24/09/20

Deus te ama!

      “Assim como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem. Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó. Quanto ao homem, os seus dias são como a erva, como a flor do campo assim floresce. Passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não será mais conhecido.” Salmos 103.13-16

      Muitos não querem amar, e como consequência não permitem que sejam amados, por homens mas até por Deus. Negar o amor de Deus é afastar-se de seu perdão, o fruto nobre do amor é o pleno perdão, sem perdão segue-se com o pecado para depois inventar desculpas para negar sua existência. Os que não experimentam o amor de Deus fatalmente chamarão o pecado de outros nomes, arrumando desculpas para continuar pecando, esses têm medo de se aproximar de Deus e serem amados. Por quê? Porque o amor desarma.
      Desarmados temos que enfrentar a realidade de uma outra maneira e nos reposicionarmos, contudo, isso é um processo que se tem que ser humilde para vivenciar, numa nova disposição que assume dependência de Deus. Nessa dependência ganhamos liberdade e amor, mas precisamos aceitar os valores de Deus, que ainda que sejam mais elevados muitas vezes não nos colocam na evidência que gostaríamos de ter neste mundo e diante dos homens. O amor de Deus aproxima, perdoa, desarma, transforma e nos dá novos valores. Só ama quem amado foi!
      A verdade é que não podemos entender o amor de Deus, eu não consigo entender o porquê do Senhor me amar tanto e há tanto tempo, mesmo quando eu não sabia, mesmo quando eu sabia mas não agia de acordo. O segredo, contudo, está em não entender, se entendermos é porque achamos o motivo dele nos amar, que equivocadamente pode ser porque nós merecemos esse amor, e nós nunca merecemos. Dia a dia nossos atos confirmam nosso desmérito, mas a iniciativa do Senhor também é vista pelos que querem ver, na insistência de nos amar.
      Deus rega a flor no início de um dia, espera-a crescer, alegra-se com ela ao meio-dia no apogeu de sua beleza, para depois vê-la murchar no ocaso e secar-se na noite. Ainda assim o Senhor tornará a regar a flor, na alvorada de um novo dia, e novamente o processo ocorrerá. Deus é jardineiro persistente, sabe que somos fracos, pó, por isso é tão paciencioso e nunca exige de nós mais do que podemos suportar, ainda que nós mesmos e os outros exijam. Essa delicadeza de nos tratar como delicadas flores, que encantam por tão pouco e a custo de tanto, é o amor de Deus, quiçá tivéssemos a mesma delicadeza para amar os outros. 

23/09/20

Deus me ama?

      “Pois o mesmo Pai vos ama, visto como vós me amastes, e crestes que saí de Deus.João 16.27

      Se quer saber se Deus te ama, e o quanto ele te ama, lembre-se, depois de você ter se convertido e recebido o selo do Espírito Santo, de todas as vezes que você, mesmo já salvo e tendo experimentado a presença maravilhosa do Senhor e a paz singular que se tem através do perdão por Cristo, ainda assim pecou, sujou o templo, foi infiel, trocou o eterno pelo passageiro, o real pela ilusão. Mesmo assim, teu pai espiritual, santíssimo e perfeito, te atraiu para o arrependimento e te perdoou, dando-te de novo a alegria da salvação, te enchendo do Espírito Santo e te levantando diante dos homens.
      Deus não te abandonou e te aceitou, e isso aconteceu muitas vezes, apagando teu pecado dos “livros divinos”, te tratando como se nada tivesse acontecido, só porque você creu que em Jesus há perdão. Isso é amor sem fim, que gosta e protege sem segunda intenção, que é fiel para com o infiel, forte com o fraco, aceitando-o e nunca humilhando-o ou acusando-o. Se tem algo que você pode ter plena certeza é que Deus te ama, se for humilde e crente nele entenderá isso, de todo o coração, e será consolado, terá forças para se por de pé e seguir em frente, com esperança e em paz. Deus te ama!
      Mas se quer saber mais sobre o amor de Deus, compare-o com o teu, com o que você dá às pessoas. Via de regra amamos quem nos ama, ou mais, quem de fato gostamos e que nos dá aquilo que queremos receber mesmo quando erramos e não nos arrependemos. O amor humano é sempre conveniente, é sempre “toma lá dá cá”, não é de maneira alguma sacrificial, e se se sacrifica muitas vezes é de forma doentia, tentativa de amar alguém mesmo sendo maltratado por esse alguém. Esse falso tipo de amor faz mais mal que bem, de alguns temos mais que nos afastar mesmo, é o melhor que podemos fazer.
      Deus, contudo, não age assim, com nenhum ser humano, neste mundo está sempre disponível para mudar a vida de alguém, mudança que começa nesse mundo e vai até à eternidade. Nesse mundo Deus é salvador para os ímpios, pai para os filhos rebeldes, Senhor dos servos abnegados e amigo dos verdadeiros profetas, que o buscam com intimidade. Na eternidade é irmão dos que o escolheram seu amor e juiz dos que não escolheram. São as várias facetas de um amor único, maior, eterno, que é mais que uma virtude ou um sentimento, mas a essência da espiritualidade mais alta e iluminada. Deus é amor!
      Talvez no final de nossas vidas, quando nos livramos das vaidades, de querer dar a última palavra, talvez nesse momento conseguimos amar mais proximamente à maneira como Deus ama, talvez velhos e cansados conseguimos dar sem exigir nada em troca, deixar que os outros brilhem mais do que nós. O amor entre homens é basicamente isso, deixar que o outro brilhe forte, sem impedir isso, sem invejar isso e promovendo isso. Deus vê nosso potencial de iluminação ainda quando somos trevas, nos redime e nos coloca num lugar especial para que brilhemos, esse é o objetivo prático do amor de Deus.

