Longe do falso

      “Aquele que murmura do seu próximo às escondidas, eu o destruirei; aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não suportarei. Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Salmos 101.5-6

      Quem fala na primeira pessoa no salmo acima não é Deus, é o autor do salmo, um homem. Mas não é um homem qualquer, é alguém que é aprovado por Deus, portanto com direito legítimo de registrar as palavras acima. As palavras são extremas, será que temos vida para dizê-las? O salmista diz que destruirá o que fala mal de alguém por trás, que não suporta altivos e soberbos, antes, busca os fiéis e os retos para estarem com ele. No espírito do evangelho de amor de Jesus, não podemos usar o salmo ao pé da letra, mas podemos aprender com o princípio que ele ensina. Se somos aprovados por Deus, ainda que devamos amar a todos, não temos que gostar de todos. Você não precisa odiar alguém, mas fique bem longe do falso. 

Quando tudo tiver sido feito…

      “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Romanos 8.18

      Chega um momento, quando todos os erros foram cometidos e perdoados, quando todas as chances foram usadas e todos os sonhos foram entregues, quando as prioridades foram conhecidas e a escolha certa foi feita. Nesse momento estamos em paz, sem exigências, nem cobranças, só uma espera confiante que Deus abrirá a porta certa quando achar melhor. A porta, então, se abre, a honra chega, mas não temos vaidade para expô-la aos homens, não nos iludimos mais com eles. Na maravilhosa sala de mistério que entramos, conhecemos os seres que sempre quisemos ser, que fazem o bem como recompensa por si só. Quando tudo tiver sido feito, provamos algum céu na Terra e começamos a entender a melhor eternidade.

Esforcemo-nos até o fim!

      “Esforçai-vos, e ele fortalecerá o vosso coração, vós todos que esperais no Senhor.” Salmos 31.24 

      Devo me esforçar enquanto espero me formar na faculdade? Devo me esforçar enquanto espero ser selecionado num bom emprego? Devo me esforçar até achar uma companheira ou um companheiro adequado para ter uma aliança afetiva? Devo me esforçar enquanto espero meu filho crescer, se formar e ter independência econômica? Não, devo me esforçar sempre, até o final, enquanto espero a avaliação que terei de Deus na eternidade por tudo que me esforcei para ser alguém moralmente melhor no mundo. Viver é esperar, não por segurança material, mas por aprovação espiritual e eterna de Deus, para esse esforço não há descanso, quanto mais nos esforçamos para sermos melhores, mais Deus nos fortalece para isso. 

No final, a glória!

      “Todavia estou de contínuo contigo; tu me sustentaste pela minha mão direita. Guiar-me-ás com o teu conselho, e depois me receberás na glória.” Salmos 73.23-24

      A versão NVI diz, “contudo, sempre estou contigo; tomas a minha mão direita e me susténs, tu me diriges com o teu conselho, e depois me receberás com honras”, não podemos afirmar que o salmista tenha usado a palavra glória no sentido de uma melhor eternidade. Contudo, podemos dizer que se andamos com Deus na Terra, no céu seguiremos nesse caminho, mas com a recompensa de sermos graduados com o que de melhor perseveramos no Terra. O que mais somos no mundo será nossa plenitude na eternidade, assim, ainda que tenhamos tido quedas e que alegria e paz tenham sido difíceis de serem seguradas, se nossa persistência em sermos santos, humildes e amorosos tiver sido maior, nossa posição será de honra e glória. 

Após perder tudo…

      “Pois eis que os que se alongam de ti, perecerão; tu tens destruído todos aqueles que se desviam de ti. Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as tuas obras.” Salmos 73.27-28

      O lado positivo de perdermos tudo é que depois, a mínima coisa que ganhamos, recebemos com muita gratidão e profunda humildade. Mas isso ocorre se perdermos tudo tiver nos ensinado a lição melhor, que Deus deve ser início, meio e fim de nossas vidas, caso contrário só seremos derrotados amargos, tentando ter tudo do jeito errado e para fins errados. Quem entrega sua vida nas mãos de Deus, quem autoriza-o a mostrar-lhe o melhor caminho, o da vida eterna, poderá ter que perder tudo para andar nesse caminho. Depois disso não se faz mais exigências, a ninguém se cobra e por nada, mas se faz o que se pode e se é grato pelo que recebe. Quando pouco é suficiente, vemos Deus em tudo e temos a paz que não se vai.

