07/08/22

Pessoal e intransferível (7/92)

     “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.
      “Os homens maus não entendem o juízo, mas os que buscam ao Senhor entendem tudo.
      “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.
      “O homem fiel será coberto de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará impune.
Provérbios 28.1, 5, 13, 20

      Responsabilidade é pensar nas consequências ruins e não fazermos o que possa causá-las, nesse caso responsabilidade está relacionada com amor. Se nos amamos de fato evitaremos o que ainda que traga prazer imediato pode prejudicar nosso corpo, nossa mente e nosso espírito depois. Se amamos os outros poderemos evitar mesmo coisas que parecem não nos prejudicar, mas aos outros, isso é crescer no amor. Mas não fazermos um monte de coisas porque seus efeitos podem prejudicar nossa comunhão com Deus, ou mais, podem dar a outros, seres humanos no mundo ou espirituais, um mal testemunho de alguém que já assumiu ser luzeiro de Deus, isso é espiritualidade mais alta. 
      Toda causa tem efeito e efeitos ruins agridem alguém de alguma maneira, ainda que seja o testemunho que nos comprometemos dar das virtudes de Deus. Responsabilidade é entender que não estamos sozinhos, e que se não é correto desprezarmos alguém, muito menos é agirmos irresponsavelmente com quem nos ama. O caminho reto consiste em escolhas responsáveis, os que andam nele são seres iluminados no mundo, Deus e seus exércitos cuidarão deles e eles serão poderosamente úteis para abençoarem os outros. Responsabilidade é pensar nas consequências, nos outros, mas é mais que fazer escolhas racionais, é achar prazer em fazer o que é certo porque isso agrada a Deus. 
      O que precisamos entender é que responsabilidade pessoal não pode ser transferida, ainda que num comodismo mais intelectual que moral autorizemos religiões e ideologias políticas a pensarem por nós. Deus, que é justo e verdadeiro, avalia essas autorizações como escolhas pessoais. Dessa forma não poderemos usar a desculpa que não tínhamos controle sobre as intenções de instituições e de líderes, utilizando a justificativa tão comum, “no mundo nada é perfeito”. Não é perfeito porque nós somos imperfeitos, mas Deus é perfeito e nos chama a ele, ainda que tenhamos que conviver com padres, pastores e políticos, cabe a nós, individualmente, saber até onde seguir debaixo de homens. 
      Seremos responsabilizados por dar crédito a fake news e teorias de conspiração, e por passar isso à frente como verdades, calúnia é uma espécie de homicídio, é assassinato de reputação. Não poderemos alegar que cremos porque estava na internet ou vindo de fonte de alguém famoso e importante, os tempos mudaram, assim como os crimes e as responsabilidades. Espaços virtuais precisam de melhores legislações, principalmente para que se possa separar liberdade de expressão de veiculação irresponsável de informação, mas “Deus está vendo”. Ainda que não existam leis humanas adequadas, o Espírito Santo sempre orienta os que o buscam e mostra o que é certo e o que não é. 
      Só depende de nós parar de perdermos tempo com a mentira, que não desembaraça, só confunde e amarra, e decidirmos em fé pela verdade. Qual é a verdade? A simples, que leva ao equilíbrio e que não pende para extremos, que traz paz imediata que permanece, que ainda que não responda tudo, porque a verdade mais alta não fecha, abre, deixa-nos livres para seguirmos questionando e conhecendo, em santidade e humildade. Só a responsabilidade pessoal conduz à verdade e com efeito só ela deixa a paz que independe do mundo, de homens, de coisas aparentes, de vaidades, mas se firma totalmente em Deus. Você é responsável por você e por muitos outros, assuma isso e seja bênção! 
      Na responsabilidade há retidão e no caminho reto há a luz de Deus, que nos conduz em segurança e nos faz conhecer os mistérios. “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los, mas os justos são ousados como um leão”, “o que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”, enquanto o ímpio anda confuso em suas próprias mentiras e pecados não perdoados, o justo não foge de perigo real, nem encobre seu pecado. Busca rapidamente o perdão do Senhor, confia prontamente em seu Deus, e por isso é imediatamente perdoado e protegido pelo Altíssimo. Na reta responsabilidade há uso eficiente de tempo e espaço. 
      Na irresponsabilidade de seus caminhos, os ímpios podem até achar que sabem muitas coisas, por isso gostam de falar para tentar convencer a si mesmos enquanto acham que podem convencer os outros. “Os homens maus não entendem o juízo, mas os que buscam ao Senhor entendem tudo”, “o homem fiel será coberto de bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará impune”, os justos não andam perdidos e sem conhecimento, mas ainda que discirnam tudo não caem na vaidade de tentar convencer os tolos. Os justos serão supridos porque têm as prioridades certas, não têm pressa de serem ricos e importantes no mundo, mas de exercerem reta responsabilidade diante de Deus. 

