22/04/18

Princípios do Cristianismo

       Quatorze reflexões do mês de abril de 2018, comemorando sete anos do blog Como o ar que respiro, textos especiais que refleti em Deus e que mostram o coração deste espaço de estudo da vontade do Senhor, ênfases da palavra que tanto tenho compartilhado aqui, os princípios do verdadeiro cristianismo:

01. Perdão
02. Esperança
03. Gratidão
04. Santidade
05. Amor
06. 
07. Verdade
08. Justiça
09. Eternidade
10. Paz
11. Humildade
12. Diabo
13. Deus
14. Igreja

José Osório de Souza

Igreja

      ""Igreja" é uma palavra de origem grega escolhida pelos autores da Septuaginta (a tradução grega da Bíblia Hebraica) para traduzir o termo hebraico q(e)hal Yahveh, usado entre os judeus para designar a assembleia geral do "povo do deserto", reunida ao apelo de Moisés. Etimologicamente, a palavra grega ekklesia é composta de dois radicais gregos: ek, que significa para fora, e klesia, que significa chamados." (Wikipedia, significado etimológico). Nessa definição etimológica já existe uma contradição em relaçao à cultura de muitas igrejas evangélicas atuais, cultura que parece querer prender o máximo de cristãos dentro de templos, levando-os a viver uma "espiritualidade" dentro da comunidade cristã, e não no mundo fazendo evangelismo. Uma triste realidade da maioria das igrejas atuais, principalmente as pentecostais, é que elas fazem pouco evangelismo, tais igrejas crescem administrando a realocação de crentes entre igrejas, não batizando novos convertidos do mundo.
      Eis aí outra triste característica de muitas igrejas atuais, poucos ficam muito tempo dentro das mesmas igrejas, o alimento espiritual de baixa qualidade oferecido não alimenta o que leva muitos a procurarem alimento melhor em outras igrejas. Infelizmente, a maioria só muda de endereço geográfico, quanto ao estilo de igreja, à cultura do povo, ao grau de espiritualidade do pastor, isso permanece o mesmo. O sentido "chamados para fora", lembrando o momento histórico que os hebreus viviam quando Moisés os liderou para fora do Egito em direção à Canaã, a terra prometida, também pode significar que o povo de Deus, a Igreja espiritual, é chamado para fora do mundo e para dentro do céu. Mesmo que uma igreja local possa ser um pedaço do céu para muitos, ela não deve ser usada como escapismo do mundo, do pecado, do diabo, mas como momento de crescer com quem teve a mesma experiência de salvação, para depois continuar no mundo fazendo a boa diferença.
      Para muitos, quando ouvem o termo "a igreja" na TV, ou leem na internet, em jornais e revistas, entendem como se referindo à Igreja Católica, por isso aqui no blog, sinto necessidade de definir o termo igreja, quando o uso, quem acompanha o "Como o ar que respiro" já deve ter lido sobre a diferenciação, que não alia a palavra igreja exclusivamente à Igreja Católica. Usando "igreja", iniciando com letra minúscula, significa igreja local física, que são muitas, células das denominações cristãs, e "Igreja", com letra maiúscula, significa a Igreja espiritual, o corpo de Cristo, formada por cristãos de todos os lugares e tempos, que habitarão a eternidade com Deus. Os termos congregação e comunidade também podem ser usados para igreja, e não se referem a uma denominação específica (ambos iniciando com letras minúsculas). 
      O mais importante, contudo, que se deve entender, é que igreja é um grupo de pessoas, não é o templo, a construção física, que abriga o grupo social, que nas igrejas protestantes e evangélicas, como nas sinagogas judáicas, é apenas um local com assentos para os leigos e um outro lugar à frente, com alguma qualidade acústica, para discursarem lideranças, pastores e mestres, é um teatro consagrado, só isso. A Igreja Católica já dá um significado mais ritualista ao templo, usa muitas vezes um padrão na construção de suas igrejas paroquiais, o formato de cruz, com o lugar dos sacerdotes no centro (confira neste link da Wikipedia material  bem completo sobre formatos e arquitetura dos templos católicos). Sob o ponto de vista da igreja original primitiva, qualquer espécie de ritualismo na igreja cristã, é idolatria, substituição do Deus vivo e da obra redentora de Jesus por coisas ou ações.
      É muito importante que entendamos que os valores da nova aliança são diferentes dos valores da velha aliança, parece óbvio e desnecessária a explicação? Mas não é, se todos os cristãos atuais soubessem disso, não seriam enganados por hereges como os da Igreja Universal do Reino de "Deus", que construíram aquele templo salomônico em São Paulo/Capital, dando continuidade ao costume que eles já têm há tempos, de criar ídolos e empodeirar objetos, lugares e ritos, tentando substituir demoniacamente a eficácia do poder exclusivo do nome de Jesus para salvar, libertar, curar e receber adoração. Mas a igreja católica faz a mesma coisa e a muito mais tempo, como em templos como o erigido a "senhora aparecida deles" na cidade de Aperecida do Norte/SP, dentre outros lugares de idolatria no mundo, uma blasfêmia sem igual contra Deus. O templo da velha aliança tinha em si um poder de estabelecer comunhão entre o homem e Deus, sua planta foi meticulosamente orientada por Deus e cada espaço tinha um significado espiritual. 
      No altar físico os sacerdotes ofereciam sacrifícios de animais e outras ofertas que perdoavam o pecado do povo e adoravam a Deus, bem, isso tudo foi totalmente inutilizado na nova aliança. Não há mais necessidade de sacrifícios de animais, de outras ofertas, de um templo físico ou de um altar especial e específico como o do templo de Jerusalém. Jesus ofereceu um sacrifício definitivo na cruz, para sempre, o altar de comunhão, perdão e adoração a Deus, agora, é o coração do homem, não mais construções de pedra, madeira, tijolos e outros materiais. Assim, os templos religiosos cristãos atuais, são meros teatros consagrados, repetindo, eles não têm em si qualquer poder ou merecem qualquer respeito diferenciado de qualquer outra construção, além da consagração que se faz desses lugares para serem usados exclusivamente para a reunião do povo de Deus com objetivos religiosos.
            As igrejas, locais de reunião da noiva de Cristo, todavia, têm sido usados para outras finalidades que não para que os cristãos aprendam sobre Deus e intercedam e adorem a Deus, "negócios" de homens têm aumentando sobremaneira nos templos, e a voz do Espírito Santo tem sido calada. Igrejas têm se transformado em escolas, em casas de show, em mercados, e entenda que tudo isso não constitui em si um pecado, há espaço na vida social do povo de Deus para ensino mais aprimorado, para apresentações artísticas e mesmo para comércio, principalmente de materiais didáticos relacionados com o ensino da palavra. Contudo, quando tudo isso se torna mais importante que o ensino da palavra pura do evangelho, quando shows substituem a santidade da adoração, quando o comércio existe como prioridade para enriquecer ministérios, não para investir na obra, a igreja perde seu sentido original. Mas a heresia tem só uma porta, o pecado de líderes querendo fazer as coisas do seu jeito, não querendo deixar o pecado e perdendo a autoridade do Espírito Santo, tendo então que utilizar outros meios para atrair as pessoas, manter os templos cheios e explorar o ser humano para fins egoístas e materiais. 
