segunda-feira, julho 22, 2024

Podemos pedir provas a Deus?

      “E disse Gideão a Deus: Se hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste, eis que eu porei um velo de lã na eira; se o orvalho estiver somente no velo, e toda a terra ficar seca, então conhecerei que hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste. E assim sucedeu; porque no outro dia se levantou de madrugada, e apertou o velo; e do orvalho que espremeu do velo, encheu uma taça de água. 
      E disse Gideão a Deus: Não se acenda contra mim a tua ira, se ainda falar só esta vez; rogo-te que só esta vez faça a prova com o velo; rogo-te que só o velo fique seco, e em toda a terra haja o orvalho. E Deus assim fez naquela noite; pois só o velo ficou seco, e sobre toda a terra havia orvalho.” 
Juízes 6.36-40

      Tenho um princípio pessoal, não devo generalizar dizendo que ele deve ser para todos, mas para mim serve bem: não peço provas físicas a Deus. Quem pede uma prova não se satisfaz com uma, o “Tomé” da vida sempre precisará de um segundo ou de mais sinais para crer. Gideão é um bom exemplo bíblico disso, não que Deus não tivesse atendido seus pedidos incrédulos, não só pelos sinais do velo de lã que solicitou, como diminuindo o exército pelo qual daria vitória a Israel sobre os midianitas. Talvez peçamos provas a Deus porque vemos Deus e o mundo espiritual com a ótica do cristianismo tradicional, que põe Deus como alguém sempre disponível para atender nossas vontades, ainda que Deus nos responda sempre. Isso é uma ótica espiritual infantil. 
      Suponhamos que no plano espiritual, auxiliando Deus para ouvir e atender os seres no plano físico, estejam seres espirituais, podemos chamar de anjos ou santos, que ainda que com excelência espiritual que lhes permita essa posição, sejam semelhantes a nós, será que não ficariam desapontados com nossos pedidos mimados e céticos? A resposta está em outra pergunta: como você se sente quando diz a uma pessoa amada que a ama e vai cuidar dela, e ela duvida de você e pede sinais que provem teu amor? Esses assistentes poderiam sentir-se mal quando duvidamos deles tanto como nos sentimos quando duvidam de nós. Mas com Deus não é questão de melindres, é ele nos ensinando sobre a relevância da fé, maturidade está em crer, não em receber provas dos céus. 

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