Como viver sem Deus?

      “Quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti. A minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre.” Salmos 73.25-26

      Não sei como certas pessoas conseguem viver sem Deus, se é que de fato muitas, mais por “odiarem” cristãos que por não amarem a Cristo, de fato vivam. Eu penso em Deus o tempo todo, no que ele quer de mim, no que faço e não é do seu agrado, prestando atenção no que ele me ensina e orienta. Isso não é algo obsessivo e de forma alguma negativa, como alguns podem achar. Se foi desequilibrado um dia, quando comecei a caminhar racionalmente com Deus, não é mais. Vivo com Deus de forma espiritual, ainda que usando a mente para a conexão, assim tenho acesso ao Santo Espírito que consola, cura e dá esperança, sempre mostrando um refúgio de amor onde tudo faz sentido, ainda que eu não entenda tudo.

Você está preparado para receber?

      “O espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do Senhor, para que ele seja glorificado. ” Isaías 61.1-3

      Boas novas aos mansos, restauração aos contritos, liberdade aos cativos, libertação aos presos, consolo aos tristes, há necessidade de um preparo, de uma pré-disposição, para que algo seja recebido. Se alguém não for manso, não receberá boas novas, se alguém não estiver contrito de coração, não será restaurado, se alguém não se enxergar aprisionado, não será liberto, se alguém não se achar triste, não receberá consolo. Mas todos os seres humanos não estão de alguma maneira amansados pelo sofrimento, humilhados pelas fraquezas, encarcerados pelo egoísmo, entristecidos pela injustiça? Sim, mas nem todos assumem isso e buscam solução para isso em Deus, escolhem fugir nos prazeres do corpo e nas vaidades do mundo. 

Alegria, estilo de vida

      “O ímpio tem muitas dores, mas àquele que confia no Senhor a misericórdia o cercará. Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, vós os justos; e cantai alegremente, todos vós que sois retos de coração.” Salmos 32.10-11

      Alegria não é estado aleatório, é estilo de vida, alguns estão felizes, mas não são alegres, outros, mesmo infelizes, têm uma alegria natural, esperançosa. Para sermos felizes precisamos persistir em trabalhar no tempo, mas para sermos alegres basta-nos crer, ainda que o fruto que esperamos de nosso trabalho não esteja manifestado fisicamente. Se felicidade pode depender de inúmeras variáveis externas, alegria depende de uma constante interna. Deus quer nos fazer felizes com responsabilidade, mas entrega-nos alegria todos os dias, alegria é remédio contra doenças emocionais e físicas. O alegre é simples, otimista, pratica uma fé pura e focada, obteve a sabedoria que entende que não deve levar a sério certas coisas.

Livramento e conhecimento

      “Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento. Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos.” Salmos 32.7-8

      Recebemos iluminação dos lugares celestiais mais elevados quando humildemente e com fé buscamos a Deus. Nessa clareza achamos refúgio contra o mal, seja acusação e má intenção dos que não dão satisfação a Deus por seus atos, seja o egoísmo e a vaidade do nosso próprio coração. Se há vontade há livramento e conhecimento, nos desvencilhamos dos laços das trevas e sabemos os mistérios espirituais eternos, que são palavra de vida a nossos espíritos. Não temamos, somos fracos, sim, não somos melhores que ninguém, nem temos mais direitos, mas se nos quebrantamos diante do Senhor somos iluminados, diretamente pelos olhos de Deus, que nos protegem, ajudam-nos a fazer a melhor escolha que traz frutos bons e permanentes. 