      A música, que teve desde os anos 1990 um papel importante e diferente do que tinha tido até então, levando o crente a experimentar uma interação emocional mais plena com Deus, libertando e curando muita gente, acabou se tornando um ídolo, ferramenta nas mãos de pastores vazios e carnais. Músicos sinceros, ainda hoje, acabam fazendo o trabalho de pastores ociosos. Eles fazem um culto dentro do culto, como gostam de dizer alguns pastores a músicos? Sim, mas muitos músicos têm que fazer, já que se a palavra não é entregue pelos pastores, eles têm que entreguar. Isso, contudo, não é o mais correto, cada um deve desempenhar seu ministério, com temor e santidade. O pior é que perdeu-se a noção do que é unção do Espírito Santo, afogados pelo êxtase profundamente prazeroso que a música entrega, num clímax emocional intenso, muitos se acham ungidos. A verdadeira unção, todavia, dá frutos de santidade e temor a Deus que permanecem, muito mais que algumas horas de um culto noturno de domingo com música demais e palavra de menos.
      Serei pessoal agora, falarei não somente como cristão com quarenta e dois anos de convertido, com chamada para o ensino e a profecia, e Deus que cobre de mim as qualificações que citei e que tenho certeza que me foram conferidas por ele, falarei também como músico e "levita", termo que se popularizou para denominar quem trabalha com música nas igrejas evangélicas, mesmo que não seja tecnicamente o termo mais apropriado. Serei pessoal e confidenciarei, mesmo como músico que ama uma boa e completa banda tocando em bom som: eu queria uma igreja com menos microfones, menos caixas de som, menos instrumentos, menos profissionalismo musical. Eu queria uma igreja com o povo sentado e se movendo menos, mais orando que cantando, mais adorando que dançando, mais chorando que rindo, mais sério que informal, mesmo que usando de um formato absolutamente simples, sem roupas de festa, mas com vestes brancas espirituais, para adorar e se consagrar a Deus, não como a finalidade maior do culto, mas como preparação para receber a pregação da palavra. Eu queria uma igreja onde a palavra fosse o centro do culto, e essa levando cristãos a serem seres humanos melhores no mundo, e não só bons atores dentro de um teatro onde todos encenam um culto perfeito, mas que fora do templo são imaturos e infantis. 
      Eu queria uma igreja de verdade com cristãos de verdade prontos para ouvir a palavra verdadeira do evangelho, que prega a vida simples, íntegra, santa e humilde de Jesus Cristo encarnado como o exemplo máximo de vida que devemos ter. Meu sonho são igrejas pequenas, onde todos se chamam pelo nome, se conhecem e se amam com amor sem fingimento, células que nem precisam de templos luxuosos e tecnológicos, não se forem só para ostentanção, igrejas que podem perfeitamente se reunir nos lares. Então não existiriam mais igrejas grandes? Sim, mas para reuniões ocasionais, uma vez por mês, que seja, mas no resto do tempo, no máximo vinte pessoas nas casas, com cultos equilibrados sem um som altíssimo e mal educado que escandaliza a vizinhança. Igrejas assim não precisariam sustentar pastores em tempo integral, em igrejas assim os pastores trabalhariam secularmente dando testemunho de vida real na sociedade, como qualquer outro cristão. Em igrejas assim as arrecadações são para sustento básico de espaços para reuniões maiores, e depois, para auxiliar os menos favorecidos, e em primeiro lugar os convertidos, sem "culto ao dízimo" e chantagens para que as pessoas deem dinheiro. Sonho com igrejas de Santos onde o Espírito Santo lidere e tenha liberdade, que não sejam empresas com donos e com fins lucrativos, mas talvez esse seja só o sonho de um homem, tão importante quanto qualquer outro...
      Sonho impossível? Na verdade parece que sempre foi, se estudarmos a história da igreja, começando com a igreja primitiva, passando pela católica, depois a protestante, a pentecostal e finalmente essa pulverização que fez do cristianismo um negócio e que criou uma igreja em cada esquina, com gente sem chamada legítima ostentando título de pastor, aumentando a quantidade de crentes, todavia, sem qualidade, se nos dermos ao trabalho de ler e obter informação de qualidade, constataremos que nunca houve no mundo, depois do século um, uma igreja representante oficial de Cristo, com seu selo de qualidade de Deus. Mas será que em algum momento isso foi plano de Deus? Eu penso que não. O que sempre existiu são arredondamentos, meios termos, que Deus usa porque não tem coisa melhor, denominações de homens, com finalidades não puras, com extremismos para algum lado, pois sem o Espírito Santo sempre existe extremismo e nunca há equilíbrio de fato. As tradicionais dizem possuir a ótica mais lúcida da Bíblia, mas se perdem na experiência puramente intelectual do evangelho, matando o Espírito Santo. As pentecostais dizem possuir a liberdade do Espírito Santo, mas nessa liberdade se perdem em heresias, substituindo paixão emocional pela genuína unção de Deus. As neopentecostais, em quantidade bem significativa, são empresas com donos, nelas valem tudo para encher templos e terem poder no mundo, igrejas sem identidade, líquidas tanto quanto os valores do homem contemporâneo, longe da rocha que é o evangelho original primitivo.
      Sim, existe sinceridade em muitos, e o Senhor respeita isso, mas a Igreja espiritual será arrebatada, e muitos se surpreenderão nesse evento, escandalizados com os que foram e que achavam que iam ficar, e com os que ficaram e que achavam que iriam. Cresce o número de cristãos verdadeiros desigrejados, e aqui não me refiro aos que saem das igrejas e não voltam, porque na verdade nunca foram cristãos de fato, me refiro a genuínos novos nascidos, desprezados por amarem a verdade, chamados pelos religiosos de desviados ou parados na fé, caluniados por pastores hereges como rebeldes, difamados por crentes superficiais como carnais, Deus vê a todos e a todos conhece. Sigamos sendo a Igreja de fato, se é que a somos, lutando pela santidade, adorando a Deus em todo o tempo, dando testemunho de justiça e misericórdia, buscando mais e mais a Deus e colocando Jesus, sua vida encarnada e seu poder depois de ressuscitado, como foco de vida. Jesus é o centro! Os que são Igreja de Cristo, o sabem, não precisam de aprovação de homens, esses reinarão com Jesus e participarão das bodas do cordeiro com a alegria dos simples e a honestidade dos que deixaram tudo para de fato andarem com Deus. A verdadeira Igreja caminha e não fica escravizada dentro de templos, a verdadeira Igreja de Cristo é viva! 

