustiças do mundo, e o mundo é injusto mesmo, jaz no maligno (I João 5.19) que é cruel e mentiroso, injustiças administradas por prioridades equivocadas de vida e que não deveriam ser de quem é cristão, prioridades que podem nos levar a confiar mais no mundo que em Deus, desejar mais o mundo que seguir a Jesus, isso pode nos desanimar. Decepções com os homens, mesmo com cristãos, que apesar de estarem dentro do reino de Deus não são Deus e muitas vezes não vivem como homens de Deus, mesmo pastores, podem enfraquecer boas intenções. Eis três coisas que podem nos cansar de fazer o bem, nossas fraquezas, injustiças do mundo e decepções com tudo, mas Paulo nos exorta a não esmorecermos, seguirmos olhando para Jesus, fazendo tudo para ele e confiando em sua justiça, que no tempo certo colheremos.

quarta-feira, fevereiro 27, 2019

Não fique perdido

      “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” João 8.12

      Quando não sabemos onde estamos e nem para onde devemos ir, estamos perdidos, o salvo em Cristo e filho de Deus também pode achar-se nessa condição, mesmo tendo certeza de salvação e segurança da eternidade. Perdição não é trágico e certo destino só do que não autoriza que Deus se aproxime dele e lhe mostre a luz da vida que existe em Jesus, onde a existência é entendida com novos olhos, onde há libertação e paz. Nós cristãos, somos sempre levados pelo Espírito Santo a fazer escolhas, se demorarmos muito para fazer a escolha certa também poderemos nos achar perdidos. Repito, não é a perdição eterna, mas é um estado temporário de confusão que nos impede de ver a luz e nos deixa réus de “demônios”, veja que usei o termo entre aspas.
      Não me refiro aos seres espirituais do mal, pelo menos não só a eles, eles na maioria das vezes só usam nossos “demônios” internos para nos torturar, usam porque permitimos, o que são esses “demônios” internos? São nossos medos, nossas inseguranças, nossos erros passados, que nos enganam dizendo que nosso futuro está predestinado a repetí-los. Esse inferno ocorre dentro de nós, em nossas mentes e corações, centros figurados de nossos pensamentos e emoções, aquela relação estreita que ocorre entre corpo e alma, invisível, mas que nos domina mais que algemas em nossos punhos e cordas em nossos tornozelos. Esses “demônios” nos aprisionam e nos machucam, criam um loop infinito de efeito e causa que nos parece impossível de acabar, “demônios” são pessoais e intransferíveis, tão exclusivos a nós quanto nossos talentos, aptidões, paixões e ódios.
      Meu amigo e minha amiga, como você sabe que está perdido? Quando percebe que está sendo controlado por problemas que pareciam já terem sido resolvidos, quando sente que sua vida parece ter retrocedido, quando vê que opiniões, situações e pessoas, que antes não te incomodavam, passam a te deixar extremamente desconfortável. Penso, contudo, que o que marca um momento de perdição é uma guerra interior, que muitas vezes nem verbalizamos para os que estão próximos de nós, e não fazemos isso simplesmente porque não conseguimos entender o que está acontecendo. O que mais nos tortura nesse momento é que tentamos resolver um monte de problemas e não conseguimos, e não conseguimos porque na verdade esses não representam o problema principal, são apenas efeitos, não a causa. 
      O problema principal, e que acaba abrindo uma brecha em nós para todos esses outros problemas entrarem e nos dominarem, pode ser só uma decisão que temos que tomar e não estamos tomando, antes estamos fugindo de enfrentar a questão. Quando essa decisão for tomada todos os “demônios” desaparecerão, ficarão pequenos, fracos até que irão embora, do mesmo jeito que vieram. O que nos deixa perdidos é fugir de ter que fazer uma escolha, mas por que fugimos de certas escolhas? Por vários motivos, um deles pode ser porque fazer a escolha implica em abrir mão de uma posição cômoda, de algo que já nos acostumamos a fazer por anos, que nunca nos atrapalhou, mas que agora, a luz de Deus mostra que é algo que temos que deixar, de uma vez por todas. 
      Uma dificuldade deixa de ser dificuldade quando fica fácil de ser ultrapassada, assim Deus nos leva a enfrentar uma mais difícil, para que possamos crescer. A vida não fica mais fácil, mas mais difícil à medida que ficamos mais fortes. Isso, contudo, só acontece para que saibamos sempre que somos fracos e quem é forte é Deus, nessa consciência adquirimos humildade e continuamos a depender sempre do Senhor. Podemos, depois de anos tendo vitória e conseguindo ser produtivos, acabar achando que já crescemos tudo o que poderíamos, então Deus nos confronta com uma situação em que nos sentimos perdidos, por quê? Porque Deus coloca diante de nós uma dificuldade diferente, maior, e aquilo que parecia fácil fica difícil, aquilo que ultrapassávamos de um jeito que já tínhamos nos acostumado, não funciona mais. 
      Isso não é para que desistamos, para que concluámos, “bem, acho que já fiz tudo o que devia, agora é hora de parar”. Isso até pode ser verdade, esse momento pode até ter chegado, contudo, se você está sem paz e se sentido perdido, retrocedendo em teu padrão de vida espiritual, então não é momento de parar, mas de fazer uma nova escolha e enfrentar de frente um novo desafio. Grandes dificuldades são sempre grandes degraus para alcançarmos grandes conquistas, mas por outro lado, a negação de seguir em frente numa situação dessas traz grandes dores, um sentimento de perdição sem tamanho. Isso não é para que soframos indefinidamente, mas para nos empurrar para frente e para cima, para fazermos a vontade de Deus e crescermos. 
      O Deus que nos chama nos guiará até o fim de nossas vidas terrenas para novas, boas e melhores coisas. Em meu caminhar com Deus, todo início de ano é momento de saber e fazer uma nova escolha, você já sabe o que Deus tem pra você neste ano, já buscou, conheceu e obedeceu à vontade do Senhor para você e sua família em 2019? A vida com Deus se renova sempre, e o Senhor faz as coisas assim para o nosso bem, ele sabe como nos entediamos facilmente, como nossa alma é limitada para reter as riquezas do Espírito, dessa forma ele sempre nos toma pela mão e nos leva a provar novas facetas de uma vida abundante. A perdição não é para sempre, a confusão não é impossível de ser desfeita, os “demônios” não são invencíveis, se você parar e obedecer aquilo que Deus tem pra você hoje. 

      “Porque tu acenderás a minha candeia; o Senhor meu Deus iluminará as minhas trevas.Salmos 18.28

