14/11/15

Jesus Homem (Parte 14 de 17): Sábio

6.   Sábio: pedia para que certos milagres não fossem relatados e até se escondia quando era necessário

Marcos 1.40-45:

Aproximou-se dele um leproso, que lhe suplicou, de joelhos: Se quiseres, podes purificar-me. Jesus, movido por compaixão, estendeu a mão, tocou-o e disse: Quero; fica purificado. Imediatamente a lepra desapareceu, e ele ficou purificado.
E, advertindo-o severamente, Jesus logo o mandou embora, dizendo-lhe: Olha, não digas nada a ninguém. Mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho.
Ele, porém, saindo dali, começou a tornar público o que havia ocorrido e a divulgá-lo por toda parte. Desse modo, Jesus já não podia entrar abertamente numa cidade, mas ficava fora, em lugares desertos. Mesmo assim, as pessoas iam até ele, vindas de todos os lugares.

João 11.53-54:

Assim, desde aquele dia, decidiram matá-lo. Por isso, Jesus já não andava em público entre os judeus, mas retirou-se dali para a região vizinha ao deserto, para uma cidade chamada Efraim; e lá permaneceu com os seus discípulos.

Que diferença vemos hoje em dia, tantos, na procura de marketing para seus ministérios, agem sem sabedoria, tanta operação do Espírito Santo que merecia o respeito de ficar em sigilo, é declarada aos berros, eu pergunto, isso é para glorificar a Deus? Não para promover homens, e assim a igreja paga os preços.
Vimos isso recentemente, com o episódio da rede Record com as instituições de afro-espiritismo brasileiro, homens vaidosos e sem sabedoria lançando a igreja numa guerra que Deus não mandou que ela entrasse, uma guerra desnecessária que só faz desgastar as forças do povo de Deus e escandalizar o evangelho.

O fim virá, a perseguição também, como veio o sofrimento, crucificação e morte de Jesus, mas que não aprecemos as coisas, que elas ocorram no momento certo, senão, quem pagará o preço pela falta de sabedoria seremos nós mesmos.

13/11/15

Jesus Homem (Parte 13 de 17): Sensível

5.  Sensível e afetuoso: antes de um homem público, um homem pessoal, amigo e que demonstrava seus sentimentos.

João 11.20-23, 29-36:

Ao saber que Jesus estava chegando, Marta foi ao seu encontro; Maria, porém, ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, Deus te concederá tudo quanto lhe pedires. Jesus lhe respondeu: Teu irmão ressuscitará.
Ouvindo isso, Maria levantou-se depressa e foi ao encontro dele. Pois Jesus ainda não havia entrado no povoado, mas estava onde Marta o encontrara. Então os judeus que estavam na casa com Maria e a consolavam, vendo-a levantar-se às pressas e sair, seguiram-na, pensando que se dirigia ao sepulcro para ali chorar.
Ao chegar ao lugar onde Jesus estava e vê-lo, Maria lançou-se aos seus pés e disse: Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Ao vê-la chorando, e também os judeus que a acompanhavam, Jesus comoveu-se profundamente no espírito e, abalado, perguntou-lhes: Onde o pusestes? Responderam-lhe: Senhor, vem e vê. Jesus chorou. Então os judeus disseram: Vede como o amava.”

Vemos nessa passagem características desses três amigos especiais que Jesus tanto amava. Marta, a mesma que em outra passagem se preocupava com as afazeres de receber bem o amigo, enquanto Maria se deliciava com a presença do amigo, é aqui quem chegou primeiro a Jesus, rogando-lhe sobre o irmão Lázaro que estava morto.
Vejam a virtude de Marta, relegada em muitos estudos bíblicos, que por seu temperamento, era mais prática, e nesse caso, foi diretamente a quem poderia resolver seu problema. Cada um de nós tem temperamento diferente, e todos nós somos úteis no momento e no lugar certo, ninguém é melhor que ninguém.
Maria chegou depois, em seu temperamento mais sensível, não foi tão objetiva quanta a irmã, estava em prantos, mas assim comoveu o amigo Jesus de maneira tocante. Sim, Jesus, Deus que desceu aos homens para morrer e ressuscitar, é Jesus homem: Jesus chora.  
Quantos pregadores às vezes já entendem o Jesus Deus, são fortes, realizam milagres, cheios de fé, mas se esquecem do Jesus homem: insensíveis, nunca se emocionam, assim nunca compartilham uma experiência pessoal com Deus, não têm coragem para isso, se protegem demais, não choram

