28/07/24

Rótulos e definições

      “Quem pode discernir os próprios erros? Absolve-me dos que desconheço!Salmos 19.12

      Temos muita necessidade de rotular e definir pessoas e experiências, não basta nos relacionarmos e nos sentirmos bem, temos que colocar numa caixa, com dimensões bem estabelecidas. O lado bom disso é que coisas conhecidas podem ser usadas como referências, para experimentarmos as mesmas coisas com segurança. Esse é o lado racional humano fazendo ciência, e no plano material ciência é importante para administrar o planeta. Mas pode haver um lado ruim, o plano espiritual não pode ser entendido só pelo intelecto humano, muito menos pode ser rotulado e definido. Podemos senti-lo, então interpreta-lo em palavras, sons e imagens, mas isso é só uma aproximação subjetiva e pessoal do plano espiritual. 
      Na arrogância condenamos alguém para sempre por um erro que esse alguém cometeu no passado e pode nem estar cometendo mais. Mas na ilusão confiamos cegamente no homem baseados em algo que nos agradou dele, achando que ele nunca nos desapontará. Somente o Espírito de Deus pode nos dar a visão correta das coisas, pois ele não fica preso ao tempo, no amor de Deus perdoamos e damos novas oportunidades ao que nos trai, e somos cuidadosos com todos. Rótulos e definições justos e verdadeiros só serão dados na eternidade e pela luz do Deus Altíssimo, que definirá céu e inferno de cada ser, até lá tudo é possível, inclusive nada. A nós cabe com humildade perseverar em crer, em nos consagrar e em amar. 

27/07/24

Guarde teus sonhos em Deus

      “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.I Pedro 5.6-7

      Por maior que seja a expectativa, por mais feliz que te fizer a possibilidade da realização de um sonho, tenha cuidado com quem o compartilha antes que ele de fato se realize. Não estou dizendo que isso desperta inveja, que suscita pensamento contrário, ainda que isso tudo seja verdade. Também não estou incentivando timidez que na verdade esconde orgulho, onde se é reservado ao extremo, não por sabedoria, mas por medo de mostrar aos outros suas necessidades. Estou dizendo que sermos cautelosos com promessas que estamos aguardando que se cumpram em Deus, com projetos sendo sonhados e construídos no Senhor, é sábio para darmos testemunho verdadeiro não só de Deus, mas também de nossa reputação. 
      O sonho é maravilhoso? Você está vendo que pelo andar da carruagem ele será realidade em breve? Espere mais um pouco, guarde-o em Deus e só compartilhe-o com quem pode realmente confiar. Pode ser que ainda não seja o momento melhor do Senhor, que o que está vivendo e fazendo seja uma oportunidade de crescimento, de aprendizado de melhores escolhas, que Deus usará para no futuro realizar teu sonho. Se você se apressar e testemunhar já como certo e não ocorrer, muitos não terão maturidade e humildade para entender, poderão zombar de você, ainda que silenciosamente, e poderão duvidar que Deus está contigo. Realização de sonho não é só necessidade humana suprida, é louvor a Deus, respeitemos nossos sonhos. 

26/07/24

Santo que baixa ou santo que sobe?

      “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus.Efésios 2.4-6

      Costuma-se dizer, em religiões espíritas, quando um “espírito” toma a mente (e o corpo) de um ser humano, que o “santo baixou”. Meu objetivo nesta reflexão não é fazer juízo de valor dessas religiões, mas dar uma outra interpretação ao termo, mudando-o para “o santo subiu”. Se entendermos o plano espiritual como níveis sobrepostos, veremos que espíritos malignos, que teimam em não se conectar com a melhor vontade de Deus, estão mais abaixo, portanto mais presos à Terra, ao plano dos encarnados, e ao lado ruim do mundo. Já os anjos ou espíritos de luz estão num nível moral e portando espiritual mais elevado, tendo Jesus no nível mais alto, por ser uma porta exclusiva para a humanidade chegar ao Deus Altíssimo.
      O perigo que há em nos sintonizarmos com o mundo espiritual é permitirmos que “demônio” se aposse de nós, por ser um espírito mais baixo, demônio de fato baixa sobre o homem e o prende às regiões morais inferiores. Contudo, quando entramos em sintonia com o Santo Espírito, não é esse que “baixa”, mas achando no homem um espírito limpo, arrebata-o a Deus. Pelo Espírito Santo de Deus nada baixa em nós, mas somos nós, santificados pelo nome de Jesus, que somos elevados. Quem já se permitiu ter um batismo no Espírito Santo e recebeu dons espirituais, sentiu como que um puxão, que enche nosso espírito de unção, que nos fortalece e ilumina-nos, que faz com que nos sintamos perto do trono do santíssimo Deus. 