06/08/22

Responsabilidade e retidão (6/92)

      “Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão.Salmos 84.11

      Responsabilidade pessoal significa assumir culpas e obrigações como deveres pessoais, não cobrando de outros dívidas que são nossas, nem tornando os outros encarregados por trabalhos que nos cabem. A definição parece simples, mas nós, seres humanos, somos especialistas em agir de maneira irresponsável, deixando de executar tarefas que competem a nós e a mais ninguém. Isso nos traz vários problemas e em várias áreas, mas em se tratando das áreas emocional e moral, nos impede de crescer espiritualmente e de ter uma comunhão plena com Deus. 
      Ainda que sejamos cidadãos civilizados, trabalhadores e honestos, podemos ser irresponsáveis, isso se percebe em existências que evitam o caminho reto. Uma linha reta sai de um ponto e chega a outro ponto usando a menor distância, sem curvas ou zigue-zague, sem ir e retroceder ou pausar, mas sempre indo, à frente, direto ao ponto. No caminho reto sabemos que só temos um opositor, nós mesmos, e que sempre temos um auxílio, de Deus, assim, podemos até ir mais devagar, mas sem confusão ou enrolação, sabemos quem somos, onde queremos chegar e quem está conosco.
      Isso não significa caminharmos sozinhos, aliás, nossas existências têm uma característica inerente, elas nunca estão sós. Sim, fisicamente podemos fazer muitas coisas sozinhos, nos denominarmos socialmente solteiros, mas a solidão talvez seja justamente a dor, não de estarmos sós, mas de nos sentirmos sós. Quem se acha só sofrerá de solidão mesmo casado, mesmo no meio de uma grande família, entre muitos amigos ou cercado por irmãos num templo. O que não nos deixa nunca estar sozinhos, é todo um mundo espiritual invisível ao nosso redor. Acredite, você nunca está sozinho.
      Termos Deus e todo um exército de seres espirituais de luz conosco, é o que nos capacita para sermos responsáveis. Não precisamos culpar os outros ou bajular os outros para dividirmos erros ou obtermos favores, nossas culpas Deus perdoa e nossa força vem de Deus, que move exércitos a nosso favor. Uma característica de Deus, que podemos demorar um tempo para entender, e que muitos nunca entendem, é que Deus não perde tempo com culpas e bajulações. Deus é reto, por isso nos orienta num caminho reto, não existe condenação ou cobrança no melhor de Deus, só existe longe desse melhor.
      Sim, há disciplina em Deus, mas na disciplina se exerce trabalho honesto, para que vençamos certas coisas, aprendamos outras coisas, e sigamos no caminho reto em direção à luz mais alta de Deus. Se gastamos tempo em autocomiseração, em remorsos, em iras e invejas, é porque queremos, não é o Espírito de Deus que nos tortura, somos nós e seres espirituais das trevas que “vibram” numa “frequência” baixa que nós mesmos produzimos. Se dermos ouvidos a Deus seremos levantados pelos anjos de luz, limpos pelo nome de Jesus, e “vibraremos” nas altas “frequências” pelo Santo Espírito. 
      Desculpe-me por usar os termos “vibrar” e “frequências”, você pode tomá-los como metáforas para se colocar pela fé numa posição espiritual, mas penso que eles nos ajudam a entender a oração, em que estabelecemos um contato mental com um Deus espiritual. Conhecer a Deus é aprender a ser responsável, se pecamos, sofremos, mas não precisamos ficar perdendo tempo na culpa, Deus não perde. Pela fé e sempre pela fé podemos nos levantar imediatamente, isso faz com que nos acostumemos com a luz para não sairmos dela tão facilmente, culpa pode fazer mais mal que o erro em si. 
      Neste mundo, quem “gosta” de inferno é quem se posta como demônio, e gosta porque é orgulhoso demais para admitir que sua escolha só o faz perder tempo. Não nos postemos como demônios, mas como anjos, amemos a luz e permaneçamos nela. Deus não tem prazer em nos deixar em infernos, e eis um mistério, no inferno damos trabalho aos anjos, mas no céu ajudamos os anjos em seus trabalhos. Sejamos aqueles que humildemente assumem suas responsabilidades, sozinhos na culpa, mas acompanhados no perdão, e rápidos para nos erguermos no caminho reto para o Altíssimo.

