04/02/20

Orai sem cessar

      “Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias.I Tessalonicenses 5.17-20

       Eis uma tentação que na maior parte das vezes sofre, não o cristão novo e menos atuante na igreja, mas o mais velho de igreja, o mais maduro e mesmo aquele com mais atuação em cargos e lideranças ministeriais. Às vezes entramos numa integração tão intensa com a roda viva da vida que simplesmente paramos de orar como se deve, até oramos nos cultos, pensamos em Deus, pedimos sua orientação durante situações de decisões e de seriedade, mas orar mesmo, isso não fazemos. Esse mecanismo pode se instalar de tal forma em nossas mentes que acabamos acreditando que somos espirituais, mesmo orando pouco ou errado. 
      Bem, o que é “orar mesmo”, qual a maneira certa de orar? É ter uma interação direta, profunda e a sós com Deus, envolvendo razão, emoção, fé e espírito, isso nem precisa acontecer em períodos longos, oração não é quantidade mas qualidade. Numa experiência assim confessamos todos os pecados, assumimos um desejo firme de não comete-los mais e depois adoramos a Deus, com todo o coração, com todo o pensamento e no Espírito Santo. Santidade e adoração são as provas que estamos tendo de fato vidas de oração verdadeira, já se os pecados se acumulam e se a adoração mais emocional é difícil, podemos até estar trabalhando muito na obra, mas não estamos em comunhão com Deus em oração.

03/02/20

Tranquilo mas vigilante

       “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.Mateus 26.41

      Ande tranquilo e descansado, mas só depois de ter orado e entregado tua vida nas mãos de Deus. Essa entrega deve ser constante, assim que não se passe muito tempo entre um período de oração sério na presença do Senhor e outro, nem precisa ser longo, mas tem que ser profundo, almejando sempre a santidade e a adoração. Não enfrente o dia a dia, o mundo, o trabalho e o estudo secular, e mesmo as relações sociais dentro de igreja e família, de qualquer jeito, e é claro muito menos compromissos com o ministério, compartilhamento de palavra, ministração de louvor ou direção de oração. 
      O espírito está pronto, mas a carne não, e ela pode conter a unção espiritual de forma limitada, é um vaso pequeno, assim deve ser constantemente cheio com o Espírito Santo. É importante, contudo, que se entenda uma coisa, tranquilo não significa displicente ou passivo, aquele que descansa em Deus não se enfraquece, mas fortalece-se, pois está calmo não por confiar nas ilusões do mundo, da carne e do diabo, mas por firmar-se no altíssimo. Assim, o segredo da força esta em confiar plenamente, pela fé em Deus, e crer não é fazer força, mas descansar, Deus é a nossa força.

02/02/20

Simples ou bipolar?

      “Quisera eu me suportásseis um pouco na minha loucura! Suportai-me, porém, ainda. Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Coríntios 11.1-3