Uma experiência assim pode até operar milagres externos poderosos, mas nunca tocará as pessoas sobre o maior milagre que Deus faz: mudança do próprio coração, do homem interior. Uma experiência assim, pela metade, pode até salvar, gera bebês espirituais, mas não amadurece, não auxilia os cristãos a se tornarem homens na fé, homens como Jesus homem.

12/11/15

Jesus Homem (Parte 12 de 17): Enérgico

4.  Enérgico: não tolerou comércio no templo

Marcos 11.15-16:

Quando chegaram a Jerusalém, Jesus entrou no templo e começou a expulsar os que ali vendiam e compravam. Ele revirou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, e não consentia que atravessassem o templo carregando algum utensílio.”

Por que vemos uma atitude assim mais enérgica de Jesus somente nesse caso? Jesus se confrontou com outras injustiças, maldades e hipocrisias das religiões dos judeus da época, mas o que foi diferente nesse caso? 
Nesse caso o que foi vituperado foi o centro da religião mosaica: o templo. Em outros lugares foram leis, foram costumes, foram palavras, era o coração dos homens que estava em pecado. Mas agora o lugar mais santo havia sido desrespeitado, onde as pessoas deveriam ir para obter perdão, oferecer adoração, aproximar-se de Deus.
Não, Jesus não se incomodou quando as pessoas responsáveis pela religião erravam, elas seriam responsabilizadas por isso e elas deveriam dar conta pelos seus erros. Contudo, mostrou energia quando o lugar que Deus sacramentou para que as pessoas renovassem suas alianças com o Ele foi manchado.

O verdadeiro cristão não defende religião, igreja, homens, mas dará a própria vida para não negar seu Deus. Vemos nos dias de hoje gente brigando por placas, por homens e por instituições, por teologias, por si mesmas, por suas ideologias, mas poucas realmente têm o direito às bem-aventuranças do sermão da montanha, poucas podem realmente sofrer em paz sabendo que sofrem por Jesus. 

11/11/15

Jesus Homem (Parte 11 de 17): Calado

3.  Calado: não respondia a qualquer questionamento

Calma não pode ser imputada como virtude para o que é naturalmente covarde, nem voluntariedade, para o incauto, na verdade alguns precisam ser mais ousados, e outros, mais cuidadosos, contrariando suas características naturais, isso sim é escolha espiritual, não acomodação emocional. As duas próximas características do caráter de Jesus revelam um equilíbrio que só os realmente espirituais possuem.

Marcos 14.60-64:

Então, o sumo sacerdote levantou-se no meio de todos e perguntou a Jesus: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra ti? Ele, porém, permaneceu calado e nada respondeu. E o sumo sacerdote voltou a interrogá-lo, perguntando-lhe: Tu és o Cristo, o Filho do Deus bendito? Jesus respondeu: Eu sou. E vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso, vindo com as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote rasgou suas vestes e disse: Para que precisamos ainda de testemunhas? Acabais de ouvir a blasfêmia. Que vos parece? E todos o condenaram como réu digno de morte.


Jesus não se ocupou em responder a acusações mentirosas, mas também não deixou de confirmar uma afirmação verdadeira sobre ele, mesmo que isso lhe custasse a vida. Eis aí uma lição de máxima sabedoria sobre como agir diante de difamações e mentiras. Nós agimos muitas vezes ao contrário, insistimos em nos defender quando somos atacados injustamente por quem absolutamente não quer ouvir, por outro lado, quando precisamos testemunhar do evangelho, nos calamos.