05/08/22

Anjos e demônios (5/92)

      “E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis. Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção. Porque que  quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano. Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.I Pedro 3.8-12

      A humanidade construiu formas físicas para seres espirituais, anjos, arcanjos, demônios, diabos, querubins e outros. Os primeiros homens que tiveram experiências reais com seres espirituais, os interpretaram em suas mentes com determinados formatos, conforme suas culturas e religiões. Podiam ter formas humanas, formas animais, misturas de ambas. Mas será que seres espirituais realmente têm essas formas? Talvez, mas não necessariamente e isso nem é relevante, seres espirituais são espíritos, como Deus. Não precisam de membros para se moverem ou manusearem as coisas, nem de rostos para verem, ouvirem e falarem. Os homens, contudo, no plano físico, fazem ajustes, aproximações, para entenderem e memorizarem as experiências, facilitando interações mentais.  
      Se você, cristão, não aceita isso, se acha, por exemplo, que o diabo é um ser vermelho, com chifres, rabo, cascos, num corpo parte humano, parte animal, aceite, essa imagem é só um estereótipo da civilização europeia, baseada no deus  grego (Fauno para os romanos). O mesmo ser espiritual também é conhecido por japoneses, africanos ou hindus, e para esses o formato físico do ser no papel do diabo é outro, tenhamos cuidado com formatos físicos de seres espirituais. É importante que entendamos também a irrelevância do formato, o que vale é a intenção espiritual dentro dos homens, não importa o que eles imaginem e para onde olham, para reforçar a imaginação, se querem estabelecer contato com o diabo espírito, estabelecerão, acredite, o mesmo vale para outros ídolos, entidades ou espíritos.
      O formato físico que aliamos a seres espirituais da luz pode ser mais adequado com o que eles são. Enquanto aliamos a seres das trevas imagens que criamos em nossas mentes impressionadas pelo medo, por coisas ruins e desconfortos emocionais e morais, por isso “vemos” rostos assustadores, monstruosos, ainda que sejam, para nós no plano físico, só borrões negros disformes, aliamos aos seres da luz asas e vestidos. Não conseguimos olhar direito para a luz forte, vemos reflexos, raios multicoloridos que saem do centro formando estrelas, assim imaginarmos vestidos que se abrem na parte inferior e asas que se expandem na parte superior é explicável. O bem está na concentração de energia perto de Deus, o mal no vazio distante do melhor de Deus, o bem é luz virtuosa e o mal, escuridão moral. 
      O ponto desta reflexão é uma pergunta: o que na prática são anjos e demônios? Eles têm importância pelo que são ou pelo que fazem? Podem estar numa posição em que seus corpos são espirituais, não materiais, assim a substância de seus corpos é diferente da substância de nossos corpos como seres humanos no mundo, mas em relação ao que fazem não são muito diferentes de nós. Gostamos de colocar a culpa nos outros, e se cremos em seres eternamente e absolutamente maus, temos alguém bem adequado para eleger como culpado. Mas será que o diabo e os demônios são mais maus que os homens? Não, nem têm mais influência que eles. Apesar de estarmos presos à matéria nossas intenções e ações podem tanto prejudicar quanto abençoar tanto quando seres espirituais das trevas e da luz. 
      Quando nos colocamos para orar temendo a natureza moral elevada de Deus, humildemente submetendo-nos à capacidade do Espírito Santo, não à nossa, respeitando o livre arbítrio dos seres humanos, pacientemente esperando que todos se aproximem do Altíssimo, quando isso ocorre mais que um diálogo acontece. Orar não é só pedir e agradecer pelo que se recebe, é se permitir ser canal de ligação entre Deus e outros seres, refletindo a luz divina em todos os que estão ao nosso redor, materiais e espirituais, e principalmente aos que citamos nominalmente em oração. Quem realiza essa interação é o Espírito Santo e os seres espirituais de luz, que não fariam esse trabalho se nós não tivéssemos orado a Deus do jeito certo. Deus atua com poder, mas nos concede ser participantes dessa ação. 
      Há seres no plano espiritual em posições morais extremas, mais maus que nós e mais bons que nós, mas no plano físico, ainda que amarrados a corpos materiais, podemos exercer decisões até mais abrangentes. Exércitos celestes são movidos pela nossa intenção, tanto os da luz quanto os das trevas. No plano físico temos livre arbítrio para decidir o que queremos fazer, uma escolha nossa pode ter atuação mais decisiva que a de seres espirituais. Por mais poder que seres da luz tenham, não farão tudo o que podem se nós não autorizarmos. Por outro lado, seres das trevas, ainda que atuem sempre tentando os seres humanos no mundo, têm ação potencializada quando queremos fazer o mal aqui. O diabo e os demônios, por exemplo, não podem matar fisicamente alguém, tragicamente nós podemos.
      Apesar de nossas existências no mundo serem curtas e frágeis, são especiais em relação à eternidade puramente espiritual, ninguém menospreze suas responsabilidades, suas escolhas e seu papel, principalmente quando se coloca em comunhão com Deus para fazer sua vontade. “A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tiago 5.16b), não nos esqueçamos das orações de Elias (I Reis 17.1) e de Daniel (Daniel 10.12-13), esses se colocaram como seres de luz, anjos de Deus, no mundo material. Contudo, quando nos portamos como julgadores do mal, condenando, invejando, maldizendo, odiando, nos fazemos demônios, talvez até piores que os puramente espirituais. Não joguemos a culpa no diabo quando podemos ser até piores, o mundo tem hospedado verdadeiros diabos encarnados.
      Tenhamos cuidado em como vivemos neste mundo, muitos não percebem, mas ainda que dentro de igrejas e sendo cidadãos decentes, desempenham espiritualmente papéis de demônios, e segue um mistério, e poderão continuar assim na eternidade. Demônio não tem direito ao céu, já traz o inferno dentro de si. Outros, contudo, no sofrimento, na falta, não na perfeição, porque ninguém neste mundo o é, mas lutando dia a dia contra seus demônios interiores e prevalecendo, são anjos de luz. Amam sem interesses, buscam a paz com todo o coração, intercedem junto a Deus mesmo pelos que se colocam como seus demônios. A escolha é nossa, a culpa não é do diabo, a responsabilidade é nossa, nós decidimos se queremos ser demônios, Deus atrai todos à sua luz, sejamos anjos, aqui e na eternidade.

