01/12/12

Adoração Instrumental: introdução ao improviso de adoração

O que eu chamarei, a partir de agora, de “adoração instrumental”, não é simplesmente fazer o acompanhamento instrumental para hinos e cânticos, também não é executar hinos e cânticos no instrumento, enquanto a pregação da palavra está sendo feito, é mais que isso. Em primeiro lugar é importante que se entenda qual é o trabalho do homem e qual é a função que somente Deus pode desempenhar. A eficácia de como somos usados, depende inicialmente das ferramentas que temos. Essas ferramentas, aprendê-las, é algo humano, claro, sempre feito debaixo da graça de Deus, mas é um trabalho que compete a nós.
As ferramentas dos músicos são as técnicas, não somente a leitura do código e a destreza nas teclas, cordas, sopros e baquetas, peculiares aos músicos que somente leem partituras, mas também são os clichês harmônicos, rítmicos e melódicos, que um músico que tem a facilidade para pegar a música de ouvido, possui. Esses clichês são colecionados à medida que se estuda e que se ouve, principalmente, música de qualidade, as raízes da arte musical, mais dos que as misturas e fusões de estilos, que já são releituras.
Bem, de posse de todas essas ferramentas, podemos usá-las. Na música instrumental, o jazz, o blues, o soul, dentre outros estilos, são linguagens que se prestam à música de improviso. Utilizar clichês mais sofisticados, no tempo e no lugar certo, dará à improvisação qualidade e originalidade. Música de improvisação, o jazz, por exemplo, costuma-se dizer que é música para músicos, só os profissionais, na maior parte das vezes, conseguem ver relevância e desfrutar da criação feita em tempo real. Com certeza, esse é o tipo de música é mais prazeroso para aqueles que tocam, e sim, elas honram ao homem, já que o colocam no limite de sua inventividade. É claro que na hora e no lugar certos, não existe nada de errado com isso.
Contudo, e isso tenho descoberto há alguns anos, essa improvisação pode ser usada na adoração, então o instrumental passar a ser mais que acompanhamento para o vocal, mas adoração em si, podendo ser usado de forma poderosa e eficaz para exaltar a Deus, liberar o Espírito Santo, derramar a poderosa presença do Senhor sobre as pessoas. Mas como separar improvisação instrumental, jazz, de adoração instrumental, ferramenta espiritual?
Quem primeiro fez isso, nos tempos modernos, e ainda faz até hoje, foram os negros das igrejas evangélicas norte-americanas. O blues e o soul nasceram dessa “spiritual music”. Contudo, podemos acrescentar a esses estilos americanos, o estilo de cada região e país. Mas é importante que se saiba que essas técnicas, são apenas ferramentas. Elas somente poderão ser usadas para a adoração quando o músico, munido de todas essas ferramentas, tiver uma real experiência de conversão, consagração e batismo no Espírito Santo.
Tentarei agora dar algumas dicas práticas de como utilizar a improvisação musical na adoração, usarei termos que serão entendidos por músicos com algum conhecimento teórico, portanto, perdoe-me pelos termos técnicos.
Os intervalos musicais e as escalas criam climas emocionais diferentes e bem definidos. A maneira mais simples de entender isso é ouvindo duas tríades (acordes de três notas), uma maior e uma menor (a diferença está no terceiro grau desses acordes, na maior, o terceiro grau é maior, na menor, o terceiro grau é menor). Qualquer pessoa com o mínimo de cuidado sensitivo (não usei o termo talento, pois acredito que todos têm capacidade para sentir a música, como acontece com a arte em geral, nem todos podem entender, mas todos podem sentir) perceberá que a tríade maior passa um clima de alegria, enquanto que a tríade menor, um clima de tristeza, de melancolia. A mesma coisa, em termos de notas soltas, ocorre com a escala diatônica maior e com a menor.