terça-feira, fevereiro 26, 2019

Preconceito X Humildade

      Confesso, ainda sou preconceituoso, julgo pela aparência, por um estereótipo que gravei na minha cabeça, sem conhecer de fato a pessoa. Preciso deixar aqui esse depoimento, e como músico, convivendo com músicos, e já com algum tempo de vida, às vezes ainda tiro conclusões precipitadas sobre as pessoas, talvez justamente por achar que já sei alguma coisa. Na música, uma coisa é o diferencial para quem quer exercer o ofício, talento natural, esse quesito não é adquirido com o tempo, não pode ser comprado com dinheiro nem com a maior força de vontade do mundo, ou a pessoas nasce com talento, ou não. Pode acontecer do talento aflorar mais à medida que a pessoa amadurece como ser humano, arte é virtude da alma, e fica melhor à medida que a alma ganha liberdade, mas ainda assim o potencial já estava com a pessoa desde seu nascimento.
      Assim, não julgue um músico pela aparência, mesmo pela cultura ou formação acadêmica. Existe gente que teve acesso a muito estudo, incluindo o musical, como à escola de piano erudito, cujo currículo passa de dez anos de estudo pesado, mas ainda assim gente com pouco talento mesmo que com muita técnica. Músico com talento não precisa de estudo, pode nem ler partitura, mas tem o que chamamos de “ouvidos”, ouve e sabe o que está acontecendo e executa no instrumento, discerne notas, escalas, acordes, encadeamentos, ritmo, arranjo etc. Ouve e sai tocando, sem precisar decodificar partitura, e além de reproduzir o que outros criaram, compõe obras originais e rearranja. É claro que quando o talento encontra o estudo, quando além de ouvidos o músico tem conhecimento da teoria musical, de harmonia, de partitura, o músico atinge seu apogeu. 
      Contudo, já encontrei gente simples, e mais que simples, humilde de fato, a qual eu não dei a princípio muito valor como músico, sim, devido a simples preconceito, por achar que pessoa com este estereótipo não deve ser bom músico e com aquele, deve, nesse julgamento pra pior já me dei mal e passei vergonha. Ocorre também que pessoas realmente geniais podem ser verdadeiramente humildes, não se impõem por aparência nem por palavras, você só vai saber que elas têm muito talento quando as vir atuando, tocando o instrumento. A verdadeira e melhor humildade não se nasce com ela, e ter um jeito tímido e discreto não significa de fato ser humilde, mas o músico em especial é de uma classe bem humilhada, principalmente em nosso país (e em nossas igrejas), tem que ser humilde para sobreviver. 
      Não me refiro a esse músico que vemos na mídia, na TV, na internet, esse pode ser celebridade, mas não ser artista (e uso o termo artista na melhor das óticas, referindo-me a alguém que de fato produz arte), muitos podem ser famosos, mas nem terem talento musical, assim pode até parecerem humildes, mas não serem. Não estou generalizando, mas infelizmente atualmente existe uma obsessão muito grande para ser celebridade (e muito nas igrejas evangélicas), e muitos fazem qualquer negócio, “vendem a alma”, para terem fama (ou se vendem e perdem a pureza do evangelho como “artistas” gospel). 
      O músico da noite, contudo, como chamamos esse profissional marginal que não aparece na mídia, aprende que precisa sobreviver de seu trabalho, que a competição é desleal, e que humildade é preciso para seguir de cabeça erguida e com portas abertas. É nesse tipo sofrido de profissional onde achamos gente muito talentosa, com uma aparência bem diferente das celebridades midiáticas, e que se não estivermos com a mente e o coração abertos podemos interagir com preconceito, com julgamento ruim, e sermos envergonhados. A lição é, cuidado, não defina alguém sem conhecê-lo profundamente, ainda que para quem tem sabedoria de vida em Deus, bastem alguns instantes para ver a qualidade do caráter de uma pessoa.

      “Os propósitos do coração do homem são águas profundas, mas quem tem discernimento os traz à tona.” Provérbios 20:5

segunda-feira, fevereiro 25, 2019

Deus é contigo

      “Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.Josué 1.9

      O versículo inicial nos consola sobremaneira, a todos nós que um dia nos colocamos nas mãos de Deus, indiferentes às posições dos homens, às oposições dos homens, às opiniões dos homens, querendo achar a felicidade que só Deus pode nos dar e que queremos tanto encontrar, após muito sofrimento e solidão. Pois é essa a palavra que sinto de compartilhar contigo, meu amigo e minha amiga que hoje lê um post do “Como o ar que respiro”, Deus é contigo, confia teu caminho nas mãos do Senhor, limpe seu coração, seja fiel com as alianças que realmente importam, se desvencilhie das outras, para não pecar, e anime-se. Deus te acompanhará até o fim, não te deixará, nunca te faltará esperança, saúde, trabalho honesto e companhia de homens e mulheres de bem que te façam companhia, de forma que tenha sempre teu coração cheio de paz e tua boca cheia de louvor ao Altíssimo.

domingo, fevereiro 24, 2019

A que se compara o Senhor?

      “E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe. E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do meio duma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia. E Moisés disse: Agora me virarei para là, e verei esta grande visão, porque a sarça não se queima. E vendo o Senhor que se virava para ver, bradou Deus a ele do meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés. Respondeu ele: Eis-me aqui.” 
Êxodo 3.1-4


      “Vive o Senhor, e bendito seja o meu rochedo; e exaltado seja Deus, a rocha da minha salvação” 

II Samuel 22.47


      “E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem.” 

Atos 2.2-4


     “E no último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé, e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado.” 

João 7.37-39


      O fogo que não queima, a terra, endurecida na rocha, que não se move, o vento que não destrói e a água que não afoga, não são os quatro elementos materiais, mas metáforas espirituais, que tentam definir importantes experiências que homens tiveram e têm com Deus pai, filho e Espírito Santo. Não estou sendo panteísta aqui, vendo Deus nos elementos, ainda que como descrito no Salmo 18, o Senhor tem controle sobre eles e eles se manifestam como efeito de seu poder. 


      “Na angústia invoquei ao Senhor, e clamei ao meu Deus; desde o seu templo ouviu a minha voz, aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face. Então a terra se abalou e tremeu; e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto se indignou. Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo que consumia; carvões se acenderam dele. Abaixou os céus, e desceu, e a escuridão estava debaixo de seus pés. E montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do ventoFez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus. Ao resplendor da sua presença as nuvens se espalharam, e a saraiva e as brasas de fogo. E o Senhor trovejou nos céus, o Altíssimo levantou a sua voz; e houve saraiva e brasas de fogo. Mandou as suas setas, e as espalhou; multiplicou raios, e os desbaratou. Então foram vistas as profundezas das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo, pela tua repreensão, Senhor, ao sopro das tuas narinas. Enviou desde o alto, e me tomou; tirou-me das muitas águas.” 

Salmos 18.6-16


      Que texto maravilhoso esse Salmo, seja interpretado ao pé da letra, seja visto como metáforas das potestades espirituais, é poético, e mesmo um ser humano não dado à filosofia ou sem conhecimento profundo do mundo invisível pode entender e se sentir ouvido e protegido por um Deus alto e poderoso. Os quatro textos iniciais descrevem a subjetividade humana experimentando o Senhor, já que foram escritos por homens e para homens, ou podem ser a maneira como Deus se apresenta para que essa subjetividade possa entender melhor sua manifestação, contudo, esses textos contém mistérios que pouco compreendemos, do mundo invisível, da eternidade, que vão muito além de fogo, terra (rocha), ar (vento) e água. 

      Esta reflexão não contém nenhuma revelação, doutrinária ou filosófica, é apenas a expressão do meu encantamento com Deus, suas criações (de todos os universos), suas manifestações e como tudo isso simplesmente alimenta nosso ser, corpo, alma e espírito, de maneira completa. Triste o homem que acha fraqueza adorar a Deus, que considera ignorância confiar num Deus pessoal, invisível e todo-poderoso, não é só a Deus que tal homem nega, mas a si mesmo, sua essência. Nossa essência precisa do Senhor, o deseja com todo seu sentimento e pensamento, suspira por ele, tem sede dele, precisa dele como ar que mantém a vida, como água que sacia a sede, como rocha que dá firmeza e como fogo, que aquece e transforma os materiais para bem servir ao homem.


      “E Deus lhe disse: Sai para fora, e põe-te neste monte perante o Senhor. E eis que passava o Senhor, como também um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto; E depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e delicada.

 I Reis 19.11-12


      Não posso encerrar está reflexão sem citar o texto acima, um dos textos mais poéticos da Bíblia. Um vento forte nos aterroriza quando olhamos pelas janelas e vemos tudo se abalar quando ele passa? Um terremoto lança em nossos rostos nossa fragilidade diante da força da natureza que faz tremer nosso chão? Um fogo terrível e consumidor devasta tudo o que tem pela frente? Pois saiba que Deus pode usar tudo isso e ser maravilhoso, contudo, seu maior poder, o único de fato que pode mudar o coração do homem, é o perdão pelo nome de Jesus. Esse perdão Deus revela com a voz mansa e delicada do Espírito Santo, que nos fala com amor e com graça, e que transforma nossas vidas de maneira extrema e para sempre. 

sábado, fevereiro 23, 2019

“Vira essa boca pra lá”?

      É cultural no Brasil, faz parte da tradição popular do brasileiro ser supersticioso, uma dessas superstições diz que falar do problema atrai o problema, pode fazê-lo acontecer, assim quando alguém diz sobre o risco de um perigo se responde, “vira essa boca pra lá”. Quem responde assim acha, mesmo inconscientemente, que essas palavras têm certo poder mágico, e que elas bastam para anular perigo, bem, como dito no início, isso é só uma superstição, não interfere na realidade. 
      Obviamente não só o brasileiro é assim, gente de todo o mundo é supersticiosa, mas no Brasil, essa tal superstição aliada ao tal “jeitinho brasileiro”, que não busca soluções sérias e eficientes para os problemas, mas apenas paliativos, gambiarras, leva muita gente a fugir de ter que enfrentar de frente coisas não resolvidas e que podem ser solucionadas, se houver coragem e boa vontade para exercer solução. O parábola dos talentos de Mateus 25 pode ser aplicada para muitas lições, vejamos parte dela para o tema desta reflexão.