04/08/22

Começa na Bíblia e no louvor (4/92)

      “Porque assim diz o Senhor à casa de Israel: Buscai-me, e vivei.Amós 5.4

      Tudo começa na Bíblia e no louvor, entretanto, para muitos, tudo também acaba aí. A Bíblia contém textos sagrados especiais, Deus se revelou ao povo judeu de maneira especial. Textos hinduístas e budistas contêm ensinos bem interessantes, se aprofundando em alguns temas de maneira que nem a Bíblia se aprofunda, se você nunca os leu, eu recomendo, mas a Bíblia entrega uma simplicidade viva e atemporal única. Os textos tidos como registrados em sua maior parte por Davi e Salomão, nos consolaram e nos consolarão sempre (leia em especial Salmos 40.1-4).
      Um salmo pode nos permitir catarses emocionais, nos representa a confidência íntima que o escritor faz de sua experiência, detalhando as percepções  de sua alma. Muitos salmos mostram o autor se sentindo preso e sufocado num buraco, cercado por inimigos, mas a confiança em Deus retira o salmista do cárcere, dá-lhe forças para vencer o que achava impossível vencer e depois, leve como um pássaro, bem acima do problema, o vemos no templo de Deus, adorando-o pela bênção. Nenhum livro religioso entrega palavra assim, parecendo ter sido escrita só para nós.
      Tantos desprezam a Bíblia e só perdem com isso, incluindo religiosos e espiritualistas. Olham para o cristianismo desviado do mundo, prendem-se a interpretações ao pé da letra de certas passagens bíblicas, a óticas fora de contexto e preconceituosas, e se privam de beber da água e comer do pão que o Espírito Santo nos dá através do cânone bíblico. Nunca despreze a Bíblia, Deus tem mudado o mundo, a minha e a tua vida por ela, só dê ao mesmo Espírito que inspirou escritores bíblicos, a prioridade que tem como fonte original, fresca e eterna da palavra de Deus. 
      Existe um motivo do porquê o louvor ter ganho tanta relevância nos cultos, principalmente nos últimos trinta anos, pelo menos no que eu acompanho as igrejas protestantes e evangélicas no Brasil. Ele é o meio mais rápido e eficiente de se estabelecer comunhão emocional, física e espiritual com o Deus Altíssimo. Não, não são só belas melodias, letras passionais, ritmos contagiantes, tudo com arranjos instrumentais que têm se tornado cada vez mais profissionais, mesmo em igrejas pequenas. Deus é tocado com essa música e as portas do mundo espiritual são abertas.
      Muitas vezes estou no início da madrugada, quando esposa e filhas já estão dormindo, assistindo algum telejornal, e minha boca simplesmente se “enche” de línguas espirituais, algo poderoso de cima para baixo me puxa para adorar a Deus. Ter uma experiência assim e constante exige de nós andar em Espírito, manter a mente limpa, estar com ouvidos e olhos espirituais sempre atentos, mas como é maravilhoso. Orar não se torna peso, sacrifício, difícil, mas é natural, fácil, e nos leva a ter mais e mais experiências com o mundo espiritual. Somos todos chamados a isso. 
      Tanto na leitura correta da Bíblia quanto no objetivo maior do louvor está a pessoa do Espírito Santo, um procedimento tão importante de Deus após a subida de Jesus ao céu, mas que muitos não entendem, não buscam entender e não vivem. A maioria dos cristãos prefere religião, sentar-se nos bancos, assistir experiências de outros, experimentar êxtases no louvor, mas para aí, não dá seguimento àquilo que o Espírito Santo tem para dar. Se há alguma consagração diferenciada é só enquanto se aguarda solução de uma contingência, depois volta-se ao início. 
      Até quando? Não por muito tempo mais, os dias urgem, uma passagem de era ocorrerá, o velho não poderá mais entregar o novo, só o novo entregará o novo. Essa mudança ocorre na própria alma humana, que está enjoando do velho, mesmo com boa música e estudos bíblicos com cara de novidade, o espírito sente que o velho não alimenta mais. O xeque-mate está ocorrendo com o velho cristianismo apoiando um lado negro da política do mundo, o que a igreja católica fez por séculos, evangélicos querem continuar fazendo, estabelecer o reino de Deus na Terra. 
      Ore mais a Deus, santifique-se mais, busque os dons espirituais, fale em línguas espirituais, profetize, peça sonhos e visões, enfim, viva o chamado sobrenatural de Deus e em Deus. Se na vida deste planeta boas faculdades, boas leituras, conhecimento de outros idiomas, uma visão mais ampla do mundo, abrindo-nos mesmo para estudarmos, trabalharmos e vivermos fora do Brasil, é crescimento, na vida espiritual quem nos leva é o Espírito Santo e experiências profundas com os dons espirituais. Creia, Deus nos chama para mais, busquemos mais a Deus e vivamos! 

