23/06/23

O ponto de vista correto

      “E, estando ele em Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia; e não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem.João 2.23-25

      Só podemos de fato ser espirituais se vermos a existência sob o ponto de vista de Deus. Se tentarmos ver a existência, ainda que sob uma ótica cristã, mas usando um ponto de vista nosso, poderemos até desejar ser religiosos, espirituais, santos, justos, mas ainda será um ponto de vista humano. O ponto de vista humano nunca conduz ao equilíbrio, sempre nos joga nos extremos, o homem é incapaz, só por ele, de ser equilibrado, ele sempre tende a extremismos, seja para um lado, seja para o outro. Entretanto, o ponto de vista de Deus, apesar de ser simples, reto e direto, pode ser de difícil entendimento quando nossos corações estão orgulhosos e vaidosos, quando queremos aparência externa mais que essência interna.
      Pela aparência amamos a matéria, não o Espírito, nos baseamos nos homens, não em Deus, obedecemos à religião, não a Jesus. Pela aparência queremos viver para nós mesmos, não morrermos para nosso ego, mas poderemos nos matar no mundo, e isso pode ser feito de várias formas, perdendo a oportunidade de escolhermos a vida eterna. Nas igrejas cristãs depois que recebemos o leite espiritual para começarmos a andar com Deus, e estou citando igrejas cristãs pois é a minha experiência, onde Jesus me chamou e me trouxe até aqui em paz, nesse lugar precisamos iniciar aprendendo sobre Deus debaixo de pontos de vista humano, nada há de errado nisso, ninguém nasce pronto, todos precisamos dos outros. 
      Contudo, à medida que amadurecemos, que conhecemos mais a Bíblia, que entendemos que ainda que debaixo de pastores e igrejas estamos antes de tudo debaixo de Deus, somos conduzidos a compreendermos as coisas sob um ponto de vista mais elevado. É assim e precisa ser assim, todavia, diante do desafio que o Espírito Santo nos faz, uma de três escolhas podemos fazer. A primeira é a mais fácil, aceitarmos imperfeições de igrejas e lideranças cristãs, mas seguirmos acatando-as. A segunda é mais difícil, ainda que frequentando igrejas e respeitando pastores, empreendermos uma busca pessoal para recebermos mais de Deus. Isso não é só outra escolha, é a única forma de nos fortalecermos para fazermos a vontade de Deus. 
      Todavia, alguns fazem uma terceira escolha, essa é a mais não assumida, ao verem as imperfeições humanas nas religiões, se revoltam contra Deus e não ficam nem nas igrejas e nem fazem uma busca pessoal para saberem mais de Deus. Esses jogarão a culpa por suas insatisfações nos homens e em Deus, não neles, e há muitos que até ficam em igrejas assim, mas revoltados, infrutíferos e frios, enganando a si mesmos e aos outros. Você sabe qual é o ponto de vista de Deus sobre a tua vida, sobre as igrejas, sobre as religiões, sobre os homens? É sempre um ponto de vista de amor, de paciência, de misericórdia, mas que não nos deixa parados, antes nos chama sempre para sabermos e praticarmos mais em sua luz.

22/06/23

Espiritualidade genuína é equilibrada

      “Cada um será louvado segundo o seu entendimento, mas quem tem coração perverso será desprezado. Melhor é ser modesto e fazer o seu trabalho do que engrandecer a si mesmo e não ter o que comer.Provérbios 12.8-9