21/04/18

Deus

       "Sou ateu, graças a Deus", esse ditado popular um tanto quanto antagônico, mostra a presença do conceito do divino na vida das pessoas. Ateísmo é uma impossibilidade, poucas vezes na vida vi ateus realmente convencidos de suas verdades, na maioria das vezes não eram descrentes na existência de Deus, mas somente revoltados com o Deus do cristianismo, rebeldes com a sua vontade, tentando ignorar Deus. Mas mesmo cientistas famosos admitem não a possibilidade, mas a necessidade de haver no universo uma força consciente maior que tenha direcionado, no mínimo, alguns eventos que dispararam a criação do sistema solar, da terra e da vida. Alguns ainda, creem que uma força maior direciona e acompanha, ainda que de longe, mas a tradição judaicacristã diz que é mais que isso, só Deus pode criar, e criar é trazer algo à existência do nada, no mais, tudo o que ocorre é transformação, causa e efeito, algo que já existe transforma-se em outra coisa, sob condições do espaço e tempo. Cremos em Deus ou num deus, porque ao ser humano, no meu ponto de vista, é impossível não crer, isso faz parte do instinto espiritual básico do ser humano, como se alimentar e fazer sexo fazem parte do instintivo carnal do homem.  
      A sede existe na alma, contudo, como no corpo, pode-se tentar matar a sede com líquidos muito diferentes de água pura, muitos desses, fazem mais mal que bem, iludem, mas não resolvem o problema. Religão, "religare", que religa o homem a Deus, e se religa é porque estava ligado e se desligou, logo, a palavra religião está exclusivamente relacionada a religiões cristãs. São elas que ensinam sobre a criação do homem sem pecado, ligado a Deus, a queda do homem, e sua separação de Deus, e novamente a obra redentora de Cristo que pode religar o homem a Deus. Só sob este ponto de vista, da raiz e definição da palavra religião, já se entende que só o cristianismo é religião de fato, com a capacidade de religar o homem a Deus. A grande maioria das outras religiões, chamam todos os homens de filhos de Deus, mesmo a católica, que tem pressa em batizar recém-nascidos para arrebanhar o máximo possível de seres humanos debaixo de suas asas. O catolicismo não deixa claro, não com a ênfase necessária, que os homens são apenas criaturas de Deus, desligadas espiritualmente dele, e que só através de uma decisão pessoal e convicta pode o homem ser filho do Senhor.
      Talvez a arma mais usada para descaracterizar Deus, seja tirar dele a pessoalidade, dessa maneira muitos dizem que Deus é uma energia positiva, um catalizador do bem no universo, um espírito maior que une natureza e seres humanos, ou mesmo, Deus é uma força da natureza, ou a própria natureza. Outros ainda dizem, Deus é o sol, o astro que sustenta a vida na terra. O espiritismo cardecista admite Deus como sendo um espírito superior, mas tão superior que a probabilidade prática de algum espírito humano ter contato direto com ele é quase impossível, por isso, diz o cardecismo, podemos nos comunicar com espíritos de seres humanos evoluídos, com guias, não diretamente e pessoalmente com Deus. Na prática, para os espíritas, é isso, vejam que o cardecismo não acredita em anjos como seres puramente espirituais, sejam os bons ou os maus, os demônios, tudo é espírito de ser humano desencarnado, no mundo espiritual, em algum grau de evolução entre reencarnações. Nesse conceito Deus se perde, ou se vulgariza, mas enfim, o diabo tenta conseguir seu objetivo, separar o homem do Deus verdadeiro e anular a obra salvadora de Jesus.
      Como já refleti na postagem de ontem, "Diabo", a divisão equilibrada entre duas forças espirituais no universo, o bem e o mal, o yin e o yang, como ensina o taoismo, forças opostas e complementares que existem em todas as coisas, feminino e masculino, lua e sol, passividade e atividade, etc, coloca Deus na mesma altura do diabo, bem, isso tudo é uma enorme mentira. Repetindo o que disse na outra reflexão, o embate entre Deus e o diabo só existe na mente do homem, que pode exercer livre arbítrio e escolher se quer obedecer a Deus, ou não. No não, naturalmente o diabo se beneficia, mas se beneficia para ser derrotado e levar quem não aceita a salvação de Deus por Jesus junto. O diabo é espiritual, e um anjo poderoso, mesmo caído, mas ele é criatura de Deus, tanto quanto o homem. O homem é criatura mas criado à imagem de Deus, anjos, por maiores que sejam, foram, são e sempre serão servos, o homem, não, pode ser coerdeiro com Cristo e filho de Deus, se salvo e depois transformado para viver a eternidade com o Senhor.
      Só Deus é eterno, onipotente, onisciente, onipresente e absolutamente santo, e isso sempre! Mas tudo isso não seria suficiente se ele não fosse pessoal, Deus se relaciona com o homem de maneira pessoal, um pai falando ao filho que ama, um amigo confidenciando intimidades a um amigo que confia. Deus se importa com a maneira como vivemos nesse mundo, mesmo que a carne esteja corrupta e seja impossível para ela uma vida na plenitude da vontade de Deus, Deus cuida de nós enquanto andamos por esse mundo, nos mínimos detalhes. Se Deus tivesse todas as qualidades que citei, mas fosse somente uma força espiritual, teria salvo o homem espiritualmente, como espírito. Mas veja que Deus mandou Jesus, seu filho, aí já existe a pessoalidade de Deus se manistando, quando Cristo é chamado de filho, não é um espírito superior no reino espiritual que foi enviado, mas o filho de Deus, com uma ligação afetiva e familiar com Deus. Jesus veio para viver como um homem comum criado por um marceneiro, Deus não encarnou seu filho num palácio, como rei, rico é importante no mundo, novamente Deus valoriza o comum, normal, simples, humano. Jesus morreu injustiçado e violentamente, Deus usa o sofrimento na carne para pagar o pecado da humanidade, enfim, o Deus do cristianismo é um Deus pessoal que entende, vive, conhece e interage com a humanidade do homem.
      A santidade talvez seja a virtude de Deus que o homem menos compreenda, as outras podem ser entendidas fisicamente, pois se manifestam no tempo e espaço que o homem compreende, aproximam o conceito do divino ao dos super-heróis com super poderes, mas santo é algo que só o Deus, da tradição judaicacristã e de nenhuma outra religião, é. Confundimos santidade com negação de instintos carnais, como comer, beber e fazer sexo, mas Deus não tem corpo carnal, logo estar liberto dos instintos da carne não é dificuldade pra ele, ele não pode ser tentado por isso, então esse tipo de santidade tem relevância pra ele, mas não tanto como pensamos. Por outro lado, o diabo é um ser também espiritual, não tem corpo material com instintos carnais, e ainda assim é a criatura que cometeu o maior e mais sério dos pecados, que não teve e nunca terá perdão. Eu entendo que a essência do pecado não está ligada à carne no sentido matéria, mas ao espírito, obviamente corrompendo depois todos os níveis do ser, no caso do humano, a alma e o corpo. 