      Às vezes refletimos tanto, pensamos tanto, raciocinamos tanto, que nos esquecemos da simplicidade de agradecer ao Senhor por tudo, sem filosofar demais, sem se preocupar em basear-se demais na teologia, e desculpe-me se este texto se refere somente a mim, se é pessoal demais, quem me acompanha aqui entenderá minha sinceridade. Não, ser profundo, ser sério, analizar a fé, o cristianismo, a prática do evangelho com coerência, pesando teoria com prática, não é costume da maioria, aliás, uma das ênfases do “Como o ar...” é justamente sobre a ociosidade intelectual de muitos cristãos atuais, ociosidade que leva tantos a serem presas de heresias e hipocrisias. É preciso crer mas com sabedoria, com crítica, sempre!
     Contudo, só às vezes, arrogantes como eu, que se acham melhores por serem mais informados (ou se acharem mais informados), descobrem na simplicidade do primeiro amor do evangelho uma satisfação maior. Mas o que de fato é ser profundo no evangelho? O cristianismo oferece um acesso a Deus diferenciado justamente por ser descomplicado, e por isso pode ser provado por todos, de todos os tempos e lugares, de níveis intelectuais e financeiros distintos, o cristianismo é simples. Glória a Deus por isso, e por mais que precisamos ser íntegros, conhecer a Deus não só com fé e emoção mas também com razão e trabalho, não podemos nos esquecer disso. 
      Se analisarmos a história da igreja cristã no mundo, a primitiva, a católica, a protestante, a pentecostal, a neo-pentecostal e a atual (misturada e sem identidade), veremos um jogo de queda de braço. Entre quem, entre o homem e Deus? Não, isso é desnecessário tanto quanto impossível, mas entre polos de visões do que seja o cristianismo. Por um lado está a liberdade emocional no Espírito Santo e por outro lado o legalismo racional dos textos bíblicos. Mas esse jogo na verdade é do homem contra o próprio homem, que se perde na liberdade emocional e se abriga nos grilhões do racional, depois desfalece nas cadeias do legalismo doutrinário e deseja de novo a liberalidade passional do que acha que é o Espírito. 
      Os extremos ficam interessantes quando o homem deixa a simplicidade do evangelho, da fé e obras, do crer e praticar, do sentir mas avaliar racionalmente, isso dá trabalho, exige tanto conhecimento bíblico quanto vida de oração, isso exige cérebro e intuição espiritual, inteligência e dons do Espírito. Quem não quer se dar a esse trabalho considera melhor simplesmente repousar num extremo e ou não pensar mais ou não sentir mais. Equilíbrio dá trabalho, mas cansa, por isso às vezes, basta sermos simples, talvez Deus conte com o nosso cansaço, não para que estacionemos num polo, mas para que descansemos realmente nele, para que achemos o ponto de equilíbrio.
      A verdade é que o equilíbrio é uma quimera, desejado mas poucas vezes provado, somos seres bipolares, passamos a vida num jogo de queda de braço que nos leva de um lado para outro. Todavia, às vezes ser simples basta, e é nesses momentos que provamos Deus de maneira mais pura e direta, que ouvimos sua voz com clareza, que entendemos a vontade de Deus para nossas vidas e que vemos que tudo faz sentido e que somos felizes. À medida que envelhecemos no corpo e amadurecemos no espírito esses momentos aumentam, mas só quando vencemos a desesperança, que também podem ser tentação forte à medida que o tempo passa. Desculpe-me novamente se essa reflexão só serviu a mim...

01/02/20

Filosofar no Espírito

      “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.” I Coríntios 2.7-11

      “Filosofia (do grego Φιλοσοφία, philosophia, literalmente «amor pela sabedoria» é o estudo de questões gerais e fundamentais sobre a existência, conhecimento, valores, razão, mente, e linguagem; frequentemente colocadas como problemas a se resolver. O termo provavelmente foi cunhado por Pitágoras (c. 570 – 495 BCE). Os métodos filosóficos incluem o questionamento, a discussão crítica, o argumento racional e a apresentação sistemática. As questões filosóficas clássicas incluem: É possível saber qualquer coisa e provar que se sabe? O que é mais real? Os filósofos também colocam questões mais práticas e concretas, como: Existe uma maneira melhor de se viver? É melhor ser justo ou injusto (se haver como se safar)? Os seres humanos têm livre arbítrio?“ Fonte: Wikipedia 

      Quem acompanha o “Como o ar...” já entendeu que a “pegada” aqui é filosofia, e não tem nada errado em cristão filosofar, isso usa outras partes importantes do nosso ser, filosofia é uma ferramenta, não uma religião, usada pelo nosso intelecto. Analizar aquilo que nos toca, que impressionou em nós fortes sentimentos, que mudou de alguma maneira nossas vidas, entender o que somos, porque nos tornamos assim, e o que nos leva tanto a sofrer quanto a sermos felizes, é importante. A diferença entre filósofo e cristão filósofo e que o cristão não encerra o processo na reflexão, nem está sozinho para praticar as conclusões obtidas, mas ele tem Deus morando nele numa íntima ligação.
     O cristão tem o privilégio de filosofar no Espírito Santo, que tanto o conduz às melhores conclusões quanto o fortalece para viver de fato o que concluiu, pensar é preciso, ainda que conquistemos os mistérios espirituais por fé que é o primeiro passo, depois temos que refletir sobre o mistério e chegar mais perto da mente de Deus. Quem crê e vive abençoa a si mesmo, mas quem crê, vive e pensa a respeito (filosofa), consegue verbalizar e então ensinar o que aprendeu, isso abençoa os outros. Por outro lado o motivo da humanidade ser joguete nas mãos de maus líderes religiosos é justamente porque muitas vezes deixou que outros pensassem por ela. 
     Paulo não só acreditava, tinha experiências com o Espírito Santo, praticava o evangelho e o pregava, ele também escreveu os textos maiores e mais importantes do novo testamento, que têm ensinado a igreja desde o início. Por que Deus escolheu Paulo para escrever esses textos e não outros, como João e Pedro? Porque Paulo tinha inteligência, tinha cultura, pensava e escrevia com profundidade e verdade, Paulo era também um filósofo cristão, mais do que qualquer outro escritor bíblico, refletiu profundamente sobre o reino de Deus estabelecido por Cristo, argumentou com os judeus que insistiam em permanecer debaixo da lei, mesmo depois de convertidos. 
      Salomão é outro escritor bíblico que também foi útil nos planos de Deus porque era um profundo pensador além de temente a Deus, Eclesiastes prova isso. Moisés, criado como príncipe no Egito, com a melhor educação, foi incumbido por Deus de escrever o pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia. Podemos citar também Daniel, um dos “jovens em quem não houvesse defeito algum, de boa aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para assistirem no palácio do rei, e que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus” (Daniel 1.4), outro selecionado pelo Espírito Santo para registrar profecias sobre o fim dos tempos no nível de Apocalipse de João.
      Moisés, Salomão, Daniel, Paulo, são homens que escreviam bem porque pensavam bem, eles, e não outros, foram as ferramentas usadas por Deus para registrar mais que crônicas históricas e políticas ou biografias, mas pensamentos profundos sobre Deus, o homem e a vida, isso nos ensina que pensar, sim, é preciso, obviamente depois de crer e buscar a Deus. Eu pessoalmente creio que mais do que nunca, nesses tempos de tanta manipulação ideológica, de tanta heresia, de tantas vozes virtuais, o cristão precisa pensar mais, avaliar mais as coisas, buscar coerência entre palavras e vida. Contudo, tudo isso para voltar à simplicidade do evangelho de Jesus e de fato vivê-lo, não para se perder nos extremos. 