O santo pode seguir santo

      “Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão.” Salmos 32.5-6

      Não podemos viver sem errar, e isso nos separa de Deus, contudo, uma coisa é cair, outra é permanecer caído. O texto acima diz que o que é santo orará a Deus a tempo de achá-lo, mas se há pecado se é santo? Equivocadamente achamos que certos seres humanos são santos porque não pecaram, assim têm alguma capacitação espiritual especial. Mas no texto inicial o termo santo não refere-se a alguém perfeito, santo é alguém separado por escolha própria, para ser amigo de Deus, perseverando em ser agradável a ele, ainda que ocasionalmente erre. Deus conhece intenção e esforço nossos, se somos sinceros não permaneceremos caídos, não seremos presas de males terminais, sempre o buscaremos a tempo de nos levantarmos. 

Se Deus aprova, faça

      “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” Gálatas 6.7-9

      Ainda que pareça menos que você precisa ou mais que você pode, se você sente que Deus manda fazer, faça. Depois de fazer, ainda que tenha parecido perda de tempo e de energia, se você obedeceu a Deus, fique crente e em paz. Já tive experiência de colher, só anos depois, bons frutos de algo que quando fiz sabia que não era suficiente e que exigia demais de mim, e que depois de ter feito tive que esperar pacientemente por muito tempo, para ver cumprido o propósito Deus que houve naquele esforço, que não era o fim, mas só o início de uma grande bênção. Não, a vida é a longo prazo, as coisas não acontecem depressa, não colhemos benefícios imediatos de muitos trabalhos, é assim para que sejamos humildes e temamos a Deus. 

Uma palavra, uma responsabilidade

      “O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.” Mateus 12.35-37

      Algo que aprendi é que por mais dolorido que seja um assunto, por mais difícil que seja dar um perdão, verbalizar minuciosamente e racionalmente a questão diante de Deus entrega uma cura maravilhosa. Não só explicando o que sentimos, mas desejando praticar a solução de Deus para o problema, após orarmos assim experimentamos uma paz inexplicável. Há um poder nas palavras que muitas vezes desconhecemos, não só das ofensas e mentiras que proferimos, mas de bênçãos que decretamos, vai além do desabafo. Gera uma memória eterna, abre portas no mundo espiritual e repercute até a eternidade, definindo nossas posições na vida além. Que nossas palavras sejam de luz, elas autorizam Deus a abençoar poderosamente a muitos.

Critério de avaliação

      “Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” Mateus 7.17-21

      Como avaliar se Deus aprova nossos caminhos ou não? Alguns dizem que são aprovados por Deus porque são assíduos em cultos, outros, de maneira genérica, por serem religiosos, outros dizem que são seres humanos do bem e que ainda que não sejam religiosos atuantes são honestos, justos, pacificadores. Palavras, palavras, palavras, nada valem se não gerarem prática de bem que permanece. Não basta fazer o bem, esse deve dar frutos e frutos que vencem o tempo e o mundo. Nesse aspecto para ser aprovado por Deus não basta necessariamente ser evangélico ou católico, ou não ser, assim, por outro lado, não é porque não se é cristão que se é do diabo, não se a prática de vida produzir bons frutos e que permanecem. 

Fraqueza vence-se com humildade

      “Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Tiago 1.12-15

      Um ataque eficiente não tenta vencer o oponente focando em sua parte forte, mas levando-o a lutar sozinho contra sua parte fraca, enquanto é assistido passivamente pelo atacante. O “mal”, seja quem for, não confronta capacidades, mas conhece as limitações, para tornar-nos prisioneiros delas. O “diabo” não nos ataca quando coloca alguém sedutor que nos leva a pecar contra nossos corpos e os seres humanos com quem temos alianças afetivas, ele não tem esse poder. Essa “tentação” já está dentro de nós, em nossas mentes, que depois controlam nossas emoções e nossos corpos. O “mal” acusa-nos usando a verdade do nosso pecado, tentando nos impedir de acessar o perdão. Só o humilde arrependimento vence a fraqueza.

