28/12/12

O que você mais quer de Deus?

Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6.33).

Se fizermos a um frequentador de igreja evangélica atual a pergunta: “por que você vem à igreja?”, ou, “o que você quer quando vem à igreja?”, ou, “qual a sua principal intenção em frequentar uma igreja?”, ou ainda, “o que você mais quer de Deus?”, qual será a resposta?
Não, nem estou me questionando por que a pessoa busca a Deus, isso, fora da igreja, em casa, no mundo, já que muitos simplesmente têm uma vida fora da igreja superficial, apenas mantendo as aparências. Mas mesmo aqueles que são coerentes, que têm uma mesma cara nos cultos e no mundo, a resposta para as questões acima pode não ser a que mais agrada a Deus, não na opinião desse cristão aqui.
Antes mesmo de começar essa reflexão, preciso dizer duas coisas: primeiro é que eu acredito, preciso e experimento milagres, segundo é que sou de uma geração, me converti nos anos 1970 aos 16 anos, onde atitude, vida social, valores espirituais eram onde os maiores milagres podiam acontecer, e não na vida material. (Já refleti sobre isso em outras postagens.)
Eu já dei a resposta às questões acima, o que as pessoas mais procuram nas igrejas nos tempos atuais são milagres, e principalmente milagres materiais. Não, não me refiro ao maior de todos os milagres, a conversão, tão pouco refiro-me a enfermidades que muitas pessoas carregam por anos e que só obtêm cura delas quando se convertem. Refiro-me a bens materiais e a mudanças nas áreas de relacionamentos pessoais, isto é, casamentos.
Desculpe-me se você pensa diferente, mas isso me incomoda, como eu disse, sou de um tempo em que a mudança de valores interiores era mais importante. Continuo acreditando que o que mais importa no cristianismo, que o estabelecimento do reino de Deus, é a mudança de nosso caráter, é a cura interior, é a transformação do nosso emocional. Isso tudo deve nos levar a ser mais semelhantes a Jesus, nossa referência absoluta, deve moldar nosso caráter de maneira a agradar mais a Deus. Essa é a grande obra que Deus quer fazer em nossa vida e isso deve ser nosso principal objetivo a participar de um culto.
Sim, Deus faz milagres, eu preciso deles e experimento-os, mas quero mais que Deus quebre meu orgulho, que me ensine a amar mais, que me dê forças para me aproximar das pessoas, de todas elas, e ser bênção na vida delas, falar com elas, orar por elas, caminhar com elas, ajudar com meus bens e dinheiro, se for preciso.
Quando isso é buscado, a comunhão com as pessoas passa a ser a coisa mais importante das atividades da igreja, e não a fabricação de eventos para que milagres materiais aconteçam. Quando a cura interior é o principal objetivo do crente, esse olha, em primeiro lugar para cima, para Deus, mas olha depois para os lados, para as pessoas, ao invés de ficar o tempo todo com os olhos fixos no púlpito, como se ele fosse um “altar mágico”, onde coisas sobrenaturais devem acontecer o tempo todo.
Talvez mudança de caráter seja algo que não dê marketing para muitas igrejas atuais, marido novo e casa própria podem ser milagres mais convenientes, mas isso não é o centro da vontade de Deus para as vidas das pessoas. Repito pela terceira vez, acredito, preciso e experimento milagres, mas buscar mudança de caráter é o que o Evangelho chama de buscar em primeiro lugar o reino de Deus, quando isso ocorre os milagres seguirão acontecendo, natural e poderosamente.
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27/12/12

Simples como uma criança

      “Em verdade vos digo que quem não receber o reino de Deus como uma criança de modo algum entrará nele.” (Lucas 18.17).

