17/08/12

Vítima ou agressor?

        Em minha vida, Deus já usou bastante o versículo do Salmo 91 "Poderão cair mil ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido." para me consolar, e sei que ainda vai usar muito. Mas é importante que tenhamos cuidado, se não está ocorrendo de nos sentirmos vítimas o tempo todo, se não estamos vendo as pessoas sempre como nossas inimigas. Isso pode não ser a realidade, mas um engano, consequência de uma visão equivocada que estamos tendo dos outros e principalmente de nós mesmos. Todos nós, em algum momento, somos vítimas, mas também somos agressores.
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16/08/12

Quem disse que seria fácil?

        Negar à vaidade de dar a última palavra,

abrir mão do prazer que existe na aventura de vagar pelo mundo, sim, existe um grande prazer nisso,

calar-se quando se tem certeza de ter argumentos irrefutáveis na ponta da língua,

lutar por anos por uma causa que muitos consideram perdida, a própria vida,

clamar até as lágrimas "de sangue" buscando em Deus e somente nele um milagre,

não aceitar o caminho mais cômodo da desistência, mesmo que camuflada por uma suposta "evolução",

insistir no bom e "velho" Evangelho, que por nunca perder a eficácia pode estar velho e sempre novo ao mesmo tempo,

sim, tudo isso, para continuar caminhando em direção a uma eternidade com Deus, mas quem disse que seria diferente?

Quem disse que seria fácil?

"pois a porta é estreita, e o caminho que conduz à vida, apertado, e são poucos os que a encontram." (Mateus 7.14).
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15/08/12

Vaidade

        “Naquela hora, os discípulos se aproximaram de Jesus e perguntaram: Quem é o maior no reino do céu? Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, nunca entrareis no reino do céu.” (Mateus 18.1-3)

Vaidade humana, talvez o pecado dos pecados, através dela tantas maldades entram no coração humano. Como queremos ser o melhor, sempre, o tempo todo estamos fazendo comparações, medindo, julgando, seja de uma forma mais direta, mais bruta, seja de maneira mais sútil, disfarçada.
Um dos motivos, existem outros, mas um que leva as pessoas a assistirem aqueles telejornais de fim de tarde que exibem crueldades e traumas humanas, é justamente porque elas se sentem melhores. A seguinte reflexão se passa na cabeça das pessoas: “tenho o meus defeitos, não são poucos, sou sincero e honesto em admitir, mas não sou igual àquele facínora violentador de menores, ah, melhor que ele eu sou, e como sou”.
Temos esse prazer sádico quando vemos alguém sendo disciplinado na igreja por pecado moral, nos sentimos os super-crentes quando alguém é pego em adultério, nos achamos santarrões. Comparamos, julgamos e saímos satisfeitos, convictos de que somos gente boa. Quando hipocrisia, quanta vaidade, quanto engano.
Atitude de humildade, de genuína humildade, é algo que se busca com o coração, isso só pode acontecer quando temos uma comunhão plena com Deus, visto que é somente nessa disposição que podemos ter uma imagem real do que nós somos, e nós, não somos melhores que ninguém. Quem é o maior no reino do céu? Jesus, esse é o maior.
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14/08/12

Evangelho e heresia

        A maioria das religiões não utiliza mecanismos diferentes dos ensinamentos de Jesus, ocorre é que elas dão ênfases a partes diferentes e separadas desses ensinamentos, o que acaba se tornando um desvio doutrinário.
Por exemplo, no ato de orar, vejamos todos os objetos, sujeitos e verbos que fazem parte dessa disposição: o homem ora com fé pedindo algo a Deus através de Jesus.
A psicologia enfatiza o mundo interior do homem que está orando, orienta-o a analisar seu pedido, a verificar a legitimidade desse, a refletir sobre os motivos de sua oração.
As religiões orientais, em sua maioria, enfatizam o ato da meditação, não é pelo que se ora, mas como se ora, todo o desprendimento que precisa haver para que a oração surta efeito, nessa visão nem importa ter um motivo ativo pelo qual se ora, basta transcender, elevar-se, relaxar.
Outras religiões, incluindo muitas expressivas que fazem parte do escopo de religiões cristãs, enfatizam a fé, nesse pensar o objeto da fé torna-se até menos importante, o que importa é ter fé, a fé na fé.
Outras ainda, também do escopo cristão, expandem um pouco mais o mediador entre Deus e os homens, sejam homens mortos chamados de “separados” ou genericamente “espíritos evoluídos”.
Veja que nenhuma dessas religiões criou alguma coisa, todas utilizaram conceitos presentes no Evangelho.
Fique com a verdade, a verdade completa, não se apegue a retalhos, a cortes, o Evangelho é totalmente eficaz para levar o homem a Deus, através de Jesus, e dEle obter a vida eterna.
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13/08/12