25/07/24

Anexando virtudes morais

      “O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupçãoRomanos 2.6-7

      Se pormos um objeto pesado sobre a superfície de um plástico fino, quando tirarmos o objeto, o plástico estará marcado. Não podemos deixar o objeto por muito tempo, danificará o plástico. Contudo, algum tempo depois, o plástico voltará à sua condição antes de ter recebido o objeto, perderá a marca. Se isso for repetido diversas vezes o plástico ficará marcado por mais tempo, não com o exato formato do objeto, mas pelo menos com parte. Assim é nosso espírito neste mundo quando praticamos virtudes morais, no corpo é impossível mantermos espiritualidade em todo o tempo, a carne não suporta a excelência espiritual mais alta. Dessa forma o próprio Deus dá-nos descanso entre as experiências. 
      Mas a “marca” que fica é suficiente para nos fortalecer para vigiarmos e estarmos em harmonia com Deus por um tempo, até o buscarmos novamente. Neste mundo nos aproximamos e nos afastamos das virtudes, da intimidade do Senhor, do melhor de Deus para nós, se fizermos isso com perseverança, ainda que não ininterruptamente, mas muitas vezes, nosso espírito ficará impressionado com a espiritualidade. Na eternidade o que será avaliado em nós será essa “marca”, sua dimensão será preenchida com virtude moral que ficará anexada ao nosso espírito para sempre. A extensão e exatidão do espaço preenchido, de acordo com a virtude que recebeu no mundo, definirá a qualidade do nosso céu. 

24/07/24

Fé vence o tempo

      “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?I João 5.4-5

     Por que Deus pede tanto que exerçamos fé enquanto vivemos neste mundo? Para aprendermos sobre o mundo espiritual, entendendo que nossa vida aqui é passageira, a vida no além é que é eterna, assim muita coisa importante aqui não será lá, e ainda aqui temos que acumular o que levaremos para lá. Só sentimos o passar do tempo no plano material, ou melhor, só sofremos com o tempo sendo materialistas, por isso mesmo espíritos experimentam infernos no plano espiritual (“demônios” e “diabos”), porque estão presos ao mundo e não sobem para o Altíssimo. Vencemos o tempo quando vencemos o mal, só a fé vence o mal, porque vence o tempo que faz sofrer e morrer a matéria e entrega vida eterna ao espírito. 
      Vida na Terra é estágio para aprendermos a viver no céu, se não aprendemos, morremos, primeiro na Terra, depois no céu. Quando entendemos o mistério da fé vemos que a vida não é crer em algo que ainda não foi manifestado e esperar para que se manifeste, todas as coisas já estão manifestadas em Deus, indiferente do tempo que temos que esperar na matéria para vê-las. Se é assim não há motivo para ansiedades ou temores, não há tempo, só uma vida num presente eterno. Quem entende o mistério da fé não sofre aguardando, mas agradece pelo que já tem. Sintamo-nos felizes por termos que viver pela fé, não desistamos desse desafio, isso é o que prepara nosso espírito eterno para a eternidade além.