22/09/20

O que as pessoas nos levam a ser?

     “Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria.” João 4.44

      Por que com algumas pessoas é tão fácil sermos o nosso melhor, enquanto que com outras parece que somos sempre levados a ser piores? Bem, em primeiro lugar é preciso admitir que se fôssemos perfeitos já não estaríamos mais aqui, e em segundo lugar precisamos aceitar que por algum motivo, que Deus o pai de todas as almas sabe, as pessoas que mais nos incomodam são nossos familiares mais próximos, justamente aqueles com os quais temos que conviver mais assiduamente e mais proximamente. 
      Todavia, são críticos próximos que exigem de nós mais atitude de amor e de profunda humildade, e eles existem em nossas vidas para isso, acredite e não fuja desse confronto, vivencie-o em Deus e será alguém melhor ainda que aquele que você acha que é, com os que você não precisa se esforçar para ser. Deus sabe o que faz, o reconheçamos em nossos caminhos e teremos vitória. Uma coisa é certa, somos confrontados com a descrença e desonra para aprendermos a seguir para Deus, isso é o que nos empurra para frente. 

21/09/20

Por que as pessoas caem?

      “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.Provérbios 16.18

      As pessoas não caem porque erram, muitas neste mundo ainda que errem e não se arrependam, não sofrem grandes tropeços, pelo menos nesse plano. O que leva às quedas, contudo, é a arrogância, principalmente quando se joga publicamente na cara dos outros que se é intocável, que nunca errou ou ainda que tenha errado não será julgado por isso. O homem pode enganar a si mesmo, até a outros homens, mas não tente ele ludibriar a justiça, desdenhar do juízo, desprezar o juiz, não se ache ele deus pensando que nunca erra e tentando construir neste mundo obras de justo, defendendo uma reputação mentirosa como correta, usando isso para enganar e se apossar do que nunca foi ou será seu. 
      Quem lhe será juiz nesse caso? Nem será Deus em pessoa, mas os semelhantes de tal homem, principalmente seus opositores, esses o odiaram por ter se mostrado como melhor, como moralmente diferente, quando não era. Melhor teria sido para ele aliar-se aos errados, ser amigo dos pecadores, fazer alianças, como fazem todos que querem algum poder nesse mundo. Ele escaparia do juízo de Deus? Não, mas nesse mundo poderia ter alguns anos de glória, já que ainda que errado teve certa “humildade”, errou mas não foi arrogante. Não, as maiores vergonhas neste mundo não passam os pecadores, todos somos pecadores, mas os loucos que se colocam acima da justiça e não fazem alianças com seus semelhantes.

20/09/20

Ore mais!

      “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.
  João 15.7
      “Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.”
  Gálatas 5.25

      Quando oramos frequentemente várias coisas boas acontecem:

- falamos diretamente com Deus, isso é de suma importância para termos de fato comunhão com o Senhor, ninguém conhece alguém só pensando nesse alguém, mesmo gostando ou admirando à distância, é preciso dialogar, de perto, olho no olho;

- testamos nossas intenções e nos conhecemos, ninguém resiste orar por muito tempo pelas coisas erradas, assim, ainda que comecemos a pedir a Deus algo que não é para nós termos, na insistência nosso coração esfria, a paixão passa e fica só o que é de fato legítimo;