Cura na oração

    Muitas vezes a cura não está em receber o que se pede na oração, mas simplesmente no ato de orar, podemos ser curados por coisas que nem estamos pedindo, se orarmos do jeito certo. Nessa disposição somos conhecidos pelo Senhor e conhecemos a sua vontade, nessa disposição estamos realmente vivos, por dentro e por fora.
Em comunhão e em constante oração nossas ansiedades são liberadas, e quantas curas, principalmente de males psicológicos, obtemos assim. Podemos estar orando por um emprego e sermos curados da depressão, podemos estar orando por um casamento e sermos curados da prostituição, podemos estar orando pela família e pelos amigos, e sermos curados da solidão.
Isso porque a cura está na comunhão com Deus, no caminhar com Jesus, dia após dia.
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12/08/12

A intenção de Deus

        Quando vamos entender que o que Deus quer não é nos dar coisas, como um pai faz com um filho mimado? Depois de nos dar a salvação o que Ele quer é moldar o nosso caráter, nos dar um novo coração, fazer-nos a semelhança de Cristo, um cidadão da eternidade.
A existência nesse mundo e tudo que precisamos para existir nele se tornam motivações para que o busquemos. Então enquanto ele nos molda ele nos dá uma faculdade, um emprego, uma esposa, um carro, uma casa, os filhos, os netos, a aposentadoria...

11/08/12

Aos músicos da igreja: orientações gerais

Deus tem dado a mim a oportunidade de participar, como parte da equipe de louvor e adoração, de vários ministérios, desde aqueles de igrejas mais tradicionais até as mais renovadas. As ênfases mudam, a estética, o estilo musical, mas em todo ministério sério prevalece a prioridade de conduzir a congregação a uma adoração sincera e livre. Gostaria de compartilhar com vocês, que participam desse blog, algumas lições aprendidas nesse ofício de “seguidores de Davi”. Muitas dessas lições foram aprendidas com negação e com disciplina, mas acima de tudo com a prática da adoração pessoal e coletiva. (O texto é direcionado aos músicos que ministram a adoração coletiva, e não aos músicos que têm ministérios de banda e de solo, que fazem apresentações nos cultos).

1º Tocar bem não é adorar.

2º Tocar bem não é adorar! Executar o arranjo musical com perfeição, dando o máximo que se pode através de uma apresentação musical séria, não constitui, necessariamente, em um louvor de qualidade, nada substitui a unção.

3º Ore muito a Deus é peça a confirmação sobre sua chamada para ministrar o louvor, veja se você não pode ser mais útil em outra área, para isso quebrante-se diante de Deus e abra mão de toda e qualquer vaidade.

4º Músico capacitado e ungido tem prioridade para desempenhar o ministério musical: esse é um ponto delicado, mas creio que os espirituais entenderão; muitas vezes, no início do ministério, pessoas consagradas e voluntárias se habilitam para ministrar o louvor na igreja, contudo à medida que o ministério amadurece Deus vai enviando levitas capacitados e ungidos para desempenhar a função; nesse momento é preciso que aqueles que sabem que desempenharam a função temporariamente tenham a humildade para deixar o cargo; um ditado muito usado, “Deus não chama os capacitados, mas capacita os chamados”, só é válido quando não existem capacitados ungidos para o cargo, a justificação de que Deus tem como prioridade chamar os sinceros, mas sem talento, não encontra respaldo nem no antigo testamento, na ministração implantada por Davi que usava músicos habilidosos, nem em exemplos do novo testamento, como quando Deus chamou Paulo, preparado de todas as maneiras, para evangelizar boa parte do mundo de sua época; dizer que “Deus capacita os chamados” (sem capacidade natural), muitas vezes é mera desculpa para exaltar a vaidade de gente despreparada; para isso é importante também que a liderança invista na vida de músicos com talento que desejam sinceramente servir a Deus através do ministério de louvor.