      “Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.Mateus 25.24-27

      O texto dá um bom exemplo de quem recebe algo e não reage de maneira correta, não enfrenta de frente o desafio, que no caso era aumentar o valor que tinha recebido originalmente. Interessante que a solução que o senhor do servo dá não violenta a vontade inicial do servo que era trabalhar minimamente, o senhor nem o repreende dizendo que ele deveria ter trabalhado mais para fazer render o talento. O senhor mostra uma solução que era possível ao servo, colocar o talento num banco para render, pelo menos para ter atualização monetária mensal ou aumentar com uma pequena taxa de poupança, lendo num ponto de vista atual.
      Deus não exige de um o que exige do outro, ele conhece os limites de cada um e julgará cada um conforme suas forças, seu potencial. Mas nem isso o servo negligente e bajulador fez, ele que menos recebeu para fazer render e sobre o qual menos responsabilidade foi lançada. Talvez alguém tivesse chegado a ele e dito, “você vai deixar esse talento parado? aí em casa, debaixo do colchão, enterrado na terra? não é seguro, e se um ladrão vier e roubar?”, talvez o negligente tivesse respondido, “vira essa boca pra lá, não vai acontecer nada, deixa quieto aí que quando o senhor voltar eu devolvo”. Como diz o ditado, quem pouco faz, menos tempo tem para fazer, quem muito faz sempre acha tempo para fazer mais.
      Enfrentemos nosso problema de frente, o verbalizemos em oração, de forma consciente, entendamos seu começo, seu meio e seu fim e então, lúcidos e diante de Deus, achemos solução e coloquemos mãos à obra para resolvê-los, isso é andar na luz de Cristo. Otimismo que foge da realidade não é otimismo, é insanidade irresponsável, enchergar problemas não é pessimismo, é maturidade, não inventa-los ou aumentá-los, mas os olharmos por completo, nos planejar, com paciência, trabalho e esperança, focados na solução. Infelizmente, essa cultura ruim do brasileiro tem levado nosso país a tantos acidentes, a tantas tragédias, isso tem relação direta com a falta de fiscalização. 
      Obras, rodovias, viadutos, prédios, barragens etc, que um dia foram construídos, não sofrem vistoria e se sofrem, são feitas por corruptos que ganham para darem autos mentirosos, não cobrando reformas ou em muitos casos reconstrução completa para se adequar a norma atuais. É o tal jeitinho brasileiro, não uma qualidade do nosso povo, mas um mal terrível, enquanto o povo, que deveria cobrar das autoridades fiscalização honesta e devida punição dos que não estiverem dando manutenção adequada, simplesmente diz, “vira essa boca pra lá, isso atrai coisa ruim, não vai acontecer nada, não”.

sexta-feira, fevereiro 22, 2019

A quem você se dá?

       “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.Mateus 7.6

     Muitos passam a vida se esforçando, trabalhando, doando, o seu melhor, o seu tempo, o seu talento, então, percebem um dia que estão vazios e cansados. Por quê? Porque se deram para as pessoas erradas, se tivessem parado um pouco, ouvido a voz de Deus e obedecido essa voz, poderiam saber para quem realmente deveriam se dar. Viver para as pessoas erradas duplica nosso trabalho, pois fazemos o que temos que fazer mais o que os outros querem (ou achamos que querem) que façamos. Isso é abertura para doença, principalmente para depressão.
      Muitas vezes se dar para a pessoa errada nem é fazer algo diretamente para uma pessoa, mas fazer para terceiros para impressionar a tal pessoa, mostrar a ela que somos aquilo que achamos que ela considera importante ser. Muitos vivem assim equivocados com relação principalmente à família, a pais e irmãos, fazem um monte de coisas só para provar para esses que são bons filhos e irmãos, esforçados, trabalhadores. Se nos gastamos para o que não precisamos, deixamos de fazer para quem precisa de fato de nós. País que vivem para seus pais e irmãos acabam privando seus filhos da atenção que precisam.
      Se dar às pessoas erradas é um trabalho sem fim, “cães furiosos”, conforme o texto inicial, não se saciam e acabam se virando contra nós, mesmo depois de termos dado tanto a eles. Quando nos damos para as pessoas certas, no final da caminhada, há recompensa, há honra, há alegria, se não de homens, com certeza de Deus. É preciso que tenhamos na vida tal sensibilidade e diligência, quem adquire tal sabedoria não se decepciona nem perde tempo. Pare agora por um instante e faça a si mesmo essa pergunta: a quem tenho me dado, com quem tenho gasto minha vida, quem tem merecido minhas prioridades, meus anos, será que são as pessoas certas, conforme a vontade de Deus?

quinta-feira, fevereiro 21, 2019

Só por Deus

      “Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho.” Salmos 18.32

      Não tente viver para Deus, você não vai conseguir, antes, permita que Deus viva em você. Como isso é feito? Em primeiro lugar admitindo de coração, verbalizando em oração, assumindo a convicção de que nada somos sem Deus. Não podemos ser espirituais, virtuosos, evangélicos ou cristãos se Deus não ser tudo isso em nós através do Espírito Santo. Essa atitude é o que Jesus chama de humilde de espírito, é mais que parecer humilde, que praticar gestos altruístas ou caridosos, é muito mais que ser um bom religioso. É render-se ao Senhor e se deixar ser atraído por ele, guiado por ele, obedecendo o que ele ensina e então, consequentemente, sendo forte e tendo um caminho bom. É Deus quem nos cinge de força, é ele quem aperfeiçoa nosso caminho, é ele quem nos ama e nos amou primeiro e tem o maior interesse em que sejamos felizes. Tudo é Deus, vem de Deus, é por Deus e para Deus.

quarta-feira, fevereiro 20, 2019

Amar é a única saída

      “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.” Mateus 5.44-45

      Precisamos ler esse texto todos os dias, para tentar praticá-lo ao menos um pouco, ele define um dos princípios básicos do evangelho, um daqueles antagonismos espirituais que só entende e pode viver os novos nascidos em Cristo. Antagonismo pois vai contra a “lei” que diz que podemos amar os amigos e não amar os demais, Jesus ensina o contrário. Isso, contudo, é mais que uma escolha de espiritualidade maior, é um mistério que entrega uma cura. Deus dá o exemplo de prática do mandamento maior, ele abençoa a todos, mesmo aqueles que não o amam.
      Quantas vezes nos confrontamos com pessoas que nos incomodam sobremaneira, e nós, querendo viver o evangelho não queremos odiá-las, só tentamos nos desvencilhar delas e seguir em frente. Todavia, parece que quanto mais tentamos despreza-las mais forte fica em nossos corações o sentimento de desconforto, nossas mentes não as esquecem, ficamos lembrando e lembrando delas, parece impossível seguir em frente sem a lembrança do que elas são e quanto nos irritam. Isso definitivamente nos rouba a paz e faz maior algo que tentamos deixar pequeno.
      Nos sentimos assim atormentados porque tentamos ser cristãos, espirituais, superiores, do jeito errado, ou nos colocamos debaixo da lei ou debaixo da graça, ou amamos ou odiamos, poucos conseguem ser indiferentes, se é que conseguem. A solução é amar, e nem pense que não consegue, se essa é a vontade de Deus, se você permitir, quiser, o Espírito Santo te dará amor mesmo por aquela pessoa que mais te incomoda. Amar nem é uma opção, é a única solução, o único caminho, a única saída, pelo menos para os verdadeiros filhos do pai de amor.

terça-feira, fevereiro 19, 2019

Deus disciplina mas cura

      “Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus repreende; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso. Porque ele faz a chaga, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam.Jó 5.17-18

      Eis uma diferença da dor que passamos como disciplina do Senhor. Os inimigos nos castigam e depois nos abandonam, pobre do homem que se distanciar de Deus e se deixar ser presa de homens ou demônios, perderá duas vezes. Mas a disciplina do Senhor é diferente, sim, ela é sofrida, e tem que ser, nós homens, infelizmente, só aprendemos com a dor, é o único jeito de parar nossa teimosia em fazer algo que não é o melhor para nós. Essa dor não é a mesma para todos os homens, cada um tem sua fraqueza, e cada um tem que ser disciplinado pelo Senhor de maneira específica. 
      Mas seja como for, a dor da disciplina tem fim, e mais que isso, depois que acaba Deus pai não nos abandonará enfraquecidos e quebrantados, ele também nos consolará, cuidará das feridas que ficaram, e nos levantará mais fortes e maduros. Prova isso os filhos rebeldes? Sim, mas só prova uma vez os que não permanecem rebeldes na disciplina, deixam-se ser tratados pelo Senhor, aceitam de coração a disciplina como algo saudável para suas vidas espirituais e emocionais. Depois, contudo, serão tratados, restabelecidos e erguidos, em honra, honra dupla, maior até que achavam possuir antes da disciplina. Felizes somos se podemos ser disciplinados como filhos pelo pai de amor.

segunda-feira, fevereiro 18, 2019

Você é nascido do Espírito?

