Respeite teu período sabático

    “Assim me disse o Senhor: "Vá colocar-se à porta do Povo, por onde entram e saem os reis de Judá; faça o mesmo junto a todas as portas de Jerusalém. Diga-lhes: ‘Ouçam a palavra do Senhor, reis de Judá, todo o Judá e todos os habitantes de Jerusalém, vocês que passam por essas portas. Assim diz o Senhor: Por amor à vida de vocês, tenham o cuidado de não levar cargas nem de fazê-las passar pelas portas de Jerusalém no dia de sábado. Não levem carga alguma para fora de casa nem façam nenhum trabalho no sábado, mas guardem o dia de sábado como dia consagrado, como ordenei aos seus antepassados.” Jeremias 17:19-22

      Não trabalhar no sábado, antes separar esse dia para descanso e somente para atividades religiosos, era um estabelecimento muito sério para aqueles que viviam sobre a lei no tempo do antigo testamento. Bem, é assim até hoje, para os judeus e outras pessoas que seguem esse costume religioso.
      Nós, como protestantes evangélicos, que dizemos estar debaixo da dispensação graça e não mais da lei, consideramos essa ordenança desnecessária. Como é costume no mundo moderno, o domingo é usado como descanso sabático, na maior parte dos países. Reservamos esse dia para ir às igrejas prestar culto a Deus, pelo menos o culto mais importante. É assim para a maioria das pessoas. Contudo, para essa maioria, não constitui um pecado gravíssimo, e nem leve, trabalhar no domingo ou deixar de prestar culto nesse dia.
      O que podemos, contudo, aprender de um texto como esse de Jeremias, nada? Não tem mais valor para o cristão moderno? Toda a Bíblia tem algo para ensinar àquele que a estuda com sinceridade e fé. Nada está escrito lá por acaso, ou que tenha perdido o prazo de validade com o tempo.
      Deus continua constituindo períodos sabáticos para seus filhos. Pode não ser exatamente o sétimo ou o sexto dia da semana, o sétimo mês, ou o sétimo ano, mas de vez em quando o Senhor orienta aqueles que caminham com ele para que parem um pouco, desacelerem. Para que?
      Tenho aprendido que pode ser por dois motivos: primeiro, para que não se perca o foco, para que a gente aprenda que o bem mais precioso que temos é nossa comunhão com Deus. Quando nos envolvemos demais com o trabalho, com a nossa profissão, podemos esquecer de buscar a Deus. Podemos começar a achar que a aquisição de bens é o nosso principal objetivo nessa vida.
      O segundo motivo é para o nosso bem mesmo, veja que o texto acima diz “por amor à vida de vocês”. É necessário um “sábado” para que aprendamos a ter cuidado com o nosso corpo, com a nossa saúde, para nos lembrarmos que não somos escravos do trabalho, mas temos liberdade para servir a Deus, e sendo assim, sermos pessoas sadias e felizes. Lembro que por causa do vício do trabalho muita gente tem enfrentando crises sérias de depressão e estafa, esses males têm sido cada vez mais comuns no mundo atual.
      Portanto, se Deus está te dando um tempo de descanso, decretando um período sabático para você, não seja rebelde, não desobedeça, pare um pouco e descanse. Não precisa parar de fazer tudo, isso nós não podemos fazer. Mas ache um tempo para dedicar ao estudo da palavra e à oração, também um tempo para cuidar de sua saúde, e também tenha momentos para se relacionar com família e amigos. Já vi gente que ignorando essa sábia orientação, acabou passando um período sabático no hospital, doente, ao invés de em casa e na igreja, em lazer ou cultuando a Deus.
      Entender qual é o tempo sabático da vida e saber se libertar, muitas vezes, do vício que pode se tornar o trabalho, mesmo que seja o trabalho na igreja, é um segredo de equilíbrio e de saúde na vida, saúde física, emocional e espiritual.

        (Veja também a reflexão "Prepare-se para o momento sabático".)

Provocamos a nós mesmos...

      "’Mas será que é a mim que eles estão provocando?’, pergunta o Senhor. ‘Não é a si mesmos, para a sua própria vergonha?’” Jeremias 7:19

      Deus é imutável, sempre foi santo, sempre foi poderoso, e sempre será justo. Não podemos provocar a Deus no sentido de muda-lo, ele não muda. Nós sim, podemos mudar, para pior, para a nossa condenação, e para melhor, para a nossa benção. Provocamos a nós mesmos ao nos rebelarmos contra Deus, seremos envergonhados se agirmos assim. Corre perigo quem se provoca, profundo é o coração humano, longe do Senhor ele é capaz de coisas terríveis. Afastando-nos de Deus, ele se afasta de nós, achegando-nos a ele, contudo, ele se aproxima.