      O uso da palavra carne tem mais de um sentido, um deles refere-se ao corpo físico, tecido, músculos, ossos, veias, órgãos, etc. O outro tem a ver com corrupção moral, que vem de um espírito desviado de Deus, assim, o diabo é espírito, mas sucumbiu aos desejos carnais, às obsessões dos instintos básicos do homem encarnado, não comida, bebida e sexo, mas inveja, ciúmes, adultério, ódio, etc. Se não fosse assim, o diabo tentaria o homem só com desvios espirituais, como negar a Deus e não agradar ao Senhor e criador do universo. Todavia o diabo usa os desequilíbrios físicos e emocionais, para corromper o homem e separa-lo de Deus, os vícios e obsessões. Na verdade, não é o homem que inveja o diabo, mas o diabo que inveja o homem, o homem pode se arrepender e partilhar da presença de Deus, da santidade de Deus, o diabo, jamais.
       Deus criou o homem à sua semelhança e lhe deu um corpo físico, nesse plano original o homem poderia experimentar a santidade do Senhor em todas as esferas, muito além do que qualquer outra criatura de Deus jamais poderia experimentar, incluindo os anjos, seja Miguel e os que servem a Deus, assim como Lúcifer e os outros seres espirituais caídos. Deus é santo porque ele é fiel, com sua palavra e com sua criação, ser santo é ser fiel com alianças. Um homem é santo quando é fiel com o melhor de si mesmo, com a esposa no casamento, com aquele que lhe emprega na área profissional, com os amigos, com tudo. Em Jesus, Deus faz conosco uma aliança para sermos iguais a Cristo, por isso Deus nos dá o Espírito Santo, para nos ensinar como ser fiéis com essa aliança. Quando obedecemos essa aliança superior, entendemos as outras e podemos ser fiéis, em todos os níveis de relações humanas. Fiéis às alianças podemos experimentar a santidade que agrada a Deus, o santo dos santos.
      Algo lindo e maravilhoso de Deus é a possibilidade de caber nele todas as pessoas, todos podem se achar em Deus, se conhecer conhecendo a ele, amar aos outros e a si mesmos, amando a Deus, serem seres humanos melhores, agradando a Deus, e isso com equilíbrio, com integridade e honestidade. Cultura, intelectualidade, sensibilidade, poder aquisitivo, idade, raça, identidade sexual, todos podem achar paz e verdade em Deus, através de Jesus. Mas entendamos bem isso, Deus ama, salva, cura e tem comunhão com o menos favorecido, mas permite que esse cresça, em todos os aspectos, físico, cultural, emocional e espiritual, assim se houver trabalho todos podem saber é viver mais que os primeiros passos, mas a profundidade de uma vida com o Senhor. Deus é uma amigo pessoal e exclusivo, sua presença basta, andando perto dele, somos felizes e livres, Deus só precisa de Jesus para nos salvar, e só usa o Espírito Santo, para ensinar aos salvos a sua vontade. Deus usa as igrejas (com letra minúscula, significando as denominações e igrejas locais físicas)? Sim, usa e muito, o homem precisa de igrejas, mas isso não é o mais importante, acredite, nunca foi. Importa que façamos parte da Igreja, agora com letra maiúscula, significando a igreja espiritual, o corpo de Cristo, formado por cristãos de todos os lugares e tempos, que habitarão a eternidade com Deus.
       Deus é muito mais que aquilo que muitos acham que ele é, sejam inimigos de Deus, sejam crentes. Na verdade existe um ponto em comum entre o que pensam alguns inimigos e o que pensam alguns crentes, ambos aliam a Deus algo que ele não é. Reflito sempre aqui no “Como o ar que respiro” a respeito: Deus não é cartão de crédito sem limites e nem age diretamente no planeta resolvendo todos os problemas, como muitos pensam, mesmo que nada, nem uma folha que cai de uma árvore, esteja fora de seus planos. Assim, enganam-se os que ficam pedindo e pedindo nas igrejas, tanto quanto os que ficam acusando a Deus de não fazer tantas coisas para melhorar o mundo. Na verdade, muitos não estão preparados para algumas verdades sobre Deus, mas mesmo esses Deus ama e disponibiliza salvação. Mudar o mundo físico, contudo, é responsabilidade dos homens, os homens são culpados por tantas injustiças e sofrimentos, não Deus. Essa mudança poderia ser realmente efetiva se os homens antes, se acertassem espiritualmente com Deus através de Jesus, mas na rebeldia, tantos continuam tentando resolver as coisas a sua maneira, blasfemando contra Deus, ou iludindo-se com uma forma equivocada de como acham que Deus age. 
      Milagres? Talvez Deus só tenha feito um, o "big bang" cósmico, que desencadeou o universo físico (e espiritual?) como o conhecemos hoje e que prosseguirá num processo ininterrupto até o julgamento final. Então, não devemos pedir milagres? Sim, que sejam pedidos, mas eles acontecem naturalmente para os que andam no centro do plano de Deus, dentro de sua vontade, no caminho estreito do evangelho. Quem realmente tem intimidade com Deus nem pedirá milagres, os provará conforme precisam, principalmente os físicos, antes estarão ocupados em ter seus homens espirituais interiores mais parecidos com Cristo e em trabalharem honestamente neste mundo. Jesus orava muito, mas não orava por milagres, eu creio assim, milagres ele os fazia, sem escândalos, consciente de que muitos que o seguiam só por milagres físicos o negariam no momento que ele mais precisaria de amigos. Milagres foram e ainda são mais provas de Deus para os fracos e incrédulos que honra para os que têm fé. Deus, todavia, é amor, e ama tanto os imaturos que vivem atrás de milagres materiais, quanto os que querem ter caráter e vida espiritual de qualidade.
      Quer invocar o Deus verdadeiro? Basta querer, nem precisa de muita cerimônia ou rito, mas o Deus genuíno é o Deus de Abraão, de Jacó, de José, de Moisés, de Josué, de Samuel, de Davi, de Isaías, de Daniel, de João Batista, de Pedro, de Paulo, de João Evangelista, de muitos outros homens e de Jesus, seu filho, que veio, viveu, morreu e ressucitou em carne e sem pecado, para salvar a todo aquele que nele crê. Na sinceridade, qualquer homem ou mulher, de qualquer religião, pode achar a Deus, contudo, maturidade e intimidade com o Senhor, com direito a perdão e vida eterna com Deus, só existe na salvação através de Jesus, não se engane, religião ou só sinceridade, não salvam, só Cristo salva! "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam." (João 1.1-5). Um dos textos mais profundos e reveladores da Bíblia, ensinando sobre a relação intrínseca entre Deus e Jesus. Quem é Deus? Deus é Jesus, estudemos mais sobre a vida do Cristo encarnado, e conheceremos mais sobre a identidade de Deus. Mas não foquemos só nos milagres, ou nos efeitos físicos imediatistas deles, antes entendamos como Jesus tratava as pessoas, seu amor, seu respeito, a misericórdia que tinha com todos, se assim fizermos, saberemos quem é Deus.

