29/08/11

Adocicar tua amargura

      “Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água. Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou” Êxodo 15:22-25

         Muitas vezes somos exagerados e pessimistas, bem, eu pelo menos sou assim, se algo dá errado, tenho a tendência de desistir, logo de cara. Quero outra coisa, não acredito mais que aquilo pode dar certo. Israel teve sede, achou água, mas a água era amarga. Pronto, bastou para que o povo desistisse daquela água, e mais, desistisse de Deus. Mas o mesmo Deus que fez o povo achar água não poderia também adocicar a água amarga, torná-la potável?
      Ocorre que a gente cria uma memória de derrota e simplesmente condena algo à ruína eterna, nunca mais poderá ser mudado, sempre será ruim. É assim com amizades, com a profissão, e pode ser até com o casamento. Amargou não será doce nunca mais, e fica pra sempre a amargura em nosso coração.
     Deus pode adocicar tua amargura, sim, ao invés de dar uma outra opção, dar algo novo, ele pode transformar o que é velho em novo. Podemos estar orando para Deus nos dar uma outra coisa, enquanto o que ele quer é mudar aquilo que já temos na mão e está arruinado.
      Remir significa justamente isso, libertar do cativeiro, pagar o resgate, conceder alforria, e foi o que Jesus fez em sua obra redentora, remissão. Ele remiu algo que estava perdido, toda a humanidade. Então não desista, Deus pode transformar tuas águas amargas em doces, aquilo que você já desistiu, pode ser uma solução ainda viável para Deus, basta que você creia. Será que não é o teu caso?

28/08/11

Mais sobre pecado que não pode ser perdoado...

Pecado que não pode ser perdoado é o pecado que não foi confessado. Não é Deus que para de nos perdoar, somos nós que não confessamos mais. Fazemos isso porque não conseguimos mais nos perdoar, então o perdão de Deus deixa de ter valor. "Livra-nos Senhor de chegarmos a tal ponto de endurecimento de cerviz". 

Que é a verdade?

Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? E dito isto, de novo saiu a ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum”, João 18:37-38

      Jesus falava pouco, mas fazia muito, e antes disso, orava bastante. Que exemplo para gente como eu, um falador compulsivo, que sempre tem uma explicação na ponta da língua para tudo.
      Foi Pilatos, embasado nas acusações dos judeus, quem disse que Jesus era rei. Disse isso, porque para o judeu essa afirmativa se constituía em uma heresia, uma afronta à sua religião.
      Mas Pilatos, como um bom político, queria agradar a maioria mas era sensato. Jesus respondeu, como sempre, não à pergunta aparente, mas àquela verdadeira, que estava escondida atrás das palavras de Pilatos. Jesus disse que ele falava a verdade, não era um mentiroso como diziam os judeus. Ele tinha vindo para ser rei, e um rei muito maior que o líder política nacional que os judeus esperavam, um rei espiritual, para toda a humanidade, de todos os tempos.
      Porém, Pilatos encerra o diálogo com uma pergunta genérica, “o que é a verdade?” Para essa pergunta, parece-nos que não houve resposta, todavia é o próprio Pilatos quem responde depois, talvez sem ter consciência disso, quando afirma: “não acho nele crime algum”. O conhecimento da verdade não está ligado a explicações filosóficas e nem a definições científicas, mas à consciência moral, mais ainda, ao estado do homem interior.
      A resposta é que a verdade é Jesus, quem tem a verdade é aquele a quem não lhe pode ser imputado pecado algum. Para nós fica a herança, se temos Jesus, se temos o perdão em seu nome, não temos pecado a nos acusar, portanto temos a verdade. A verdade tem aquele que não tem sobre sua cabeça nenhuma acusação.
      É importante que tenhamos cuidado para afirmar entre as pessoas esse testemunho, que nós temos a verdade. Pode soar como loucura, como arrogância. Jesus teve cuidado para dizer isso, ele conhecia o coração das pessoas. Que o Espírito Santo nos oriente, para testemunhar sobre a verdade, no momento certo, para quem tem ouvidos para ouvir, sem ficar jogando pérolas aos porcos. Isso porque somente aquele que é da verdade ouve a voz de Jesus.

