19/09/12

Enfrente a vida com integridade

        “A integridade e a retidão me protejam, pois espero em ti.” Salmos 25.21

O que é integridade? Ser inteiro, ser o mesmo, sem rachaduras, sem divisões, em todas as situações, com todo o tipo de pessoa, em todos os lugares, seja com amigos ou com quem se coloca como inimigo, seja de manhã ou à tarde, seja no domingo ou na segunda-feira, seja na igreja ou no trabalho, seja íntegro, seja imparcial, não se venda ou mude debaixo de qualquer perigo ou tentação, e seja tudo isso em paz com Deus.
Assim, enfrente a vida, não tenha medo de qualquer circunstância ou de qualquer homem, siga de cabeça reta, nem abaixada e nem altiva, siga humilde, mas lúcido, convicto, mas não arrogante, com Deus à frente, atrás, dos lados, em cima e em baixo, totalmente coberto pelas asas do altíssimo. Siga perdoado, com a consciência limpa, com o coração leve, simples e sábio, sem malícia, porém consciente das astúcias do Diabo e do engano dos homens.
Enfrente a vida com integridade!

18/09/12

Sinta na carne o sofrimento de Jesus

     “deram-lhe vinho misturado com fel para beber; mas ele, provando-o, não quis beber.” Mateus 27.34

        A dor que Jesus sentia naquele momento, em sua carne e em sua alma, era tremenda, muito grande. Vinho com fel era um entorpecente da época que servia como anestésico, mesmo sofrendo uma agonia terrível, Jesus não aceitou essa mistura. (Fracos que somos, qualquer dor nos impede de orar, de ir ao culto, de tratar as pessoas com cordialidade, é álibi para nos fazermos de vítimas.)
Já li o capítulo 27 do Evangelho de Mateus tantas vezes em minha vida, contudo, nesta manhã, quando o li, senti uma tristeza muito grande. Parece que o sofrimento, testemunhado nesse capítulo sobre Jesus, eu senti na minha pele. Que tolo que sou, como se eu estivesse preparado, sobre qualquer aspecto, para tal sofrimento. Por outro lado, o sofrimento que Jesus passou não foi por ele, por mim, que covarde que sou, provocando o sofrimento de um inocente em meu lugar.
Mas, pela graça de Deus, essa experiência de Cristo não é pra me deixar com remorso, nem descontente, mas para que eu entenda, mesmo que somente uma parte, o tamanho do amor que o Senhor tem por mim. Mas creio que importa, sentirmos pelo menos alguma tristeza, quando lemos tudo o que Jesus sofreu por nós, se é que existe em nós alguma sensibilidade humana assim como algum entendimento espiritual.
A coisa mais importante do universo foi conquistada com muita dor, que coisa é essa? A minha vida, e de uma forma ou de outra, nada de bom vem a nossa existência sem dor, sem que nossa natureza carnal e rebelde seja subjugada pelo Espírito Santo de Deus, esteja preparado para isso.

Foi por mim tal sofrimento

Então os soldados do governador levaram Jesus ao pretório, 
e reuniram em torno dele todo o destacamento.
E, despindo-o, vestiram-lhe um manto vermelho muito brilhante, 
e fizeram uma coroa de espinhos e a puseram na sua cabeça, 
e na mão direita, um bordão, 
e ajoelhando-se diante dele, zombavam: Viva o rei dos judeus! 
E, cuspindo nele, tiraram-lhe o bordão e com este batiam na cabeça dele. 
Depois de zombar dele, despiram-lhe o manto, 
puseram-lhe suas roupas e o levaram para ser crucificado. 

Mateus 27.27-31
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17/09/12

O choro mais amargo de todos

        “Pedro estava sentado do lado de fora, no pátio; uma criada aproximou-se dele e disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu. Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que estás falando.
E dirigindo-se ele para a entrada, outra criada o viu e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o nazareno. E, jurando, ele negou outra vez: Não conheço esse homem.
Pouco depois, os que estavam ali aproximaram-se e disseram a Pedro: Certamente, tu também és um deles, pois o teu falar te denuncia. Então ele começou a proferir maldições e a jurar: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou.
E Pedro lembrou-se do que Jesus dissera: Antes que o galo cante, três vezes me negarás. Então, saindo dali, chorou amargamente”.
Mateus 26.69-75