20/04/18

Diabo

      Diabo, o adversário, o inimigo, o acusador, muitos são os nomes, o mal sempre tem muitos nomes e portas, o bem, não, só tem um nome e uma porta: JESUS CRISTO, que venceu totalmente o diabo e nos concede autoridade sobre ele, começo essa reflexão deixando isso bem claro! Penso que a coisa mais importante a saber sobre o diabo é que ele se beneficia de muitas coisas, de verdades sobre ele, de mentiras sobre ele, de mentiras sobre Deus, de exageros sobre tudo e de displicência para com o universo espiritual, de maneira geral. Quem diz, não temo o diabo pois não acredito nele, engana-se se acha que está protegido, o que nos protege do diabo é a fé em Deus, não a descrença no diabo. Você não acredita no diabo? Mas saiba que ele acredita em você e tem inveja de você. Sim, o diabo inveja o homem, ele quer adoração do homem? Sim, mas também deseja ser o que o homem é e ter o que o homem tem. O homem tem livre arbítrio, o diabo não, o homem pode reinar na eternidade como irmão de Jesus, transformado, coerdeiro com Cristo, o diabo não. Será que o diabo aceita que vai passar a eternidade no inferno ou ele ainda acha que tem chance de mudar esse destino? Ninguém sabe, eu penso que quem está nas trevas não sabe nem o que é e nem para onde vai, e quem está mais nas trevas que o diabo?
      Alguém disse que nós não precisamos saber tantos detalhes sobre o diabo, bastar entender que temos a arma para destruí-lo. Sim, isso é tão verdade que a Bíblia não dá, de forma clara, detalhes, digamos, técnicos, sobre o diabo. O que sabemos é interpretado de textos proféticos, muitos a princípio que nem foram escritos diretamente sobre ele, como o texto da queda do rei Nabucodonosor (Isaías 14), aliás a palavra que aparece lá é Lúcifer, não diabo (verso 12, "Como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitava as nações!"). O antigo testamento tem poucas passagens sobre o diabo, mas outra bem significativa, falando sobre “guerra espiritual”, está no livro de Daniel, capítulo 10, que obviamente como o texto de Isaías, também pode ser interpretada como não tendo relação com mundo espirirtual e com o diabo. Demônios aparecem bastante no novo testamento, além de ser ensinamento de Jesus sobre a autoridade que ele estava nos dando sobre espíritos malignos, alguns textos fazem revelações sobre o mundo espiritual. Aquele sobre a legião que pede para ser "realocada” do homem para os porcos é bem significativa (Lucas 8), ensina, para muitos que assim a interpretam, sobre territórios espirituais específicos de legiões, assim como sobre a necessidade de castas malignas de possuírem corpos, mesmo que precária e temporariamente.
      O objetivo aqui não é um estudo aprofundado sobre essa maneira de ver o diabo e suas estratégias (demonologia dos pentecostais), estou citando só algumas passagens aleatórias, mas importantes. Você pode achar material a respeito na internet. O livro de Apocalipse nos fala de maneira mais focada, sobre a atuação do diabo no final dos tempos, concordando com a palavra de Jesus nos evangelhos. Conceitos como trindade satânica, o diabo, o anticristo e o falso profeta, o levante final através da heresia, que é a estratégia mais séria do diabo visto que atinge as igrejas de dentro delas, assim como o aprisionamento definitivo do diabo no inferno, junto com o julgamento final dos não salvos. Mas a profecia definitiva sobre a vitória sobre o diabo está logo no início da Bíblia, em Gênesis 3, o verso 15 diz “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente, esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar". Claramente entendemos que um nascido de mulher destruiria o diabo, aqui personificado na serpente. Resumindo, a Bíblia fala sobre o diabo exatamente o que precisa falar, perfeitamente dentro dos propósitos de Deus para a humanidade. Mesmo que, em minha opinião, grande parte dos cristãos não saibam "ler” as sagradas escrituras, o que o Senhor queria que a grande maioria dos seus filhos soubesse sobre o diabo, foi registrado no cânone bíblico. Contudo, eis outro mistério, aos amigos, Deus revela sua intimidade assim como conhecimentos, não determinantes para salvação, mas que podem ser sabidos se houver busca dentro da vontade de Deus.
      Interpretações baseadas na Bíblia, sim, mas também em textos apócrifos como o Livro de Enoque e conhecimentos satanistas, dizem que não é um diabo que lidera as hostes de espíritos malignos, mas quatro, cada um ligado a um elemento e cada um responsável por uma época da história humana. Lúcifer seria o primeiro, o que caiu na terra e tentou Adão e Eva no Éden, tentou concentrar a população humana em grandes cidades, como Babel, é ligado ao elemento terra. Belial seria o segundo, aparece no perído entre a entrada de Israel em Canaã até a época de Jesus, ligado ao elemento ar, veja que a grande batalha espiritual de Daniel acontece numa região acima da terra. Satanás, a estrela da alva, seria o terceiro, aparece na época de Jesus, ligado ao elemente fogo. Leviatã é o quarto e último, aparece nos tempos atuais, ligado ao elemento água, citado em Jó e em Apocalipse. Confira mais sobre essas interpretações na reflexão aqui do blog com nome “Leviatã - o diabo das águas". Repetindo, essas são interpretações de alguns, baseadas na Bíblia? Até são, mas não são concenso entre muitos teólogos considerados mais tradicionais.
      Pai da mentira, talvez seja o título que mais cai bem ao diabo, e nessa estratégia ele pode fazer muito estrago, já que muita coisa que aliam a ele, na verdade não foram feitas por ele, mas sobre as quais ele recebe a honra com o maior prazer. Em qual área ele mais atua com a mentira? Nem é na espiritual, mas nas psicológica, e nessa área a responsabilidade é toda do homem, não do diabo. É o homem que escolhe certas disposições que instalam na mente humana transtornos psiquiátricos e tantas doenças. Sim, alguns nascem com certas tendências ou sofrem violências externas que também os debilitam psicologicamente. Mas transformar um problema físico, mental, em espiritual com atuação demoníaca, precisa de autorização do homem, principalmente se ele não está com o lado afetivo curado. Assim, inseguranças, autoimagem ruim, dão lugar a mágoas, ódio, invejas e ciúmes, nesse quadro o diabo se apossa de muitos, se não plenamente do espírito, emocionalmente. Doenças emocionais podem ser expulsas na autoridade de Jesus? Não, o diabo pode ser expulso, mas não dar ouvidos à sua influência é algo que precisa ser escolhido pelo homem, para então haver cura. Podemos destruir a opressão do diabo e expulsar sua presença, mas se o homem voltar a pecar o diabo terá legalidade para voltar e agir (Mateus 12.43-45).
      O diabo não sabe o que a gente pensa, ele não é onisciente, ele não é Deus. Esses que dizem que o mundo é um palco de batalha entre o bem e o mal, entre Deus e o diabo, se enganam redondamente. Essa batalha acontece no coração e na cabeça das pessoas, não no universo. No universo o diabo já foi derrotado, mas no mundo a batalha que ocorre é no homem, com esse podendo ou não seguir com Deus ou sem ele. Sem Deus, o diabo tem liberdade para agir, quem não escolhe Deus, não precisa escolher o diabo de forma consciente e direta, se não existe Deus no coração, naturalmente o diabo terá lugar. O homem ficará exposto aos ataques espirituais do diabo, senão der ouvidos ao Espírito Santo. Poderá até tentar ser bom, agir corretamente, como um bom cidadão, um bom marido, um bom pai, um bom amigo, mas estará com a mente livre para o diabo falar e o ouvirá na confusão que existe na vida daqueles que estão sem Deus e nas trevas. O diabo não sabe o que pensamos, mas ele sopra sua vontade em nossos ouvidos, ele nos estuda, nos acompanha, e pode acabar entendendo como agimos, do que gostamos, no que somos fracos, e finalmente, como nos vencer. Os satanistas (e mesmo espíritas) autorizam isso de forma consciente, quando pedem que um "espírito guia" os acompanhe, aconselhe e os "proteja" (em ordens mais íntimas com o diabo, o nome desse espírito guia é guardado em segredo pelo que o possui).
      Se nos afasta de Deus, é útil para diabo, e muitas vezes o que nos afasta não é não fazer algo, mas fazer demais. Um ditado diz que se o diabo não consegue nos impedir de fazer a obra de Deus, ele nos leva a faze-la, obssessivamente até nos estourar de tanto trabalho e pararmos. Outras vezes o que nos afasta de Deus não é saber o que não fazer, mas o que fazer. Muitos se prendem a tantas legalidades morais, a tantos nãos, achando que isso é santidade e que agrada a Deus. Esses acabam seguindo uma religião, humana, egocêntrica, e não o evangelho de Jesus através do Espírito Santo. Isso interessa muito ao diabo, qualquer desvio da verdade do cristianismo puro, impede o homem de usufruir da presença de Deus e o traz para mais perto do diabo. Heresia, como tantas e tantas vezes falo aqui no "Como o ar que respiro", a arma principal do diabo no últimos tempos, algo deixado bem claro por Jesus nos evangelhos (Mateus 24). A heresia usa a estratégia de não tirar o cristão da igreja, mas de estragar a igreja com mentiras, isso é bem mais interessante para o diabo. Atrair homens para religiões erradas, principalmente para as parecidas com a cristã original, é bem mais fácil que convencer os homens a não terem religião. A carência religiosa é algo inerente do ser humano, nasce nas genuína necessidade espiritual de Deus, mas na rebeldia, usa qualquer palhativo para saciar essa necessidade.
      Ouvir a Deus, em todo o tempo, e não ao diabo, eis o desafio, mas para o homem que se decidiu por Jesus, convertido e novo nascido, é só ouvir a voz do Espírito Santo, que habita os filhos de Deus e os orienta sempre. Na humildade buscada e na santidade escolhida, há paz para discernirmos a voz do Senhor em nosso coração. Muitas vezes, contudo, preciamos parar, nos isolarmos e buscarmos a Deus. Deixar-se levar pela roda vida do mundo, pode nos afastar de maneira sutil do caminho, e quando percebemos o diabo está tendo vez nas nossas decisões. "Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo e ele fugirá de vós.” (Tiago 4.7), não lutemos sozinhos contra o diabo, e entendamos que não há vitória contra ele sem obediência ao Senhor. "Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Efésio 6.12), esse texto reforça meu pensamento que apesar de não haver registros bíblicos sobre muitos detalhes do diabo, por motivos que Deus sabe, os apóstolos e membros da igreja primitiva conheciam bem as artimanhas e a intimidade do mundo espiritual, sabiam como lidar com isso tudo, conhecimento que, infelizmente, se perdeu no catolicismo e nas denominações protestantes tradicionais. Concluindo, respeitemos o diabo, como ser espiritual de Deus e como astuto que é, mas não o temamos, sob hipótese alguma, ele é um vencido, e nós, novos nascidos, vitoriosos sempre pelo poder do sangue de Jesus Cristo nosso Senhor e Salvador!