      "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao pai senão por mim", João 14:6

27/08/11

Sentimento de louvor

"Tu, Senhor e Deus nosso,
és digno de receber a glória, a honra e o poder,
porque criaste todas as coisas,
e por tua vontade elas existem e foram criadas"

Apocalipse 4:11

Insônia: aos que sofrem com ela

      Gostaria de compartilhar uma experiência minha. Sempre tive dificuldade para dormir, só foi piorando com o tempo. Demorei um pouco para diagnosticar insônia como enfermidade, isso me roubou muitos anos de felicidade. A insônia deu cria, gerou refluxo e até alguma psicose, mas Deus já está tratando disso, com oração e com medicação. Hoje sinto a vida bem mais leve, me acho mais lúcido, gasto menos para viver mais.
      Bem, quem tem dificuldade para pegar no sono, tem na verdade uma dificuldade enorme de se desligar. Na hora de por a cabeça no travesseiro, não consegue esvaziar a mente e relaxar. Um turbilhão de palavras e de rostos fica girando na mente. Como eu disse, isso pode piorar com o tempo, já que as ansiedades de jovem se transformam em apreensões legítimas da vida adulta, os cuidados com a sobrevivência neste mundo. Com o tempo, o passado pesa, o presente inquieta e o futuro amedronta.
      Quem sofre desse mal, não o sofre porque tem muitas preocupações, não necessariamente, mas isso nem importa. Esse na verdade corre atrás das preocupações, e mesmo que elas não existam, ele as inventa. Ele se viciou em ficar com a mente, o tempo todo, ocupada, ele precisa dessas ocupações. O menor desconforto, ele transforma num problema enorme, uma questão de vida ou morte. Talvez porque se não ficar assim, ele se sinta irresponsável. Mas nesta vida, a maioria dos problemas se resume em culpa, usamos as atividades para aplacar nosso sentimento de culpa. Muitas vezes necessitaríamos de muito menos esforço para viver bem, mas nos tornamos escravos do trabalho. Como eu disse no início, essa é a minha experiência.
      Precisamos entender que nós somos máquinas de carne que geram energia. Utilizamos energia para viver, para andar, para trabalhar, para estudar, para aprender, para lidar com as situações e com as pessoas. Essa energia é, a princípio, positiva. Contudo podemos utilizá-la contra nós mesmos, quando cobramos de nós mais do que o necessário que seja cobrado. Nesse caso essa energia suicida nos trará infelicidade e mesmo doenças, físicas e psicológicas.
      Como essa energia é da carne e da alma, precisamos aprender a lidar com ela, não somente no nível espiritual, mas também nos níveis material e emocional. No nível espiritual é simples, pelo menos ficou simples no momento em que nós nos convertemos a Jesus, basta crer. Contudo, nos níveis material e emocional, complica um pouco. É necessário tempo e esforço, para que a cura espiritual passe para as áreas física e psicológica.
      Uma coisa eu tenho aprendido, não adianta tentar resolver às onze horas da noite, deitado na cama, um problema que foi alimentado durante o dia inteiro. Passamos todo o dia ansiosos, preocupados, brigando com esposa, motoristas no trânsito, colegas de trabalho, ao vivo ou por telefone. Mesmo se não exteriorizamos a inquietude, nós a sentimos, focamos em nossa cabeça, no nosso peito, na nossa garganta, ou seja lá em que órgão for de nosso corpo que somatizemos a ansiedade. O resultado é que à noite, a mente não dá conta de tantas questões sem respostas, ela precisa de mais tempo, acordada, para poder se resolver.

      “Pela manhã ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã apresentarei a ti a minha oração, e vigiarei”, Salmos 5:3. “De tarde e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz”, Salmos 55:17. “Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias”, Salmos 90:14.