Não semeie entre espinhos

      “Porque assim diz o Senhor aos homens de Judá e a Jerusalém: preparai para vós o campo de lavoura, e não semeeis entre espinhos” Jeremias 4:3

      No afã de trabalhar, de fazer algo certo, podemos semear entre espinhos. Isso acontece quando queremos fazer as coisas, mas fora da orientação de Deus, quando não temos paciência para esperar a ordem de Deus para semear.
      O resultado é que a gente semeia, a planta até começa a nascer, chega até a um tamanho razoável. Contudo, os espinhos que estão ao redor, acabam matando a planta.
      Dessa situação, nós saímos frustrados, porque gastamos esforço, mas perdemos tempo, não chegamos a colher frutos do que semeamos. Então temos que começar tudo de novo.
      Antes de semear, busque a confirmação de Deus, se é o lugar e o tempo para isso. O fato de nós estarmos fazendo alguma coisa boa, a princípio, não faz disso algo legitimamente aprovado por Deus. Às vezes é melhor esperar um pouco, quieto, para não perder tempo depois.

"Eu estou com você", diz o Senhor

Assim respondeu o Senhor: "Se você se arrepender, 

eu o restaurarei para que possa me servir,

se você disser palavras de valor, 

e não indignas, será o meu porta-voz. 

Deixe esse povo voltar-se para você, 

mas não se volte para eles.

Eu farei de você uma muralha de bronze 

fortificada diante deste povo,

lutarão contra você, mas não o vencerão, 

pois estou com você para resgatá-lo e salvá-lo", 

declara o Senhor.

"Eu o livrarei das mãos dos ímpios 

e o resgatarei das garras dos violentos"

Jeremias 15:19-21

Deixa a areia assentar-se no fundo

Bom é boiar na água, sentir o corpo leve, aproveitar o frescor do líquido claro para descansar a alma. Um pequeno riacho serve para isso, não dá para nadar nele, ir para longe, é espaço apenas para relaxar e ficar quieto.
      Contudo, se nos mexemos demais, tocando o fundo, a terra, se nos debatemos, tentando fazer desse pequeno lugar o que ele não é, ele se suja. A água perde a transparência, perde a qualidade, a areia sobe e se espalha, e nós, exaltados e cansados, podemos afundar.
      Então é o momento para parar, sair do riacho, por um pouco de tempo, sentar-se na beira, e esperar, que a areia se assente, no fundo. Pouco a pouco a água vai se acalmando e a terra vai se assentando, então o riacho fica limpo novamente, a água vira um espelho, refletindo a natureza.
      Um pequeno riacho é como um quarto de hotel, é confortável, mas é limitado, é local para se passar algum tempo, uma passagem, durante uma viagem. Sabemos que não vamos morar lá para sempre, que estamos em trânsito. Mais cedo ou mais tarde sairemos dele e chegaremos ao nosso destino. Lá estaremos em casa, um lugar grande, cheio de quartos. Lá será nosso lar, para sempre.
      Não se agite, se o tempo é para descansar num pequeno riacho. Tem coisa que é pra ficar lá embaixo mesmo. Se você se descontrolou, ficou tenso, relaxa, deixa a areia assentar-se no fundo, deixa a água ficar limpa de novo. Então descansa, isso não será para sempre, mas é o melhor que você tem a fazer no momento.