      Já soube de homens que começaram espirituais, com experiências legítimas com Deus, vigilantes na santidade, mas que depois se desviaram. Não, eles não voltaram para mundo, nem se tornaram presas dos vícios do corpo, mas ficaram tão obcecados por espiritualidade e santidade que se tornaram seus próprios deuses. Como falsos deuses exigiram deles mais até que o verdadeiro Deus pedia, em sacrifícios e insulamentos, e ninguém se engane achando que o mal está só nos excessos materiais. O mal está no excesso, seja ele à esquerda ou à direita. Sei que muitos têm dificuldades para entender isso, mas como sempre, Jesus nos ensina o caminho do equilíbrio, que nos livra de qualquer espécie de obsessão. 
      Algo que revela quando o ser humano se desvia para um excesso que o torna obsessivo, é o isolamento social. Na busca de limpeza moral sem o Espírito Santo, pois todo que ouve às suas próprias referências mais que a Deus fecha os ouvidos para o Espírito, o homem se isola de outros homens para não ser tentado pelos apetites do corpo. Jesus orava, muito, se consagrava, o tempo todo, mas era sensível e obediente à voz do Espírito, assim sabia que sua qualidade moral e espiritual só seria útil se convivesse com as pessoas. Servo é chamado para servir, a quem? Aos seus semelhantes. No isolamento pode até haver menos tentações, mas não seremos úteis para Deus, somos chamados para servir nossos semelhantes. 
      Temos registros de encontros, de aulas, de pregações de Jesus falando sobre a nova aliança para entrar no reino de Deus, mas os evangelhos também citam festas, bodas, refeições com amigos, que o Cristo frequentava. Se de fato tivéssemos um diário completo da vida de Jesus de Nazaré, eu penso que o veríamos bem mais como o homem simples, amigo e alegre que era, ainda que sério quanto às intenções dissimuladas dos homens, assim como focado em sua missão. Jesus não era um religioso obsessivo, com medo do mundo, do pecado, do diabo, não exibia uma espiritualidade pedante, nem uma pseudo-santidade desnecessária, Jesus sabia a vontade de Deus para si e a vivia, sem compromisso com hipocrisias. 
      Não podemos generalizar, nem julgar, a chamada de cada homem só Deus sabe, e se o homem for humilde também saberá. Contudo, a vaidade, sempre ela, principalmente depois que mostramos uma reputação aos homens e esses nos admiram por ela, a vaidade pode levar muitos a estabelecerem suas próprias referências para serem louvados pelos homens. Deus pode pedir de nós recolhimento, mesmo certo distanciamento social, ele sabe de nossos limites e como nos tratar para nos aperfeiçoar, mas servir ao próximo em amor sempre será prioridade de todos que querem servir a Deus, ainda que num grupo social pequeno. Tenhamos cuidado para não nos isolarmos demais, não podemos fugir de nós mesmos. 

21/06/23

Merecemos o que temos

       “Então Jesus, olhando em redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! E os discípulos se admiraram destas suas palavras; mas Jesus, tornando a falar, disse-lhes: Filhos, quão difícil é, para os que confiam nas riquezas, entrar no reino de Deus!Mateus 10.23-24

     A palavra que segue não será bem aceita por todos, mas precisa ser dita, esteja à vontade para concordar. Sei que é não é fácil aceitar, e em muitos casos humanamente impossível, mas todos merecem o que passam na vida. Se alguém recebeu, por mais injusto que pareça e ainda que não tenha feito muito para receber, é porque mereceu receber, se alguém perdeu, ainda que tenha sido algo legítimo conquistado por anos de trabalho honesto, também é porque mereceu perder. Se quem recebeu e quem perdeu administrar isso com humildade e temor a Deus crescerá espiritualmente e receberá muito mais que o que recebeu ou perdeu. Agora, se quem recebeu não administrar isso com temor, nem o que recebeu lhe satisfará, e se o que perdeu não administrar isso com humildade, perderá bem mais que o perdido inicialmente.
      Mas e os pobres que sofrem tanto no mundo, nasceram de um jeito e estão condenados a morrerem, e mais cedo que outros, do mesmo jeito, é justo isso, eles merecem isso? Darei três respostas para essa questão. A primeira é a mais prática: quem pode mais, eu, você e tantos ricos deste mundo, deveriam ajudar esses pobres, assim ajudariam quem é provado na pobreza e cumpririam com justiça suas provas de terem vindo ao mundo fora da pobreza. A segunda é, e apesar de parecer cínica, é a realidade: Deus dá o frio conforme o cobertor, muitos que olhamos como pobres dividem o pouco que têm com semelhantes, não, não têm uma vida melhor como a tua e a minha, mas conseguem viver, e muitos, com certa alegria.
      A terceira resposta é teológica. Pela doutrina cristã tradicional não importa se as pessoas são pobres ou ricas, importa fazerem uma decisão por Cristo como salvador, para terem céu eterno após a morte e cuidado de Deus aqui. Essa doutrina também baseia-se num ensino legítimo do evangelho, em muitas passagens Jesus exorta que ao pobre e ao que não tem amor ao dinheiro é mais fácil ser salvo, assim entendemos sob esse ponto de vista que a pobreza, apesar de ser terrível na Terra, favorece uma eternidade melhor. Isso serve de consolo para todos os pobres? Não. Mas adicionada a esse entendimento temos a teologia neopentecostal da prosperidade, que ensina que os que se convertem podem ser prósperos materialmente. 
      Entretanto, há outra resposta, também teológica, mas não do cristianismo tradicional. Essa contempla mais de uma existência na Terra, assim quem veio pobre numa vida, pode ter vindo rico na anterior e não sabido administrar a riqueza. Por outro lado quem veio rico nesta vida pode ter vindo pobre na outra e ter administrado corretamente a pobreza. Sob esse ponto de vista a vida no mundo nunca é injusta, ainda que tenhamos que superar doutrinas cristãs tradicionais para aceitá-lo. Mas algo é certo, em uma vida ou em várias, o que fazemos certo hoje com o que temos, definirá nosso futuro, assim, temamos a Deus, sejamos humildes e nos esforcemos para melhorarmos moralmente, seja qual for nossa condição material. 