03/08/22

Onde está a felicidade? (3/92)

      “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne.Filipenses 1.21-24

      Deus não impõe ao homem buscá-lo, não de fora para dentro. Os que tentam essa busca porque uma religião que lhes foi ensinada pelos pais lhes impõe isso, ou que a fazem por se sentirem obrigados pelo remorso, achando que se não buscarem a Deus cairão em desgraça, não buscam com intenção correta. O que a busca de Deus tem a ver com felicidade? Para muitos nada, muitos não creem no que a ciência não comprova e são materialistas felizes. Será que são mesmo? Talvez tanto quanto os que buscam felicidade só na religião. Somos felizes? Sermos cristãos em igrejas, nos faz felizes, pelo menos mais que os outros? 
      Uma das razões de muitos não serem felizes é acharem que devem ser felizes. Ninguém é feliz, não o tempo todo. Isso não significa que não podemos achar a paz e momentos de alegria. A felicidade não está no sentimento que existe após uma exaltação, mesmo que essa exaltação seja por algo benigno e positivo, toda exaltação passa. A felicidade está na serenidade que se experimenta na humildade, quando se aceita do jeito correto que mesmo que nada aconteça se está em paz. Felicidade não se prova com força, mas com descanso, não no clímax, mas na calma que existe mesmo sem ter havido clímax. Felicidade está na morte.
      Como assim, morte? Mas não somos ensinados o tempo todo, inclusive nas igrejas, que felicidade é vida e eterna? Sim, mas existe vida neste mundo? Não, a matéria existe para morrer, lutar contra isso é o que nos deixa infelizes, assim aceitar a morte inexorável é ser feliz. Isso não é dar um tiro na cabeça, nem viver moralmente de forma irresponsável, mas é aceitar certas finitudes como seres humanos, não nos achando eternos e poderosos como deuses. Felicidade é a morte da matéria para que o espírito viva, esse é o ensino do Sermão da Montanha. Parece, contudo, que o homem atual não quer morrer de jeito algum.
      Não que não se reconheça que o pecado causal é o do interior, e que o exterior é só efeito, como ensina o evangelho. A ciência também é ouvida, buscando-se melhorar qualidade de vida para que se viva mais e num planeta mais bem cuidado. Mas até que ponto essas bandeiras são só desculpas para negar a morte da matéria e não priorizar a vida eterna do espírito? Porque a humanidade, ainda que com valores mais altos e direitos mais amplos que há tempos atrás, segue materialista, o cristianismo o é, a eternidade se torna cada vez mais mera fábula. Dessa forma nega-se a morte, glorifica-se a matéria e esquece-se de Deus. 
      Na obsessão de se querer ser feliz a todo custo não se é, amor à existência neste mundo leva à morte, em achar que o ser humano e a ciência podem tudo só há a tentativa de matar o espírito imortal. A busca de Deus não nos é imposta de fora, mas de dentro, de dentro de nós mesmos, é nosso espírito que clama por Deus, ainda que não seja ouvido. Felicidade maior está em buscar e achar Deus, isso só é possível com ferramentas espirituais. Enquanto isso administramos o mundo e nossos corpos da melhor maneira possível, com inteligência e ciência, mas sempre colocando isso em seu devido lugar, no plano material. 
      No texto bíblico inicial Paulo nos apresenta um nobre dilema, e que inveja “santa” nos dá desse dilema. Se morrer é estar com Cristo, viver é amar as pessoas, ah, meus queridos, como estamos distantes desse alvo. Queremos justamente o oposto, viver sem Cristo e para nossos egos, e morrermos para nos livrar das pessoas e da dor. Quem não sabe viver, não morre bem, mas quem vive certo, está preparado para a morte, ainda que não a busque. Esforcemo-nos, façamos nossa parte para termos vidas dignas aqui, cuidemos também do planeta, nossos filhos e netos precisarão dele para se prepararem bem para a eternidade. 
      Uma boa maneira de olharmos o mundo é vê-lo como sala de aula, ninguém quer estudar num lugar ruim. Queremos ambiente arejado, protegido das intempéries, mas também com clima social de igualdade e respeito. Como alunos estamos o tempo todo trabalhando, o estudo é nosso trabalho, assim temos responsabilidades. O professor não é a ciência, ela ajuda a manter a sala e os alunos bem, mas só dá o suporte, quem nos ensina é um Deus espiritual. Por mais que o recreio seja gostoso, não está nele nossa felicidade maior, essa teremos quando passarmos pela prova final e formos aprovados, só na eternidade. 

