Verdade pura é eterna (7/7)

      “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” João 8.12

      Você consegue ser santo sem frequentar cultos? O que te fortalece, Deus ou o costume religioso? Muitos são fracos para serem fortes sozinhos, sem o apoio social, Deus respeita e usa isso. Mas se forem tiradas do Cristo que você segue, as vestes reais que a Igreja Católica pôs, as vestes teológicas que o protestantismo colocou, as camadas de dogmas e doutrinas, de liturgias e ritos? Se o Cristo que você crê fosse tirado de tronos luxuosos que o cristianismo do mundo construiu, ainda assim você o seguiria? Pois creia, Jesus tem vestes luxuosas, de virtudes morais altas, está num trono acima de tudo, de luz e bem, ele não precisa de mais que isso. Essa é a verdade que todos precisam conhecer, suficiente para dar vida eterna.

Verdade coletiva não basta (6/7)

      “Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações.” I Tessalonicenses 2.4

      Cada pessoa ter uma verdade interior dentro de si, não faz existir uma religião para cada ser humano. Há algo mais forte, para a maioria das pessoas, que a necessidade de praticar uma crença espiritual, a necessidade de pertencimento a um grupo social, de ter pares que aprovem suas escolhas de vida. Por isso tantos ficam tanto tempo dentro, não de religiões, mas de templos de igrejas locais, pelo social, não é por Deus. Não que não queiram Deus, querem, mas o “Deus” compartilhado num coletivo. Deus abençoa as pessoas dessa maneira, ninguém duvide, mas estamos chegando num momento quando serão necessárias escolhas corajosas, onde as pessoas terão que seguir verdades pessoais, não acomodarem-se às coletivas.

A verdade interior (5/7)

      “Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” Romanos 10.12-13

      Quando dizemos que a verdade está dentro de nós, e não fora, não estamos limitando-a ao homem. A verdade está em Deus, esse não pode ser contido, mas compartilha-se à medida que espiritualmente nos elevamos e nos tornamos parte dele. Mas neste mundo, esse Deus sem início, sem fim, com dimensões imensuráveis e virtudes altíssimas, por isso poderoso para criar e manter todas as coisas, visíveis e invisíveis, conecta-se a seus filhos (suas criaturas) através de portas individuais. Nenhuma porta é igual a outra porque nenhuma pessoa é igual a outra, por isso tantas religiões, assim o todo-poderoso se adapta para que entendamos sua atração de amor. Nessa adaptação a percepção de verdade de cada ser varia. 

Achar-se dentro de si (4/7)

      “Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.” Jeremias 31.33-34

      Nos expormos a mudanças para entendermos que há coisas que nunca mudam, isso é descobrir os princípios que determinam nosso caráter, isso é se achar. Quem se perde para se achar descobre algo novo fora de si? Não, entende algo que sempre esteve dentro dele, na vocação espiritual que Deus pôs em seu espírito. Quem fica preso uma vida toda dentro de uma religião, muitas vezes nem por escolha direta, mas só para administrar herança que recebeu de escolha dos pais, esse encontra Deus e sua vocação espiritual? Sim, muitos, não podemos generalizar a vida e as maneiras que Deus usa para aperfeiçoar as pessoas. Mas aos chamados, não tenham medo, aventurem-se, se focarem em Deus não se perderão, se acharão e bem melhores. 

Perder-se da religião (3/7)

      “Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.” II Coríntios 3.5-6

      Jesus nunca fica velho, nunca é superficial, nunca está restrito à religião do homem, ainda que essa seja uma religião poderosa e que já dominou o mundo ocidental política e economicamente. Contudo, esse Jesus livre, alto e único, só conhecemos se nos desligarmos da religião e buscarmos diretamente a Deus pelo seu Espírito, portanto, na visão de muitos, se nos perdermos. Uma religião é um pequeno pasto delimitado por cercas, ela tem utilidade para conduzir a Deus, mas no tempo atual não é mais tão útil para a maioria como foi no passado. Sair do pasto não é sair de Deus, Deus é muito maior que as religiões, mas é preciso nos libertarmos da zona de conforto das experiências dos outros para termos as nossas, nos aventurarmos no desconhecido. 