On-line com Deus

      “Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-los-eis.” Marcos 11:24 

      Se estiver angustiado, busque consolo em Deus, se estiver com dúvida, ore pedindo certeza, se estiver feliz, agradeça ao Senhor, se for jovem, confie teus planos ao todo-poderoso, se for velho, entregue tuas obras ao Altíssimo. Hoje, entramos num restaurante e pedimos a senha do wi-fi antes de pedirmos uma bebida, tal a obsessão que temos por nos mantermos conectados com os homens. Será que temos a mesma diligência para nos mantermos conectados a Deus? Importa não o que Deus dá, necessidades materiais são meios que ele usa para nos atrair, importa é estarmos ligados a Deus pelo seu Espírito, isso entrega a paz que ilumina nosso caminho e permite-nos fazer escolhas certas. Mantenha-se on-line com Deus sempre! 

Deus disciplina os que deixam (2/2)

      “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito.” Efésios 5.15-18

      Rebelde sofre mais, não porque o sofrimento não acaba, mas porque nega o sofrimento. Não estou fazendo apologia à abnegação doentia, mesmo que disfarçada de religiosidade, todos têm direito à felicidade e por ela devem lutar, a acharão com humildade e temor a Deus. Contudo, quem prioriza o prazer do corpo e não da amizade com Deus, sempre sofrerá e nunca achará prazer que baste, esse Deus precisa conduzir com rédeas curtas. “Rédeas” Deus usa só com quem autoriza, quem não autoriza seguirá buscando prazer no mundo e aparentemente até sofrendo menos que o que deixa Deus conduzi-lo. São os “amigos rebeldes” de Deus que mais sofrem, porque tentam se satisfazer com algo que sabem que traz sofrimento.

Rédeas curtas (1/2)

      “Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor; alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade; abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.” Romanos 12.11-14

      A vida parece não dar certo? Ou dá, mas por pouco tempo? A luta nunca acaba, o “deserto” não termina, “Canaã” nunca chega? Quem define o comprimento das rédeas somos nós, não Deus. A cavalo manso, basta um toque leve para tomar a direção certa, correr mais ou parar, já cavalo rebelde deve ser mantido com rédeas curtas, não sabe ser livre, precisa ser controlado com rigidez. A mesma coisa conosco, a melhor vontade de Deus para nossas vidas é sermos espirituais, termos moral elevada, nos prepararmos para a eternidade. Se facilmente trocamos esse objetivo por valores materiais, temos que ser conduzidos com liberdade restringida, isso implica em termos necessidades não resolvidas para que busquemos a Deus.

Honra no céu é eterna (2/2)

      “Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.” Romanos 2.28-29

      “Por que não me vangloriar, ainda que com discrição, de tudo que sou e tenho, não fiz nada de errado?” Ao que faz tal questionamento, pergunto: depende do que você quer, prosperidade no mundo ou vida eterna. Muitos, ainda que se pautem em valores cristãos, fazem aqui e querem receber aqui, sim, muitos respeitam Jesus, até praticam amor e justiça, mas no máximo sob a visão do velho testamento. Por isso o evangelho vivido e ensinado por Jesus é religião singular, só Cristo revela e cura a vaidade, consequentemente liberta o homem da matéria e conecta-o ao Altíssimo. O mal permite ao ser humano muitas virtudes, mas prende-o à vaidade, pois essa tira dele uma posição alta, não no mundo, mas no céu.