20/06/23

Desensine o algoritmo

      “Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou. Santifica-os na tua verdade; a tua palavra é a verdade.João 17.15-17

      Nem todo costume é vício, mas todo vício é ídolo, a internet hoje conhece nossos ídolos e os usa para nos viciar. Você já deve ter passado pela experiência de uma vez ter procurado no Google por venda de parafusadora sem fio e depois, procurando qualquer outra coisa, parafusadoras sem fim aparecerem de tudo quanto é jeito e em todo lugar, pois bem, isso são os algoritmos da internet trabalhando. Já é de conhecimento geral que páginas da internet armazenam nossas pesquisas e alimentam algoritmos, que depois serão usados para gerarem automaticamente pop-ups, banners, abas e anúncios com publicidade de produtos e outras informações selecionados que possam nos interessar. 
      Obviamente o propósito número um disso é vender e nos fazer comprar, para dar lucros a alguns, assim a internet conhece nossos vícios e os usa a favor de outros. Cada vez que você disponibiliza um dado seu na web, algoritmos são alimentados e você é mas conhecido em milhares de espaços, para ser reconhecido depois com mais facilidade. Pois é, penso que no mundo atual, depois de Deus, websites são quem mais nos conhecem, talvez mais até que nossas famílias, cônjuges, filhos e pais, também pudera, nos abrimos para a internet, compartilhamos intimidades com ela, mais que com qualquer outra pessoa. Talvez seja hora de desensinarmos os algoritmos do mundo moderno e sermos libertos.
      O quanto somos previsíveis? As pessoas sabem o que esperar de nós? Estão certas que repetiremos os mesmos erros? Sempre esperam que nos irritemos demais, que falemos demais, que nos iremos facilmente, que não tenhamos paciência, que reajamos sem pensar através de palavras e atitudes inconvenientes? Se as pessoas nos julgam mal isso é maldade delas, mas nós facilitamos o trabalho dos maus quando os programamos com nossas maldades. Jesus sempre surpreendia, não porque desejasse isso, mas simplesmente porque sempre tinha uma reação de vida, de amor, de pureza, que se opunha à maldade dos homens. O mundo estava tão despreparado para Cristo que o matou.
      Não se pode sair do mundo, muito menos fora do melhor tempo de Deus, mas pode-se ser livrado do mal. Os que são da luz a trazem em si, ainda que se percam por um tempo e na visão de homens, sabem onde querem chegar, não têm medo de chocarem o mundo com suas escolhas pela luz. Ainda que outros tenham até conseguido programar algoritmos sobre nós, em nossas lares, no mundo e mesmo em igrejas, quem conhece e ama a palavra de Deus não teme a verdade, a luz de Deus nos expõe a toda verdade. Quem não foge da verdade é limpo e curado, não agrada algoritmos da matéria, mas é livre no espírito, e o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido (I Coríntios 2.15). 