Perder-se ou achar-se? (2/7)

      “Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, acha-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma? Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.” Mateus 16.25-27

      Muitos estão se perdendo e acham que estão se achando, outros se perdem para poderem se achar. Achar nossa vocação maior neste vida é encontrar o equilíbrio entre segurar e abrir mão, entre aventurar-se no desconhecido e ser fiel a princípios. Não acharemos texto bíblico com as considerações desta reflexão, não palavras diretas. Os ensinos de Paulo, por exemplo, são objetivos, fé em Cristo para se obter salvação eterna, mantendo-se santo neste mundo, mas as nuanças do ser humano moderno, com o conhecimento emocional que a ciência trouxe, não são contempladas por alguém do século um, ainda que um singular homem de Deus. Hoje, conhecer a Deus é mais que obedecer uma lista de leis, requer escolhas profundas e constantes checagens entre teoria e prática. 

Para achar a vocação (1/7)

      “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.” II Pedro 1.10-11

      Qual é a nossa vocação espiritual nesta vida? Por ser espiritual não é definida por nós, pelos homens ou pelo mundo, mas por Deus, sendo de Deus vai além de nossas vidas aqui, tem propósito moral, não material. Assim, ainda que nasçamos com aptidões e talentos, ainda que adquiramos experiências e capacitações na família e na academia, nossas profissões não definem nossas vocações. Muitos, por fazerem bem uma coisa, acham que suas vocações são para serem prósperos aqui, assim empreendem no mundo e se tornam profissionais reconhecidos. Mas a vocação espiritual pode ser justamente abrir mais de vocações materiais que os homens veem, para aperfeiçoar algo invisível e eterno que será revelado depois.

Amor anula vingança

      “E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas.” Marcos 11.25-26

      Vingança, quando cola é difícil sair, principalmente se nos sentimos vítimas de ações imerecidas. Mas quando merecemos achamos justificativas para não merecermos, de modo que nós sejamos os oprimidos e os outros os opressores. Podemos nem exteriorizar a vingança, ela pode ficar escondida no fundo do nosso coração, mas existe à medida que torcermos, mesmo que discretamente, para que de alguma forma quem nos feriu se dê mal. Não é fácil anular intenção vingativa, pode ser luta constante, principalmente a rancorosos crônicos, vingança não se vence tentando esquecê-la, mas amando. Se formos humildes e misericordiosos, o amor ganha espaço em nossas almas e se torna maior que a vingança até que ela suma.

Não desista, falta pouco

      “Com o puro te mostras puro; mas com o perverso te mostras rígido. E o povo aflito livras; mas teus olhos são contra os altivos, e tu os abaterás. Porque tu, Senhor, és a minha lâmpada; e o Senhor ilumina as minhas trevas.” II Samuel 22.27-29

      Não desista, os outros vão desistir, de muitas coisas, inclusive de você, vão desistir de perdoar, de crer, de buscar a Deus. Ainda que se esforcem ainda mais para ganhar o mundo e os homens, deixarão morrer as almas, serão corpos coloridos e ativos por fora, mas cinzas e amortecidos por dentro. Mas não desista, de abrir mão do ego e da vaidade, mesmo quando isso te fizer ser esquecido e desconsiderado pelo homem, não desista de se redimir, mesmo que todos achem que você não tem mais jeito. Não desista de ser humilde, não exija nem cobre, ainda que busque o ideal de santidade e de amor do Altíssimo, não desista de acreditar. Ninguém que confia em Deus de todo o coração termina seus dias sem honra ainda neste mundo. 

Alimente o espírito

      “Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou.” João 6.26-27

      Muitos acham que Deus age quando temos fé ou tomamos alguma atitude, mas pondo a ação do Senhor como dependente de uma força do homem. Deus não depende do homem, mas ama o ser humano e deseja que esse seja melhor, não neste e para este mundo, mas nas virtudes morais e para a eternidade espiritual. Assim, na passagem de João 6.17-21 Deus age, não porque os discípulos tiveram uma mudança de mente que desencadeou o poder de Deus, mas porque os discípulos aprenderam o que o Senhor queria lhes ensinar com o acontecimento. Deus não precisa de nenhuma potência nossa, mas aguarda que nossa fraqueza seja assumida, para nos mostrar que a existência é bem mais que saciar o corpo, é vivificar o espírito.