19/04/18

Humildade

      Eis a virtude das virtudes, só o pronunciar da palavra “humildade” parece já nos deixar desqualificados para ter mesmo o mínimo de humildade. Virtudes como fé e amor, são causas, já paz e humildade, a princípio, são efeitos de muitas coisas. São consequências de um abrir de mão geral de direitos, que obviamente trarão bênçãos como prosperidade espiritual e vida material longa e satisfatória. Humildade real é algo tão raro que muitos, mesmo cristãos, passam pela vida sem entenderem de fato o que ela é, sem nunca terem experimentado-a. Sofrimento e ausência de reconhecimento humano, não fazem alguém mais humilde. Ninguém é humilde simplesmente por ser pobre, aliás, atualmente, nunca se viu tantos sem poderes financeiros e tão arrogantes, que não se esforçam honestamente para mudar de vida e que acabam escolhendo o crime para conseguir bens materiais. Políticos e pastores inescrupulosos têm se aproveitado disso.
      O que é humildade? O Google diz que é “virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações, modéstia, simplicidade". Na sociedade e nas religiões vemos homens e mulheres que nos passam um sentimento de humildade legítima, são pessoas assim, como na definição do dicionário, modestas, simples, que pagam altos preços pelo bem dos outros. São seres humanos discretos, que fazem muito e falam pouco, e fazem muito o bem. Vejo no clero católico seres humanos dessa estirpe, São Franciso é um exemplo clássico e histórico de humildade, abriu mão de bens materiais para servir aos pobres. A madre Teresa de Calcutá é outro maravilhoso exemplo de ser humano humilde, que negou a si mesma em benefício do próximo. Evangélicos e protestantes, não menosprezem esses católicos, sob nenhuma circunstância, muitos desses terão mais honra na eternidade que muito pastor famoso e “dono” de ministérios poderosos e com milhares de seguidores.
      O evangelho, contudo, na palavra direta de Jesus Cristo, nos textos do sermão da montanha, um dos materiais, senão o material, mais relevante do reino de Deus, dá a definição reveladora sobre humildade, “bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança” (Mateus 5.5), em outra versão diz "mansos", e no capítulo 11, verso 29, também de Mateus, Jesus diz, “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mimn, qua sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas”. Humilde de coração, esse é o ponto, mais que nas obras externas, aquilo que as pessoas veem, mas no interior do alma, lugar onde só Deus conhece e só o Espírito Santo pode mudar. Tem muita gente com um jeito duro, com dificuldades para tratar o próximo com alguma elegância, mas que é humilde de coração, por outro lado, muitos com aparência mansa, amorosa, possuem um coração orgulhoso, sem humildade real, não nos enganemos.
      Na verdade todas as bem-aventuranças descrevem o humilde verdadeiro, os frutos de prática de vida daqueles que são realmente humildes de coração, e as bênçãos que eles colherão por causa disso. Interessante que uma consequência direta da humildade, citada por Jesus, não é uma bênção espiritual, mas material, "receberão a terra por herança". Isso parece opor-se a ideia que a velha aliança nos passa, quando vemos uma cultura de conquista da terra por guerras e trabalho puramente fisico. Mas Cristo deixa claro a diferença da nova aliança, que ensina que herança material pode ser obtida por meio de prioridades espirituais. Se por um lado devemos olhar todos os seres humanos com cuidado, com temor a Deus, sem julgamentos, principalmente aqueles julgamentos que diminuem as pessoas, por outro lado é preciso ter consciência que sem o Deus real do evangelho, muitos homens ainda assim fazem o bem, executam boas obras, e em muita quantidade, mais do que muitos cristãos novos nascidos em Cristo.
      Vejam os espíritas cardecistas, se esmeram em fazer caridade, em asilos, orfanatos, casas para doentes mentais, ONGs, etc, mesmo que acreditem numa religião que vai contra a doutrina de salvação do evangelho. Abro um parentêses para uma atenção, muitos religiosos usam o chavão que ajudar os pobres, amar o próximo e fazer boas obras, é o evangelho, pois Jesus fazia isso. Sim, Cristo fazia boas obras, mas em comunhão com Deus através do Espírito Santo. Os fins justificam os meios, como muitos espíritas gostam de dizer, não é verdade. Muitos podem até ser abençoados pelas obras de tais, mas tais obras não compram direito à uma eternidade com Deus, mesmo porque os cardecistas não acreditam num inferno definitivo e único. Evangelho é antes de tudo aceitar Jesus como único e suficiente salvador, não existindo reencarnação ou comunicação com espíritos de falecidos. Essa verdade precisa ser ensinada, com sabedoria, em amor, mas com coragem, pelos verdadeiros evangelistas cristãos, fecho parênteses.
      A verdadeira humildade dá louvor a Deus, e a mais ninguém, por isso Jesus ensina que quando fazendo caridade, o que faz uma mão, não saiba a outra (Mateus 6.3), na humildade há uma discrição sincera e espiritual. Na humildade não se espera recompensa por nada, nem no céu, nem de Deus, se faz, se cala, e nos sentimos extremamente satisfeitos com isso, no segredo de nossos corações. O mistério sobre esse assunto é um só, os gestos de real humildade nunca serão conhecidos, os humildes que os praticarão, dificilmente receberão de outros homens honra por isso. Quem descobre a humildade a esconde, diferente de outras virtudes. A humildade só pode ser realmente exercida no Espírito Santo, de outra maneira o ego humano não a suporta, de alguma forma, por mais sutil que seja, o ser humano exigirá algum tipo de recompensa, e aí não é mais humildade, e aí não glorifica mais a Deus.
      Talvez no final de nossas vidas, quando o corpo estiver rendido, quando a alma estiver esgotada, o Espírito Santo encontre em nós o silêncio que precisa para gerar em nós humildade. Talvez, então, entendamos de fato o que é ser humilde, até então, neguemo-nos a nós mesmos e nunca, nunca nos consideremos humildes, mesmo que queiramos ser com todo o nosso coração. Só tomando o jugo de Jesus, aceitando dores e limites, incompreenções e injustiças, e de maneira alguma tentando exigir direitos ou exercer vingança, é que aprendemos o caminho da humildade e da mansidão. Muitos fazem tantos sacrifícios para terem paz, jejuns, promessas, trabalho e mais trabalho. Mas paz de fato, só existe na aceitação dessa realidade espiritual, o jugo humilde de Cristo, só nele há descanso para as nossas almas. Mais que isso, o humilde herdará a terra, que os arrogantes tanto desejam quando não dão prioridade para a vontade do Senhor em suas vidas. A vontade de Deus é que seus filhos sejam realmente humildes, guarde isso em teu coração.