19/06/23

Estejamos preparados

      “Sejam também vocês pacientes e fortaleçam o seu coração, pois a vinda do Senhor está próxima.Tiago 5:8 

      A vinda do Senhor está próxima, exorta-nos a palavra em várias passagens, devemos acatar essa exortação, mas eu faço uma pergunta: aproxima-se para quem, para o coletivo ou para o indivíduo? O fim está perto da humanidade ou de você? E se está próximo, o que é? Interessante que o versículo acima não diz, "relaxa, agora falta pouco, o pior já passou", mas ele diz, sejam vocês pacientes e fortaleçam o seu coração, no final devemos estar ainda mais espertos e vigilantes. Se tem algo que nos enfraquece é perda de paciência, acharmos que já fizemos tudo o que podíamos e não precisamos nem podemos fazer mais. Deus é justo, fiel e muito amoroso, se ele pede que aguardemos mais um pouco, ele nos capacita para isso. 
      Já refletimos aqui sobre fim dos tempos e as óticas diferentes que podemos ter desse evento. Resumindo, muita coisa que a Bíblia profetiza pode já ter acontecido e a ótica sobre esse evento, descrita na Bíblia, é a interpretação de homens de Deus sobre experiências com o Deus verdadeiro, isso é certo, mas homens de contextos sociais, religiosos, históricos antigos, com níveis intelectuais e mesmo psicológicos diferentes dos homens de hoje. Mas nesta reflexão o ponto não é fim dos tempos, mas fins de tempos de nossas vidas. Todos nós experimentamos uma vida em fases, acaba uma para iniciar-se outra. A vinda do Senhor está próxima, pode ser uma vinda para encerrar fases de nossas vidas, sendo a morte o fim da última fase. 
      Nunca estamos preparados para fins, fugimos deles, é nosso instinto de sobrevivência falando mais alto, negamos a morte até o último suspiro, e nesse caso é assim que tem que ser. Mas a morte chega, com ela o juízo, confrontando-nos com tudo que somos de fato, que os homens podem não ter visto, que nós tentamos negar a nós mesmos, mas que Deus sabe. Morrer bem é morrer antes, para o orgulho, para prazeres egoístas, para a vingança, para a altivez, já quem vive para tudo isso, morrerá mal. Quem morre mal enfrentará envergonhado a presença do Senhor, desejará fugir da luz. A luz fere os olhos do que fugiu dela durante a vida no mundo, e na eternidade não haverá trevas, só luz, negá-la lá é o que se chama inferno. 
      Não deixe o egoísmo ser abatido só com o corpo, aí será tarde, mas também não mate tua alma de tristeza ainda vivo. Seja feliz em Deus, sendo humilde no trato, amoroso na ação e pacificador na reação. Repita todo dia a si mesmo, quero em mim paz, não guerra, quero para os outros misericórdia, não julgamento, quero para Deus minha persistente santidade, não entregar-me aos vícios. A vinda do Senhor está próxima? Será no mundo como diz a teologia protestante tradicional? Não sabemos. Será no plano espiritual como creem outros religiosos? Não sabemos. Mas nem importa sabermos, importa estarmos preparados, fazendo tudo que nos é possível para perdoarmos e recebermos perdão, pacientes e com o coração fortalecido. Jesus não tarda em vir. 