Começa na mente

      “E, entrando no barco, atravessaram o mar em direção a Cafarnaum; e era já escuro, e ainda Jesus não tinha chegado ao pé deles. E o mar se levantou, porque um grande vento assoprava. E, tendo navegado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram a Jesus, andando sobre o mar e aproximando-se do barco; e temeram. Mas ele lhes disse: Sou eu, não temais. Então eles de boa mente o receberam no barco; e logo o barco chegou à terra para onde iam.” João 6.17-21

      Quando estamos com olhos e ouvidos espirituais mal calibrados, ocupados com o problema, mais que com solução de Deus, podemos confundir até a solução de Deus com outra coisa. O mar estava com fortes movimentos, um grande vento assoprava e os discípulos estavam sem a presença física, portanto naquele momento, visível, de Deus. Mas será que Deus não estava com eles? Claro que estava, sendo assim, se precisassem de ajuda, enviaria Jesus, ainda que de forma milagrosa, andando sobre as águas. Contudo, o medo era maior e vendo Jesus temeram, achando que fosse um fantasma ou outra coisa, mas era a solução de Deus. Quando a mente mudou, Deus agiu e o problema foi resolvido. 

Não basta querer ser

      “Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação.” Salmos 24.3-5

      Quando estamos na presença de Deus tudo muda, referências de prazer e de dor, dificuldades para amar, aflições do mundo. Tudo apequena-se sob o santo monte do Senhor, posição espiritual altíssima que o Santo Espírito nos coloca quando nos atrai para sair do pecado e estar perto de Deus. Mas e depois? Depois queremos ser melhores, não pecar mais, não odiar mais, não temer mais, não trocar a paz por coisas às vezes tão menores. Contudo, a vida precisa seguir, e é então que temos que fazer nossa parte, Deus já fez a dele, proporcionou-nos um novo estado de consciência, a esperança onde havia angústia e desânimo. Compete-nos agora segurar experiência espiritual no corpo físico, orando e vigiando para não mais pecar. Não basta querermos ser, devemos ser. 

Atração amorosa

      “Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.” Jeremias 31.3

      Com um amor incompreensível para nós, o Senhor exerce paciência e nela nos atrai à sua presença ainda que estejamos teimando em pecados antigos, que a partir de um momento nem nos trazem mais tanta satisfação, antes, só machucam nossos corpos. Enquanto estamos neste mundo, Deus não desce, não pode descer, é santo demais para habitar entre seres encarnados, mas ele atrai nossos espíritos para subirem, assim Deus nos chama, e sua chamada não é só uma manifestação verbal nos convidando para estarmos perto dele. Sentimos uma sensação forte e inexplicável para estar com Deus, dessa forma sua chamada não só convida, mas capacita o convidado para se mover emocional e mentalmente para se pôr perto dele e de sua paz. 

Favor impagável

      “Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.” Tiago 4.6

      Quantas vezes pecamos, e nem é algo grande aos olhos do homem, que trai alianças ou que escandaliza o nome de Deus publicamente, é algo menor, privado, mas que sabemos que desagrada o Espírito Santo e que quebra nossa conexão mais íntima com Deus. Ainda que na verdade pecado não tenha tamanho, se nos distancia do melhor do Senhor é pecado, vícios menores podem ser portas para rebeldias maiores, à medida que deixam nosso emocional fraco e desanimado. Mas quantas vezes insistimos nos vícios e ainda assim Deus segue nos amando e se aproximando de nós, dando-nos sempre uma nova oportunidade para desfrutarmos sua paz e continuarmos nossa jornada de trabalho no mundo e espiritual para a eternidade.