      “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?João 3.5-9


      O capítulo três do evangelho de João, um dos principais textos do cânone bíblico, um dos mais pregados e estudados, o encontro de um príncipe dos judeus, de um fariseu, Nicodemos, com Jesus e a verdade única do evangelho. Não vou fazer novamente um estudo detalhado do texto, apenas salientar a dificuldade que Nicodemos, com todo seu conhecimento religioso, bíblico, com toda seu status social e religioso, teve para entender o que é ser nascido do Espírito, e veja que Espírito está iniciando com letra maiúscula, referindo-se não a um espírito qualquer, mas à terceira pessoa da trindade, o Espírito Santo Deus.

      Como as pessoas se enganam com o que é ser espiritual, confundem essa qualidade com coisas diferentes. Algumas acham que acreditar e praticar uma vida com bons princípios morais, sendo boas cidadãs, sendo caridosas, mesmo se preocupando com o planeta, é ser espiritual. Muitas acham que serem fiéis a uma religião, que frequentarem reuniões e cultos, que terem cargos dentro de igrejas é ser espiritual. Outras ainda, consideram espiritualidade como conhecimento e interação com entidades espirituais, desenvolverem mediunidade em centros espíritas ou praticarem religiões orientais e esotéricas.

      Ser espiritual, à luz do evangelho, é ter o Espírito Santo morando em seu interior e manifestar obras coerentes com esse Espírito. Como se consegue ter o Espírito Santo? Nascendo novamente. Por que essa experiência é chamada de novo nascimento? Porque ela é um divisor de águas nas existências das pessoas, sem morrer fisicamente ou reencarnar, mudam-se as referências de certo e errado, prova-se uma real mudança de vida para melhor e tem-se uma comunhão com Deus, íntima e diferenciada, coisa que nenhuma outra experiência religiosa ou dita espiritual pode dar. Então eu pergunto, você é nascido do Espírito?

      Tem gente que estuda e fala de espiritualidade com profundidade, professa religiões com esforço e constância, tem práticas de caridade e ajuda ao próximo como poucos, ou ainda conhece o mundo dos “espíritos” e dos “anjos” no nível de iniciados do mais “alto” ocultismo mágico, mas ainda assim é só nascida na carne, nunca nasceu do Espírito. Gente assim pode ser erudita, filantrópica e mestre, mas terá no máximo acesso aos demônios e anjos caídos, não às riquezas espirituais do Deus verdadeiro manifestadas em Cristo. Gente assim, repito, precisa nascer do Espírito Santo e parar de se enganar.

      Ou se é nascido da carne, ou se é nascido do Espírito, não tem meio termo, e a diferença fica bem clara, aos que olham os homens à luz verdadeira. Não se engane, não achará nos nascidos do Espírito, os novos nascidos, necessariamente diferenças exteriores radicais, ao contrário, os genuinamente nascidos do Espírito são equilibrados e lúcidos. Você também não achará nos nascidos do Espírito gente que nega ao extremo os prazeres carnais, que tem regimes alimentares exóticos, que se veste de maneira diferenciada, que habita mosteiros e conventos, que se isola em locais distantes para só meditar e que não conviva com a vida comum de quem trabalha, se casa, se diverte e consome valores materiais em shopping centers, etc. 

      Mas os nascidos do Espírito provam um mistério, ensinado por Jesus, “O vento assopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai, assim é todo aquele que é nascido do Espírito”, é inclinado, e se obedecer, é movido pelo Espírito de Deus, não por religião ou por uma mente humana mais esclarecida. O nascido do Espírito conhece a Deus, o adora, quer agradá-lo e acha forças para ser alguém melhor, dependente sempre do perdão e do poder que há no nome de Jesus, o cordeiro de Deus, o verbo de Deus, o único mestre. Sim, você pode achar novos nascidos no meio de tantas igrejas protestantes evangélicas, mesmo naquelas com pastores equivocados, mas pela misericórdia de Deus também pode achá-los em outras religiões principalmente cristãs, mesmo que a salvação só exista através de Cristo.

      Se não tem certeza se é ou não um nascido do Espírito, você pode fazer uma oração simples e direta a Deus no nome único de Jesus pedindo o novo nascimento, mas não fique só nessa experiência. Procure uma igreja protestante ou evangélica, se não se sentir bem em uma, conheça outra, mas não desista até achar um lugar em que sinta paz e que te permita ver em tua vida mudanças para melhor. Contudo, você precisa entender, todos nós precisamos nascer de novo, um nascido gerado pelo Espírito Santo, para então seguirmos no caminho estreito do evangelho em vitória, só assim podemos ter satisfação espiritual, respostas espirituais, solução verdadeiramente espiritual, que nos farão de fato novas criaturas espirituais.

domingo, fevereiro 17, 2019

Não confie em sentimentos

      “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” Jeremias 17.9-10

      Geralmente usamos o texto acima para nos orientar com relação a algo que é errado, mas que o coração diz que é certo. E isso é verdade, é mais fácil nos equivocamos com o prazer, com algo que é agradável na carne, e que um coração viciado no pecado vai tentar nos enganar dizendo que não é errado. Mas eu penso que o cristão que experimenta esse equívoco ou é muito novo na fé ou é muito rebelde e duro de coração. Vivendo com Deus durante algum tempo, nosso coração aprende os caminhos do Senhor, sabe e habitua-se muito bem com aquilo que é a vontade de Deus e assim quando estamos diane de algo que desagrada ao Senhor, que vai nos fazer mal, o coração sente e avisa. 
      Contudo, o ponto nesta reflexão é falar sobre uma leitura oposta da orientação tradicional do texto inicial, é entendermos que a inclinação do coração pode ser o contrário, sentir que é errado algo que é certo, para Deus e para nós. Entenda que a revelação de Jeremias 17.9-10 é que o coração é enganoso e que nós seres humanos não conhecemos de fato todos os seus ardis. Quando a Bíblia usa a palavra “coração”, como no texto acima, ela se refere ao centro do ser humano que sente e pensa, a alma humana, aquilo que ainda não temos certeza de como funciona, nem a ciência tem, mas que define nossa identidade e que é imortal tanto quanto o nosso espírito.
      Sem fazer um estudo psiquiátrico mais profundo da alma humana, que pode ser mapiada, por exemplo, em id, superego e ego (conforme Sigmund Freud, veja este link para mais informações), podemos dizer que temos ao menos três partes dentro de nós. Uma que quer fazer as coisas de forma instintiva, buscando o prazer mais básico, outra, acumulada com o tempo e conforme nossa criação e religião, que reúne as referências daquilo que é certo é que nos mostra o que devemos fazer, se a primeira diz sim, a segunda diz não, e a terceira, a parte consciente, a que decide o que quer fazer na realidade e que administra nossa memória.
      Bem, a Bíblia diz que o coração é enganoso, assim todas essas partes podem se equivocar, é só o Espírito Santo, que nos habita após nossa conversão, que nos sela quando nós autorizamos e que obedecemos quando queremos (já que Deus nunca nos obriga a nada, mesmo depois de novos nascidos), que pode iluminar nossas trevas e nos mostrar a vontade de Deus, a melhor pra nós, assim como nos dar forças para obedecer essa vontade. Então, podemos também estar fazendo algo certo, conforme o Espírito Santo, algo que é o melhor para nós em todos os planos, e ainda assim nosso coração estar apontando como algo errado, nos privando de sentir paz, nos deixando desconfortáveis.
      Sim, isso é possível, principalmente se somos muito inseguros, se temos muito medo das pessoas, se possuímos um passado maior que o nosso presente para nos lembrar nossos erros e os erros dos outros. A solução, nesse caso, é o versículo que sinto como meu texto bíblico chave para 2019, e que já compartilhei em reflexão no dia dois de janeiro,  “Porque andamos por fé, e não por vista” (II Coríntios 5.7). Mesmo que à medida que andamos com Deus nosso coração tenda (e precisa tender) a estar em sincronia com o Espírito Santo, ainda assim “o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.” (Hebreus 10.38), diz o Senhor, nossa fé precisa estar acima dos sentimentos. Talvez, uma geração tão viciada em sentimentos, que os buscam mesmo em “cultos” inflamados de música que muitos pensam ter “unção”, e que em muitos casos é só emoção, tenha dificuldades para andar por fé, não por vista ou por emocionalismo. 
      Portanto, avalie sua vida com inteligência, se os pecados estiverem confessados e deixados, se você estiver no lugar certo, na hora certa e fazendo a coisa certa, se você orou antes e houve bons frutos depois, o que fez é certo, mesmo que o coração sinta diferente. Andemos por fé, uma fé em Deus e por Deus, mas por fé! Quanto ao futuro, a Deus pertence, e será bom se foi plantado com sabedoria e fé, não tentemos ser Deus, somos homens, não tentemos prever tudo, isso não nos compete. Nos demos ao direito de sermos humanos, de termos corações complicados, que sentem muitas vezes erradamente, mas tenhamos  o dever de confiar no Senhor e de obedecer, em tudo o que nos é possível, a sua vontade. Depois de tudo isso, estejamos em paz, pela fé, andando um dia de cada vez e sempre sensíveis à voz do Espírito Santo.