02/08/22

Para que viemos ao mundo? (2/92)

      “Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino. Mais preciosa é do que os rubis, e tudo o que mais possas desejar não se pode comparar a ela. Vida longa de dias está na sua mão direita; e na esquerda, riquezas e honra. Os seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas de paz. É árvore de vida para os que dela tomam, e são bem-aventurados todos os que a retêm.Provérbios 3.13-18

      Certas coisas não precisam ser ditas, melhor serem mantidas em segredo, entre nós e Deus. Alguns pecados confessados e perdoados são assim, muitos costumam nos condenar pelos restos de nossas vidas por algumas coisas que fizemos, mesmo que tenham sido corretamente resolvidas em Deus. Evangélicos são os que mais cometem esse engano, justamente eles que pregam perdão em Cristo. Mas muitos deles pensam que as pessoas têm que estar prontas depois que entram em igrejas, assim podiam até errar antes de se tornarem membros oficiais dessas, mas depois não mais. Muitos cristãos não entendem que Deus usa muitas coisas e muito tempo para aperfeiçoar os homens, incluindo idas, saídas e voltas a igrejas. 
      Dessa forma, às vezes é melhor deixarmos certos assuntos só entre nós, Deus e pouquíssimos amigos verdadeiros, mais que irmãos oficiais de igrejas, mas gente que realmente nos ama. Mas o ponto aqui é manter em segredo não erros, mas acertos, e não me refiro à qualquer promoção profissional onde se tem algum aumento de salário, e tem gente, incluindo crente, que tem esse pensamento. Muitos não gostam de falar de prosperidade material, acham que isso atrai inveja, que bobagem, ainda que se deva ter sabedoria nesse assunto, inveja é problema de quem inveja. Alcançarmos nossas vitórias deve nos fazer mais humildes, mas não mais medrosos ou desconfiados. Esta reflexão também tem a ver com humildade.
      O título foi “para que viemos ao mundo?”, você já entendeu qual é tua chamada principal nesta vida? Tenho visto gente com chamada clara, não só para viver, mas para divulgar vida com Deus, Bíblia, ou de maneira genérica, alguma religião. Parece que muitos desses começam bem, compartilham verdades recebidas de Deus e as vivem, não há neles hipocrisia nem invenções, mas num determinado momento a coisa fica estranha. As pessoas se acomodam com um nível alcançado, e com o respeito que esse nível confere a elas diante de outras pessoas, então, se acham com capacidade e no direito de falarem mais que o necessário, não só coisas certas na hora errada, mas coisas erradas, fugindo de suas chamadas iniciais. 
      A vaidade, sempre ela, se não derruba no início, derruba no fim, e não duvidem, todos são tentados por ela. Não sei de alguém, que não seja Cristo homem, que não tenha vencido plenamente a vaidade. Se não podemos vencê-la, convêm-nos ficar longe das situações que nos expõem a ela, o que mais nos expõem a ela é vida pública. Somos seres humanos, como tais precisamos de vida social, nossa identidade é construída na sociedade, não no isolamento. Mas retiros espirituais podem ser úteis e orientados por Deus, não só temporários, mas definitivos, a partir de um momento de nossas vidas. Isso não é fugir para o mato e ficar lá, mas focar na busca espiritual mais profunda, melhor anonimato com Deus que fama com homens. 