Pare de correr

      “Não darei sono aos meus olhos, nem repouso às minhas pálpebras, enquanto não achar lugar para o Senhor, uma morada para o poderoso Deus de Jacó.” Salmos 32.4-5

      Muitas vezes estamos sempre correndo, dizemos aos outros e a nós mesmos que corremos porque é preciso. Muitas vezes de fato a vida moderna pede que corramos, mas nem sempre, assim, se podemos ficar parados inventamos desculpas para seguirmos correndo. Se pararmos teremos que avaliar nossas vidas e pode haver coisas nelas sobre as quais não queremos pensar profundamente. Correndo construímos muito no mundo, adquirimos reputação profissional, mas será que isso leva à cura emocional de nossos principais problemas? Pare, se olhe com calma e não saia da presença de Deus enquanto não achar paz, corra, mas para achar um lugar para Deus dentro de você, não para conquistar conforto para seu corpo. 

Queira certo e terá

      “Do homem são as preparações do coração, mas do Senhor a resposta da língua. Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o Senhor pesa o espírito. Confia ao Senhor as tuas obras, e teus pensamentos serão estabelecidos. O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até o ímpio para o dia do mal.” Provérbios 16.1-4

      Muitas coisas podem habitar nossas mentes, muitos sentimentos turvarem nossos corações, sonhos, medos, culpas, paixões. O que fica, faz bem e permanece? O que Deus quer, o Senhor vê além de pensamentos e emoções, ele olha o espírito, sua sinceridade do bem, seu desejo de ser justo, seu amor puro, sua fé persistente. Quem coloca o Senhor na origem, no meio e no final de sua vida, que sonha em Deus, trabalha por Deus e quer agradar a Deus, esse só depende de Deus. Esse desejará certo, com humildade e paciência, assim verá seus desejos não só realizados, mas abundantemente realizados. Até o ímpio, sua maldade, seu egoísmo e sua vaidade, são ferramentas do Altíssimo para beneficiar aquele que nele confia. 

Aventura do mistério (2/2)

      “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória” Colossenses 1.26-27

      O propósito mais alto, sob o instinto para desvendarmos mistérios, é conhecer a Deus, que por ser espiritual e por estarmos encapsulados na matéria se torna desafio só superado por fé. Muitas aventuras que empreendemos no mundo são só tentativas de satisfazer curiosidade espiritual, não social, afetiva ou intelectual. Mas na verdade, a aventura de viver tem dois campos de trabalho, material e espiritual, assim, se antagonizam valores passageiros com eternos. Contudo, ver carne e espírito só como inimigos em conflito não é a verdade completa. Precisamos de corpos e do planeta para evoluirmos espiritualmente, assim ainda que nos preparando para os mistérios da eternidade, temos que nos aventurar na Terra.

Movidos a mistério (1/2)

      “Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Coríntios 2.6-8

      Somos movidos por mistérios, ainda que o desconhecido cause medo, é ele, não o conhecido, que nos incentiva a seguir e empreender. É um dos instintos que a evolução física do ser humano no mundo, sob um propósito espiritual e eterno de Deus, nos deu, que nos conduz à conquista do planeta e ao aperfeiçoamento científico. Por mais que digamos que é necessário superar certos limites, muitas vezes isso não têm tanta urgência, mas ainda assim queremos ultrapassar limites pelo prazer do mistério. Uma das coisas que segura casamento por muito tempo é o mistério, o conhecido entedia, mas quem acha um amor duradouro é instigado dia a a dia a conhecer algo bom e novo de forma natural, não forçada, isso nos mantém jovens. 

Ser mais é ser mais humilde

      “Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.” Romanos 15.2-3

      Um formado em curso superior de física não pode exigir que um aluno do ensino fundamental, ainda o melhor da turma, entenda o que ele diz sobre física avançada. Espiritualmente é semelhante, os seres humanos neste mundo não estão no mesmo nível espiritual. Muitos vivem um cristianismo sincero e nele têm experiências reais com Deus, ainda que sob preconceitos e conservadorismos de igrejas cristãs. Mas há uma diferença na área espiritual, enquanto o superior intelectualmente pode ensinar o inferior e ter desse o direito de ser respeitado, o superior espiritualmente não deve exigir entendimento ou aceitação do inferior, não pode querer convencer por saber mais, deve ser humilde e paciente com quem menos sabe em amor.