sábado, fevereiro 16, 2019

O que sabemos de Deus?

      “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele.” Efésios 3.8-12

      Não conhecemos Deus, temos uma mínima ideia do que ele é, do que ele faz, e mesmo do que ele pretende com tudo. Ainda assim, tantas vezes, nos achamos íntimos do Senhor, sabedores de sua vontade, entendidos de “Bíblia”, ainda assim muitos cristãos se acham melhores que os outros e se sentem espirituais, ungidos, servos de Deus. Quanto engano, quanta arrogância, quanta mesquinhez, quanta presunção, quanto atrevimento nosso, teu e meu. Segue uma definição sobre a palavra filosofía:

Filosofia (do grego Φιλοσοφία, philosophia, literalmente «amor pela sabedoria») é o estudo das questões gerais e fundamentais relacionadas com a natureza da existência humana; do conhecimento; da verdade; dos valores morais e estéticos; da mente; da linguagem, bem como do universo em sua totalidade. O termo foi cunhado por Pitágoras (570 – 495 a.C). Ao examinar tais questões, a filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentação racional; por outro lado, diferencia-se também das pesquisas científicaspor geralmente não recorrer a procedimentos empíricos em suas investigações. Entre seus métodos, estão a argumentação racional, a análise conceitual, a dialética, a hermenêutica, a fenomenologia, as experiências de pensamento e outros métodos investigativos a priori. A Filosofia é o saber mais abrangente – na medida em que ocupa-se com os grandes temas da humanidade. A partir dela, são fundamentadas e desenvolvidas teoriasmetodologiaspesquisasprojetos educacionais, bem como elabora-se, inclusive, a própria fundamentação racional das instituições do conhecimento humano, i.e., as instituições científicasartísticasreligiosas e culturais. Fonte Wikipedia

      Poucos filosofam sobre a vida, muitos cristãos atuais consideram filosofía mesmo algo diabólico, contrário à Bíblia, como ciência e conceitos como evolução das espécies. Outros, contudo, mesmo gente simples e sem formação acadêmica, filosofam sem saber, adquirindo sabedoria ímpar sobre a vida e o ser humano. Eu gosto de filosofar, e creio que Deus nos deu cabeça pra isso, a filosofia não resolve os problemas que o Espírito Santo e o poder do nome de Jesus resolvem, mas nos ajuda a conhecer e a por em prática de maneira mais eficiente a vontade de Deus, seja no plano físico, seja no espiritual. Filosofía não precisa ter um fim em si mesma, mas é uma ferramenta, e como tal pode ser usada por pessoas diferentes e para finalidades distintas.
      Contudo, muitos crentes atuais, com escolaridade mediana, usam filosofia, mesmo sem saber, vou dar um exemplo. A Bíblia diz em Mateus 7.7, “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.”, assim a princípio pedimos algo que queremos a Deus e esperamos uma resposta certa e rápida, afinal pedimos baseados naquilo que consideramos a palavra de Deus, um texto bíblico, e o fizemos com fé. Contudo, num determinado momento vemos que nossa oração não é respondida, então concluímos que a oração não bastou, outras coisas precisam ser feitas para que nossa solicitação a Deus tenha retorno dele, não basta só obedecer um texto bíblico interpretado ao pé da letra. Com o tempo entendemos a complementação do texto de Mateus 7.7, que está em João 15.7, “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.”, é necessário um sincronismo com Deus, pedir certo e em obediência, para que façamos a oração que Deus responde.
      Tenhamos cuidado com pregações de pastores mal informados e ociosos que dizem que ciência e filosofia são coisas do diabo, que a palavra de Deus é superior a tudo isso, que basta crer que Deus dá a vitória, a coisa não é tão simplista assim, ainda que a verdadeira palavra de Deus seja simples. Os que leem a Bíblia debaixo da orientação do Espírito Santo conhecerão a sabedoria superior de Deus, poderão ver ciência e filosofia como ferramentas dadas por Deus ao intelecto humano, e entenderão que fé e ciência não se contradizem, mesmo que falem das mesmas coisas, mas com visões diferentes. O cristão realmente espiritual entenderá que Deus usou a evolução das espécies, não em uma semana de sete dias de vinte e quatro horas, mas em eras de milhões de anos, que a ciência está correta em suas descobertas, e que o criacionismo de Gênesis fala por metáforas de mistérios espirituais de maneira atemporal, não de forma materialista e científica, e ainda assim com muita profundidade, mesmo que para pessoas de todos os níveis intelectuais, culturas e tempos.
      Fiz uma longa introdução sobre filosofia, mas o ponto desta reflexão é outro, citado no primeiro parágrafo, é uma pergunta: o que eu sei sobre Deus? Será que sou tão espiritual quanto acho que sou? A resposta é: pouco sei e pouco sou! Entenda certo, eu não sou espiritual não porque não busco santificação, porque não oro, porque não conheço a Bíblia, porque não sou batizado no Espírito Santo (para os que consideram a exteriorização disso, como falar em línguas estranhas, relevante), posso fazer é ser tudo isso, é ainda assim só tocarei numa “molécula” de Deus (por falta de termo melhor para definir uma parte infinitesimal de um ser que não pode ser definido por referências humanas). Se estudarmos o que linhas metafísicas dizem sobre Deus, como o hinduísmo, o budismo, os esoterismos como a cabala e a magia, se tivermos acesso a essas informações, como cristãos habituados com a simplicidade popular da tradição judaica-cristã, nos perderemos nos números, milhões, bilhões, trilhões, que são usados para definir a eternidade do universo e do Altíssimo Absoluto, o Todo, que nós chamamos de Deus.
      Ainda assim, as filosofias dessas linhas religiosas, que se você tiver disponibilidade e autorização de Deus pode conhecer, e acredite, se souber ler verá que muita coisa bate com a teologia judaica-cristã tradicional dos protestantes evangélicos, isso tudo não confere ao ser humano a espiritualidade que, repito, a simplicidade pop do evangelho confere, mesmo que monges e outros dedicados estudiosos e praticantes dessas linhas digam e pensem o contrário. Mas um coisa essas linhas têm, mais que o cristianismo, um respeito maior por Deus, uma dimensão mais próxima, sob o ponto de vista filosófico, daquilo que Deus é, infelizmente essa maior acurasidade acaba afastando místicos, esotéricos e religiosos orientais da pessoalidade do Deus pai, filho e Espírito Santo do cristianismo. Talvez afaste justamente porque seja esse o objetivo das religiões alimentadas com mais informações espirituais e cósmicas advindas justamente de seres espirituais rebeldes, ou anjos caídos, talvez...
      Amo o texto bíblico compartilhado inicialmente de Efésios, Paulo fala de mistérios reveladores, que muitos leem mas não se atêm às suas importâncias:

