20/05/14

Cura do mal escondido

Bem-aventurados os misericordiosos, pois alcançarão misericórdia.” (Mateus 5.7).

Ser misericordioso é olhar as pessoas com os olhos espirituais, e não com os carnais. Só com os olhos espirituais podemos ver o que Deus, muitas vezes algo que está bem escondido. Normalmente, ninguém esconde algo bom, e mesmo algo bom, quando é escondido, é porque representa na verdade algo ruim para a pessoa. As pessoas escondem feridas emocionais, complicadas, difíceis de serem curadas, e muitas vezes, trancadas em compartimentos do coração para que não sejam lembradas.

E foram para Jericó. Quando ele, seus discípulos e uma grande multidão saíam de Jericó, junto do caminho estava sentado um mendigo cego chamado Bartimeu, filho de Timeu. Quando ouviu que era Jesus Nazareno, ele começou a gritar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!
Muitos o repreendiam para que se calasse, mas ele gritava ainda mais: Filho de Davi, tem compaixão de mim! Jesus parou e disse: Chamai-o. Chamaram o cego, dizendo-lhe: Coragem! Levanta-te, ele está te chamando!
Lançando de si a sua capa, levantou-se de um salto e dirigiu-se a Jesus. Jesus lhe perguntou: Que queres que te faça? O cego respondeu: Mestre, que eu volte a ver. Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. Imediatamente ele recuperou a visão e foi seguindo Jesus pelo caminho.” (Marcos 10.46-52).

Não parecia óbvio que o cego queria ver, então por que Jesus perguntou a ele, o que ele queria receber do mestre? As pessoas tentam viver fazendo de conta que essas feridas não existem, e por não serem assumidas, não serão levadas diante de Deus para receberem cura. Mas como viver com essas feridas, já que sendo um machucado, dói? Se mesmo camuflada, disfarçada, a dor persiste, passa-se então a usar artifícios para anestesiar a dor, sempre tentando acabar com a consequência, mas nunca indo diretamente à causa.
Achamos que os não convertidos, que os carnais, são aqueles que anestesiam a dor com vícios e drogas, prazeres exagerados e obsessivos da carne, tentando transcender a dor que é espiritual. Mas mesmo aqueles que parecem convertidos, e até, consagrados, exercendo cargos e conduzindo ministérios, podem fazer e fazer na igreja, um trabalho árduo e constante, mas não no espírito, simplesmente como anestesia para uma dor emocional. Obras, por mais sinceras que sejam, não adiantam, um dia a ferida terá que ser assumida e Deus é o único que pode curá-la.
A cura está no perdão, o que Deus nos dá por todo o mal que fizemos, o que nós damos aos outros, por todo o mal que fizeram a nós, o que nós pedimos aos outros, e mesmo se não recebermos, nos sentimos perdoados pelo mal que fizemos aos outros. Perdoados e curados saberemos a verdade sobre nós, visto que o disfarce para não assumir a dor nos dá um identidade falsa, exagerada, agressiva ou covarde. Somente sendo quem realmente somos é que Deus poderá nos usar, somente assim seremos bênção e teremos paz.

19/05/14

Esteja no lugar que Deus quer e seja feliz

        O milagre, a graça, o poder de Deus, não estão em nos usar numa área sem que tenhamos o preparo e a habilidade para isso, mas no fato do Senhor ter um lugar certinho pra cada um, onde o preparo e a habilidade que não se tem não serão necessários, contudo, para descobrir isso, é preciso a humildade para se colocar no centro da vontade de Deus, e não almejar algo que é para os outros e não para nós.

18/05/14

Na rebeldia, não existe Avivamento

       Rebeldia muitas vezes disfarçada de opinião própria, de convicção pessoal, de sinceridade irresponsável e egoísta, de falsa humildade, de religiosidade solitária; rebeldia que domina não o coração do assumidamente carnal, do desviado, do frio, do que acompanha o Evangelho à distância, mas rebeldia do que acha que está desempenhando chamada, do que acha que está sob ordem de Deus, mas que na verdade ainda não se rendeu totalmente ao altíssimo, que faz pra Deus, mas do seu jeito e com as suas forças, não com as de Deus.
    "Prostra-nos Senhor, não nosso corpo somente, mas nosso espírito, acha-nos Senhor, como adoradores realmente verdadeiros, quebra os altares de carne e de conhecimento humano e ergue um altar espiritual, em nossos corações, um altar santo e digno de que o Senhor habite e SEJA ENGRANDECIDO".