18/04/18

Paz

      "Antes de ser afligido andava errado; mas agora tenho guardado a tua palavra." Salmos 119.67

      Paz tem os loucos bons e as crianças, sejam essas últimas da idade que forem. Paz é não quebrar alianças, seja com homens ou com Deus. Mas quem pode ser fiel consigo mesmo? “Metamorfose ambulante", como diz o poeta, é isso que somos, para a paz acompanhar tantas mudanças humanas é difícil. Assim, referência de paz muda, enquanto vivemos, assim como o controle de qualidade que podemos fazer dela. No início almejamos uma paz tão grande, tão idealista, mas depois vamos abrindo mão de certas exigências pessoais, e com pouco temos paz, mas talvez esse seja o meu processo, ou o processo de pessoas da minha geração. Nas últimas gerações vemos o contrário, na juventude eles nem pensam em paz, vão vivendo e buscando prazer. Depois contudo, cai o remorso como bigorna de desenho animado antigo sobre suas cabeças, então os irresponsáveis buscam a paz que nem sabiam que existia. Mas a verdade é que muitos ignoram paz interior, ela é totalmente substituída por um corpo satisfeito, estômago cheio, dinheiro no bolso, brinquedos tecnológicos disponíveis e sexo à vontade.
      Você tem paz? Lembro que no início da minha vida como convertido, nos anos 1970, paz era volorizada. Os evangelistas diziam o tempo todo, só Jesus pode dar paz, sem Cristo não há paz. Nos últimos tempos o que vejo nos púlpitos é, creia e Deus fará um milagre, o impossível em tua vida acontecer, esse milagre, esse impossível, não é a paz, mas coisas materiais, dinheiro, casamento, cura. O cristão atual, principalmente o do meio pentecostal, perdeu a noção da importância da paz, tendo dinheiro no bolso, um marido ou uma mulher pra chamar de sua, basta. O pecado fácil e a falta de cobrança de pais e pastores, deixou o homem insensível, mesmo dentro de igrejas. Aí reclamam quando toda a sociedade vive um momento de tanta violência, no Brasil, com gente sendo criada dentro de igreja, mas ainda assim sendo ganha pelo mundo, por sua cultura e seus valores. Os que continuam nas igrejas, com uma vida civilizada, são apenas religiosos, que toleram os hereges, escolhendo cantar (e não adorar de fato), mas não fazendo nenhuma diferença na sociedade.
      Paz importa? De verdade? Paz com Deus e com nós mesmos? A mais verdadeira paz se experimenta no silêncio e na solidão. No meio de um culto barulhento, de um show de música, de um comício, de uma partida de futebol num estádio ou de uma orgia, poucos pensam em paz, existem sentimentos mais fortes que a sublimam. Mas à noite, sozinho na sala, com a TV desligada, enquanto a família dorme, numa segunda-feira, a paz é buscada como água no deserto, é desejada mais que a vida, é joia rara e preciosa, a coisa mais cara do mundo. Isso, contudo, é para os que têm coração, ou que o adiquiriram com o tempo, os que não perderam a sensibilidade principalmente espiritual. O pecado, insistentemente cometido, não deixado, e com os anos, aceito como não mais pecado, anula a paz, mata a necessidade de quere-la. O que fica é um coração vazio, frio, que não acha mais prazer em nada. Feliz o homem que sente no coração a dor da culpa, mais feliz o que acha cura para ela no sangue de Cristo, mas bem-aventurado é o que encontra a paz e a guarda, como o tesouro mais precioso.
      “Antes de ser afligido andava errado", boa coisa é ser afligido pelo Senhor, não concorda? Deus nos atrai para a sua paz, essa é a maior bênção que ele nos dá. Nessa intenção o Espírito Santo faz doer nossos corações, e ainda bem que é assim, dessa forma aprendemos, como crianças, que o errado faz mal e o certo faz bem. Aí, todavia, reside um grande problema das últimas gerações que simplesmente se negam a sofrer, que não querem passar pela dor da maneira correta. Com essa rebeldia, eles nunca aprendem, não mudam, envelhecem ainda na adolescência e ficam assim pelo resto de suas vidas, mesmo que queiram manter os corpos jovens (assunto que refleti na postagem de ontem, “Eternidade”). Fugir da dor não amadurece, é preciso senti-la em toda a sua intensidade para adquirir responsabilidade, e depois, quando ela passar, porque em Deus toda dor sempre passa, crescer como ser humano. O homem maduro procurará com todo o coração não errar mais, ele sabe o preço caro que custa um caminho irresponsável e egoísta.
      Paz, só Jesus pode dar paz, diz uma canção que fiz nos anos 1980, tema tão comum nos púlpitos e nas composições cristãs de quarenta anos atrás. Paz, virtude que as pessoas parecem ignorar hoje em dia, mesmo cristãos. Paz, uma palavra tão pequena na língua portuguesa, mas um sentimento exclusivo, intenso, que compensa a ausência de muitos outros. Paz se sente mesmo na ausência do amor do próximo, mesmo na falta de bens materiais, mesmo na negação de aprovação dos homens. Paz experimentamos depois que buscamos ao Senhor com todo o coração e com toda a razão e ouvimos uma frase pequena e simples, que nos dá paz. A voz do Espírito Santo nos dá paz, e Deus fala a cada um de nós de maneiras diferentes em momentos diferentes, só para nos dar a paz. A coisa que Deus mais deseja para o homem é que ele tenha paz, por isso a insistência na verdade que diz que sem Cristo não há paz, verdade que muitos teimam em não entender, ligando Jesus a mais uma religião ou às práticas de falsos cristãos que não dão testemunho do evangelho da paz.
      Eu já senti a paz de Deus em momentos que achava impossível senti-la, encontrar em Deus a paz é o maior milagres que experimento. Abro mão de riquezes e honras para ter a paz de Deus, sei que se a sinto estou em conformidade com a vontade do Senhor, sei que estou obedecendo a ele, apesar de tudo, e que ele está se agradando de mim. Não existe adoração mais profunda que estar em paz com Deus, uma adoração silenciosa, secreta, única, na intimidade do Senhor. Temos direito à paz, todos precisamos saber disso, ela não é opcional, mas há de se ter humildade e simplicidade para prova-la. O arrogante que se perde nos próprios pensamentos, que se deixa escravizar pelos prazeres e pelas mentiras espirituais do diabo, não acha paz, mas só confusão e armadilhas. Na paz do Senhor temos lucidez, andamos na luz, e melhoramos sempre. Sem paz, mesmo que por causa de uma mentira, de algo de errado que nós nem fizemos, podemos nos perder, e o que era só falta de segurança se transforma em pecados maiores, em vícios, em ódio, em mágoas, em doenças físicas e psicológias.
      Busquemos a paz e a guardemos, com convicção, e não a troquemos por nada, quem tem paz com Deus, está protegido e pode exercer amor e fé com liberdade, com pureza, no Espírito Santo e através de Jesus Cristo, o príncipe da paz!