- “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, 
por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo: Paulo fala de intimidades e detalhes sobre Deus, o universo e o ser humano sempre com muita humildade, reafirma sua chamada aos gentios (os não judeus), e coloca o evangelho numa posição diferenciada, entre religiões, aquele que tem a missão exclusiva de revelar à humanidade riquezas incompreensíveis, sim, incompreensíveis, assim, se achamos que sabemos tudo sobre Deus por sermos cristãos, saibamos que esse tudo está bem aquém daquilo que Deus é, para entender isso a primeira coisa é aceitar que as maiores riquezas que Jesus nos dá não são bens materiais, mas virtudes e sabedoria, sobre Deus e o universo, o conhecimento sobre a eternidade espiritual;

- “E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus que tudo criou por meio de Jesus Cristo”: Paulo tinha ciência que era chamado autorizado por Deus para revelar um mistério que estava escondido com Deus desde o início dos tempos, esse mistério é Jesus, o que Deus quer que conheçamos dele está revelado em Cristo, em sua existência encarnada e ressuscitada, eis algo que outras religiões não permitem entender quando equiparam Jesus a outros profetas, sábios, líderes espirituais, Jesus é diferente e é tudo o que a humanidade precisa, mas será que já tomamos posse de todos os mistérios ocultos em Deus e revelados por Jesus? ou nos contentamos só com um conhecimento básico é superficial?

- “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus”: Paulo descreve a missão singular da Igreja, que não é denominações, seitas, religiões ou qualquer espécie de grupo de homens reunidos em templos, mas o conjunto de seres humanos de todos os tempos que foram de fato selados com o Espírito Santo, uma missão que vai além de salvar homens e mulheres, mas que confronta principados e potestades no céu, isso é, exércitos de seres espirituais, do bem e do mal; por Cristo o cristão tem acesso a riquezas que nem anjos, arcanjos, serafins, querubins e outros seres têm, isso é muito forte e a revelação de um grande e poderoso mistério, isso Paulo no entrega, contudo, a palavra que mais em encanta neste texto é multiforme, sim, Jesus é todos esses mistérios que nos revelam todas as formas da sabedoria de Deus, talvez as convicções que tantos têm sobre Deus seja somente uma das formas do Senhor se mostrar, todas as formas só Jesus, o verbo de Deus, dá a conhecer;

- “Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele”: Paulo reafirma a importância exclusiva de Cristo Jesus, ao qual temos acesso não por obras, ou pelo conhecimento e execução de rituais complexos e misteriosos, mas pela fé nele.

      Não tem nada errado em filosofar, em questionar, em querer saber mais, obviamente essa sede de saber não pode ser maior que o desejo de praticar o evangelho. Só o evangelho entrega ao homem meios de viver uma vida moral benigna, com libertação emocional e cura física, o evangelho não “viaja na maionese”, mas transforma o homem, e só ele faz isso. Mas se dê ao direito de filosofar em Deus, de conhecer os mistérios pelo Espírito Santo, usando todo o potencial que o próprio Deus nos deu como seres humanos, com inteligência, raciocínio, equilíbrio, sensatez. Conhecer de verdade só nos leva a uma certeza, de que pouco sabemos, como diziam os gregos, “sei que nada sei”, isso nos torna mais humildes e Deus, esplendidamente maior e maravilhoso. Encerro repetindo o texto que considero tema principal do blog “Como o ar que respiro”, João 17.3: "E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste.", vida eterna é conhecimento de Deus, então, não tenha medo de saber.

sexta-feira, fevereiro 15, 2019

Você é equilibrado?

      Você sabe como pode saber se é equilibrado e a favor do diálogo, em qualquer área da vida? Simples, você é tudo isso se consegue ver os defeitos de quem ama e as qualidades em quem não gosta. Querer amar só quem gostamos 100% é impossível, esse pensamento só nos conduzirá ao caminho oposto, odiar 100% a muitos. Veja que eu não disse no segundo caso, ver qualidades em quem não gosta, já que o cristão deve e pode amar a todos, mesmo aqueles que não gosta. Amar e gostar são coisas distintas, ódio e paixão são lados opostos, graus diferentes, de uma mesma experiência.
      Amar é desejar o bem, abençoar, querer o melhor, gostar é concordar com atitudes de alguém. Posso amar mesmo que não goste daquilo que a pessoa é, diz e faz, e pra fechar este ponto, enquanto amar é qualidade de cristão espiritual, é dever, não gostar é direito de todos, e podemos ter esse sentimento sem sentir ódio ou desejar o mal para quem não gostamos. Amar não faz bem só a quem é amado, mas antes e principalmente a quem ama, já que muitas vezes nem somos reconhecidos e recompensados por amarmos alguém, mas somos curados por isso.
      Mas voltemos ao ponto da reflexão, enchergar com lucidez os defeitos, os limites de gente que amamos, é transformar o simples gosto pessoal e emocional em amor espiritual e racional. Isso inclui nossos cônjuges, nossos filhos, nossos pais, nossos parentes e nossas igrejas, é preciso conhecer e aceitar todos esses em suas totalidades, com realidade e maturidade, senão estaremos sujeitos a decepções que nos impedirão de fazer alianças mais perenes, ter casamentos duradouros, provar amizades fiéis e vivenciar interação amadurecida com igrejas. 
      Por outro lado, mesmo daqueles que não gostamos, que até temos dificuldades para amar, é preciso que tenhamos a nobreza de reconhecer as qualidades, olhar esses com essa generosidade é um passo para transformar o não gostar em amar. Veja que o equilíbrio sempre oferece um caminho para o amor, amar é procurar, achar e promover as qualidades alheias, antes mesmo que as nossas. O equilíbrio também está sempre aberto ao diálogo, o ódio e a adoração não estão, com deuses e diabos não conversamos, ou os adoramos ou os odiamos, à distância.
      Infelizmente, nos tempos atuais, parece que é feio ser equilibrado, a maioria prefere adorar alguns ao extremo e odiar totalmente outros, vemos isso em muitas áreas, mas bastante na política. Faça o teste consigo, veja se consegue verbalizar qualidades em pessoas que você não gosta. Entenda que existem pessoas que de fato não temos nada para gostar, desses só temos que ter misericórdia e orar, em amor, pedindo a Deus que os abençoe. Por outro lado existem alguns que nos parecem não terem defeitos, eles nos agradam tanto, nos fazem tão felizes, que gostamos de tudo o que eles são. 
      Um ditado diz que gostamos das pessoas por suas qualidades, mas as amamos pelos seus defeitos. Enfim, ver as pessoas com bons olhos, com clareza, está diretamente ligado a como nós nos vemos, se nos vemos por inteiros, nos conhecemos e nos amamos, teremos muito mais facilidade para aceitar as idiossincrasias e humanidades de cada um. Deus é o único que podemos adorar ao extremo sem perdermos a sanidade e a inteligência, sem nos perdermos, o Senhor, quanto mais o conhecemos mais o amamos e mais o admiramos, nessa iluminação aprendemos mais sobre nós e sobre os outros.

