15/10/24

O Senhor está comigo!

      “O Senhor está comigo; não temerei. O que é que alguém pode me fazer?” “Melhor é buscar refúgio no Senhor do que confiar nos seres humanos.” “Todas as nações me cercaram, mas em nome do Senhor as destruí.Salmos 118.6,8,10

      Mania de perseguição, quem não a experimentou? Legitimamente ou só como fruto de imaginação, todos nos sentimos perseguidos e oprimidos pelo menos às vezes. O salmista podia sentir isso de forma física, num tempo em que guerras eram modo de vida, e bastante, na vida do salmista mais famoso, Davi, que enfrentou perseguição para se apossar do reinado e guerras para mantê-lo. Mas hoje em dia, pelo menos os que fazem parte de sociedade mais civilizada, experimentam guerras e perseguição emocionais, ainda que o aumento da criminalidade ponha nossas vidas em risco real o tempo todo. Física ou psicológica, real ou imaginária, o texto bíblico inicial nos orienta como vencer o sentimento terrível de se sentir perseguido. 
      A orientação bíblica parece fácil, confie num Deus que é maior que qualquer inimigo, mas pôr isso em prática, sentir paz com isso, pode ser bem difícil. Se queremos viver com Deus, não sozinhos, o primeiro passo é o de sempre, fé, fé que supera sentimento contrário, que supera mesmo o que olhos veem e ouvidos ouvem, mas que se posiciona racionalmente crendo em Deus. Verbalizar as qualidades absolutas e altas do Senhor é o início, depois entregarmos o medo e a ansiedade nas mãos de Deus e deixar lá, como se não fizesse mais parte de nós, e na verdade não deve fazer mesmo. É depois que o milagre dentro de nós ocorre, inundando-nos de paz, para que então ocorra o milagre fora de nós, Deus anulando toda obra contra nós.

14/10/24

Poder da oração

      “E fez Josué como Moisés lhe dissera, pelejando contra Amaleque; mas Moisés, Arão, e Hur subiram ao cume do outeiro. E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia. Porém as mãos de Moisés eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pós. E assim Josué desfez a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada.” Êxodo 17.10-13

      Não fazemos ideia do poder que uma intercessão pode ter. Quem tem olhos espirituais abertos pode ver, quando ora, uma emanação de luz descendo diretamente do Altíssimo sobre a pessoa ou sobre outro assunto pelo qual se clama a Deus, e isso não é metafórico. Oração de poder em primeiro lugar é autorizada por Deus, assim o Espírito Santo sopra em nossos ouvidos espirituais o que Deus quer fazer. Mas não basta usar boca física para repetir o que foi revelado, temos que usar boca espiritual, essa trabalha quando em nome de Jesus oramos com convicção mental e foco emocional. Oração de poder requer amplo comprometimento nosso, vemos pela mente e sentimos com o coração o que queremos que realize-se.
      Verificamos na intercessão que Moisés fez que posicionamentos mental e emocional são importantes, tanto que quando ele não tinha forças físicas para mantê-los a oração perdia o efeito, pensamento e sentimento eram potencializados pelo levantar de suas mãos físicas. Fico maravilhado em ver como muitos mistérios espirituais estão claros na Bíblia, somos nós que não nos atentamos a eles. Oração de poder é essencialmente espiritual, mas ganha força pela mente e pelo sentimento que são instrumentalizados pelo corpo, por isso temos que vencer barreiras do desânimo e da preguiça para orar. Orar certo dá trabalho, mas o retorno é surpreendente, além de cumprir seu objetivo em terceiros, fortalece e consola quem faz.