Honra no mundo é ilusória (1/2)

      “Aquele, porém, que se gloria, glorie-se no Senhor. Porque não é aprovado quem a si mesmo se louva, mas, sim, aquele a quem o Senhor louva.” II Coríntios 10.17-18

      O pior pecado a ser vencido não é a ociosidade, o sexo inadequado ou a gula, depois de trabalharmos muito, de mantermos limpeza moral e de controlarmos os apetites do corpo, ainda poderemos nos achar no direito de cometer um pecado. Esse pecado é a vaidade, e muitos a cometem por se acharem no direito, afinal, pensam esses, não são vagabundos, não são adúlteros, têm um estilo saudável de vida física, por que não podem receber honras por isso? Todos nós recebemos recompensa pelo bem que fazemos, mas ela é verdadeira, útil e permanente, quando vem de Deus e no tempo dele, não de homens e no nosso tempo. Humildade, virtude a ser conquistada e mantida a todo custo, só ela mantém as outras virtudes e vence a vaidade.

“Tu és meu povo” (3/3)

      “Porque eu sou o Senhor teu Deus, que agito o mar, de modo que bramem as suas ondas. O Senhor dos Exércitos é o seu nome. E ponho as minhas palavras na tua boca, e te cubro com a sombra da minha mão; para plantar os céus, e para fundar a terra, e para dizer a Sião: Tu és o meu povo.” Isaías 51.15-16

      Talento e preparo abrem portas, mas o que as mantém abertas por mais tempo e gerando o bem, é a aprovação de Deus. Por outro lado, mesmo o maior talento do mundo e toda a dedicação, se Deus não quiser usar, de nada valerão, poderemos até usar no mundo e sermos bem sucedidos por isso, mas não contribuirão para que nossa vocação espiritual mais elevada seja alcançada. Assim tenha consciência de tua vocação, não queira ser o que você não é, esforce-se muito para aperfeiçoar e usar o teu melhor, mas confie em Deus, se Deus tiver aberto a porta e quiser te abençoar, nenhuma arma do mal, seja de mentiras ou mesmo de verdades, terão poder sobre a vida do povo de Deus, e povo de Deus é quem persiste em ser.

“Seu pão não lhe faltará” (2/3)

      “E te esqueces do Senhor que te criou, que estendeu os céus, e fundou a terra, e temes continuamente todo o dia o furor do angustiador, quando se prepara para destruir; pois onde está o furor do que te atribulava? O exilado cativo depressa será solto, e não morrerá na caverna, e o seu pão não lhe faltará.” Isaías 51.13-14

      Só tem um jeito de anularmos a dor causada por acusações maléficas, aceitarmos que o ataque é real, e ainda que seja legítimo, que seja acusação que revelou uma fraqueza nossa, é coisa de homem, e Deus, a quem queremos agradar, é maior que o homem. Ainda que tenhamos capacidade para fazer muitas coisas, o que nos dá a honra melhor e espiritual pelo trabalho que fazemos, é fazermos com temor a Deus e com humildade. Se nosso coração está no Senhor, estamos protegidos contra qualquer ataque. Seja como for, o que vem conosco ao nascermos, o que aprimoramos, o que começamos a construir nesta vida, é para o propósito de Deus em nos aperfeiçoar moralmente, enquanto isso ele nos supre em todas as nossas necessidades. 

“Sou aquele que vos consola” (1/3)

      “Assim voltarão os resgatados do Senhor, e virão a Sião com júbilo, e perpétua alegria haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, a tristeza e o gemido fugirão. Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu para que temas o homem que é mortal, ou o filho do homem, que se tornará em erva?” Isaías 51:11-12

      Quando recebemos um ataque de acusação injusta tentamos alguns artifícios para nos livrarmos da dor que esse ataque provoca. Podemos tentar desmerecer o acusador, para que sua acusação não tenha legitimidade, podemos até tentar negar a existência da acusação, dizendo que fomos nós que ouvimos errado ou imaginamos algo. Contudo, verdadeira ou imaginária, legítima ou mentirosa, a verdade é que certos ataques nos pegam de jeito, entram em nosso coração e ficam lá, encravados como pontas de ferro de flechas. Vivemos muito, aprendemos a fazer escolhas melhores, mas neste mundo sempre seremos lembrados de nossa humanidade, sejamos humildes, importa termos um Deus que nos consola.