Poucos amigos

      “O que ama a pureza de coração, e é amável de lábios, será amigo do rei.” Provérbios 22.11

      Não precisamos ter muitos amigos, poucos bastam. O primeiro amigo é Deus, com Deus como amigo podemos ter muitos inimigos, e desses os piores são os falsos, disfarçados de amigos ou achando que nos dão mais que damos a eles. Se tem uma característica da amizade verdadeira é ausência de cobranças, com amigos não nos sentimos andando em campo minado, não sabendo onde pisamos, tendo medo que se não tomarmos muito cuidado uma frase dita sem intenção pode deflagar uma guerra. Amigos nos ajudam quando mais precisamos, porque têm uma conexão espiritual com Deus e são anjos em nossas vidas, ainda que nem religiosos sejam. Seja amigo de Deus e nunca te faltará amigos verdadeiros que te respeitem. 

Quem vive na carne, morre nela

      “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Tiago 1.13-15

      Muitos dizem, “tenho direito de usar meu corpo como quero, os outros têm o dever de respeitar isso”. Isso não está errado e funcionaria numa sociedade com pessoas com valores iguais, mas a realidade é outra. Como há pessoas que querem se exibir sem limites, há pessoas que querem possuir sem limites. Veja que quando dizem “quero me mostrar como quero” não se referem a exibir virtudes morais, mas o corpo. Nessa intenção a pessoa se coloca no mundo da carne e está sujeita às suas regras, na carne não há autocontrole e respeito, mas obsessão e vício. Quem vive na carne pode acabar morrendo por ela, ainda que só queira exibir seu corpo, mas quem vive no Espírito protege seu corpo e conquista vida espiritual eterna. 

Nossas forças nunca bastam (4/4)

      “Não há rei que se salve com a grandeza dum exército, nem o homem valente se livra pela muita força. O cavalo é falaz para a segurança; não livra ninguém com a sua grande força. Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua misericórdia; para lhes livrar as almas da morte, e para os conservar vivos na fome.” Salmos 33.16-19

      Muitas vezes temos um problema e temos forças para resolvê-lo, assim sem paciência para esperar e obedecer a orientação de solução de Deus, saímos resolvendo o problema. Sim, nesse caso o problema pode ser resolvido, e muitas vezes de maneira mais notória, para os homens e o mundo, que a maneira de Deus. Contudo, essa solução não cumpre o propósito principal que Deus tinha quando permitiu que o problema nos assolasse, aperfeiçoar nosso espírito, ao contrário, a solução, ao menos em curto prazo, pode melhorar nossa vida material. Nossas forças nunca bastam, ainda que sobrem, isso se não for vontade de Deus usá-las, por isso o Senhor permite lutas que diminuem nossas forças para então confiarmos na força dele. 

A porta do Senhor (3/4)

      “A destra do Senhor se exalta; a destra do Senhor faz proezas. Não morrerei, mas viverei; e contarei as obras do Senhor. O Senhor me castigou muito, mas não me entregou à morte. Abri-me as portas da justiça; entrarei por elas, e louvarei ao Senhor. Esta é a porta do Senhor, pela qual os justos entrarão.” Salmos 118.16-20

      Que texto lindo o inicial! Quem não gosta de ver uma porta se abrir e saber que ela é do Senhor, pela qual esperamos tanto tempo? Mas muitas vezes a porta maravilhosa de Deus só abre depois de um longo processo, que o salmista descreve. O Senhor me castigou, diz o autor, mas não me entregou à morte, contudo, enquanto somos disciplinados achamos que não sairemos vivos da disciplina, e de fato muitas vezes temos que perder o respeito dos homens, a reputação profissional no mundo, para sermos humildes e santos. Mas quem insiste em plantar justiça, mesmos sob a mão da disciplina de Deus, colhe o fruto, a porta que se abre. Quando isso ocorre podemos dizer, a destra do Senhor faz proezas, não nossa força.  