17/04/18

Eternidade

      "Forever young", nas últimas décadas, desde os anos 1980, quando a geração da revolução social e cultural dos anos 1960 começou a envelhecer, temos visto uma obsessão do ser humano para se manter jovem. Preocupação com a saúde, mais que isso, com a estética exterior, tem mudado o conceito sobre quem é jovem. Os cinquenta anos são os novos quarenta, os quarenta são os novos trinta, e por aí vai, todo mundo quer ter vinte anos para sempre. Academias tomam lugares de asilos, são os templos de adoração da juventude, corpo perfeito para sempre, nutricionistas e esteticistas são os sacerdotes desses templos, mas o deus realmente adorado é o ego humano. O ser humano mudou moralmente, melhorou espiritualmente com isso? Não, na verdade nunca se viu um homem tão vazio e cansado do prazer imediato e fácil. Mesmo com a AIDS, com o politicamente correto, a depravação e a libertinagem deixaram de ser pecado. Isso agora é direito de todos, todos que se negam a amadurecer, a aceitar que a ação do tempo é inexorável e possui uma finalidade útil. Querem usufruir mil anos em um, como adolescentes sem pais ou autoridades que lhes digam o que é certo e o que é errado, aliás, certo e errado não existem mais, isso é coisa do passado, de gente velha que não caiu na realidade do mundo moderno atual.
      Quando se nega o tempo, foge-se da morte, sem enfrentar a morte não se tem de fato qualquer responsabilidade com a eternidade, aquilo que acontecerá depois que o corpo físico morrer. Sim, isso é mais uma maneira de rejeitar o cristianismo, ou qualquer outra religião que ensine comunhão com o divino para se ter direito a uma eternidade em paz. Mas que equívoco enorme é esse, negar a eternidade é negar o espírito, ver o homem só como um mecanismo de carne que come, dorme, faz sexo e trabalha para manter tudo isso. Tudo isso por quanto tempo? Por setenta anos, oitenta, noventa? Sim, o homem tem vivido mais, planos de saúde têm ganhado muito dinheiro prolongando a vida, mas cem anos é uma gota no mar da eternidade, muito menos que isso, na verdade. É um grande engano desprezar o tempo onde existirá a essência do ser humano, muito mais importante que um instante encarnado aqui neste planeta. Ninguém sabe o que acontece depois da morte? Cientificamente, sim. Mas se não se sabe se o que se viveu na vida física fará diferença na eternidade, também não se sabe se haverá alguma troca de vida física de qualidade por vida espiritual em paz, e entenda-se qualidade como prática de valores espirituais, não só de saúde e equilíbrio emocional.
      Contudo, a eternidade não começa com a morte física, não mesmo. O homem prova a eternidade todos os dias de sua vida física, através de valores e aptidões que não podem ser achados no cérebro ou no coração carnal. Fé, esperança, medo, amor, ódio, assim como imaginação, criatividade, que produzem artes como a música, pintura, poesia, teatro, cinema, etc, tudo isso é muito mais que criações do corpo. É o espírito que sonha, que acredita, que nasce e que morre, o corpo segue junto, limitado, envelhecendo, mesmo que o espírito permaneça jovem para sempre. O que faz o espírito reviver e reviver, renovar-se, não são excercícios físicos, regimes alimentares, mesmo que isso faça algum bem às emoções e aos pensamentos. Espírito só pode ser alimentado com alimento espiritual, e só um espírito vivo sobreviverá na eternidade com vida e com o criador de toda a vida, Deus.
      Impossível falar em eternidade sem falar no Deus verdadeiro e em Jesus como o único meio de se chegar a ele. Religiões, de um modo geral, entregam ao ser humano uma maneira de se ter comunhão com o divino, com o mundo espiritual, com Deus, com a eternidade. Mas religões de homens, inventadas por homens, darão soluções humanas para se ter essa comunhão. Só o cristianismo é a religião de Deus, onde criador da eternidade dá ao homem uma solução eterna para que sua essência, o eterno espírito humano, viva em paz. Só o pai dos espíritos pode dar ao espírito humano uma solução espiritual para viver a eternidade espiritual, uma solução de cima para baixo. Qualquer outra solução, de baixo pra cima, não terá eficácia. Por que só o cristianismo oferece uma solução de cima para baixo? Porque os fundadores de outras religiões morreram e seus túmulos podem ser achados na terra, todos eles nasceram de pais humanos, e todos eles viveram, mesmo que como sábios e abnegados, um vida espiritual inferior à de Jesus Cristo.
      Bem, a aceitação da verdade do evangelho é através da fé, e o homem pode se recusar a crer. Ele pode dizer que Jesus não foi gerado pelo Espírito Santo, que Cristo, mesmo sendo alguém diferenciado, teve uma vida mundana ou mesmo se relacionou maritalmente com mulheres, como com Maria Madalena, ainda que se casar e fazer sexo não representem em si algo errado. O homem pode não acreditar no diferencial de Cristo, nem que ele ressuscitou e subiu ao céu com o corpo transformado, mas é só assim que o evangelho pode ser desconsiderado, crendo que ele é uma fraude, uma mentira. Sob esse ponto de vista, qualquer outra religião ou fundador de religião é mais plausível, e o cristianismo senão um engodo, uma loucura. Mas em se tratando de eternidade, de vida espiritual, as referências são outras, é um universo onde só se interage pela fé. Fé não é acreditar em fantasias, em mentiras, mas é acessar uma realidade com valores diferentes, com causas e efeitos distintos dos valores materiais.
      Eu vou dizer uma coisa, com 58 anos de vida, 42 de convertido, tendo errado muito nesta vida, batido a cabeça, demorado para aprender e praticar mesmo conceitos espirituais mais simples, mas tendo experimentando em toda a minha vida uma presença espiritual forte e viva de Deus ao meu lado, sempre me apontando a eternidade como o ponto no horizonte para onde eu devo olhar e seguir. Se eu morresse e verificasse que tudo o que eu esperei da eternidade, baseado no cristianismo, não confere, ainda assim teria valido a pena. Temos que morrer no corpo para viver a eternidade? Não, a eternidade começa aqui, em cada escolha que fazemos por uma vida melhor que os valores deste mundo.
      Confiar na justiça deste mundo? Inútil, neste mundo não há justiça. Confiar na prosperidade que se adquire com trabalho e estudo neste mundo? Tudo isso nada vale numa velhice solitária, doente é triste num leito hospitalar. Confiar no homem? Os que forem humildes construirão uma família, acharão uma companheira ou um companheiro fiel e amoroso, com o qual se divide a existência encarnada, e filhos, nos quais deixar um legado verdadeiro. Acharão também amigos, poucos, mas sinceros e fiés, que os acompanharão sem fazer exigências e os amarão pelo que realmente são. Isso levaremos para a eternidade conosco, bons relacionamentos e valores eternos, mais nada, tudo o que se baseia no homem, incluindo igrejas, são ilusões, enganos, casas de palha que serão queimadas rapidamente com a menor variação daquilo que somos e temos neste plano. Basta mudar de opinião, de igreja ou de emprego, para que muitos homens nos abandonem.
      Eterno é Deus, então deixemos que ele viva em nós, com liberdade, em amor, nunca por obrigação. Por obrigação o Espírito Santo se cala, e falam mais alto as vaidades, mesmo disfarçadas de valores espirituais. Eternidade se escolhe todos os dias, não por medo do inferno, nem por se achar merecedor do céu, mas por amor ao amigo Jesus que se deu por nós. Sabe o que vai entrar no céu? A amizade, com Deus, com as pessoas, o amor desinteressado, mesmo acima do sexo conjugal permitido por Deus com nossos companheiros. Sejamos antes de tudo amigos de esposas e esposos, amigos confiam e nada escondem. Se a eternidade é intimidade com Deus, só entra nela em paz os que são íntimos dele. Quem entra no interior de sua casa, na cozinha, na sala de lazer ou no quarto de dormir? Na sala de estar, com certeza recebemos quase que qualquer um, mas ela é somente para visitas rápidas, para um encontro passageiro, educado. Deus recebe muita gente em uma sala de estar nesse mundo, educadamente fala com as pessoas sobre salvação e sobre a eternidade. Mas somente os salvos e amigos habitarão no céu eternamente com ele. Quer ter uma eternidade em paz, na intimidade do Senhor? Seja amigo de Deus.