Humildade e temor a Deus

      “Quando te abaterem, então tu dirás: Haja exaltação! E Deus salvará ao humilde.” Jó 22.29

      Duas coisas para sermos felizes, humildade e temor a Deus. Humildade e temor a Deus estão relacionadas, não se pode de verdade ter uma dessas virtudes sem ter a outra. Quem não é humilde poderá ser aparentemente religioso, mas não temerá de fato a Deus, quem não temer a Deus poderá até ser educado, mas no fundo terá uma arrogância que confia mais em suas obras, ainda que seja cristão, que de fato em Deus. Humildade se aprende, depois que se vive, assume-se o que se viveu e entende que todos nós estamos sujeitos a tudo e a todos, que um dia podemos estar por cima, mas outro dia estaremos por baixo. O temente a Deus sabe que só Deus é paz e luz, por isso coloca-o no início, no meio e no fim de sua vida.

Força do alto

      “O Senhor será também um alto refúgio para o oprimido; um alto refúgio em tempos de angústia. Em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, Senhor, nunca desamparaste os que te buscam.” Salmos 9.9-10

      Necessitamos de recargas constantes de “energia” para seguirmos vivendo. Alguns de nós têm “baterias” de duração maior, e quando jovens podemos usar tipos diferentes de energia, muitas vezes não moralmente tão puras, para a recarga. Mas com o tempo, envelhecimento do corpo, esfriamento das paixões, insatisfação com as ilusões, tornam inúteis muitas “energias”, assim somos levados a aceitar a verdade que se fôssemos sábios teríamos aceitado antes. Só a força espiritual que vem do alto, pelo Santo Espírito, da porta mais elevada, Jesus, emanada diretamente de Deus, é que nos dá a melhor força, que satisfaz nosso espírito, depois nosso corpo, só ela nos permite trabalhar pelos valores eternos de vida. 

Verdade em boca mentirosa

      “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amarga inveja, e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.” Tiago 3.13-14

      Verdade em boca de mentiroso não torna-o verdadeiro, só o faz inconsistente. Infelizmente, muitos, querendo mais ouvir o que lhes agrada que ver prática de vida, acreditam em manipuladores que usam até o nome de Deus para suas conveniências. Ninguém é enganado, não por muito tempo, sem escolher isso, o mentiroso se revela pela mentira em sua prática de vida, assim quem quer ver vê a hipocrisia. Quem não quer ver, quem quer achar alguém que minta para justificar sua própria mentira, quem não quer amigos ou mestres, mas cúmplices, comparsas, seguirá enganado, e quando a lucidez não puder mais ser ludibriada, se tornará um louco. Só a humildade liberta da mentira e leva à verdade de Deus.

Pacientes com todos (3/3)

      “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Timóteo 2.1-5

      Muitos alegam, quando defendem Jesus como único salvador, “essa é a verdade de Deus que salva do inferno, precisa ser pregada, não podemos abrir mão dela”. Não estou dizendo que isso não seja verdade, mas pergunto: o que testemunha melhor de Deus, insistir numa verdade ainda que as pessoas não a queiram ou não estejam preparadas para ela, ou praticar um amor que aguarda com paciência que todos se salvem? Creio que amor paciente conduz mais ao céu e testemunha de Deus que urgência para tirar as pessoas do inferno. Mas só ama com paciência os humildes e de fato tementes a Deus, que já entenderam e assumiram que a vida não é longa e que a sinceridade de cada ser só Deus conhece, não julgando mal ninguém. 

Deus ouve a todos (2/3)

      “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.” Filipenses 2.9-11

      Não se enganem, quando alguém olha para a imagem de um santo ou de uma entidade, e faz uma prece, a pessoa não está necessariamente pondo-se em contato com um ser espiritual maligno. Depende não do objeto ou figura em que se olha, mas do foco interior da pessoa que olha, o que definirá que ser espiritual está sendo contatado é a intenção mental, emocional e espiritual do que estabelece o contato. Na verdade não há necessidade de qualquer objeto, figura ou mesmo forma mental para que se faça contato espiritual, basta fé e humildade para se relacionar diretamente com Deus. Usando-se o nome de Jesus trazemos à memória tudo que o Cristo frepresenta, assim facilita o contato, mas Deus não restringe a isso seu contato.

