27/10/12

Veja a chuva caindo...

"Você não precisa ser mais profundo que o mar, precisa só ser você, os que abraçam os grandes montes acabam perdidos, às vezes o que importa é debruçar-se na janela, num dia de chuva, e simplesmente ver a água cair e escorrer pela rua."

Às vezes é bom parar um pouco de olhar para cima, para o horizonte, para as referências, para os ideais, e contemplar o chão, nossa humanidade, nossa incapacidade, nossa impotência. Deus não está no céu que vemos com nossos olhos naturais, nem embaixo, no mundo, mas está no meio, no equilíbrio, na sensatez, em nosso coração. A palavra de Deus é chuva que cai e que limpa nosso coração, levando a culpa para longe.
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De verdade, somos íntimos de Deus?

E ele dizia isso abertamente. Mas Pedro, chamando-o em particular, começou a repreendê-lo.Marcos 8.32

          (Leia todo o texto de Marcos 8.27-33 para conhecer a passagem por inteira).

Antes de ir ao ponto dessa reflexão, vou fazer algumas considerações. Em primeiro lugar percebe-se que as pessoas acreditavam em reencarnação, já que muitas diziam que Jesus era um profeta antigo, já falecido. O Diabo sempre inventa um jeito de diminuir a missão real de Jesus, o ungido de Deus, mesmo que seja dando a Cristo uma posição de suposta honra. Metade da verdade é uma mentira inteira, Jesus é o único mediador entre Deus e os homens, Ele não foi mais um sábio, mais um profeta, mais um “espírito iluminado”, mais um fundador de religião. Mesmo os discípulos achavam que estavam entendendo a missão de Jesus, mas não estavam, não ainda.
Contudo, o que mais me chamou a atenção no texto, foi o fato de Pedro ter chamado Jesus em particular para repreendê-lo. Uma inocente arrogância, por trás de um coração ainda endurecido, quem era ele para repreender Jesus? O que o fazia pensar que tinha um cuidado pela obra de Deus, maior que o próprio Deus? Pedro se achava íntimo de Jesus, mas não era, não ainda. A dor imposta por uma atitude covarde, que ele tomou quando negou Jesus por três vezes, teria que rasgar o coração de Pedro para que ele finalmente entendesse as coisas.
E quanto a nós, será que somos realmente íntimos de Deus, que conseguimos entender como as coisas espirituais funcionam? Como Deus trabalha na existência humana? De verdade? Às vezes somos convertidos velhos, temos cargos e ministérios na igreja, mas mesmo assim somos crianças espirituais, não conseguimos entender, de verdade, o modo como Deus trabalha na vida das pessoas. Vemos apenas a superfície, sem profundidade, a casca, continuamos tomando “leite espiritual” e ainda não estamos preparados para alimento mais sólido.
Crescimento se obtém com sensibilidade, com lucidez, para ver os frutos que estamos dando. Precisamos olhar ao nosso redor, primeiro para os mais próximos, os parentes, e depois para os amigos, colegas e irmãos da igreja, e então fazermos uma autocrítica sincera. Precisamos averiguar até que ponto estamos fazendo diferença, até que ponto estamos dando um testemunho, não somente do Evangelho inicial, mas de ensinamentos mais profundos de Jesus, que conduzam as pessoas realmente para uma libertação, para uma vida de intimidade com Deus.
Intimidade gera intimidade, quem tem, ensina-a, exercemos isso fazendo discípulos, essa é a maior prova que somos realmente íntimos de Jesus. Só adultos podem fazer crianças, só maduros criam filhos, só crentes íntimos de Deus podem executar um discipulado que conduz as pessoas para a intimidade do Senhor, reflita sobre isso.
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26/10/12

Tempo para tristeza

        Mesmo que o homem busque, com sinceridade e empenho, viver em ênfase espiritual durante todo o tempo, a alma e o corpo humanos são incapazes de reter essa espiritualidade, essa se esvai de nós como areia entre os dedos.
Precisamos de momentos de melancolia "boa", de reflexão, de humanidade, mesmo de tristeza, só assim desocupamos em nós, espaço para conter mais de Deus, quem não sabe conviver com a tristeza, nunca estará vazio o suficiente para conter Deus, se dê o direito a esses momentos.

Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, ficará só; mas, se morrer, dará muito fruto.” João 12.24

25/10/12

O Espírito Santo põe as coisas no lugar

        O enchimento do Espírito Santo nunca deixa o ego inflamado, nunca traz arrogância, nunca semeia desunião, a verdadeira unção sempre nos deixa mais tementes a Deus, desejosos de mais santidade, quebrados e humildes, conscientes de que é quando o homem diminui que Deus cresce, aparece e faz milagres. Se algo diferente acontece é porque é outra coisa, não ação de Deus.
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Não se contente com meio milagre

        “Então chegaram a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego, rogando-lhe que o tocasse. Jesus tomou o cego pela mão, levou-o para fora do povoado e cuspiu-lhe nos olhos. Depois, impondo-lhe as mãos, perguntou: Vês alguma coisa? E, levantando os olhos, ele disse: Vejo os homens andando, como se fossem árvores.
Então Jesus voltou a colocar as mãos sobre os olhos dele, e ele começou a ver claramente e ficou restabelecido, pois enxergava todas as coisas com nitidez. Em seguida, Jesus mandou-o para casa, dizendo: Não entres no povoado.” Marcos 8.22-26

Deus age de maneiras diferentes, em tempos, lugares, com pessoas diferentes, não devemos limitar a atuação de Deus a uma maneira, Deus tem seus propósitos agindo assim. No caso do cego de Betsaida, Jesus fez o milagre em duas partes, após realizar a primeira parte o homem teve que ser questionado, e após sua resposta, ele foi curado por inteiro.
Por que Jesus age dessa maneira, em partes? Para testar nossa persistência, nossa fé, mas também para curar em nós, não diretamente o problema que motivou nossa oração, não só isso, mas a nossa disposição às vezes masoquista, uma resignação desnecessária, em aceitar aquilo que não está tão bom por medo de pedirmos algo melhor, porque achamos que não merecemos algo melhor, porque achamos que a vida é mesmo assim, quase boa.
Não a vida com Jesus, Jesus pode fazer as coisas por inteiro em nossa existência, pode nos fazer completamente felizes, sim. Não se contente com meio milagre, não se desespere, não desista, continue na presença de Deus e seja honesto, se a cura não foi realizada de forma plena, diga isso a Jesus, espere o melhor, espere por inteiro, e receba o resto da bênção.
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24/10/12

Ore antes

      A vitória sobre o pecado, sobre a fraqueza, sobre aquilo que nos envergonha, que nos enche de culpa, não é obtida, muitas vezes, com luta no momento em que somos tentados, nesse momento, a luta pode ser tardia. Algumas batalhas têm que ser travadas antes, num clamor cheio de fé diante de Deus, externando nosso desejo de não tornar a errar com toda a veemência emocional e racional de nosso ser.

Insustentável leveza do ser em Deus

Quando o homem é quebrantado, quando sua alma se torna barro mole nas mãos de seu Senhor,
quando o coração deserto é molhado com a água espiritual, quando os argumentos humanos se calam,
quando a humanidade é reconhecida em sua totalidade, sem máscaras, sem vaidades, e o ego é diminuído ao máximo,
quando os legalismos e tradições dão lugar ao pão da vida, quando Deus é eleito Rei dos Reis da existência, declarado único salvador e Senhor,
quando todo pecado e confessado e perdoado, quando todo perdão é concedido, toda mágoa dissipada, todo rancor lançado pra longe,
quando todas as incapacidade e impotências são assumidas, quando Deus é amado e adorado acima de tudo e de todos,
então a paz é abundante, a alegria é fácil, a santificação é possível, a liberdade é verdadeira, a solidão é encerrada, a vontade de Deus é reconhecida com tranquilidade,
o Senhor não precisa mais usar de disciplina, chamar a atenção de seu filho com sinais exagerados para que esse o obedeça, como se faz com uma criança, a maturidade se realiza com simplicidade,
o homem passa a entender as pequenas nuanças do mover de seu Deus, fazer a vontade do Senhor passa a ser para o homem algo natural, assim como respirar, “então eu passo a provar a Deus como o ar que respiro”.

(Gostaria de aproveitar essa oportunidade e compartilhar uma coisa com você. Numa manhã de maio de 2011, a campainha de casa tocou, eu atendi e era um evangelista. Eu resumi o atendimento, dizendo que já era evangélico, contudo ao se despedir o evangelista me deu uma passagem bíblica e pediu para que eu a lesse quando pudesse. A passagem era João 17.3, “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste.”.
Bem, nesse mesmo dia em abri o blog “Como o ar que respiro”, João 17.3 é o texto princípio do blog, ele me fala bastante porque ensina que vida eterna não é frequentar uma igreja, ter uma religião, não é obedecer um conjunto de normas morais, ser sábio ou caridoso, mas é conhecimento, conhecimento de Deus.
Deus se conhece relacionando-se com Ele, caminhando com Ele, conversando, ouvindo e principalmente obedecendo-o. Esse é um processo que dura toda a existência encarnada. Durante a vida, podemos passar por tantas fases, desde aquelas que somos membros oficiais de igrejas, até aquelas que estamos mais distantes do povo de Deus. Contudo, acredito que o filho de Deus nunca se desvia realmente de seu pai, não o convertido genuíno.
O evangelista que bateu na porta de minha casa era Testemunha de Jeová, só pra constar, eu não sou e nunca fui dessa religião, fui batista tradicional durante um bom tempo e atualmente, graças a Deus, frequento uma Assembleia de Deus. Mas é maravilhoso como Deus pode usar qualquer coisa, pessoa ou situação, para cumprir seu propósito na vida de seu filho. Foi essa a experiência que tive na abertura desse blog.)
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