31/01/20

Mente de Cristo

      “Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.I Coríntios 2.12-16

      Eu amo o texto inicial de Paulo, muitos não captam sua profundidade, nele o apóstolo-teólogo une conceito espiritual com intelectual, fé com conhecimento, constrói um entendimento maduro sobre a obra de Cristo em nossas vidas, que vai muito além do leite espiritual que muitos acham atualmente que é alimento de cristão crescido quando não é. O que é leite espiritual? São as primeiras e básicas coisas do caminhar com Cristo, fé, perdão de pecados, salvação eterna, santidade e adoração, mesmo dons espirituais, que muitos acham serem efeitos de vida altamente espiritualizada, também é o início da caminhada, não o fim (como tantas vezes já refletimos aqui).
      Alimento espiritual de cristão crescido leva a um confronto com todas as realidades, sem a proteção inicial que as crianças precisam, conduz a um longo processo de cura pessoal e conhecimento divino, que não interfere na salvação, mas que permite tanto o auto-conhecimento quanto uma intimidade profunda com Deus e o mundo espiritual. Não, ninguém precisa de maturidade espiritual para ter direito à eternidade melhor e a um cuidado especial do Senhor neste mundo. Maturidade, assim como o novo nascimento inicial, é uma questão de escolha, ainda que o Espírito Santo que habita o homem após o novo nascimento atraia o filho de Deus sempre para o crescimento, mas só cresce quem se permite crescer. 
      Como sabemos se damos ao Espírito de fato liberdade? Quando experimentamos um conhecimento crescente daquilo que nos foi dado gratuitamente no início, como diz o texto. Veja bem, Deus já está em nós e nos abençoa, mas ainda assim podemos não entender ou conhecer sua atuação, porque ainda que ser curado só dependa de fé, saber como essa cura é operada depende de nós, de “filosofarmos no Espírito”, digamos assim. Isso é nos alimentarmos de comida espiritual de adulto, isso é uma escolha de trabalho, assim implica em querer isso e em se dar ao trabalho de buscar. O que nós precisamos saber é que no novo nascimento, quando o Espírito Santo nos sela, ganhamos a “mente de Cristo” e o potencial para crescer.
      “Dado gratuitamente por Deus”, “não com palavras de sabedoria humana”, “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus porque lhe parecem loucura”, isso tudo vai contra o entendimento de ocultistas e esoteristas (e filósofos) que diz que o conhecimento mais profundo pode ser adquirido por homens que queiram isso. Sim, querer é preciso, deve-se escolher querer questionar e aprender mais, mas só depois que o Espírito de Deus é dado por Deus através de uma fé que dá um pulo no escuro, sem conhecimento. Muitos podem até, por esforço próprio, adquirirem profundos conhecimentos sobre o mundo espiritual, alguns até desconhecidos pela maioria dos cristãos.
      Mas por si só ninguém nunca entenderá a relevância de Jesus, e portanto nunca será salvo e terá o melhor da eternidade. Ninguém conhece a Deus, assim Deus precisa nos dar sua mente, em Cristo, para que possamos conhecê-lo, ao menos um pouco. Ah se os cristãos entendessem de verdade a profundidade desse mistério, que recebemos a mente de Cristo, não só o privilégio de sentir a presença de Deus, mas também o intelecto de Cristo para conhecer de fato as verdades universais. Essa capacidade muitos que se acham espirituais não têm, vai muito além dê emoções, só ela pode nos levar a uma maturidade espiritual realmente verdadeira de auto-conhecimento e intimidade com o altíssimo.