Fortalecei-vos no Senhor! (2/4)

      “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.” Efésios 6.10

      Às vezes não temos mais forças para fazer algo porque de fato nossas forças acabaram, então devemos parar tudo e descansar em Deus. Insistir pode nos levar à depressão, que é um loop entre sentir-se cobrado e impotente para responder à cobrança. Para saber quando de fato parar precisamos conversar com Deus, algumas vezes realmente podemos nos esforçar porque Deus sabe que ainda podemos fazer mais um pouco para conquistar o que ele quer nos dar. Contudo, devemos entender que podemos ser fortes em Deus, não sozinhos, temos forças quando obedecemos a Deus porque ele sabe o que temos e podemos fazer com as forças que possuímos. Desistir ou insistir sozinhos, sem Deus, nos impedirá de ser e ter nosso melhor. 

Fortalecei-vos! (1/4)

      “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos.” I Coríntios 16.13 

      Em alguns momentos de nossas vidas colocar em prática o versículo acima parece impossível, nos sentimos de todos os jeitos, menos firmes, varonis e fortes. Mas a palavra registrada de Deus, assim como o vivo Espírito dentro de nós, orientam a não fraquejarmos, a não desistirmos de vigiar, a permanecermos crentes. “Porque andamos por fé, e não por vista” (II Coríntios 5.7), por mais que pareça difícil, devemos focar pela fé no alvo, não pelo que sabemos ou sentimos, e seguirmos em frente. Se houver quedas, que sempre há, nos levantemos o mais depressa possível e olhemos para frente e para cima. Não tem outro jeito, a vida não para porque fraquejamos, e Deus não considera a queda, mas o pôr-se de pé depois dela.

Sem mudança interior tanto faz o resto

      “O, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas da sua mão. Se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, assim como na provocação e como no dia da tentação no deserto; quando vossos pais me tentaram, me provaram, e viram a minha obra.” Salmos 95.6-9

      Passamos um bom tempo sonhando e lutando por algo, então, um dia, Deus dá. Com essa realização nos sentimos encantados, nem parece verdade, mas com o tempo percebemos que o que somos por dentro segue igual, ansiedades e medos que achávamos que existiam porque nosso sonho ainda não havia se realizado, não sumiram. Quando mais jovens até nos iludimos por mais tempo com uma nova posição social ou aquisição física, mas quando envelhecemos nossa verdade interior nos confronta depressa, ainda que o exterior mude bastante. Entendamos uma coisa, Deus nos chama para aperfeiçoarmos nosso interior, que só muda com perseverança moral, não com prosperidade no mundo e reconhecimento de homens. 

Se nada é exigido, tudo se recebe

      “Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam.” Mateus 4.8-11

      Quando perdemos tudo, de nada mais nos achamos merecedores, mas pode ser justamente aí que mais merecemos algo, se de fato tivermos perdido mais que bens e posições no mundo, mas o orgulho e a vaidade. Somos incapazes de entender os “sentimentos” divinos, mas o coração de pai do Senhor “sofre” ao permitir que percamos tudo, um Deus que ama não pode se “alegrar” com a humilhação do amado. Mas isso é necessário, levar-nos ao extremo da perda para tirar nosso coração das coisas erradas e levá-lo a pôr-se nas coisas certas. A coisa certa é a vontade de Deus, quando de fato a desejarmos fazer, mais nada, então seremos merecedores de sermos servidos pelos anjos de Deus, e que coisa maravilhosa é isso. 

O Senhor está conosco

      “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.” Salmos 46.10-11 

      Se de fato Deus é nosso Senhor, se em verdade tememos a Deus, estamos conectados com ele, fazemos sua vontade e somos reflexos da emanação da luz mais alta, em santidade, humildade e amor, a nossa honra entre os homens e a honra do próprio Deus. Assim, não há motivo para temermos o mundo e o tempo, o mau e o falso, antes devemos confiar no Senhor e seguirmos crentes, firmes, de pé e retos, o Senhor dos Exércitos está conosco. Somente acalmemos nossos corações, deixemos ir ansiedades e preocupações, ao puro de intenções e sincero do bem nada falta, pois seu propósito é o mesmo do Altíssimo, iluminar os seres humanos. Nos aquietemos, aquele que fala em nossos corações, que nos ensina e que nos capacita é Deus! 