10/11/15

Jesus Homem (Parte 10 de 17): Discreto

2.   Discreto: não envergonhava o pecador

João 8.3-11:

Então os escribas e fariseus lhe trouxeram uma mulher apanhada em adultério; e, pondo-a no meio de todos, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. Na Lei, Moisés nos ordena que tais mulheres sejam apedrejadas. E tu, que dizes? Eles diziam isso para colocá-lo à prova, para terem de que o acusar. Jesus, porém, inclinando-se, começou a escrever no chão com o dedo. Mas, como insistissem em perguntar, ergueu-se e disse-lhes: Quem dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro a atirar uma pedra nela. E, inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. Ao ouvirem isso, todos foram saindo um a um, começando pelos mais velhos; e ficaram apenas Jesus e a mulher, em pé no mesmo lugar. Levantando-se e não vendo ninguém senão a mulher, Jesus lhe perguntou: Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? Ela respondeu: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então Jesus: Nem eu te condeno. Vai e não peques mais.

Essa passagem não precisa de mais explicações, ela é emblemática, significativa demais revelando o coração de Jesus. Ah, como somos diferentes, maus, julgadores, humilhamos os outros, fazemos questão de apresentar num palanque erros alheios, aumentá-los ao máximo, só para que os nossos sejam escondidos, diminuídos.
Jesus não ofereceu à mulher o menor desconforto, ele sabia que na situação que ela estava um simples olhar poderia humilhá-la ainda mais. Ele a protegeu e fez isso na fraqueza dela, na humilhação que passava, protegeu-a de todos, e só quando estava sozinha deu a ela a orientação, orientação para curar, para limpar, para restabelecer, para restaurar, para a vida, não para a morte. Ah, meu Deus, como somos diferentes...

09/11/15

Jesus Homem (Parte 9 de 17): Obediente aos Protocolos

1.   Obediente aos protocolos: no batismo e nos impostos

Marcos 1.9:
Naqueles dias, veio Jesus de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no Jordão.”

Lucas 20.24-25:
Mostrai-me um denário. De quem são a imagem e a inscrição que ele tem? Responderam: De César. Disse-lhes então: Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.”

Ver Jesus como um revolucionário, um rebelde, como um contestador das injustiças e desníveis de uma sociedade, não é verdade. O evangelho sempre nos leva a transformação do homem interior e não da realidade exterior. A Bíblia nos ensina que pode haver paz, dignidade e justiça em qualquer lugar, se o coração está transformado.

Quem tenta usar o evangelho para mudar o mundo exterior, antes que o interior, é porque perdeu a fé, esfriou, não permitiu que Deus terminasse a obra no coração, mesmo que se disfarce isso de engajamento político (como na famosa Teologia da Libertação de Leonardo Boff, uma espécie de comunismo cristão que defende reformas agrárias, redistribuição de terras e bens, inclusivismo e ecumenismo).