17/05/14

Não julgues

        Não confunda convicção com arrogância, nem falta de auto-estima com humildade, o erudito pode ser um bom cristão e não ter estudo não é necessariamente ser o pobre de espírito citado nas bem-aventuranças, tem muito doutor com coração simples e muito pobre cheio de jactância. Resumindo: não julgue ninguém, nunca!!

16/05/14

Toque o coração...

   Tocar bem um instrumento é tocar o coração das pessoas, não o instrumento.
   Harmonia equilibrada, feita com acordes de poucas notas, criando intervalos expressivos, num andamento natural, fala muito mais ao coração que escalas sofisticados e executadas com velocidade. É preciso usar graves, médios e agudos, com volume certo, com tempo correto, de vez em quando deixar notas soltas, mas impressionar com tensões emocionais, adequadas, suavemente. 
 Estude harmonia e colecione um repertório de música harmoniosa, para ter recursos na hora de improvisar, sempre aconselho Tom Jobim, equilíbrio certo entre harmonia, melodia e ritmo. 
       Pessoas obsessivas e insatisfeitas tentarão convencer as outras com quantidade, músico maduro apenas compartilhará um sentimento, com respeito, sem invadir privacidade de ninguém, deixará a porta semiaberta e um convite, entrará somente quem assim desejar. Caso contrário, a música poderá ser ouvida de longe, baixinho, sussurrando, querendo bem, tocando somente o coração.

15/05/14

Pais: a coisa certa no momento certo

Você não pode estar em todos os lugares que seu filho vai, então ore por ele e peça proteção de Deus, mas você pode dialogar com seu filho e dar a ele testemunho de uma vida cristã coerente e sem hipocrisia, então não largue nas mãos de Deus aquilo que é responsabilidade sua.
Exercemos a função de pai com mais efetividade até a adolescência de nossos filhos, até esse momento, ordens diretas, acompanhadas de exemplos dos pais, funcionam. Contudo, a partir da adolescência os jovens não mudam de atitude com ordens, aí o pai tem que aprender a ser, acima de tudo, amigo dos filhos.
Amigo não concorda com tudo que o amigo faz, mas tem a confiança de saber da intimidade do amigo, isso lhe dá condições de influenciar de forma discreta e carinhosa a as atitudes do amigo. Cuidado, ordens e castigos chegam uma hora que não funcionam mais, mas amizade pacienciosa e sábia, sempre é bem-vinda.

14/05/14

Por amor, mudamos

Sou de um tempo em que conteúdo, vasto e aprofundado, era importante, assim além da unção as palavras tinham que ter trabalho intelectual e que mudasse nosso emocional de forma definitiva, e não só temporariamente. Admito, contudo, que os tempos são outros, as pessoas mudaram, e infelizmente, não para melhor. Conforme e própria Bíblia diz isso será assim e para pior, até o fim.
Contudo, o amor de Deus não muda, ele se adapta para poder continuar abençoando, curando, salvando, mesmo um homem contemporâneo preguiçoso intelectualmente, imediatista emocionalmente e amante de palavras que digam aquilo que lhes agradem, espiritualmente. Portanto, velhos como eu, que aceitem a realidade, se Deus, que é absolutamente santo, infinitamente sábio e único Senhor do universo se adapta, sem mudar sua essência, por amor, quanto mais nós, que também somos fracos e limitados, não devemos adequar nosso coração para que o amor caiba e alcance os homens.
Conviver de maneira feliz com o reino de Deus implica em ver as coisas como Deus vê, e não da maneira egoísta e limitada que nós vemos. É entender que o que move o coração de Deus é o amor, a misericórdia, a graça, que não faz as coisas da maneira como nós achamos que é a melhor, a mais inteligente, mesmo a mais espiritual.
Deus faz as coisas de maneira que seus filhos, que ele ama de paixão, paixão demonstrada na entrega que ele fez de Cristo, seu primogênito, sejam abençoados, confortados, curados, salvos. Assim pouco se torna muito, menos é mais, e Deus pode ser experimentado por todos, e não somente por nós, tão cegos às vezes às coisas espirituais.