Êxodo
32, versos 1 ao 14:
1
Vendo que Moisés demorava para descer do monte, o povo juntou-se em volta de
Arão e lhe disse: Levanta-te! Faze para nós um deus que vá à nossa frente,
porque não sabemos o que aconteceu a esse Moisés, o homem que nos tirou da
terra do Egito.
A falta
de paciência é a raiz de muitos males, principalmente no mundo atual, tão
imediatista, todos querem ter e sentir na hora, mesmo que não dure muito. Isso
também acontece com os cristãos, isso também acontece com as coisas
espirituais. A falta de paciência tira nossos olhos de Deus e os coloca em
outras coisas e pessoas, ídolos são tudo aquilo em que confiamos ao invés de
confiar em Deus.
2 E
Arão lhes disse: Tirai os brincos de ouro das orelhas de vossas mulheres, de
vossos filhos e de vossas filhas, e trazei-os aqui.
Arão,
sacerdote de Israel, a boca de Moisés, ele não cumpriu seu papel de servo de
Deus, antes quis agradar aos homens e prontamente achou uma solução para a
rebeldia do povo. Arão preferiu ficar bem com os homens do que ir contra a
maioria, teve medo e se acovardou.
3
Então todo o povo tirou os brincos de ouro das orelhas e os levou a Arão. 4 Ele os recebeu de suas mãos e deu
forma ao ouro com um cinzel, fazendo dele um bezerro de fundição. Então eles
exclamaram: Ó Israel, aí está o teu deus, que te tirou da terra do Egito.
Um bezerro
de ouro: não havia objeto melhor para se tornar um ídolo. Eram bezerros que
eram oferecidos como sacrifícios a Deus pelos pecados, o povo se afastou de
Deus mas queria manter uma aparência de fiel. Isso é apostasia, um desvio que
quer manter alguma coisa do objetivo desviado.
Adorar
o bezerro, ao invés de Deus, é confiar na disposição que se tem para buscar a
Deus, mais do que no próprio Deus, é confiar na fé, e não no objeto da fé, é
confiar na devoção, e não no que se é devotado, é confiar na religião, na
fidelidade com os costumes e tradições, na liturgia de um culto, e não na presença
livre e poderosa do Espírito de Deus.
5
Vendo isso, Arão edificou um altar diante do bezerro e proclamou: Amanhã haverá
festa ao SENHOR. 6 No dia seguinte,
eles se levantaram cedo, ofereceram holocaustos e trouxeram ofertas pacíficas.
O povo sentou-se para comer e beber, e depois se levantou para se divertir.
Festa,
as pessoas querem festa, querem alegria e bem depressa, querem sentir,
deixar-se controlar por um bom sentimento. Até que ponto os crentes não estão
simplesmente trocando, a alegria que sentiam no mundo, com a carne, com sexo, vícios,
etc, pela consequência da comunhão com Deus? Não é errado sentir-se bem com a
comunhão com Deus, uma alegria maior, mesmo um êxtase, que se prova dessa ligação.
Contudo, torna-se desvio quando o êxtase é mais importante que aquilo que nos
leva a ele.
A
emoção que se sente depois que se prova uma unção poderosa do Espírito Santo é
direito do fiel, mas se ele quiser essa unção somente para sentir algo
diferente, então passa a ser bezerro de ouro. O fiel crê, antes de tudo,
indiferentemente do que vai ou não vai sentir. É claro que se agir dessa forma
sempre será consolado por Deus com paz e gozo.
Mas
no caso de Israel, naquele momento, não era tempo de festa, mas de espera, de vigilância,
de oração, de consagração, afinal, Moisés havia subido o monte para receber as
leis, a constituição divina que regeria a vida religiosa, social e política do
povo.
7
Então o SENHOR disse a Moisés: Vai, desce, porque o teu povo, que tiraste da
terra do Egito, se corrompeu; 8
depressa se desviou do caminho que lhe ordenei. Fizeram para si um bezerro de
fundição, adoraram-no, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: Aí está, ó
Israel, o teu deus, que te tirou da terra do Egito. 9 O SENHOR disse a Moisés: Tenho observado esse povo e vi que é um
povo muito obstinado. 10 Agora,
deixa-me, para que a minha ira se acenda contra eles e eu os destrua; e farei
de ti uma grande nação.
A
ira do Senhor se acendeu, implacável, como é sempre diante do pecado, como foi
com Israel e como é com os homens atuais. Deus já tinha outra solução para
cumprir seu plano maior, propôs levantar uma nova nação a partir de Moisés,
para dar testemunho ao mundo de sua existência. Sim, isso também funciona
conosco, o que impede Deus de nos rejeitar, toda vez que pecamos, é a obra
salvadora de Jesus, seu sangue puro derramado na cruz e sua ressurreição.
11
Moisés, porém, suplicou ao SENHOR seu Deus: Ó SENHOR, por que a tua ira se
acende contra o teu povo, que tiraste da terra do Egito com grande força e com
mão forte? 12 Por que permitir que
os egípcios digam: Foi para o mal que os tirou daqui, para matá-los nos montes
e destruí-los da face da terra? Volta-te da tua ira ardente e arrepende-te
desse castigo contra o teu povo. 13
Lembra-te de Abraão, de Isaque e de Israel, teus servos, aos quais por ti mesmo
juraste, dizendo-lhes: Multiplicarei os vossos descendentes como as estrelas do
céu e lhes darei toda esta terra de que tenho falado, e eles tomarão posse dela
para sempre.
Um
coração de intercessor: foi isso que Moisés mostrou. Deixou de lado a vaidade,
sim porque ele poderia ter saído no lucro com a situação, mas ele não pensou
nele mesmo, pensou no povo, por amor, verdadeiro amor.
Mas
o maior amor que Moisés mostrou foi por Deus: ele lembrou o Senhor o juramento
que tinha feito, chamou a atenção para a fidelidade de Deus para com a sua própria
promessa, promessa feita a Abraão e seus descendentes. Moisés lembrou que o
testemunho do nome do Senhor seria arruinado, caso os egípcios soubessem que
aquele povo, que disse que o Deus verdadeiro o estava livrando, agora tinha caído
em desgraça.
Um
coração de intercessor conhece a palavra de Deus e a usa em verdade e com autoridade
para comover o coração de Deus para abençoar um povo que ama.
14 E
o SENHOR se arrependeu do castigo que dissera que traria ao seu povo.
Uma
intercessão feita assim Deus ouve. Sim, três mil pessoas morreram depois,
sofrendo a disciplina de Deus, pagaram o preço pela rebeldia, mas o propósito
maior de Deus não foi mudado e Moisés passou por uma grande prova.
Coração
de intercessor, Deus nos dê um coração assim, como o de Moisés, mas antes de
tudo nos ajude a esperar nele e não querer agradar aos homens.