      “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Efésios 4.1-3

quinta-feira, fevereiro 14, 2019

Melhor é dar que receber

      “Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados. De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem o vestuário. Sim, vós mesmos sabeis que para o que me era necessário a mim, e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.Atos 20.32-35            

      Não é só uma atitude aleatória, feita quando se pode, quando é conveniente, não é uma exceção, mas deve ser, no verdadeiro cristão, um princípio de vida, uma regra, uma virtude que nasce no espírito e inunda o coração. Me refiro a querer sempre oferecer, antes de exigir, de dar, antes de pedir, de entregar, antes de receber, isso é disposição de gente madura espiritualmente, que entendeu de fato o espírito do evangelho. Isso deveria ser ao menos o final da vida de um novo nascido em Cristo, crente que passou dez, vinte, trinta anos no evangelho e não entendeu isso, talvez nunca tenha entendido de fato a conversão.
      Paulo abre seu coração neste texto e mostra a prática de seu cristianismo pessoal, suas prioridades, elas nunca foram possuir bens materiais. Ele não cobiçou prata, ouro, vestes, de ninguém, e possuía consciência e paz que tinha exatamente o que precisava. Paulo era satisfeito com sua vida, e por isso tinha tempo e energia para ajudar os outros, os fracos, enfermos, pobres e principalmente os que ainda não conheciam o evangelho. Paulo entendeu muito bem as palavras de Jesus, “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber”. 

quarta-feira, fevereiro 13, 2019

Amadurecer é conviver com a morte e viver

      “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.” Atos 14:22

      Crescer é passar por tribulações constantes e não vender a paz. Amadurecer é lidar com a dor de viver sem perder a fé. O reino de Deus não é conquistado sem sofrimento, a vida é inventar momentos de alegrias durante uma longa jornada de mortes. Quem ama a vida, a perde, mas quem morre, para si mesmo, para o egoísmo, para o materialismo, mas também para necessidades de vingança, de cobrança de direitos, esse acha a vida. 
      As crianças ainda retêm no olhar, no coração, na alma uma vida simples e feliz, estão mais próximas da eternidade que realizou seus espíritos no mundo. Mas à medida que envelhecemos, nos distanciamos da vida e nos aproximamos da morte, ela é a única certeza. O mistério do evangelho é o único conforto que vence a morte, mas essa vitória é conquistada, na grande maioria das vezes, dentro de nós, não na existência córporea exterior. 
      Nosso espírito no Espírito de Deus vive, mesmo que nossa alma desfaleça, aceitar isso, sem ilusões ou falsas esperanças, é enchergar além da morte e conhecer o Altíssimo. Quem, todavia, quer fugir da dor, tentando viver insana é obstinadamente, acaba sendo presa daquilo que mais nega e ao invés de achar vida em Deus, torna-se cativo dos senhores da morte. A ciência, as riquezas, o homem, não podem dar vida, a paz que eles dão é engodo.
      Tenhamos calma, que o tempo nos traga crescimento naquilo que importa, nas virtudes eternas que nos acompanharão na eternidade, que a fé cresça em nós, que a paz permaneça. Que descubramos uma vida além das vaidades, da vista, das posições sociais, que nossas alianças sejam firmes, que nossos casamentos sejam santos, que nossos cônjuges sejam nossos amantes e amigos e que nossos filhos tenham de nós paciência e amor, só assim a morte e a dor de cada dia não serão tão importantes.

terça-feira, fevereiro 12, 2019

Jejum: se Deus orientar, faça

      “Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor. Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos. Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus. Faze o bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém. Então te agradarás dos sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; então se oferecerão novilhos sobre o teu altar.Salmos 51.15-19

      Confesso, não sou muito a favor de jejum, pelo menos não a favor desses que muitos crentes atuais fazem. A razão é simples, a grande maioria de evangélicos não entende exatamente o que é jejum que agrada a Deus, dentro da heresia da teologia da prosperidade que direta ou indiretamente atinge tantas igrejas atuais, muitos usam o sacrifício de abstinência de comida e bebida assim como assiduidade a cultos e vigílias como moedas de troca com Deus por favores. O jejum não é para convencer a Deus, para fazer que ele veja a nossa insistência e nos responda, para exigir a ele nosso gabarito espiritual, Deus não precisa ser convencido de nada e muito menos precisa de créditos humanos para poder entregar suas aprovações e bens.
      O jejum assim como qualquer tipo de consagração é para nos convencer, são oportunidades que damos ao Espírito Santo para provar nossas intenções, para nos mostrar sua vontade melhor para então, finalmente, entendermos o que Deus quer nos dar e solicitarmos isso ao Senhor. Sim, Deus se agrada do jejum sincero de seus filhos, mas se quer saber, Deus não precisa dele, nós sim. Jesus vivia em oração e jejum? Paulo andava em consagração constante em vigílias e abstinências? Com certeza, mas isso não era um momento de exceção deles, era seus estilos de vida, coerentes com as chamadas especiais que tinham.
      Todos nós somos chamados para vidas limpas e vitoriosas? Sim. Todos nós podemos ser Paulos? Até podemos querer, e muitos insistentemente se forçam a ser, mesmo se autodenominam apóstolos, e alguns com sinceridade e consagração de vidas, mas poucos fazem isso por ordem de Deus. O José da Silva não é chamado para ser Paulo, o apóstolo, mas para ser o José da Silva, único, exclusivo, para o qual Deus tem um plano pessoal e insubstituível, ser o José da Silva de Deus. Nas minhas fraquezas tive a oportunidade de ser chamado pelo Senhor para fazer jejuns, não foram muitos, mas foram decisivos, cresci e tomei posse de curas e posicionamentos que levo até hoje comigo, neles obtive mudança de vida.
      Não, não use fé, jejum, assiduidade em cultos, fidelidade religiosa ou qualquer compromisso exterior para convencer o Senhor de algo, o pai nos dá de graça, por amor, e através do cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo. Em Cristo temos acesso e direito a toda espécie de benção, seja no céu ou na terra, e pra isso basta que você seja um homem ou uma mulher simples, que confia no Senhor e que é desprendida de vaidades, sejam materiais ou pseudoespirituais (eu disse “pseudo” porque espiritualidade verdadeira nunca é fruto de vaidades, não pode ser usada para que prevaleçamos sobres os outros, não nos faz melhor que ninguém e com direito de dominarmos sobre as pessoas, só uma falsa espiritualidade acha isso). 
     Contudo, ore a Deus, será que o Senhor não está direcionando você para fazer um jejum? Coisas especiais ocorrem como efeito de causa especiais, não vulgarize consagração, nem esfrie seu espírito a ponto de não entender mais a relevância ou de perder a sensibilidade de que a vida com Deus é mais que dormir, comer, beber, trabalhar, estudar, participar de cultos e se relacionar com as pessoas. Se Deus estiver te conduzindo para um momento diferenciado, talvez ele possa pedir de você uma consagração diferenciada, e se o direcionamento for dele, ele te dará forças mesmo para jejuar. Esse jejum marcará tua vida e abrirá uma porta que de outra maneira não se abriria. 
      Se o Senhor estiver orientando, jejue, senão, creia e fique em paz, mas não tente fazer negócios com Deus, muitos fazendo jejum sem ordem do Senhor acabaram mais fracos e não mais fortes. Por quê? Porque Deus deu um não para um pedido deles, mas eles insistiram em jejuar, achando que podiam fazer Deus mudar de ideia. Deus não muda de ideia, mas o rebelde e desobediente pode acabar se desviando para a heresia ou duvidando de Deus, porque não teve humildade para obedecer e aceitar a vontade do Senhor. Muitas vezes não fazer nada e crer é mais difícil que se sacrificar, e poderá mudar nosso caráter para melhor com muito mais eficiência, porque nos fará aceitar com mansidão nossas impotências e a potência de Deus mesmo quando diz não.