18/06/23

Enviado, convicto, iluminado (2/2)

      “Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis.” João 5.43

      Interessante que Jesus, apesar de seu nome ter sido usado para fundar uma das religiões (se não a religião) mais importante, poderosa e duradoura do mundo, teve poucos seguidores mais próximos durante sua vida como homem. Mesmo seus apóstolos não o ajudaram em seus últimos dias antes de sua morte. Uma pergunta precisa ser feita: será que Cristo tinha alguma intenção de fundar uma instituição religiosa? Sendo mais específico: Jesus foi o fundador da igreja católica? Hoje, como espírito, ele aprova o que ela faz? Não, não e não, ainda que ame muito os católicos e os abençoe sempre.
      Em muitas passagens bíblicas lemos registros de Jesus dizendo que não veio em seu nome, que não fazia as coisas para sua glória, que queria mostrar o caminho para outro ser, o nome, a glória e o caminho são os de Deus. Eis um critério de avaliação para separarmos egocêntrico de iluminado. O egocêntrico, mesmo que use o nome de Deus, fundamenta-se em si mesmo, se usa como modelo, se dá exclusividade da verdade, mas talvez até pior que isso, ele anatemiza os outros, demoniza-os. O discurso do egocêntrico nunca contém perdão, amor e misericórdia, só condenação, guerra e destruição. 
      Sim, o nome de Jesus tem poder e ele deixou bem claro isso, contudo, tem poder porque ele abdicou do poder, se anulou, se humilhou, se ofereceu como sacrifício de morte. O poder que o nome de Cristo tem foi adquirido depois de sua vida como homem, não nela. Eis outro critério para separar egocêntrico de iluminado, egocêntrico quer glórias de homens, poder em vida e sem fazer sacrifícios, a não ser dos que considera seus opositores. O louco, convencido e egocêntrico quer a posição, mas não paga os preços por ela, simplesmente porque não tem chamada legítima para ser o que diz ser.
      Jesus, como homem, teve missão legítima e exclusiva de enviado de Deus, tinha uma convicção baseada na verdade e que não se apoiava em aprovação de homens. Ele foi um homem iluminado, e atualmente e para sempre, é um espírito superior, posicionado nas regiões espirituais mais altas da luz do Altíssimo. Quem o tem como amigo não precisa de salvador no mundo, de líder na política, de lugar de fala entre homens. O poder que damos a seres humanos é inversamente proporcional ao poder que damos a Jesus. Para quem Jesus basta, homem egocêntrico não pode enganar.
      O que leva algumas pessoas a desejarem poder? É isso que vemos em muitos que se levantaram na internet e redes sociais, principalmente a favor da direita extremista e equivocada nos últimos anos no Brasil. Alegando liberdade de opinião, de expressão, fake news têm sido criadas para darem palco a troco de ódio, e ódio é argumento de quem quer poder ilegítimo. Pessoas que deveriam ter a humildade de se aceitarem como são e como lhes foi permitidas ser por Deus, negam a si mesmas, negam a Deus, negam o amor, negam o direito, só para aparecerem e terem poder, isso é doentio. 
      É muito triste ver católicos, protestantes, evangélicos, e dando nomes, assembleianos, adventistas, batistas, querendo poder e fama, por serem pessoas psicologicamente doentes, auto-convencidas e egoístas, justamente pessoas que podem ter passado a vida ouvindo de púlpitos palavras bíblicas. Ou são surdas ou são mudas, e digo isso espiritualmente, ou não ouviram o que lhes ensinaram ou não foram ensinadas, ainda que dentro de igrejas. A atual situação política do Brasil e o apoio que muitos cristãos estão dando a um egocêntrico é preocupante, não entenderam ainda o que Cristo ensinou. 
      Sejamos enviados de Deus para testemunhar do amor e da paz por obras e como simples seres humanos, não como políticos ou celebridades em redes sociais. Tenhamos nossa convicção para nós, não precisamos entrar em polêmicas para jogar nossas verdades na cara dos outros, aliás muitos nem precisam saber o que cremos, só precisam de nosso amor e nossa misericórdia. Alcancemos a iluminação espiritual mais alta, essa não está nas religiões exotéricas, mas no lado esotérico delas, que Deus revela aos humildes, santos, preparados e chamados para serem discretamente luzeiros no universo.