Não, não é na solidão sem Deus, em meio à sujeira do mundo, sem qualquer preocupação com os valores espirituais que se chora o choro mais amargo de todos. Também não é na heresia, totalmente envolvido com religiões e crenças que pretendem matar o cristianismo, no ateísmo, na bruxaria, no satanismo, não é nesse lugar que o choro é o mais amargo de todos.
O choro com toda a amargura possível à alma humana prova aquele que andou com Jesus, que sentiu a paz do perdão de Deus, que se alegrou com irmãos diante do altar do Senhor, mas que negando tudo isso nega a Deus, ao caminho que andou, a si mesmo e a tudo o que acreditou e almejou um dia, de melhor em sua vida, esse deseja a morte e ela não vem.
Que angústia devia estar presa no coração de Pedro, deixando-o totalmente desconfortável com a vida, para ele que a traição que estava cometendo já havia até sido revelada. E ele até que tentou, foi atrás de Jesus, testemunhou seu julgamento, ele que estava marcado pelo Evangelho de um jeito que até seu falar o denunciava, mas não conseguiu vencer a si mesmo.
Pedro não se esforçou o suficiente para superar seu medo, sua incredulidade, sua ignorância com relação aos propósitos de Deus. Pedro conhecia realmente a Jesus? Não, ainda precisava aprender uma lição, a mais amarga das lições, o negar daquilo que era a coisa mais importante de sua vida.
Essa negação o colocou no lugar certo, enfim, de uma forma dolorosa a vida de Pedro foi ajustada. Foi somente depois dessa dor descomunal que ele se tornaria o homem pelo qual as portas do céu seriam abertas, o homem que faria a primeira pregação do Evangelho, pregação que inauguraria o reino de Deus.
A dor, a dor insuportável, a humilhação pública, infelizmente na maioria das vezes é a única coisa que nos coloca no lugar certo para que possamos então cumprir a vontade de Deus em toda a sua plenitude.
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16/09/12

Judas Iscariotes

Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, dirigiu-se aos principais sacerdotes e disse: O que me dareis se eu o entregar a vós? E pesaram-lhe trinta moedas de prata. A partir de então, ele procurava uma oportunidade para entregá-lo.
Enquanto ele ainda falava, Judas, um dos Doze, chegou acompanhado de uma grande multidão com espadas e pedaços de pau, vinda da parte dos principais sacerdotes e dos líderes religiosos.
Jesus, porém, lhe disse: Amigo, para que vieste? Nisso, eles se aproximaram, agarraram Jesus e o prenderam.
Jesus disse à multidão naquela hora: Saístes com espadas e pedaços de pau para me prender, como se eu fosse um bandido? Todos os dias eu estava sentado no templo, ensinando, e não me prendestes.”
Mateus 26.14-16,47,50 e 55

O homem mau sabe que está errado, por isso procura fazer o mal escondido, para não haver testemunhas. Foi por isso que foi necessário que Judas Iscariotes fosse comprado para dizer aos sacerdotes em qual momento eles poderiam prender Jesus. Judas, que andava com Cristo, sabia o momento certo em que Jesus estaria sozinho, apenas em companhia de seus discípulos mais próximos.
O homem mau anda sempre acompanhado de outros homens maus e de todo o sortilégio de armas, materiais e psicológicas, já que ele é um covarde que precisa se esconder no meio da multidão, assim como precisa se unir a outros para ter forças suficientes para destruir o homem bom, isso porque o mau, culpado como se sente, sempre se sentirá enfraquecido, enfraquecido pelo mal.
O homem bom sempre acredita num milagre, na redenção, no perdão, Jesus chamou Judas de amigo, não por qualquer tipo de falsidade, mas porque acreditava que mesmo naquele momento derradeiro Judas ainda poderia mudar de atitude. Jesus também não se esqueceu, de tantos momentos passados, quando Judas se comportava como seu amigo. O homem bom tem um coração bom e sempre espera o melhor.
O homem mau é incoerente, machuca quem o ama, trai quem o defende, despreza quem se preocupa com ele. O homem bom é bom até o fim, até o último momento, pois sabe que seu destino está nas mãos de Deus. Jesus foi bom, misericordioso, paciente e fiel ao plano que seu Pai tinha para ele, até o final.
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15/09/12

"Irmãos sim, amigos não"?