5º Santifique-se!

6º Santifique-se mais!

7º Estude, sempre e mais, com bons professores, ouça boa música, mesmo música secular como música erudita e jazz, tenha bons instrumentos e se não tiver condições financeiras para pagar aula ou instrumento, ore e fale com a liderança a respeito; um levita musical á apaixonado pelo que fez e sempre procurará desempenhar sua função da melhor maneira possível.

8º Ministrar o louvor é mais que adorar, já que adorar é algo realizado entre você e Deus, ministrar é levar as outras pessoas a adorar, portanto seja um playback espiritual para a congregação e não se eleve sobre ela; cuidado com solos e improvisos exagerados.

9º Esteja em completa e perfeita comunhão com a equipe de louvor, seja na área espiritual ou na musical, qualquer desarmonia na equipe colocará em risco a qualidade da ministração.

10º Se tiver que falar algo durante a ministração, via de regra (e a não ser que o Espírito Santo mude isso de forma efetiva), seja breve, músico é chamado pra tocar e cantar e não para pregar, não como prioridade, deixe isso para os pregadores.

11º Se algum erro musical ocorrer durante a ministração, deixe para resolver isso no ensaio, enquanto ministrando dê prioridade para a unção.

12º Se tiver que sacrificar música, o arranjo e a expressão musical pessoal, em prol da equipe e da adoração da igreja, faça isso.

13º Lembre-se, quantidade não é o que importa, dependendo do tamanho do templo ou da congregação, pode ser mais conveniente o uso de poucos instrumentos, de poucos cantores e de mínima amplificação, não é porque existem muitos músicos que todos devem ser usados e ao mesmo tempo, nesse caso faça uma escala.

14º Mostre em seu rosto a alegria e a seriedade de quem adora a Deus com foco, lembre-se, as pessoas não veem seu coração, mas veem sua feição (e Deus que conhece o coração julga a todos); tenha sempre uma postura de levita, de servo, você está sendo exposto a todos e a tudo, quando toca e canta lá na frente do tempo, seu testemunho é medido e criticado nos mínimos detalhes, ocupe-se com o que Deus pensa de você, mas não despreze o mais fraco que te julga; seja no altar, ministrando, ou caminhando no meio da congregação, tenha coerência, tenha uma só cara, uma só atitude, de simplicidade.

15º Esteja preparado para batalhas espirituais: você é responsável, não apenas por sua adoração, mas pela adoração de uma comunidade inteira, portanto saiba que o inimigo sabe que se derrubar você poderá estar atrapalhando muita gente.

16º Ore: todos os dias pelo seu ministério, ore especialmente antes de cada ministração, mas ore também pelos ensaios, são nesses momentos que a comunhão da equipe de adoração deve ser fortalecida e consagrada para os cultos.

17º Prepare-se musicalmente para a ministração, ouça a música, partiture, chegue ao ensaio preparado; na escolha do repertório, use como primeiro critério de seleção, músicas com boas letras e com melodias fáceis, os arranjos instrumentais e vocais devem estar em segundo plano, lembre-se, você está ministrando músicas para a congregação cantar e não para solistas.

18º Chegue antes aos cultos, ligue seu instrumento, teste-o, afine-o, evite fazer essas checagens durante o culto.

19º O técnico de som também é um levita da área de música, é imprescindível que instrumentistas e cantores estejam em perfeita sincronia com ele, esse deve fazer parte dos ensaios, dos estudos e da oração.

20º Deus tem chamadas diferentes para pessoas diferentes, mas se puder escolher, escolha por um ministério da igreja que você faz parte, para servir nos trabalhos da igreja, onde você tem a cobertura de pastores e liderança; não é regra o que vou dizer, por favor entendam, mas grupos musicais interdenominacionais e quem têm a visão de um trabalho independente, correm um risco maior de perda de foco.

21º Que a música não seja melhor que a sensibilidade, que a sensibilidade não seja mais intensa que a espiritualidade, que a espiritualidade pessoal sirva de canal para a liberdade de adoração da congregação, que a liberdade da congregação esteja sujeita à liderança da igreja, que a liderança da igreja esteja sob a chamada de Deus para a igreja.