- entendemos a intenção de Deus, quando nossas ilusões caem por terra, o que fica é a firme vontade de Deus, a qual se tivermos humildade e maturidade aceitaremos como a melhor para as nossas vidas, ouvir a voz de Deus com precisão é um trabalho de oração persistente;

- conhecemos a Deus, nesse conhecimento há comunhão, nos sintonizamos na “vibração” do Altíssimo, nessa experiência nos colocamos num local especial, elevado espiritualmente, nesse lugar há paz e vitória, orar é mais que dialogar, é se posicionar;

- nos santificamos, a oração confronta homem com Deus, esse confronto, se verdadeiro e íntimo, exige do homem limpeza espiritual e moral (e mesmo física), quem se aproxima do rei quer estar com os melhores trajes, banhado e bonito;

- somos ouvidos por Deus, o resultado de tudo isso é que pedimos e recebemos, antes ainda de pedirmos, pois não só andamos com Deus ou seguimos a Deus, mas vivemos em Deus, somos nele, numa comunhão plena, em todas as alturas e dimensões.

19/09/20

Ganhar ou perder?

      “Vale mais o pouco que tem o justo, do que as riquezas de muitos ímpios.Salmos 37.16

      Talvez, só talvez, os homens sejam divididos em dois grupos, os que vieram ao mundo para ganhar e os que vieram para perder, e me refiro a ganhar ou perder valores materiais, bens, posição social, fama, por ter ganho isso ou sido aquilo, não às virtudes morais e espirituais. Alguns de nós precisam se esforçar, mais e mais, estudar mais, trabalhar mais, para entender que neste mundo as coisas são obtidas com trabalho árduo e honesto, isso é o que os tirará de suas zonas de conforto e os fará crescer. Contudo, outros de nós, precisam aprender a renunciar, precisam entender que por mais que se esforcem certas coisas não darão certo, não para os deixarem ricos e famosos, talvez esses não estejam preparados para serem ricos e famosos, ainda que nasçam com aptidões e em lares que lhes propiciem isso. 
      Talvez você não veja a vida assim, talvez a veja por um dos dois extremos, um extremo, crédulo até fantasioso, que diz que todos devem fazer o máximo para chegar ao topo, ou o outro extremo, amargo ou simplesmente abnegado, que diz que ninguém é feliz nessa vida e nunca consegue ser o que realmente quer. Ilusão e mágoa são coisas que todos nós, de um jeito ou de outro, sempre levamos na alma. Mas podemos ver a vida ainda de uma outra maneira, como uma oportunidade para crescimento espiritual, onde os valores materiais são só provas, que a uns conduzem para melhor quando existem e a outros para melhor quando faltam. Por que pode ser assim? Porque nós, seres humanos, somos maravilhosamente diferentes.
      Qualquer generalização que desrespeite as diferenças é injusta, impede de entender o real motivo da nossa existência neste plano, assim é falsa a premissa que a felicidade é alcançada por todos do mesmo jeito, que todos têm que vencer sempre, em termos materiais. Sim, todos precisam ter na sociedade os mesmos direitos de escolha, mas as escolhas devem ser diferentes, contudo, o que tem feito muita gente infeliz é achar que o que faz o outro feliz a fará também, que alguém tem que ser e fazer algo porque os outros têm e são, assim, muitos tentam e tentam e nunca ganham, perdem e perdem, por quê? Porque esses têm que aprender a perder, não, não tudo, mas o suficiente para que sejam libertados de vida de aparência, ou que acha que tem que agradar os outros, para ser e ter o suficiente para achar a felicidade. 
      Quem precisa perder para de fato achar a espiritualidade, encontrar a humildade, a simplicidade, será infeliz se não aceitar isso, será amargo e terá inveja dos que são ou têm o que eles gostariam de ser ou ter. A felicidade é descobrir quem somos de verdade, e isso só descobrimos em Deus, ele é o espelho puro e limpo que nos mostra quem realmente somos, revela-nos nosso melhor homem interior. Muitos, todavia, passam a vida fugindo do espelho, se olham nos outros, ao invés de em Deus, e nos outros só veem os outros, não eles mesmos, assim podem até enriquecerem e serem famosos, mas não são felizes. Em primeiro lugar busque a Deus, conheça-o e assim a si mesmo, só depois poderá construir uma vida sobre a rocha, será uma pequena casa ou um castelo? Não importa, contanto que seja o que de fato você em Deus. 
      A felicidade não está no muito ou no pouco, mas em ser justo com o que se tem, se podemos ser justos com o pouco, nos resignemos com isso, e não almejemos mais, contudo, se podemos ter muito e ainda assim sermos justos, nos esforcemos para isso em Deus. Não nos esqueçamos, porém, de Marcos 10.25, “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus“, não que Deus não queira que sejamos ricos, mas riqueza nesse mundo, assim como fama, podem ser tentações grandes demais para a maioria. A realidade para a maioria de nós é, aprendamos a perder, a morrer, a abrir mão, com a certeza que por Jesus ganhamos vida e liberdade espiritual, bens que transcendem esse plano e que nos acompanharão onde as riquezas e a fama não irão, a melhor eternidade com Deus. 