      Ninguém melhor que o salmista para nos ensinar como transformar energia negativa, preocupações, temores, em paz. Como ele fazia isso? Orando. Mas o que é orar pra você? Orar não pode ser algo formal, frio, apenas um reza, racional, uma obrigação que se cumpre e que nada tem a ver com o que realmente sentimos. Não, muitas vezes orar parece um trabalho de parto, dependendo do tamanho da pendência, pode ser terrível, exaustivo, doloroso, mas tem que ser feito. Quando nosso ser chegou a um estado de ansiedade que já está somatizando tudo, nos tornando colecionadores de doenças, com o nosso coração gritando aos berros, implorando por atenção, não existe outra saída se não orar e orar com todo o sentimento, com todo o pensamento, com todas as palavras e demais ruídos.
      Mas procure fazer isso de manhã, no início do dia, e passe todo o seu tempo debaixo do sol com o mesmo espírito, de clamor, de confiança em Deus, acalmando todo o sentimento, repousando-o em Deus. Tenho aprendido que às vezes precisamos aprender tudo outra vez, como respirar, como comer, como andar, como olhar, como ouvir, como agir e reagir a cada minuto do dia. Às vezes o problema é tão sério que temos necessidade, sim, de acompanhamento terapêutico e de medicação, de tanta ansiedade que acumulamos durante os anos de nossa vida.
      Nosso corpo e nossa alma, assim como a natureza, são extremamente honestos. Eles não nos devolverão flores se nós passamos a vida jogando pedras neles. Podemos até tentar enganá-los, mas um dia eles retornam todo o mal que fizemos a eles, através de tsunamis emocionais, de frentes frias de pensamento ou de erosão do corpo. Se necessário, reaprenda a viver, para ser tranquilo, para ter a paz necessária e de direito daqueles que seguem a Deus.

      Eu não posso deixar de citar Filipenses 4:6-8 para encerrar esta postagem, sei que você talvez já tenha ouvido esse texto várias vezes, mas leia mais uma vez:

      “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus. Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas”.

26/08/11

Em que lugar você está?

      O capítulo onze do livro de Números mostra-nos quatro lugares para estar, ou não:

1º. Nas extremidades do acampamento
2º. Na provação do deserto
3º. Na liderança do povo
4º. No meio do acampamento

      “Aconteceu que o povo começou a queixar-se das suas dificuldades aos ouvidos do Senhor. Quando ele os ouviu, a sua ira acendeu-se e fogo da parte do Senhor queimou entre eles e consumiu algumas extremidades do acampamento. Então o povo clamou a Moisés, este orou ao Senhor, e o fogo extinguiu-se. Por isso aquele lugar foi chamado Taberá, porque o fogo da parte do Senhor queimou entre eles.”, versículo 1 ao 3.

      Quem fica atrás, no fundo, nas beiras, geralmente são aqueles que não estão muito confiantes, que estão com um pé dentro e outro fora. Bem, esses foram queimados pela ira de Deus. É bom tomarmos uma posição firme, diante da vontade do Senhor, crendo em suas promessas e testemunhando, diante dos incrédulos, com coragem, sem medo.

      “Um bando de estrangeiros que havia no meio deles encheu-se de gula, e até os próprios israelitas tornaram a queixar-se, e diziam: "Ah, se tivéssemos carne para comer! Nós nos lembramos dos peixes que comíamos de graça no Egito, e também dos pepinos, das melancias, dos alhos porós, das cebolas e dos alhos. Mas agora perdemos o apetite; nunca vemos nada, a não ser este maná! "”, versículo 4 ao 6.

      O povo novamente murmurava contra Deus, ele não queria estar no deserto, mas no Egito. Aquilo que era para ser benção, a provisão do Senhor, estava enjoando o povo, o maná. Mas não era o maná que era enjoativo, era o tempo da provação no deserto que estava sendo muito longo. Estava longo porque o povo tinha se rebelado contra Deus e a viagem que era para demorar meses, demorava anos, o tempo suficiente para que a geração rebelde morresse no deserto. O maná não foi dado para ser consumido durante tanto tempo, por isso ficou enjoativo. O incrédulo come maná até morrer, mas à vezes só enjoando de maná é que a gente aprende.

      “E ele perguntou ao Senhor: "Por que trouxeste este mal sobre o teu servo? Foi por não te agradares de mim, que colocaste sobre os meus ombros a responsabilidade de todo esse povo? Por acaso fui eu quem o concebeu? Fui eu quem o trouxe à luz? Por que me pedes para carregá-lo nos braços, como uma ama carrega um recém-nascido, a levá-lo à terra que prometeste sob juramento aos seus antepassados? Onde conseguirei carne para todo esse povo? Eles ficam se queixando contra mim, dizendo: ‘Dê-nos carne para comer! ’ Não posso levar todo esse povo sozinho; essa responsabilidade é grande demais para mim.”, versículo 11 ao 14.