Deus fala com todos (1/3)

      “Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque sou um estrangeiro contigo e peregrino, como todos os meus pais.” Salmos 39.12

      Nós, cristãos protestantes, muitas vezes temos uma ideia equivocada sobre a relação de Deus com os seres humanos. Deus fala com todos e a todos ouve, conecta-se com todos os homens, ainda que muitos não entendam e verbalizem essa conexão da maneira como tantos cristãos protestantes fazem. Muitos nem chamam Deus de Deus, outros não têm vidas de oração pelos protocolos protestantes, mas acredite e não se engane, o Espírito Santo e todos os anjos, seres espirituais de luz, cuidam e orientam todo ser humano que pisa este planeta, mostrando, por sentimentos ou por palavras, a melhor vontade de Deus. Assim todos têm intuição da melhor escolha a ser feita, do como conduzir a vida de forma que a vontade de Deus seja feita. 

Para ser humilde de espírito

      “A soberba do homem o abaterá, mas a honra sustentará o humilde de espírito.” Provérbios 29.23

      Quanto sofrimento, quantas perdas, quanta humilhação, quantas coisas temos que experimentar ao extremo e por tanto tempo para chegarmos ao fundo do poço. Nesse lugar, se pisado sob a autorização da melhor vontade do Senhor e com a paciência amorosa de Deus, não conhecemos a morte, não a eterna, mas o falecimento do ego, do orgulho e das vaidades, para aprendermos a ser humildes. Não que depois disso estejamos livres da arrogância, essa sempre nos tentará, mas sabemos que é amiga falsa, ilusão que nada de bom entrega. Quando finalmente pisamos o caminho com humildade podemos seguir e conquistar o melhor que Deus sempre teve para nós, com paz e honra, para nós e nossos amados, temendo a Deus e louvando-o.

Nada é desculpa para falta de paz

      “Escutarei o que Deus, o Senhor, disser, pois falará de paz ao seu povo e aos seus santos; e que jamais caiam em insensatez. Próxima está a salvação dos que o temem, para que a glória habite em nossa terra. A graça e a verdade se encontraram, a justiça e a paz se beijaram.” Salmos 85.8-10

      Preocupação pode não ser virtude, assim como despreocupação pode não ser. Sensibilizarmo-nos com uma necessidade é responsabilidade, mas devemos pôr isso na presença do Senhor e ficarmos em paz, seguirmos preocupados pode ser só falta de temor a Deus. Por outro lado estarmos sempre tranquilos, pode ser insensibilidade, de quem não está nem aí com nada, e muito menos caminha com Deus. Preocupações exageradas são como roedores, que não damos importância por serem pequenos, mas que atraídos pelo lixo invadem nosso território e infestam-no com males maiores. Preocupação não resolvida, ainda que por algo pequeno e legítimo, é porta para vícios que nos separam do melhor de Deus para nós, a paz que fica.  

Pergunte a Deus

      “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.” Judas 1.20-21

      Muitas vezes sofremos com o peso de acharmos que temos que fazer uma coisa e não temos forças para fazer, mas não paramos e perguntamos a Deus a respeito. Em primeiro lugar Deus nos conhece, melhor que nós mesmos, depois ele sabe de nossos limites, não exige de nós mais que podemos, mas também nos capacita para sermos melhores e fazermos coisas que a princípio parecem difíceis. Sente-se culpado por não estar fazendo algo? Pergunte a Deus se de fato você deve fazer tal coisa, às vezes queremos ser mais exigentes que o próprio Deus com a gente. Outras vezes o Senhor diz, “espere, não faça isso agora, haverá um momento melhor”, e quando o tempo chega vemos que estamos mais preparados que estávamos antes.