13/10/24

É preciso ser melhor no difícil (3/3)

      “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nomeFilipenses 2.5-9

      Entendendo que nossa maior missão na vida é superar a dificuldade, não celebrar a facilidade, qual teria sido a grande prova de Cristo neste mundo? Eu e você sabemos aquilo que é difícil para nós, amar algumas pessoas, quando não muitas, ter paciência e ser menos ansioso, ser santo na vida sexual, ser humilde com aquele que nos confronta injustamente, ser honesto e justo ainda que com dano próprio, enfim, somos seres humanos comuns e imperfeitos, temos muitas dificuldades para vencer para atingirmos os níveis morais elevados de Deus. Mas e Jesus, ele parecia perfeito, será que só veio morrer e nos salvar, será que sua passagem por este mundo também não o levou a passar por alguma prova pessoal de aperfeiçoamento?
      Muitos dizem, “ele foi Deus ainda que encarnado, estava capacitado para vencer as provas”. Discordo, se ele não tivesse feito nenhum esforço, seu sacrifício não teria o valor que teve. Ele foi aprovado em todas as provas, mas antes foi submetido a elas, e foram provas bem mais difíceis que as nossas. A maior prova de Jesus foi resistir à consciência que tinha que já nasceu no mundo em posição espiritual elevada, e ainda assim não deveria exigir privilégios por isso. Perguntamos por que ele não se livrou da morte com o poder que tinha, mas ele também não deu respostas humilhantes a homens tolos que o afrontavam com a sabedoria que tinha. A tentação mais difícil é a de exigirmos respeito por direito adquirido legitimamente. 

12/10/24

Não basta ser bom no que é fácil (2/3)

      “Mas entre vós não será assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal; e qualquer que dentre vós quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.Marcos 10.43-45

      Muitos aparentam uma vida vitoriosa, fizeram boas faculdades, pós-graduaram-se, entraram em boas empresas, têm bons salários, até se casaram aparentemente bem, com pares, que afirmam as escolhas que fazem. Mas por baixo da aparência, será que venceram seu pior ou só reforçaram seu melhor? Outros, contudo, dizem, “não sou feliz, nunca vivi para mim, faço o que preciso fazer para agradar os outros”. Não estou apoiando relação de masoquista com sádico, onde um sem amor próprio se sacrifica para agradar outro, um egoísta. Mas há muitos que são vitoriosos e não sabem, mudaram, fizeram o que a princípio não queriam, venceram seu pior lado e serviram os outros, só não entenderam que isso é a melhor vitória. 
      Casamento sofre com quem só gosta do que lhe dá prazer, já que é uma aliança para dois administrarem assuntos juntos. Melhor seria mimados e imaturos ficarem solteiros, ou não administrarem filhos, terem uma relação de namoro, onde só se troca sexo e outros prazeres ocasionais. Mas se filhos entram na história, responsabilidade se faz necessária, uma das partes não pode seguir como se fosse solteira, sem participação na criação de filhos, tirando férias sozinha, usando seu salário só para usufrutos pessoais. É difícil julgar, há casamento de todo tipo atualmente, alguns fazem acertos antes e aceitam certas coisas, mas vida que quer se congelar num momento da vida nega a vida de fato, vida amadurece, senão morre.

11/10/24

O desafio do que não é prazeroso (1/3)

      “E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto. Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus.Lucas 6.32-35

      “Não converso com essa pessoa porque não tenho paciência”, “não faço isso porque não gosto”, “não vou lá porque não estou com vontade”, eis respostas que muitos dão, reação comum principalmente em muitas pessoas das últimas gerações, que acham que têm direito a tudo, inclusive de serem mal educadas porque não querem mudar sua maneira de ser. Depois que nos expomos à vida e amadurecemos certo, de fato entendemos que certas coisas em nós não precisam ser mudadas, e mais, que alguns não merecem que mudemos por eles. Mas quando jovens, temos a obrigação de mudar, se fizermos só o que nos dá aquele prazer primário e infantil, não amadureceremos, seremos crianças mimadas e limitadas sempre. 
      Mudar nossas essências carnais não é fácil. Nossa índole inicial, ainda que educada e aparentemente afável, pode ser dura e teimosa. Contudo, a vitória maior nesta vida não é afirmarmos o lado bom que temos facilidade para ser, mas mudarmos o lado mau, nos surpreendermos, e aos outros, para melhor. Se não for isso, para que vale viver neste mundo? Entrar e sair dele do mesmo jeito é perda de tempo, com certeza não seremos felizes e nem faremos os outros felizes assim, ainda que desfrutemos de prazeres egoístas em abundância. Sabe aquilo que você tem mais dificuldade para ser? Pois bem, Deus te pôs neste mundo justamente para ser isso, o resto tem peso menor na avaliação que você receberá na eternidade. 

