Não nos façamos de coitados

      Vitimização nos dá direito de não fazer o que precisamos e o álibi para fazer o que não devemos, cuidado com ela. Todos nós de alguma maneira fomos e somos vítimas na vida, de algum jeito. Isso é legítimo, Deus entende e trata disso com muito amor e paciência. 

      O Espírito Santo, contudo, nos conduz à maturidade para entendermos que podemos fazer a nossa parte. Isso é só o que podemos fazer, não podemos resolver a parte dos outros, diante de Deus isso basta. 

      Basta para que o nosso pecado seja perdoado, já que se todos nós somos vítimas, também sonos agressores de alguma forma. Basta também para que Deus nos proteja, de nós mesmos e dos outros, assim como nos fortaleça para deixarmos de ser vítimas fragilizadas. 

      Como homens e mulheres maduros e curados, podemos, então, fazer o que precisamos e não fazer o que devemos, crescidos e resolvidos para exercemos as melhores escolhas de vida e não nos fazermos de vítimas.

"Parada gay"

      Um extremo usa o pior do extremo oposto pra manter um conflito inútil. Assim é uma grande parte de cristãos que condena e demoniza qualquer possibilidade de homoafetividade baseada em homosexuais que vivem suas sexualidades com depravação e promiscuidade. Sou cristão e não generalizo homoafetividade como depravação e promiscuidade, que são transtornos humanos sejam para homoafetivos ou héteros.
   O "pecado" não está numa homoafetividade genuína, pura e de alma, mas na liberação sem limites do apetite sexual, nas relações poligâmicas, no desrespeito com a privacidade e principalmente na total ausência de Deus nas vidas das pessoas. Sou cristão, admito a possibilidade homoafetiva, mas não vejo nada de digno em eventos como a "parada gay", onde relações corretas e doentias de homossexuais são colacadas no mesmo nível. Aceitar as exibições públicas libidinosas de homossexuais na "parada gay", seria a mesma coisa que por ser hétero apoiar "troca de casais", orgias, prostituição e pornografia.

      Repito, pecado é pecado, seja para héteros ou para homoafetivos, assim como dignidade, moral, fidelidade no casamento e comunhão com Deus são referências do certo, seja para héteros, seja para homoafetivos. Cristãos, parem de generalizar. Homoafetivos, o sejam com respeito próprio e com temor a Deus. Todos, parem de fomentar um conflito que nada tem a ver com Deus.

Sexualidade e o Cristão (vídeo)

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Perseveremos!

      "Portanto, meus amados irmãos, sede sempre firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor." I Coríntios 15.58

      Firmes em Deus, não perdendo o foco de nossa chamada pessoal, pra isso é preciso saber qual é realmente a nossa chamada e executa-la. Constantes no trabalho, com integridade no ânimo, sabendo que constância gera força, competência e intimidade com Deus. Por fim provemos do Espírito Santo com abundância, na obediência há abundância, que alegra a Deus como pai e a nós como filhos. Esse trabalho não é vão e terá sua recompensa no tempo certo.

Coerência é preciso

      Espiritualidade é importante? Demais, acima de outras coisas, mas de nada nos vale se não praticarmos princípios básicos de caráter e civilidade, como fidelidade com companheiros afetivos, trabalho honesto e respeito com as escolhas diferentes das nossas que as outras pessoas fazem. Ao invés de jogar na cara dos outros a tua religião, seja coerente com ela.

      Pensemos melhor antes de compartilhar nossa fé, antes de postar textos bíblicos em redes sociais, antes de proclamar, em público, a sinceridade do que cremos. Todos temos momentos difíceis, de lutas, de decisões, de indefinições e de mudanças, Deus entende isso. Mas guarde certos momentos pra você, que as pessoas vejam Deus, antes de tudo, por sua prática de vida 

Queremos religião ou Deus?

      Queremos religião ou queremos Deus? Sim, podemos encontrar Deus através de religião, mas em Deus não existe nenhuma religião. Quando digo religião não me refiro à raiz latina da palavra (religare) que significa religar, nesse aspecto o cristianismo é a única religião, só ele pode de fato religar o homem a Deus, que é através de Jesus Cristo. 

      Mas existem muitas pessoas, mesmo nas igrejas protestantes e evangélicas, que querem em primeiro lugar, religião. Assim acabam tendo uma relação superficial com Deus em troca de interações religiosas, isso é, alianças com homens, serviços a liturgias, ritualismos e tradições. Essas se importam muito mais com as aparências dos ministérios, sejam físicos ou ideológicos, que com aquilo que deveria ser o principal de uma igreja cristã genuína, a presença e o centro da vontade de Deus. 

      Quem quer religião nunca se sentirá confortável com a objetividade do evangelho simples, pois na verdade "adora" a pompa das construções humanas ao redor do cristianismo, que acabam matando a essência. O que queremos de verdade, Deus ou religião? Se queremos Deus devemos pagar o preço por isso, nos desvencilharmos de toda vaidade e necessidade de aprovação do homem e orarmos, buscarmos e fazermos uma igreja realmente bíblica, no molde da igreja primitiva de Jesus, de Paulo e dos apóstolos.

Quem somos de verdade?

      O que aparece em nossos olhos quando queremos mostrar nosso melhor? Sensualidade, vazio, incoerência, insanidade? Ou o tempo, sensibilidade espiritual, humildade inteligente?
      É preciso um pouco de dor, um resto de culpa nos cantos dos olhos, não para nos torturar, mas para nos lembrar que somos melhores porque erramos, reconhecemos nossos erros e fomos perdoados.
      Pureza infatil só cabe em crianças de fato (ou em loucos...), adultos amadurecidos espiritualmente experimentam uma pureza não humana, mas divina, resultado de uma alma que abriu mão de si mesma para que Cristo resplandecesse.