Testemunho

Pois não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos

Atos 4:20

Vencendo o mundo

“Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo, e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.”, I João 5:4. O texto garante que quem é nascido de Deus tem a vitória, vitória sobre o mundo. O genuíno filho de Deus vive em luta com o mundo secular, isso quem caminha com Deus tem que aceitar. Não dá para servir a Deus e ser amigo do mundo. Isso não é desculpa para sermos antipáticos e antissociais, mas a realidade é essa, dar testemunho de santidade tem seu preço.
      “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”, Mateus 6:24. Em última instância, esse mundo dá prioridade é para o dinheiro, para as riquezas. Não necessariamente por ser materialista, mesmo os que se dizem mais civilizados ou espiritualizados, sabem que dependem somente do fruto de seu trabalho, já que não aceitam um Deus pessoal e misericordioso, que interfere na vida daqueles que nele confiam.
      Não estou dizendo que o que segue a Deus não deve depender de seu trabalho, creio que deve trabalhar até mais, já que ele não usa meios desonestos para adquirir seus bens, diferente dos homens desse mundo que fazem qualquer negócio para se enriquecerem. O verdadeiro filho de Deus trabalha mais e muitas vezes ganha menos. Contudo, ele não tem o acúmulo de riquezas como seu principal objetivo de vida.
      Por outro lado, o filho de Deus tem um pai que luta por ele, ele não está sozinho, os que não seguem a Deus estão. Para terminar esse raciocínio com a assinatura da Bíblia, leia Isaías 64:4, “Desde os tempos antigos ninguém ouviu, nenhum ouvido percebeu, e olho nenhum viu outro Deus, além de ti, que trabalha para aqueles que nele esperam.”.
      O que caminha com Deus está sempre se defrontando com aqueles que não caminham. Isso acontece porque quem segue a Deus lança luz no mundo, tudo o que ele diz e faz confronta, de alguma maneira, o jeito de viver daqueles que têm o coração nos valores desse mundo.
       Pelo menos é assim que tem que ser, agora, se você diz que anda com Jesus, mas não enfrenta nenhum problema com o seu relacionamento com o mundo, então é melhor você rever tua vida. Só não nos relacionamos com o mundo quando estamos orando e louvando a Deus. Isso se a nossa oração e o nosso louvor não incomodarem as pessoas que estão próximas a nós, nesses momentos, e que não seguem a Deus.
      Todavia, trabalhamos em empresas, que mesmo que sejam de propriedade de filhos de Deus, se relacionam com o mundo. Vendem produtos para o mundo, usam fornecedores do mundo, pagam impostos para os governos deste mundo, dependem do mercado consumidor do mundo. Em nossa família, a maioria de nós, tem que conviver com pessoas que não seguem a Deus. Diga-se de passagem, é nesse meio onde ocorrem nossos maiores confrontos, já que as pessoas nos conhecem de forma mais íntima, sabem quem somos.
      Mas qual é a arma que temos para vencer o mundo? O texto inicial diz que é a fé. Temos usado essa arma para vencer a batalha? Ou temos preferido confiar no sentimento e na razão? Sentimento e razão, como diziam no começo de minha conversão, são os vagões, a locomotiva tem que ser a fé. Primeiro cremos, independente do que sentimos e do que entendemos. Depois de crer, o Espírito Santo interveem no nosso espírito, se comunica com ele, então, e só então, é que nossa alma e nossa mente podem mastigar a revelação espiritual e converte-la em emoções e pensamentos. Bem, é assim que eu creio.
      Na preguiça espiritual, de não querer usar a fé, é que muitos têm caído no engodo de doutrinas estranhas, dentro da igreja cristã atual. Essas doutrinas sempre apelam ou para a emoção ou para a razão. Sobre emoção, eu já falei um pouco na postagem “Insaciáveis seres”, dá uma conferida depois.
      Com relação à razão, porém, é onde aparecem mais heresias. Inventam-se explicações, para saciar a mente, sobre questões que o Espírito Santo não dá respostas, porque simplesmente não é para se entender, é somente para crer. Essas explicações só aumentam a jactância dos homens, pois os que as têm, que dizem que as receberam, sei lá de onde, se consideram mais espirituais que os outros. Quanta coisa se tem inventado para alimentar a curiosidade daqueles que não querem acreditar na simplicidade e na eficácia do evangelho (veja o que a Bíblia diz sobre isso em Apocalipse 22:18-19).
      Meu irmão, não tem outro jeito, tem que crer. Pecou? Creia no perdão completo de Jesus. Pecou de novo? Creia no perdão completo de Jesus. Tornou a pecar? Não vou repetir, mas é a mesma coisa, creia, procure não pecar mais, e não desista. Não vou nem falar que temos que crer para receber coisas de Deus, pra isso a gente sempre tem fé. Agora para aceitar que nosso coração é duro, que amamos as coisas deste mundo mais que a Deus, isso a gente tem dificuldade.
      Ao invés de sermos surrados pelo inimigo, sendo envergonhados diante do mundo, usemos a fé. Contudo, que essa fé transforme o nosso coração, de maneira que nós leve a deixar para trás as coisas do velho homem, aquele que éramos antes do novo nascimento, e a viver de acordo com o novo homem interior, gerado em nós pelo Espírito Santo em Cristo.