“Bem-aventurados os misericordiosos, pois
alcançarão misericórdia.” (Mateus 5.7).
Ser
misericordioso é olhar as pessoas com os olhos espirituais, e não com os
carnais. Só com os olhos espirituais podemos ver o que Deus, muitas vezes algo
que está bem escondido. Normalmente, ninguém esconde algo bom, e mesmo algo
bom, quando é escondido, é porque representa na verdade algo ruim para a
pessoa. As pessoas escondem feridas emocionais, complicadas, difíceis de serem
curadas, e muitas vezes, trancadas em compartimentos do coração para que não
sejam lembradas.
“E foram para Jericó. Quando ele, seus
discípulos e uma grande multidão saíam de Jericó, junto do caminho estava
sentado um mendigo cego chamado Bartimeu, filho de Timeu. Quando ouviu que era
Jesus Nazareno, ele começou a gritar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de
mim!
Muitos o repreendiam para que se calasse, mas ele gritava ainda
mais: Filho de Davi, tem compaixão de mim! Jesus parou e disse: Chamai-o.
Chamaram o cego, dizendo-lhe: Coragem! Levanta-te, ele está te chamando!
Lançando de si a sua capa, levantou-se de um salto e dirigiu-se a
Jesus. Jesus lhe perguntou: Que queres
que te faça? O cego respondeu: Mestre, que eu volte a ver. Jesus lhe disse:
Vai, a tua fé te salvou. Imediatamente ele recuperou a visão e foi seguindo
Jesus pelo caminho.” (Marcos 10.46-52).
Não
parecia óbvio que o cego queria ver, então por que Jesus perguntou a ele, o que
ele queria receber do mestre? As pessoas tentam viver fazendo de conta que
essas feridas não existem, e por não serem assumidas, não serão levadas diante
de Deus para receberem cura. Mas como viver com essas feridas, já que sendo um
machucado, dói? Se mesmo camuflada, disfarçada, a dor persiste, passa-se então
a usar artifícios para anestesiar a dor, sempre tentando acabar com a consequência,
mas nunca indo diretamente à causa.
Achamos
que os não convertidos, que os carnais, são aqueles que anestesiam a dor com vícios
e drogas, prazeres exagerados e obsessivos da carne, tentando transcender a dor
que é espiritual. Mas mesmo aqueles que parecem convertidos, e até, consagrados,
exercendo cargos e conduzindo ministérios, podem fazer e fazer na igreja, um
trabalho árduo e constante, mas não no espírito, simplesmente como anestesia
para uma dor emocional. Obras, por mais sinceras que sejam, não adiantam, um
dia a ferida terá que ser assumida e Deus é o único que pode curá-la.
A
cura está no perdão, o que Deus nos dá por todo o mal que fizemos, o que nós
damos aos outros, por todo o mal que fizeram a nós, o que nós pedimos aos
outros, e mesmo se não recebermos, nos sentimos perdoados pelo mal que fizemos
aos outros. Perdoados e curados saberemos a verdade sobre nós, visto que o
disfarce para não assumir a dor nos dá um identidade falsa, exagerada, agressiva
ou covarde. Somente sendo quem realmente somos é que Deus poderá nos usar, somente
assim seremos bênção e teremos paz.
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