      Como já dissemos outras vezes aqui, o caminho do justo é definido pelo fim, não pelo início, e se pode começar bem, deveria terminar ainda melhor. Qual o melhor fim para todos nós? É aquele que prioriza o motivo principal de termos vindo a este mundo, conhecimento de Deus. Pelo que tenho aprendido, é mais conveniente buscarmos mais profundamente esse conhecimento de maneira secreta, evitando compartilhá-lo em púlpitos, sejam físicos ou  virtuais. Isso é para quem entende que o melhor que podem ter neste plano físico é espiritualidade, não riquezas e fama. Na intimidade do Senhor há verdade e paz, no aplauso do mundo há falsidade e dor. Felizes os chamados à humildade, acharão provisão e proteção do Altíssimo. 
      Deus nos usa para abençoar os outros, feliz o que perde para dar ao próximo, contudo, ganharmos a nós mesmos sempre é prioridade. Muitos, querendo ser vistos como altruístas, trabalhadores, espirituais, tentam ganhar o mundo e acabam se perdendo. Há os humildemente arrogantes, os sinceramente falsos, os estupidamente sábios, os termos são antagônicos, impossíveis de serem vividos ao mesmo tempo, mas muitos tentam, por vários motivos. Vaidade é o principal, mas ela conduz à incredulidade e ao desvio do plano original de Deus para nós. Muitos um dia entenderam o evangelho, mas sucumbiram à vaidade do mundo, assim tentam o impossível, serem honrados por Deus e pelos seres humanos ao mesmo tempo. 
      O texto bíblico inicial fala sobre sabedoria, uma característica do sábio é apurada percepção de tempo, ele sabe exatamente quando chegar, quando ficar e quando sair. Se o cristianismo exige chegada com fé, se crescermos dentro de igrejas e religiões requer que permaneçamos olhando para Deus não para homens, conhecimento mais profundo do Altíssimo pede retirada de meios sociais. No mundo atual, distanciamento de redes sociais na internet, é algo sábio a ser feito, mas isso só por quem não tem mais a insegurança de querer prevalecer em polêmicas, nem a vaidade de se exibir como vencedor e feliz. A verdade é que hoje nos apresentamos com menos cuidado na internet, que ao vivo, em igreja, trabalho, escola e família. 
      O final do texto me chama a atenção, “todas as suas veredas (são) de paz, é árvore de vida e são bem-aventurados todos os que a retêm”. Paz, vida e felicidade, mas para os que a retêm, assim, se no início é preciso sabedoria, muito mais no fim. É no final de nossas vidas, já com corpos físicos cansados e limitados para novos empreendimentos no mundo, que precisamos avaliar o que somos. Atingimos aquilo para o qual viemos? Cuidado, não use referências de homens, nem de homens religiosos, os homens não sabem aquilo que de fato precisamos vencer para chegarmos melhores no final. Muitos acham que somos perdedores na área financeira, mas não sabem o preço que pagamos para nos tornarmos moralmente limpos.
      Viemos ao mundo para melhorarmos, isso necessariamente não se evidencia em vida religiosa ou em riquezas materiais. Não julguemos ninguém, mas respeitemos todos, se entendemos para que viemos ao mundo e conseguimos viver isso, também administraremos os outros com amor. O que puder fazer, faça, o que não puder, não faça, mas não seja cobrador do próximo. Confie em Deus que sustenta o que não tem quem o auxilie, e que conduz à humildade o que não precisa de ajuda de homens, para que não se exalte por isso. Saiba quando parar de correr atrás de dinheiro, busque mais a Deus, se a vida é incerta, a morte não é. Adquira a sabedoria mais alta, o bem maior que achamos neste mundo e que poderemos levar ao outro. 