23/07/24

Sempre será por fé

      “E chamou Moisés a todo o Israel, e disse-lhes: Tendes visto tudo quanto o Senhor fez perante vossos olhos, na terra do Egito, a Faraó, e a todos os seus servos, e a toda a sua terra; as grandes provas que os teus olhos têm visto, aqueles sinais e grandes maravilhas; porém não vos tem dado o Senhor um coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje.Deuteronômio 29.2-4

      Ou creia ou não creia, mas não peça a Deus que manifeste sinais físicos para que prove o que te falou pelo seu Espírito! Não crer não significa negar com extremidade a Deus e ao mundo espiritual, mas pode ser só pôr um limite em tua fé, e isso pode não desagradar a Deus. Se há algo que o Senhor procura em nós é verdade, boa sinceridade, que se conhece e não se compromete com Deus com algo que não pode fazer. Assim, crer menos e ser fiel nisso é melhor que tentar crer muito e se perder ou não chegar a algum lugar. Mas entendamos certo o que é não pedir sinais a Deus, não é uma limitação, não tem mais fé quem recebe o sinal que pediu. O maduro não precisa de sinais, tem mais fé quem crê sem ter que pedir provas.
      Nossa vida com Deus aqui sempre é pela fé, ainda que após uma aprovação vejamos manifestadas no mundo material comprovações que Deus está conosco e se agrada de nós, a vida segue. Novas provas nos são postas, e o conhecimento que adquirimos na última prova, não será suficiente para sermos aprovados na próxima prova. Não é porque o estudante foi aprovado no segundo grau que será aprovado no nível superior, para isso terá que voltar à sala de aula e se preparar para a prova do nível superior. O “estudo” em nossa jornada por anexar virtudes morais ao nosso espírito, que constrói o céu em nós, é feito com fé e obras, até o final de nossas vidas aqui seremos desafiados por Deus a ter fé maior e mais pura. 

22/07/24

Podemos pedir provas a Deus?

      “E disse Gideão a Deus: Se hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste, eis que eu porei um velo de lã na eira; se o orvalho estiver somente no velo, e toda a terra ficar seca, então conhecerei que hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste. E assim sucedeu; porque no outro dia se levantou de madrugada, e apertou o velo; e do orvalho que espremeu do velo, encheu uma taça de água. 
      E disse Gideão a Deus: Não se acenda contra mim a tua ira, se ainda falar só esta vez; rogo-te que só esta vez faça a prova com o velo; rogo-te que só o velo fique seco, e em toda a terra haja o orvalho. E Deus assim fez naquela noite; pois só o velo ficou seco, e sobre toda a terra havia orvalho.” 
Juízes 6.36-40

      Tenho um princípio pessoal, não devo generalizar dizendo que ele deve ser para todos, mas para mim serve bem: não peço provas físicas a Deus. Quem pede uma prova não se satisfaz com uma, o “Tomé” da vida sempre precisará de um segundo ou de mais sinais para crer. Gideão é um bom exemplo bíblico disso, não que Deus não tivesse atendido seus pedidos incrédulos, não só pelos sinais do velo de lã que solicitou, como diminuindo o exército pelo qual daria vitória a Israel sobre os midianitas. Talvez peçamos provas a Deus porque vemos Deus e o mundo espiritual com a ótica do cristianismo tradicional, que põe Deus como alguém sempre disponível para atender nossas vontades, ainda que Deus nos responda sempre. Isso é uma ótica espiritual infantil. 
      Suponhamos que no plano espiritual, auxiliando Deus para ouvir e atender os seres no plano físico, estejam seres espirituais, podemos chamar de anjos ou santos, que ainda que com excelência espiritual que lhes permita essa posição, sejam semelhantes a nós, será que não ficariam desapontados com nossos pedidos mimados e céticos? A resposta está em outra pergunta: como você se sente quando diz a uma pessoa amada que a ama e vai cuidar dela, e ela duvida de você e pede sinais que provem teu amor? Esses assistentes poderiam sentir-se mal quando duvidamos deles tanto como nos sentimos quando duvidam de nós. Mas com Deus não é questão de melindres, é ele nos ensinando sobre a relevância da fé, maturidade está em crer, não em receber provas dos céus.