30/01/20

O homem, o tempo e o fruto

      “A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.” I Coríntios 3.13

      Não tente ofuscar, esconder ou destruir, de alguma maneira, o trabalho de alguém, que ele seja feito e que venham à tona os frutos, que esses frutos revelem as intenções, a luz, o bem de quem trabalhou para que eles brotassem. Se você tem dificuldade para se relacionar com alguém, se você, por algum motivo, se desentendeu com alguém e não conseguiu mais ter um bom relacionamento com esse alguém, não use esse desconforto como álibi para diminuir o trabalho dessa pessoa. Deus ama a todos e todos têm seu espaço de honra debaixo do Sol, mesmo que nós não gostemos de alguns ou alguns não gostem de nós, assim respeitar o trabalho de todos é temor a Deus, que nos guarda de amargura.
      Os que criticam e buscam defeitos nos trabalhos de algumas pessoas só porque essas pessoas de alguma maneira os deixam desconfortáveis com suas auto-imagens e vaidades, serão envergonhados e caminham para a solidão, ainda que sejam pessoas até mais competentes que aquelas as quais criticam. Valorizar os seres humanos, todos eles, é honrar a Deus, é adorar ao Senhor por suas criações e sua providência, que distribui com sabedoria dons e talentos aos seres humanos, assim, se os amigos merecem nossos elogios, mais ainda os que se fazem de nossos inimigos, e na pior das situações, só o nosso silêncio distante e totalmente entregue nas mãos de Deus, sem qualquer espécie de retaliação. 
     Abaixo de Deus e sob seu gerenciamento, a maior potência sob os homens é o tempo, encarnados somos obrigados a conviver e administrar o tempo, os que não têm paciência estão mais fragilizados para cometerem muitas espécies de pecados, não ter temor a Deus é basicamente ser impaciente. O tempo mostra a verdade sobre os homens, o tempo depura as intenções e prova os corações, frutos precisam de tempo para aparecerem a partir de uma simples semente escondida na terra. Assim, nunca julgue o trabalhador, não sem antes ver o fruto, e mesmo depois tema a Deus e cale-se, caso o fruto seja amargo, fruto amargo deve ser provado só pelo que o plantou, por mais ninguém.
      Mas aos que forem pacientes, que prosseguirem trabalhando, se esforçando, fazendo o melhor possível, que nem se importarem com o ponto de chegada, apenas em serem excelentes no processo, fazendo de cada dia um dia especial, aos que mesmo após terem colhido os primeiros frutos, não se contentarem e pararem para viverem de louros iniciais, aos que olharem para além da primeira morte, que vislumbrarem a eternidade, esses serão agraciados pelo tempo. Não, não é fácil ser paciente, eu que o digo, a impaciência colhe verde e azedo, assim como julga mal e injustamente, mas no Espírito podemos gerar paciência em nós para entendermos um pouco como é a essência do Deus para o qual tempo não existe. 

29/01/20

Seja!

      “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filipenses 3.13-14

      Não pareça ser, seja, mas saiba, que se não conseguir ser o que deseja, você já é o que é (parece óbvio mas muitos não aceitam isso). Aceitar a verdade sobre si mesmo é o primeiro passo para ser melhor, pensar, todavia, que se é mais do que se é, impede-nos de melhorar porque em nossas cabeças já somos bons o suficiente. Assim, o desafio de vivermos em paz está em nos olharmos como realmente somos, sem medo e sem ilusão, mas ainda assim tentarmos melhorar, ao menos um pouquinho, a cada dia. Deus nos mede (e não nos julga), não pelas grandes coisas, mas pelas pequenas. 
      Existir baseados em aparência, contudo, é uma das grandes tentações do ser humano, e queremos exibir algo melhor do que de fato somos simplesmente para impressionar as pessoas. Quanto a Deus isso é impossível, ele sabe quem somos de verdade, e não nos considera mais ou menos por isso, Deus é verdade, ama a verdade, e colocou em cada um de nós uma verdade útil. Se entendêssemos e aceitássemos essa utilidade, seríamos felizes mais facilmente e realmente viveríamos no universo nossa singularidade. No final, somos o que somos, e pela misericórdia de Deus isso basta.