Nosso respeito mostra temor a Deus, mas roupas sociais, ternos e gravatas não revelam a espiritualidade de ninguém. Cuidado com as palavras e atenção nos momentos adequados, mostram sabedoria de Deus, mas cara séria e distância não expressam necessariamente intimidade com o Senhor. O espiritual o é naturalmente e coerentemente, não precisa fazer força pra isso e nem passar por cima de ninguém.
Simples como uma criança, assim deve ser o homem espiritual, acessível, alegre, desprovido de vaidades, não faz tipo e nem encena personagem, é autêntico e leve, e apesar de tudo isso, anda nos passos de Jesus, age como ele agia quando encarnado, fala como ele falava, ouve como ele ouvia, e silencia-se com sabedoria, como ele fazia nos momentos certos. Do espiritual, a santidade e a unção transbordam de fora para dentro, não são capas nem máscaras.
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26/12/12

Mais sobre coisas simples

     "A alegria está no coração de quem já conhece a Jesus, a verdadeira paz só tem aquele que já conhece a Jesus, o sentimento mais precioso que vem de nosso Senhor, é o amor que só tem quem já conhece a Jesus, aleluia, amém."

Quem se lembra desse corinho?
Eu tenho saudades desse tipo de louvor, que agradecia pelas coisas simples do dia a dia, pela alegria, pela paz, pelo amor. Nesse tempo queria-se somente caminhar com Jesus e ser feliz.
Sim, trabalhávamos, estudávamos, amávamos, sonhávamos, mas parece que era mais fácil estar satisfeito, já que nos satisfazíamos com coisas interiores, com o conhecimento de Deus.
Hoje vejo cristãos tão materialistas, em todos os aspectos. Pede-se casa, carro, bens, pede-se casamento, depois solução para casamento mal feito, casamento que nem deveria existir. Pedimos milagres mirabolantes porque cometemos erros estratosféricos.
Como resultados, as músicas cantatas nos cultos falam somente de milagres grandiosos que precisam acontecer, que vão acontecer, e que às vezes, muitas vezes, nunca acontecem, deixando tanta gente frustrada dentro das igrejas.
Eu tenho saudades, saudades de agradecer pelas pequenas coisas, que são os genuínos milagres de Deus. (Leia também a reflexão Te agradeço Senhor pelas pequenas coisas).
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25/12/12

A melhor ceia de todas

        "Vós sois os que têm permanecido comigo nas minhas provações, e assim como meu Pai me conferiu um reino, eu o confiro a vós, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino e vos senteis sobre tronos para julgar as doze tribos de Israel.Lucas 22.28-30
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24/12/12

"Dá-me um coração igual ao teu"

   “Chegada a hora, Jesus se pôs à mesa com os apóstolos. E lhes disse: Tenho desejado muito comer esta Páscoa convosco, antes do meu sofrimento; pois vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus.” (Lucas 22.14-16).

Aproximava-se o momento, o momento para o qual Jesus se preparou durante toda a vida, um momento terrível de dor e solidão. Conforme muitos interpretam, ele usou de sua onisciência para orientar Pedro e João na preparação da ceia. Ele não poderia ter usado seu poder sobrenatural para escapar do mal que lhe viria? Poderia, porém, Jesus só queria uma coisa naquele momento, passar a Páscoa com os amigos.
Não posso deixar de me comparar, diante de um problema muito grande, de um acontecimento ruim e que não pode ser impedido, eu me esqueço de tudo e de todos, amargo a solidão, desprezo amigos, me isolo numa autocomplacência que corrói minha alma. Sim, procuro a ajuda de Deus, mas sozinho e revoltado. Jesus nunca deixou de pensar nos amigos, nos homens, nos seres humanos, sempre teve compaixão deles, afinal de contas não estava encarnado no mundo por outro motivo, senão o de salvar a humanidade.
Como diz a canção, “dá-me um coração igual ao teu, meu mestre, dá-me um coração igual ao teu, coração disposto a obedecer, cumprir todo o teu querer, dá-me um coração igual ao teu”.
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23/12/12