10/10/24

O caminho (Isaías 35.8-10)

      “E ali haverá uma estrada, um caminho, que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão. Ali não haverá leão, nem animal feroz subirá a ele, nem se achará nele; porém só os remidos andarão por ele. E os resgatados do Senhor voltarão; e virão a Sião com júbilo, e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido.” Isaías 35.8-10

      Nesta quarta reflexão sobre Isaías 35 vemos com clareza uma menção a Jesus, um caminho santo, como citado em João 14.6. A versão NVI diz “os impuros não passarão por ele, servirá apenas aos que são do Caminho, os insensatos não o tomarão”, Atos 19.9 refere-se ao evangelho como religião no primeiro século como o Caminho. O que há de importante e distinto nessa denominação? Ela mostra vida com Deus não como uma posição fixa, mas como um processo, uma jornada. Na velha aliança de Israel a posição era fixa, circuncidado e obediente à Lei de Moisés o homem tinha uma posição especial diante de Deus e para sempre. No evangelho qualquer ser, israelita ou outro, homem ou mulher, pode caminhar com Deus. 
      Esse caminho não será reconhecido pelos insensatos, só pelos remidos. Eis outro entendimento que precisamos reavaliar conforme o novo testamento, não de acordo com a visão de um profeta que esperava que sua nação voltasse do cativeiro para Canaã terrena. A diferença principal é que em Cristo proximidade com Deus é opção pessoal para qualquer um, não direito de nascença de um povo, e nessa relação a aproximação é gradativa. Temos que tomar cuidado para não confundirmos simbologia temporária com a verdade maior. A Sião física era para Israel do antigo testamento, a Sião celestial é espiritual, muito mais gloriosa, contudo, não baseada em referências materiais, mas em espirituais e muitas ainda misteriosas. 

09/10/24

A cura (Isaías 35.5-7)

      “Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará; porque águas arrebentarão no deserto e ribeiros no ermo. E a terra seca se tornará em lagos, e a terra sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos.” Isaías 35.5-7 

      No texto bíblico inicial a metáfora na profecia antiga se aprofunda. O profeta fala em deficiências físicas, cegueira, surdez, mudez, ausência de membros, enfim, tudo que limita o ser humano para interagir com plenitude com o planeta e a sociedade, com o mundo material. Mas a metáfora se refere a valores espirituais, hoje já podemos entender que o que mais nos afasta de Deus não é surdez e cegueira físicas, mas morais e espirituais. Não podemos deixar de notar que Jesus, o cumprimento da profecia de Isaías, realizou curas físicas, mudos falaram, cegos viram, surdos ouviram, aleijados andaram, mas a cura do Cristo limita-se a isso? Jesus fez milagres físicos mais por causa da incredulidade, para mostrar aos homens quem era. 
      Deus ama o ser humano, e numa época com ciência pouca evoluída, Jesus fez curas, no corpo e na mente, que muitos até hoje chamam de milagres, isso por amor. Mas sua obra vai muito além de nos habilitar para vivermos mais adequadamente neste mundo. Deus não quer só consertar o carro, nosso corpo, mas o motorista, nosso espírito, é esse que será avaliado na eternidade puramente espiritual. Sentidos espirituais curados podem se relacionar diretamente com Deus pelo seu Espírito, algo que a velha aliança não permitia fazer, e que infelizmente muitos ainda hoje em religiões fundamentadas sobre o evangelho não fazem. Mananciais de água em terra seca são a obra do Espírito Santo em espíritos perdoados por Jesus.