08/11/15

Jesus Homem (Parte 8 de 17): O caráter de Jesus - Introdução 2

Jesus não pregava milagres! Isso te escandaliza? Mas essa é a verdade, Jesus não pregava milagres, ele os fazia, quando eram necessários.
Fazia por amor, por ver a necessidade de um povo, que especialmente naquela época, era tão carente de milagres físicos. Num tempo onde a medicina era rudimentar e de pouco acesso para a maioria, milagres físicos eram a única saída para muitos. Com relação a expulsar demônios, era algo urgente, numa época em que o Espírito Santo ainda não havia descido para habitar permanentemente no coração do homem, onde a Igreja ainda não havia cristianizado o mundo, o demônio tinha muito mais liberdade.
Mas entenda bem, não estou dizendo que Jesus não faça e nem precise fazer milagres e expulsar demônios hoje em dia, contudo, você já pensou que a ciência, com toda a sua capacidade e conhecimento também não é um milagre de Deus? Como seria o mundo se o pecado não tivesse entrado, você já pensou nisso? Não haveria tantas doenças e mesmo acidentes seriam curados por uma ciência maravilhosa, temente a Deus e muito mais evoluída que a que temos hoje em dia, portanto milagres instantâneos e sobrenaturais seriam pouco necessários, ou então seriam bem fáceis, já que sem pecado no mundo o uso da fé seria algo natural.
Contudo, o ponto é: quanto tempo se usa nos púlpitos explicando que Jesus faz milagres, enquanto poderíamos usar esse tempo para ensinar outras coisas do evangelho, as verdadeiras coisas que Jesus pregava aos homens de sua época? Jesus era objetivo com milagres, ele dia, “Crê que eu posso curar?” Então esteja curado”. Os milagres eram feitos quando eram necessários, mas não eram o centro da pregação de Jesus, ocorre que hoje em dia fazemos dos milagres o assunto principal das pregações e cultos, assim ensinamos mal ao povo de Deus. Mimamos o povo a acreditar que Deus faz o impossível e esse povo acaba achando que a vida cristã é só isso, buscam milagres e mais milagres, mas não provam o principal do evangelho, o reino de Deus no homem interior.
É sobre esse reino que o Jesus homem pregava, sobre relacionamento pessoal com o pai, com as pessoas, com elas mesmas, através de curas na vida emocional, curas essas que não podem ser realizadas por milagres instantâneos. Cura emocional pode levar anos, é um processo, e tem como objetivo a santificação. Santificação não é somente limpeza ética, moral e espiritual, tem muita gente limpa moral e espiritualmente, mas ainda assim, cheia de doenças. Santificação é cura de doenças emocionais e libertação de vícios, e não me refiro a vícios primários, digamos assim, como drogas, álcool e tabagismo, cura para esses vícios é experimentada no início da caminhada com Cristo. Mas a cura das piores doenças que se instalam cedo no homem, e o escravizam por anos como culpas e mágoas, pode levar tempo e depende principalmente de liberação total de perdão: para si mesmo e para os outros.


Como é triste ver gente se esforçando para ter fé, fazendo sacrifícios, e ainda andando enferma pela vida, sempre frustrada, sempre machucada, mal orientada por púlpitos que ensinam que milagres instantâneos podem curar tudo. Não, porque nem tudo depende exclusivamente de Deus, um milagre instantâneo depende, basta a nossa fé e certas enfermidades são curadas de imediato. Mas para outras doenças, Deus precisa do consentimento inteligente e lúcido de nós homens para agir, e isso, repito, leva tempo.
Era disso que se tratava a pregação de Jesus, era isso que entendemos nas bem-aventuranças, o coração do sermão da montanha (Mateus 5.1 a 7.29), a síntese teológica não dos apóstolos, mas diretamente de Deus Jesus homem. Sim, as pessoas daquela época também se enganavam, como as de hoje em dia, muitas procuravam Jesus para receber milagres físicos e materiais, e Jesus, como pai amoroso que era e é, concedia os milagres, como concede até os dias de hoje. Mas, repito, não era disso que se tratava o assunto principal de suas pregações.
Outra característica ruim de palavras e ministérios que enfatizam milagres, é a volta à teologia do antigo testamento, uma época onde Deus se apresentava com manifestações físicas: os exércitos dos filhos de Deus, de Israel, quando em obediência ao Senhor, venciam as guerras contra seus inimigos, matando pessoas, ao fio da espada. Mas aqueles tempos eram outros, o agir de Deus era diferente assim como o próprio homem. O homem atual, do século XXI, sua psique, seus problemas, sua dor, é diferente do homem mesmo da época de Jesus. Contudo, o evangelho, diferente da religião mosaica, não veio para ser temporário, para um povo, para uma realidade, mas para ser eterno, atemporal, e de uma maneira tão poderosa e eficaz que mesmo as pessoas da época de Jesus homem não podiam entender. Esse desvio para o antigo testamento tem chegado ao extremo em algumas igrejas, que estão voltando mesmo a práticas e ritos da religião judaica, negando a Cristo como único e suficiente salvador.
É preciso voltar ao centro da Bíblia, é preciso voltar ao evangelho, é preciso ensinar muito mais que milagres físicos, é preciso ensinar o Jesus homem que libertava as pessoas para serem homens e mulheres que desejam viver como o Jesus homem, com humildade e em paz, e não como deuses mágicos que podem o impossível através da fé, se for assim, que diferença terá o evangelho dos ídolos ou da magia satânica? É preciso pagar esse preço, mesmo que isso não encha igrejas, mesmo que isso desagrade à maioria.