01/08/22

Por que somos cristãos? (1/92)

      “Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.I Samuel 16.7

      Iniciando hoje, noventa e duas reflexões sobre espiritualidade, santidade, fé, mundo, eternidade, temas que cumprem o objetivo maior da chamada profética do espaço “Como o ar que respiro”. Por que falarmos sempre disso? Talvez a pergunta seja: por que somos cristãos se não for para entendermos e vivermos tudo isso? A não ser que estejamos querendo com o cristianismo só mais uma religião, se for isso fatalmente seremos presas de homens, não livres em Deus, manadas de líderes humanos, não rebanho espiritual de Jesus. O que de fato queremos como cristãos, indo a igrejas, lendo Bíblia, cantando louvores e orando? 
      O cristianismo é lugar bem adequado para quem quer só uma religião, principalmente na católica, com suas pomposas liturgias, com suas catedrais carregadas de história e de tradições, com cultos padronizados por sacramentos e dogmas. Quem não se sente num lugar digno de respeito quando está num templo católico? Parece museu, pede seriedade e austeridade por si só, mesmo que não esteja havendo uma missa. Isso é ruim? Não necessariamente, sou protestante desde os dezesseis anos, hoje tenho sessenta e dois, mas ainda sinto algo religiosamente instigante quando estou numa dessas velhas construções católicas. 
      Tive uma experiência significativa aos dezoito anos, quando fazia faculdade na P.U.C. de Campinas. No intervalo fui até à capela da universidade, uma sala comum, com cadeiras e um altar resumido à frente, me ajoelhei e me pus a orar. Um padre então entrou e me exortou duramente, disse ele, “como você se coloca de costas para o altar?”, intimidado saí do local. Eu estava de joelhos, de frente para uma cadeira, mas de costas para a frente da capela, isso escandalizou o sacerdote. Não  importou a ele o fato de eu estar falando com Deus, mas só o fato de eu ter inflingido algum protocolo, nem quis saber se eu era católico ou não. 
      Seria injusto de minha parte fazer qualquer generalização, dizer que todos os sacerdotes católicos agem assim, nem estou me eximindo de ter desobedecido alguma regra importante para alguém, mas ele poderia ter me perguntado se eu conhecia a regra. Aquilo poderia ser uma oportunidade dele me evangelizar, afinal deve ser mais fácil para alguém que está orando dentro de uma capela querer a Deus que outras pessoas. Mas como eu disse foi uma experiência significativa, revelou uma faceta icônica do cristianismo católico, a importância que ele dá a símbolos, rituais e tradições, mais que ao vivo Espírito Santo do Deus altíssimo. 
      Sei que critico o catolicismo, e também critico o protestantismo, mas critico como instituições, já o ser humano católico ou evangélico, sincero e cheio de fé, não deve ser julgado. Deus ouve todos os que o buscam, estejam onde estiverem, e muito mais em catedrais e templos, que ainda que carregados de tradições e mesmo de doutrinas adicionadas ao puro evangelho, recebem quem ora ou reza em nome do Cristo. Mas isso também não me desobriga de instar sobre a necessidade de experiências espirituais mais diretas e profundas com Deus, e para isso nem é necessário muito do que o cristianismo do mundo exige. 
      Um perigo da religião é nos acomodarmos a ela e acabarmos achando que ela é Deus, usando o exemplo acima, se eu não rezar de frente para o altar estarei pecando. Esse tipo de entendimento já deveria ter ficado claro para todos nós que é errado, baseado nas reações que Cristo homem teve diante dos religiosos judeus do primeiro século, quando exortou sobre a relevância do interior sobre a aparência, do espírito sobre a matéria, do amor sobre protocolos religiosos. Contudo, fazem mais ou menos dois mil anos que Jesus esteve no mundo e religiosos ainda não entenderam o que é a religião que de fato agrada a Deus. 
      Reflitamos um pouco mais, não em como somos vistos como religiosos no mundo, não em como a sociedade nos vê como católicos, batistas, presbiterianos, assembleianos ou outros. Os homens veem o exterior e podemos passar vidas inteiras nos esforçando para exibirmos bons exteriores religiosos para eles, mas o que de fato há em nosso interior só Deus sabe. O que levaremos para a eternidade? Nossos espíritos, o que está dentro de nós, as aparências todas ficarão neste mundo. Que tenhamos coragem de vencer o orgulho e a vaidade de querer mostrar, não ser, e ser para Deus, não para padres, pastores ou outros. 
      O texto bíblico inicial relata a chamada de Davi, quando seu pai tentou apresentar ao profeta Samuel outros de seus filhos, porque achava que esses agradariam mais, mas Deus disse que escolheria conforme o coração, não pela aparência externa. Muitos se fiam em igrejas pela grandiosidade que elas têm no mundo, sentem-se seguros de estarem agradando a Deus porque, afinal de contas, são membros fiéis de instituições estabelecidas, como a milenar igreja católica, ou mesmo protestantes seculares. Mas mesmo denominações evangélicas e pentecostais mais novas, inspiram confiança em muitos por terem grandiosos templos.
      Grandioso é o engano de muitos, mas é ele que impede tantos de buscarem mais direta e profundamente a Deus. A busca verdadeira requer aprovação só de Deus, não de homens, exigirá consagração e oração solitárias, sem o suporte luxuoso de templos e ministérios. Isso não significa sair de igrejas, de forma alguma, mas significa colocá-las em seus devidos lugares, locais para reuniões sociais e um conhecimento mais exotérico de Deus, bom para crianças e novatos na fé, eis a verdade, e não interpretem isso como algo arrogante. Não é arrogância, é humildade, quem busca mais a Deus não faz propaganda, guarda para si. 
      Será que os outros irmãos de Davi, apresentados orgulhosamente pelo pai a Samuel, suportariam toda a perseguição que Davi recebeu diretamente de Saul, o rei deposto por Deus e que não aceitava isso? Davi teve que viver como pária por algum tempo, até ter a honra de ser entronizado rei de Israel. Quem quer a vaidade de parecer bom religioso para homens não suporta as provas da busca da espiritualidade mais alta, provas para a humildade e a santidade mais puras. Por que somos cristãos? Se somos para Deus nada nos impedirá de sermos, nem nossos egos, nem os homens, nem os demônios, nem o mundo, nem a religião.