segunda-feira, fevereiro 11, 2019

A morte - Oremos pelo Brasil

      “Guarda-me, ó Deus, porque em ti confio.Salmos 16.1

      A morte teve uma presença muito forte nos últimos dias em nosso país. Primeiro foi a tragédia causada pelo descaso de quem deveria fiscalizar o funcionamento adequado e de quem deveria dar manutenção periódica à estrutura, a queda da barragem da Vale em Brumadinho/MG no dia vinte e oito de janeiro, mais de trezentas pessoas morreram. Depois, após um temporal na cidade de Rio de Janeiro/RJ, que já foi terrível e que matou alguns, ocorreu no dia oito de fevereiro um incêndio no alojamento dos jogadores da base do time de futebol do Clube de Regatas do Flamengo, essa tragédia, que também pode ter sido ocasionada por descaso de alguns, matou dez adolescentes que tinham o sonho de se tornarem atletas reconhecidos e importantes. 
      Contudo, ainda sentindo a dor desses fatos, ainda enterrando jogadores do Flamengo e ainda tentando achar mortos desaparecidos em Brumadinho, cai na via Anhanguera, hoje, dia onze de fevereiro, na região da grande São Paulo, um helicóptero com o jornalista Ricardo Boechat, ele e o piloto faleceram. O que me tocou profundamente nesta última tragédia, foi a morte de um profissional atuante e competente, que eu e minha família assistíamos no Jornal da Band de segunda à sexta-feira. Morreu uma voz da boa crítica, independente, inteligente, irônico, corajoso, que com certeza fará falta em nosso país, um jornalista com furor, amor e humor. Sim, a morte alcança todos, implacável e muitas vezes imprevisível.
      Não sei quanto a você, mas diante de tudo isso eu me sinto absolutamente frágil, desprotegido, inseguro, por mais que eu creia e escreva constantemente que colhemos o que plantamos, que nada ocorre sem causa justa, que Deus é Senhor e sabe o que faz, essas tragédias imprimem em minha alma um sentimento intenso, descontrolado e contrário à qualquer convicção. Não, sentir-se assim não é pecado ou negar a Deus, somos humanos e temos direito à humanidade, em toda a sua extensão e profundidade e nada revela mais a nossa humanidade que a morte, que atinge a todos, pobres e ricos, ignorantes e cultos, de todas as raças, religiões e ideologias.
      Vida, morte, luto e vida, o luto é importante, não tente anulá-lo, não tente passar da morte diretamente para a vida sem sentir em toda a sua intensidade o luto. Quando fazemos assim, dando liberdade a um sentimento tão forte, o luto é experimentado até que se esvai, mas tentar aprisiona-lo só faz explodir o coração que depois terá mais dificuldades para seguir vivo. Contudo, eu pergunto, até quando durará nosso luto, até quando o Brasil chorará a morte, principalmente as causadas por uma impunidade reincidente? Oremos pelo nosso país, que toda essa dor seja da disciplina paternal, e não crueldade enganosa do mal, que só vem para roubar, matar e destruir.

      “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. Ora, o mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado das ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido.João 10.10-14

José Osório de Souza, 11 de fevereiro de 2019 - Reflexão necessária

domingo, fevereiro 10, 2019

Religião, cristianismo e verdade

      “Aquele, pois, que vos dá o Espírito, e que opera maravilhas entre vós, fá-lo pelas obras da lei, ou pela pregação da fé? Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.Gálatas 3.5-7

      Ah, quem somos nós para julgar a religiosidade de cada pessoa? Quem somos nós, cristãos, para dizer que alguém tem ou não comunhão com Deus? Quem somos nós para saber o que de fato Deus pensa da religião de cada um, quem somos nós para entender o amor acessível e misericordioso do Senhor para se relacionar com o ser humano, independentemente da fé que cada um possui? Muitos cristãos evangélicos podem dizer, “eu creio em Jesus que disse que é o caminho, a verdade e a vida, se não for assim, não se tem acesso à salvação e à pessoa de Deus”. Mas até que ponto a interpretação e a prática desse texto não são baseadas só numa tradição de homens? Até que ponto o uso “fechado” desse texto expressa realmente a vontade de Deus? 
      Está reflexão não objetiva por a Bíblia em dúvida, mas confrontar doutrinas tradicionalmente protestantes com a verdade de fato. Muitos protestantes que arrogam ter posse do evangelho mais verdadeiro, não se atentam ao fato que durante mais de mil e duzentos anos, entre a criação oficial da igreja católica no século IV e o protestantismo no século XVI, a representante oficial e praticamente exclusiva do evangelho no planeta era o catolicismo, que eles tanto criticam. Onde estava essa verdade do cristianismo primitivo renascido no protestantismo que evangélicos acham ser a única verdade que salva? Deus deixou a humanidade sem salvação durante mil e duzentos anos? Todos os católicos que morreram nesse tempo foram para o inferno? Deus os condenou como idólatras e pagãos?
      Outro detalhe histórico é que muitas regiões do mundo ainda não haviam sido inteiramente alcançadas pela civilização europeia nos primeiros séculos, como extremo oriente, África, e outras regiões, como as Américas, nem tinham sido descobertas. Dessa forma, durante centenas de anos, mais de mil, talvez, pessoas nasceram, viveram e morreram sem terem tido contato com o cristianismo, mesmo o católico. Aliás, quem fez um trabalho eficiente de evangelismo em todos os continentes foram justamente os protestantes, a partir dos séculos XVI, e bastante no século XIX. Como Deus tratou essas vidas com relação à salvação eterna? Sim, Jesus realizou sua obra de redenção por eles também, mas muitos podem ter sido salvos sem uma decisão consciente e de acordo com a doutrina de tantos cristãos evangélicos atuais. 
      Meus queridos e queridas, não foram dez anos, cinquenta, nem cem, foram mais de 1.200 só com o catolicismo, isso é história! Não, não nego que esse cristianismo protestante é mais próximo do cristianismo primitivo do século I que o catolicismo, contudo, nego a necessidade de Deus precisar ter uma religião “perfeita” como ferramenta para salvação da humanidade, isso não é a realidade, de forma alguma, quem abrir os olhos para a história entende isso. Se aquilo que acreditam evangélicos e protestantes fosse verdade, além de condenar bilhões, cobraria deles viver um cristianismo de muito mais qualidade que católicos, ortodoxos ou outras religiões e seitas cristãs, mas não é isso o que acontece, nem nunca aconteceu, não mesmo.
      O cristianismo está errado? O evangelho está errado? A igreja católica está errada? Não necessariamente, está errado aquilo que muitos fanáticos arrogantes achar ser o que Deus pensa, ou como Deus trabalha. Se houver doutrina pura e próxima àquilo que Jesus pregou, Deus salva, mas se não houver, Deus salva também, como sempre fez, antes de Cristo e durante os séculos católicos da idade média, durante a venda de indulgências, inquisição, a perseguição injusta e cruel aos que pensavam diferentemente, enquanto impediam o leigo de conhecer a Bíblia com missas rezadas em latim. Da mesma forma no tempo atual, em meio a tanta heresia e ganância das igrejas evangélicas protestantes, que geram lucros materiais, não qualidade de vida.
      Deus nunca precisou e nunca vai precisar de dogmas, doutrinas ou representantes humanos para salvar o homem, Deus só precisa da sinceridade do coração de um homem que deseja ser um homem de bem. Do que adianta trocar catolicismo por protestantismo, protestantismo por “evangelicismo”, “evangelicismo” por pentecostalismo, pentecostalismo por neo-pentecostalismo, se continuamos a ser fanáticos, arrogantes, crendo num Deus conforme nossas conveniências, assim, criando “deuses”, sendo idólatras ideológicos que é tão idolatria quanto os que idolatram imagens e esculturas? 
      Tudo isso Deus contempla e olha o coração do que o busca, Deus vê o católico fervoroso e praticante tanto quanto o batista estudioso da Bíblia como o assembleiano que buscou com tanta devoção o dom de línguas estranhas para ser um crente melhor, não nos enganemos sobre isso. Mas na verdade, nada disso importa, não tanto como achamos, é tempo de termos coragem para admitir isso, ou então, vivamos de fato o que acreditamos, a nossa verdade, e demos exemplo por ações não por discurso que tenta convencer os outros com palavras, que o nosso cristianismo é melhor. 
      O sábio não julga, ninguém, nunca, em nenhuma instância, mas vive o caminho que achou com humildade, sem absolutamente nenhuma intolerância ou preconceito para com o que os outros pensam e vivem sobre religião, cristianismo ou verdade. No final cada um será julgado, não pela luz do outro, mas pela sua, por aquela luz que achou, Deus conhece bem os filhos da luz, sabe quem é de fato homem e mulher de bem, humildes de espírito e que nunca se renderam à vaidade e ao engano, esses serão avaliados por aquilo que acreditam ser o caminho, a verdade e a vida. 
      Jesus é o único salvador de toda a humanidade, eis a verdade, mas nem todos que não têm consciência absolutamente evangélica disso serão condenados, muitos são filhos de Abraão e nem sabem, mas temem a Deus mais que muito frequentador assíduo de templo cristão e conhecedor de doutrina, repito, doutrina de homens, não de Deus. Pobre dos que acharam no verbo de Deus, Jesus Cristo, o caminho, a verdade e a vida, mas que não viveram de acordo com a fé que professaram e que ainda lançaram nos rostos alheios hipocrisias e julgamentos. Esses serão considerados por Deus com muito mais rigor, e poderão ainda passar muita vergonha neste mundo até que entendam como funciona o amor e a graça do Altíssimo, eu creio assim.

      “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.Mateus 16.27