18/09/20

Ter ou não ter?

      “Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.Romanos 15.1-2

      Pessoas diferentes precisam pagar preços diferentes para se aproximarem mais de Deus e amadurecerem espiritualmente. Alguns precisam aprender a administrar com misericórdia o poder que recebem, outros com humildade o podem que não recebem. Os que recebem algum tipo de poder não são maiores, nem os que não recebem menores, não diante de Deus, e ambos precisam e podem crescer igualmente para chegarem ao mesmo nível. Misericórdia ou humildade? É claro que em alguma instância todos precisamos das duas virtudes, assim como todos temos poderes para dar aos outros para administrar assim como administrar falta de alguns poderes que dependemos de outros para ter. Na verdade é tudo um jogo de equilíbrio, o universo é equilibrado, Deus é equilibrado, ainda que a princípio o mundo não pareça e muitos homens insistam em não ser, também a princípio.
      O que é ter poderes? Ter uma empresa com funcionários é ter poderes, os que colaboram conosco como empregados trocam serviços por dinheiro, mas são os empregadores que mantém empregados, e esses podem ser despedidos e trocados pelos proprietários das empresas. Mas existem poderes mais subjetivos, muitas vezes apenas em ter possibilidades de ajudar alguém, sem receber nada por isso, de fazer um favor, é esse tipo de poder que pode exigir de nós mais espiritualidade, para que não o exerçamos com arrogância, frieza ou displicência, nem querendo algo em troca. Os poderes que de fato são provas da vida para que adquiramos misericórdia podemos realizar sem fazer muita força, sem que seja um peso para nós, podemos fazer simplesmente para sermos ferramentas da providência divina, do amor de Deus com as pessoas. Nesse caso é importante, se queremos de fato amadurecer espiritualmente, entender que não somos donos de nada, apenas mordomos de algo, de um direito, que nos foi dado por Deus para abençoar, libertar, as pessoas, não prende-las a nós.
      Por outro lado convém a Deus, através do universo, de seus sistemas e probabilidades, que estão diretamente ligadas às nossas escolhas, que não tenhamos certos poderes, certas vantagens, assim precisamos aceitar, em Deus, se é que queremos crescer nele, que dependemos de outros para tê-los. Nesse caso é preciso humildade para aceitar isso com um coração simples e pacífico, que não cria amargura por causa dessa dependência nem busca vingança contra aqueles dos quais depende. Quem é maior o que tem ou o que recebe? O evangelho diz que mais bem-aventurado é dar que receber, mas por outro lado ter parece ser mais fácil que não ter, dar parece ser mais fácil que receber, ser humilde parece ser mais difícil que ser misericordioso. Em última instância, como já dissemos no início, tudo pode ser um desafio espiritual que pode nos conduzir a um crescimento em direção ao Deus altíssimo. O que tem coração de aluno, não de mestre, sempre achará na vida uma oportunidade para ser alguém melhor e mais parecido com Jesus.
      Contudo, muitos recebem a possibilidade de exercer poder porque talvez não conseguiriam viver de outro jeito, porque não são humildes suficientemente para depender de algum poder alheio. Outros, por sua vez, precisam aprender a receber, serem fiéis no pouco, para só depois poderem dar, serem fiéis no muito, mas o mais espiritual é sermos misericordiosos enquanto recebemos, enquanto dependemos de alguém, e humildes enquanto damos, enquanto administramos os que dependem de nós. Se entendermos, todavia, que ninguém é dono de nada, que tudo pertence a Deus, e que muitas posições neste mundo são passageiras, hoje pode ser de dono de poder e amanhã de dependente do poder de outro, aceitando assim a fragilidade do ser humano, tanto fará estar numa quanto em outra posição, teremos paz das duas maneiras, seremos homens de bem das duas formas, glorificaremos ao Senhor dos dois jeitos, nunca ao homem, nunca a nós mesmos, nem por sermos poderosos materialmente para poder dar, nem elevados espiritualmente para receber e não se sentir menor por isso.