      Diante da murmuração do povo e da ira de Deus, Moisés se sentiu no lugar errado, estando na liderança, então reclamou para Deus. Não é bom desejar os extremos, principalmente posições superiores. Contudo, se Deus nos chama para a liderança, temos que aceitar isso com temor e sobriedade. Não adianta fugir da responsabilidade.

      “E o Senhor disse a Moisés: "Reúna setenta autoridades de Israel, que você sabe que são líderes e supervisores entre o povo. Leve-os à Tenda do Encontro, para que estejam ali com você. Eu descerei e falarei com você; e tirarei do Espírito que está sobre você e o porei sobre eles. Eles o ajudarão na árdua responsabilidade de conduzir o povo, de modo que você não tenha que assumir tudo sozinho. "Diga ao povo: Consagrem-se para amanhã, pois vocês comerão carne. O Senhor os ouviu quando se queixaram a ele, dizendo: ‘Ah, se tivéssemos carne para comer! Estávamos melhor no Egito! ’ Agora o Senhor lhes dará carne, e vocês a comerão.”, versículo 16 ao 18.

      Deus respondeu aos dois pedidos, à murmuração do povo por carne e a de Moisés, pedindo auxílio para liderar. A insistência de Israel foi tanta que o Senhor concedeu seu pedido, contudo, essa resposta, que não era o plano inicial de Deus, trouxe para o povo amargas consequências.

      “Mas, enquanto a carne ainda estava entre os seus dentes e antes que a ingerissem, a ira do Senhor acendeu-se contra o povo, e ele o feriu com uma praga terrível.”, versículo 33.

      Não é bom insistir num pedido que Deus está dizendo que não vai responder. Pela insistência, Deus até pode nos atender, mas pagaremos um preço por isso.

      “O Senhor desceu na nuvem e lhe falou, e tirou do Espírito que estava sobre ele e o pôs sobre as setenta autoridades. Quando o Espírito veio sobre eles, profetizaram, mas depois nunca mais tornaram a fazê-lo. Entretanto, dois homens, chamados Eldade e Medade, tinham ficado no acampamento. Ambos estavam na lista das autoridades, mas não tinham ido para a Tenda. O Espírito também veio sobre eles, e profetizaram no acampamento. Então, certo jovem correu e contou a Moisés: "Eldade e Medade estão profetizando no acampamento". Josué, filho de Num, que desde jovem era auxiliar de Moisés, interferiu e disse: "Moisés, meu senhor, proíba-os!" Mas Moisés respondeu: "Você está com ciúmes por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor pusesse o seu Espírito sobre eles! "”, versículo 25 ao 29.

      Deus autenticou o milagre das codornizes com a unção do Espírito sobre a liderança. Essa liderança tinha ido para um lugar específico, longe do povo. Eldade e Medade, porem, ficaram em outro lugar, ao invés de junto da liderança, no acampamento. Mas nesse caso, o lugar onde permaneceram os dois, não estava errado. Moisés, já restabelecido, manso e sábio, exorta que ele ficaria feliz se todo o povo fosse como Eldade e Medade, profetas de Deus, cheios do Espírito.

      Em que lugar você está? Nas extremidades, na provação, na liderança ou profetizando no meio do povo? É importante que entendamos em qual lugar Deus nos pôs. Nas extremidades, junto dos rebeldes, incrédulos e carnais, dos mornos, que ficam em cima do muro, esse é o pior lugar, saia daí já. Se for no deserto, tenha fé, é somente uma fase temporária, seu destino é Canaã. Se for na liderança, exerça-a com cuidado, com amor, com paciência. Se for no meio do povo, que seja cheio do Espírito, tendo no coração sempre uma palavra ungida e cheia de graça para compartilhar com o povo de Deus.

25/08/11

Poder do silêncio que não julga

"Portanto, não julguem nada antes da hora devida,
esperem até que o Senhor venha.
Ele trará à luz o que está oculto nas trevas
e manifestará as intenções dos corações.
Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação".
"Pois o Reino de Deus não consiste de palavras, mas de poder".

I Coríntios 4:5 e 4:20