      Sou de um tempo em que os jovens acreditavam que podiam mudar o mundo. Passei minha adolescência e começo da juventude nos anos 1970. Além de todo o ambiente mundial estar num clima de revolução cultural, moral, social, o Brasil passava por uma ditadura militar que cerceava a liberdade política e artística. Os jovens sentiam isso na pele, e queriam mudança. Nesse ambiente, eu me converti ao Evangelho, em setembro de 1976. Naquela época ser crente não era nenhum pouco “fashion”, ao contrário, as pessoas tinham, muito mais que nessa 2ª década do século XXI, uma aversão ao povo evangélico, aos seus costumes, as suas igrejas. Não existia ídolos de música gospel para se assistir em shows, nem ouvir em rádios, a música era antiquada e restrita.
Mas eu, quando me converti não queria somente uma igreja alegre, emocionalmente exaltada com uma música diferente. Não buscava na igreja uma fuga do mundo, não queria conviver com a incoerência, que muitos jovens chamados de cristãos hoje possuem, sem sentir nenhuma culpa por isso. O que eu vivia no culto de domingo à noite, queria viver também na segunda-feira de manhã, na escola, no meio do mundo.
É claro que muita água passou por debaixo da ponte nesses 36 anos de convertido que tenho. Fantasias caíram por terra, hipocrisias foram desmascaradas, feridas profundas foram tratadas, doenças espirituais e afetivas foram curadas. Não, não troco o que sou hoje pelo que fui, mesmo com a dor nas costas, o cansaço fácil, os cabelos brancos e a barriga que aparecem naturalmente com mais de meio século de vida.
Contudo, uma carência, e eu admito que é carência, ainda tenho, busco amigos no meio da igreja, amizades realmente sinceras e completas que acredito que devem brotar com muito mais facilidade num ambiente onde as pessoas recebem e entregam perdão. Me entristeço, todavia, ao constatar que muitos cristãos atuais querem ser seus irmãos, e o são porque precisam ser, por isso te cumprimentam com “a paz do Senhor” e seguem mais outras tantas tradições que eles acreditam ser obrigações de quem vive numa igreja. Querem ser irmãos, mas não querem ser amigos.
Sinto que existem muitas cerimônias e festas e pouca comunhão, parece que aquilo que os evangélicos mais criticam na maior igreja cristã do planeta, eles também estão fazendo. Mesmo em igrejas pentecostais, onde os dons são aceitos, onde o recebimento deles é pregado como privilégio do convertido, não existe uma prática simples e plena desses dons. Não, não estou fazendo uma crítica irresponsável, que a faz quem joga pedras de longe, sem querer contribuir para a mudança, sem fazer parte do objeto criticado.
Sinceramente? Se for para ter irmãos em Cristo que não querem ser amigos, então deixo para me relacionar com eles na eternidade, lá terei todo o tempo do universo para ser amigo de irmão, lá todos nós estaremos transformados, e sem os defeitos, as defesas, os complexos e as carências, a relação será fácil. Mas enquanto nesse mundo, quero e preciso de amigos verdadeiros, e esses não precisam ser, necessariamente, irmãos.
Isso não é uma teoria, já que Deus tem me dado amigos reais e fieis, tanto entre irmãos como entre pessoas que não têm uma ligação oficial com a dita igreja evangélica. Dizer que esses últimos são ou não convertidos não me compete, é Deus quem sabe, mas assumi-los como amigos, é um direito meu, graças a Deus.
Lembro, que nesses tempos, quando as igrejas evangélicas se proliferam exageradamente, com muita quantidade, mas pouca qualidade, nos desligamos de uma comunidade às vezes sem fazer nenhuma amizade. Se cruzamos com alguém, de uma igreja que já fizemos parte, na rua, corremos o risco de nos portarmos com esse alguém como completos estranhos. Alguma coisa está errada nisso, alguma coisa está errada com os cristãos, alguma coisa está errada comigo.
Jesus pregou um Evangelho de amizades, de relações humanas, pouco ele entrou nas sinagogas, as igrejas de sua época, mas ele visitava constantemente os amigos, fazia amigos constantemente, numa atitude de cumplicidade, não com o pecado, mas com o pecador. Acredito que as igrejas organizadas que surgiram a partir do século I, foram necessárias, visto que o homem precisa de alguma organização formal, de regras, para viver junto. Mas esses grupos de irmãos, que se reúnem debaixo de uma edificação maior, que professam uma visão da doutrina cristã semelhante, nunca foram e nunca serão a Igreja, o corpo de Cristo, os filhos de Deus, os verdadeiros amigos de Jesus.
Cuidado, se você tem tempo para fazer tantas coisas na igreja, a instituição, mas se não tem tempo para viver com a Igreja, as pessoas. “Irmãos sim, amigos não”? Vamos mudar isso, é preciso, o homem está cansado de cerimonialismos, tradições nunca alimentaram a alma humana, o que nos salvou não foi um ritual. Cristo, por sua vez, não se ofereceu por irmãos, já que antes de sermos salvos nós não éramos filhos de seu Pai, o que nos salvou foi o sacrifício de um amigo, um amigo que se deu por seus amigos. (Por que o cafezinho na imagem? Pra mim, tomar um café com um amigo, é um dos melhores prazeres dessa vida).