"Emocionalismo" e unção

Sobre o texto do site de Ricardo Gondim, "Emocionalismo é...": “Emocionalismo é um estado e uma condição em que as emoções estão descontroladas. As emoções estão no controle. Estão numa espécie de êxtase. E se emocionalismo é ruim, muito pior é a tentativa deliberada de produzi-lo. Portanto, qualquer esforço que deliberadamente tenta estimular as emoções, seja através de cânticos, ou fórmulas, ou qualquer outra coisa, ou, como vemos nos povos primitivos, através de danças e coisas assim – tudo isso, naturalmente é condenado pelo Novo Testamento. Jogar com as emoções é errado. É algo que é condenado através da Bíblia toda. As emoções devem ser constatadas através da compreensão, através da mente, da verdade. E qualquer assalto direto sobre as emoções é, necessariamente falso e inevitavelmente resultará em problemas” (Martin Lloyd-Jones em Avivamento).”

Não concordo com o texto, entendo a crítica sobre o descontrole, que pode levar à insanidade, e obviamente refuto qualquer espécie de manipulação. Mas vida real não funciona dessa forma, não para as pessoas que têm liberdade para interagir com a vida emocionalmente. Assim como é preciso usar a mente, se informar, ler, estudar, criticar, comparar, é preciso, sim, nem como cristãos, como seres humanos, sentir, com intensidade, e sim, a arte, a música, desperta emoções.
Mas mesmo alguns "exageros" são terapêuticos, curativos, na hora e no lugar certo. Jogos de futebol, concertos de rock, quanta emoção, e como se sai leve desses eventos depois. É claro que na privacidade de uma igreja, "soltar-se" para Deus, dentro das orientações de ordem e decência que Paulo deu em I Coríntios 14, é diferente de tudo, é consequência do mover do Espírito, é o céu na terra.
O que percebo, contudo, é que às vezes, os críticos mais radicais da liberdade, seja ela qual for, são exatamente aqueles que não conseguem administrar a liberdade, se a usassem perderiam o controle. Seguem trechos de II Samuel 6, se puder leia o capítulo inteiro, o “exagero” de Davi escandalizou a Mical:

4 E eles foram, levando-o com a arca de Deus, desde a casa de Abinadabe, que ficava na colina; Aiô caminhava adiante da arca. 5 Davi e toda a casa de Israel se alegravam perante o Senhor, com todo tipo de instrumentos de pinho, como também harpas, saltérios, tamboris, pandeiros e címbalos.
14 E Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor vestindo um colete de linho. 15 Assim Davi e toda a casa de Israel subiam, trazendo a arca do Senhor com júbilo e ao som de trombetas. 16 Quando a arca do Senhor entrou na Cidade de Davi, Mical, filha de Saul, estava olhando pela janela; quando viu o rei Davi saltando e dançando diante do Senhor, ela o desprezou no seu coração.
21 Davi, porém, disse a Mical: Foi perante o Senhor que me alegrei, perante aquele que me escolheu no lugar de teu pai e de toda a casa dele, estabelecendo-me por chefe sobre Israel, o povo do Senhor. Ainda me alegrarei perante ele. 22 Também me rebaixarei ainda mais e me humilharei aos meus olhos, mas serei honrado pelas servas de quem falaste. 23 E Mical, filha de Saul, não teve filhos até o dia de sua morte.
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22/12/12

Divida o que tem para ter mais

      "Pois eu vos digo que a todo que tem, mais lhe será dado, mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado." (Lucas 19.26).

Será tirado não do que não tem nada, mas do que nada tem pra dividir. E se perde, quando se divide? Talvez, e em curto prazo, valores materiais, mas em compensação se ganha pessoas, amigos, irmãos, e acima de tudo, honra do Pai. A divisão feita assim, com amor, não pesa.
Agora se machuca, é porque é tirado de nós à força. Tiram-nos à força algo que não queremos dar de livre querer, algo que achamos que somos proprietários. Não somos donos de nada, então se nos pedirem, que possamos dar com facilidade, assim não doerá mais.
Portanto, honre você, a quem honra merece, dê você oportunidade ao outro, que seja você quem divide o que tem com o outro, para que alguém não chegue e tire toda a sua parte, dê ao outro, e você seja humilhado na frente de muitos.
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