Leia na postagem de ontem
a 1ª parte desta reflexão

17/06/23

Louco, convencido, egocêntrico (1/2)

      “Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa; lembra-te da afronta que o louco te faz cada dia.” Salmos 74.22

      Uma linha tênue separa o louco do enviado, o convencido do convicto, o egocêntrico do iluminado. É tênue porque ao olhar do desatento, que avalia só pela forma, não pelo conteúdo, o maluco parece dizer coisas novas, o convencido parece ter certeza de que o que diz funciona e o egocêntrico mostra segurança, ainda que seja porque não olha para mais nada, a não ser para o próprio umbigo. Por isso muitos consideram fundadores de religiões, mesmo Jesus, não como pessoas especiais que desejaram melhorar a humanidade, mas como homens que só quiseram dominar outros homens.
      A dificuldade está no meio do processo, onde egocêntricos e iluminados parecem iguais, contudo, no início e no fim são bem diferentes. O que motiva o egocêntrico a querer mudar a sociedade são seus recalques e vaidades, seu objetivo final é satisfazer anseios pessoais, ele não quer dar aos outros um mundo melhor, mas satisfazer interesses egoístas e baixos, o que nasce pequeno será assim até o fim. Mas que fique claro, ainda que homens mal intencionados usem iluminações legítimas para fundarem religiões e explorarem homens, há pureza e legitimidade em muitos iluminados.
      Isso não significa que algo que começou certo fique errado no final, não, o que inicia-se corretamente seguirá eternamente assim. Não foi Jesus quem mudou, foi a igreja católica que usou indevidamente seu nome para fins errados. O que Cristo praticou e ensinou segue mudando a humanidade até hoje, através da ação do Espírito Santo, que abençoa os seres humanos apesar do catolicismo e do protestantismo. Quanta humildade mostra-nos Deus, ainda que sua palavra seja corrompida nas vidas de líderes egocêntricos, convencidos e loucos, ele ama e cura mesmo pelas bocas desses. 
      A palavra de Deus é viva e poderosa, pode ser escrita em folhas de papel reciclado como em películas de ouro, não importa, e ainda que a preguem homens com intenções erradas ela agirá benignamente (Filipenses 1.15-18). É claro que os hipócritas serão punidos por isso, muito mais os que se dizendo homens de Deus escandalizarem os mais fracos na fé, contudo, o que pratica a palavra de Deus permitirá que ela transforme as pessoas silenciosamente. Esses são os realmente iluminados, que entenderam a ação espiritual da palavra de Deus, que glorificam a Deus, não a seus egos. 
      Se em religião a princípio pode ser difícil distinguir as intenções de líderes, na política pode ser mais fácil identificarmos loucos, convencidos e egocêntricos, que querem dominar com prepotência e violência, e não administrar a sociedade para o bem da sociedade. Ainda que inicialmente usem artimanhas para ludibriar eleitores, o tempo revela a verdadeira intenção dos egocêntricos. Um ponto é importante ser analisado nesse estabelecimento de critérios para separar joio de trigo, a sedutora mistura de política com religião, algo tão antigo quanto a história da humanidade.
      Política trata da vida do homem neste mundo, religião trata da existência eterna do ser, tanto aqui quanto na eternidade, teocracia até poderia ter alguma legitimidade nos tempos antigos quando sacerdote tinha até mais poder que monarca. Atualmente, contudo, misturar religião com política pode ser só uma estratégia para dominar mundo material em nome de algo espiritual, o que é uma covardia e uma blasfêmia. Nas sociedades de hoje pessoas têm crenças diferentes, assim é injusto líder político ser também representante religioso e querer impor sua ótica religiosa a todos.
      Líder político deve governar para todos, não só para os de uma religião, se seres humanos com o mínimo de lucidez entendem isso, Deus muitíssimo mais elevado também sabe disso, e dá livre arbítrio aos homens. Com certeza, e estou certo disso, Deus não apoia mistura de religião com política nem tem preferidos, no que se refere a administrações das coisas deste mundo. Levantar-se, principalmente no Brasil, uma nação tão plural, se dizendo enviado de Deus de uma visão religiosa, é coisa de louco egocêntrico, convencido por suas psicoses e por líderes cristãos hereges. 

Leia na postagem de amanhã
a 2ª parte desta reflexão