14/09/12

Seu coração: um bálsamo raro

        “Estando Jesus em Betânia, na casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher trazendo um vaso de alabastro cheio de um bálsamo muito caro. E ela o derramou sobre a cabeça de Jesus, enquanto ele estava sentado à mesa.
Quando os discípulos viram isso, ficaram indignados e disseram: Para que esse desperdício? Pois esse bálsamo poderia ser vendido por muito dinheiro, que seria dado aos pobres.
Percebendo isso, Jesus lhes disse: Por que incomodais esta mulher? Ela praticou uma boa ação para comigo. Pois sempre tendes os pobres convosco; mas, a mim, nem sempre me tendes.
Ao derramar bálsamo sobre o meu corpo, ela o fez como preparação para o meu sepultamento. Em verdade vos digo: Em todo o mundo, onde quer que seja pregado este evangelho, também o que ela fez será contado em sua memória.”
Mateus 26.6-13

A palavra dos discípulos não parecia sábia, econômica, sensata? Pois não era, estava de alguma forma contaminada pelo ensino dos fariseus e dos escribas.
O muito conhecimento da palavra, conhecimento intelectual, sem discernimento e experiência espiritual, pode levar ao engano. Os fariseus eram liderança religiosa dos judeus, os escribas, responsáveis pela cópia das escrituras sagradas, ninguém, mais do que eles, conhecia a vontade de Deus registrada em textos. Mas eles não conheciam a Jesus, não em verdade, não como experiência.
A palavra dos discípulos de Jesus mostra a contaminação desse engano, que os levou a demonstrar uma falsa espiritualidade. A falsa espiritualidade quer ser “mais real que o rei”, quer ir além daquilo que Deus deseja para os homens, a falsa espiritualidade demonstra uma arrogância demoníaca. Ela só faz sofrer, escravizar o homem à culpa e a insatisfação, cobrando dele mais que o necessário.
A maior representante do cristianismo no planeta, e muitos dos outros representantes menores, escravizaram e ainda escravizam o homem com essa ideia. Cobram do homem mais que o necessário, já que distantes do Espírito Santo de Deus criam suas referências de santidade e de espiritualidade. Pra esses, com certeza, a atitude da mulher seria um exagero, um desperdício, um “pecado”.
Contudo, a principal intenção de Deus, salvando o homem e trazendo-o de volta para a comunhão consigo, colocando-o no centro de sua vontade que é amar ao seu Senhor e ao seu semelhante, é fazer com que o ser humano seja feliz. A felicidade é algo simples, não é necessário mais sacrifício do que o de crer em Jesus, mesmo porque qualquer sacrifício não seria suficiente para comprar a bênção de poder viver em comunhão com Deus.
Derrame aos pés de Jesus o seu melhor, não guarde para o mundo não, não espere uma ocasião em que os homens estejam vendo, para receber deles alguma honra. Deixe aos pés de Jesus o seu bocado de bálsamo raro, sabe o que é mais raro e precioso aos olhos de Deus? A sua alma, a sua identidade, ela é única, ela é querida pelo Senhor, sua entrega incondicional de seu coração é perfume para Deus, agradável, mais do que qualquer outra coisa desse universo.
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