José Osório de Souza, 3/10/2022, de volta ao ofício 🎹

Mil virará cem, e cem, dez (5/5)

      “Ouvi esta palavra, que levanto como uma lamentação sobre vós, ó casa de Israel. A virgem de Israel caiu, e não mais tornará a levantar-se; desamparada está na sua terra, não há quem a levante. Porque assim diz o Senhor Deus: A cidade da qual saem mil conservará cem, e aquela da qual saem cem conservará dez, para a casa de Israel. Porque assim diz o Senho à casa de Israel: Buscai-me, e vivei.” Amós 5.1-4

      Muitas vezes Deus precisa ferir, envergonhar, diminuir, para que haja cura, honra e crescimento. Muitas vezes temos que passar longo tempo no esquecimento, até fazendo algo, mas para os outros, não para nós, como escravos, para podermos ter respeito dos homens pelo nosso trabalho. Não nos enganemos, quanto mais genuíno for nosso desejo de conhecer a Deus, mais dura será nossa prova, como uma enorme e dura rocha, girada a uma grande velocidade e passada pelo abrasivo, até ser moldada no formato certo. Creia, para Deus não importa tamanho, mas utilidade, se nossa vida, como uma grande pedra, tiver que ficar pequenina, assim será, para que seja útil a Deus, a nós mesmos e para conduzir os homens à luz. 

Deus “odeia” hipocrisia (4/5)

      “Odeio, desprezo as vossas festas, e as vossas assembléias solenes não me exalarão bom cheiro. E ainda que me ofereçais holocaustos, ofertas de alimentos, não me agradarei delas; nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos. Afasta de mim o estrépito dos teus cánticos; porque não ouvirei as melodias das tuas violas. Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso.” Amós 5.21-24

      Não gosto de postar versículos de juízo, como eu, todos buscam em espaços como este versículos de consolo. (Para constar, não há ódio em Deus!). Contudo, temos que confrontar nosso interior com a verdade mais alta de Deus, momentos de disciplina são úteis para Deus em nossas vidas. No texto bíblicos acima, a interpretação do profeta da vontade de Deus é expressa de forma severa, por ela entendemos que Deus se desagrada de maneira profunda com hipocrisia. Não, Deus não odeia nenhum de seus seres, mas está longe deles quando suas escolhas, pior que por depravação assumida da carne, são por aparentarem vida no Espírito quando no interior há vaidade e egoísmo. Deus quer ver em nós justiça, essa não nasce de ódio que condena, mas do amor que salva.

Dia de trevas, não de luz (3/5)

      “E em todas as vinhas haverá pranto; porque passarei pelo meio de ti, diz o Senhor. Ai daqueles que desejam o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Será de trevas e não de luz. É como se um homem fugisse de diante do leão, e se encontrasse com ele o urso; ou como se entrando numa casa, a sua mão encostasse à parede, e fosse mordido por uma cobra. Não será, pois, o dia do Senhor trevas e não luz, e escuridão, sem que haja resplendor?” Amós 5 .17-20

      Me preocupa quem diz “Jesus está voltando”, desejando que esse momento chegue mais depressa. Não, o texto bíblico de Amós 5 não se refere aos últimos tempos da humanidade, mas a um juízo específico para a nação de Israel dos tempos passados, momento que já ocorreu. Mas as lições gerais do texto bíblico são atemporais, podem ser úteis a seres humanos de todos os tempos, são elas: um povo chamado de Deus pode ser disciplinado e de forma extrema; um povo que se diz especial de Deus pode estar enganado sobre a pureza de suas intenções ainda que esteja vivendo de acordo com suas religiosidades; o “dia do Senhor” é de emanação poderosa de luz que revela tudo que há na escuridão, não o teme quem de fato vive na luz.