(J. S. Bach (músico alemão, cravista, organista, compositor, cantor, regente e criador de instrumentos, Eisenach, 31 de março de 1685 — Leipzig, 28 de julho de 1750) fez um estudo minucioso dos 24 tons, 12 maiores e 12 menores, compartilhando esses vários climas que escalas diferentes criam, essa experiência está registrada nos livros Cravo Bem Temperado, volume 1 e 2, veja mais sobre isso no link).
Contudo, os acordes não se limitam às tríades, depois disso temos as tétrades, onde o sétimo grau, menor e maior, é adicionado. Depois podemos diminuir o quinto grau, acrescentar a nova, a décima primeira, a décima terceira, e assim vai. Multiplicam-se as possibilidades de acordes e os climas que eles criam. Isso tudo organizado em cima de escalas e de progressões, fabricam frases musicais que reunidas criam uma música.
Esse conhecimento técnico e sensorial da musical, debaixo do poder do Espírito Santo é que pode produzir uma adoração instrumental. Veja que sem uma experiência poderosa com o Espírito Santo de Deus, repito, sem um temor do Senhor, sem estar num espírito de oração e de consagração, a técnica de improvisação será somente jazz. Contudo, temos experimentado nesses últimos dias aqui nas igrejas evangélicas brasileiras, esse tipo de ministração para acompanhar a palavra pregada. Nessa função acrescentamos à adoração instrumental mais uma característica: sincronismo com a palavra que o Espírito Santo está pondo na boca do pregador, obviamente, sincronismo espiritual.
Não existe qualquer espécie de competição ou de predominância da música, ela caminha junto com a palavra pregada, como caminham o dom de línguas estranhas e o dom de tradução dessas línguas. Eu me encorajaria a dizer que a música poderia ser a “língua estranha”, a linguagem mais emocional, de mistérios, e a palavra, a sua tradução. Nessa ótica confundem-se e se mesclam, causa e consequência, assim como a música responde à palavra, a palavra é inspirada pela música. Bem, quem é glorificado e compartilhado, de maneira maravilhosa neste contexto, é o Espírito Santo de Deus. As pessoas são abençoadas com uma interação completa entre emoção, razão e espiritualidade.
O grande segredo é fazer o instrumento conversar com as pessoas, responder musicalmente aos apelos e ênfases da pregação. Quando o clima for de derrota, de tristeza, usamos, por exemplo, escalas e acordes menores, quando for de alegria, escala e acordes maiores. Quando a palavra evoluir, expressando uma situação onde Deus atua e a condição melhora, podemos subir de tom, ou simplesmente de altura. O reforço de notas graves mais espaçadas, e o uso de repetições rápidas de notas agudas, também podem servir para aprovar um clima criado pelo Espírito Santo.
Algumas progressões, simples e repetitivas, também podem acompanhar determinados ambientes que o Espírito está criando pela palavra, como ficar transitando entre os acordes no II grau menor e no III grau menor, criando uma tensão temporariamente não resolvida. Não é preciso tocar uma música inteira, apenas as progressões de acordes. Na verdade, na minha experiência, a harmonia tem prioridade sobre a melodia, já que a melodia está sendo feito pelo solista que é o pregador.

A simples execução de intervalos também pode recriar musicalmente o ambiente que o Espírito Santo está produzindo. Uma 3ª maior que evolui para uma 4ª justa, depois para uma 5ª justa, podem bastar para acompanhar o clima, isso feito através de arpejos. Usei aí o termo certo: recria e não disputa ou atrapalha. É claro, como já disse antes, quando a interação é prefeita, causa e consequência, palavra pregada e música que acompanha, se misturam, e um passa a inspirar o outro.

O instrumentista, porém, quando tocando com o pregador, nunca deve perder a visão de acompanhador, a mesma coisa acontece quando alguém está traduzindo línguas estranhas. Como em tudo na casa Deus, deve haver ordem e decência, orientadas pela sabedoria do Espírito Santo.
Mas o que o instrumentista, na verdade, está fazendo, é dizer um amém, um “glória a Jesus”, um “obrigado Senhor” ou um “tenha misericórdia de nós, oh Deus”, através das sonoridades de seu instrumento. Aquilo que ele poderia dizer com os lábios, diz com seu instrumento musical, a música se torna apenas um eco, um reflexo. Por isso é prioritário que antes de músico ele seja um adorador, um instrumentista espiritual, já que a música será apenas um eco daquilo que ele está deixando que o Espírito Santo fale em seu coração. Adorar instrumentalmente é falar em mistérios através das notas musicais.
Na experiência que tenho tido com o Espírito Santo, também tenho sentido que os encadeamentos e tipos de acordes podem ser simples, certas sofisticações, principalmente de acordes diminutos, não são usadas com tanta frequência. Por outro lado, o baixo pedal, manter uma nota mais grave enquanto os acordes variam, também é um recurso interessante e eficaz.
Tentei dar algumas dicas práticas, mas não tentei definir fórmulas, isso não é espiritual, isso poderia ser manipulação emocional. O segredo é estar no Espírito, manter-se ligado a Deus, prestando muita atenção à pregação, e então dar liberdade aos dedos e ao coração para experimentar emocionalmente a palavra que está sendo ministrada.
Esse texto é um material introdutório sobre o assunto, e concordo que se trata de um assunto extremamente subjetivo. Seu entendimento só será feito diante de uma experiência real, o ideal é estarmos ao vivo, num mesmo lugar, em oração, “tangendo nossas harpas” e assistindo o mover do Espírito Santo através da boca dos homens e da sonoridade musical.
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30/11/12

O jovem rico dentro de cada um de nós

    "E um homem importante perguntou-lhe: Bom Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna? Jesus lhe respondeu: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, a não ser um, que é Deus.
Sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não darás falso testemunho; honra teu pai e tua mãe. O homem disse: Tenho obedecido a todas essas coisas desde a minha juventude.
Quando ouviu isso, Jesus lhe disse: Ainda te falta uma coisa. Vende tudo quanto tens, reparte com os pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-me. Mas, ouvindo isso, ele ficou muito triste, porque era muito rico.”
Lucas 18.18-23

Recentemente meu pastor deu uma palavra sobre essa passagem, passagem tão conhecida, de interpretação e aplicação, a princípio, tão óbvias, mas será que são óbvias mesmo?
Vamos refletir um pouco mais sobre o jovem, ele não era uma pessoa distante de Deus, ao contrário, era diligente em sua religiosidade, obediente aos mandamentos, e mais que isso, tinha discernimento sobre quem era Jesus, visto que o chamou de bom mestre. Jesus percebeu que havia algo de errado com o moço desde o início, não aceitou o elogio, pois não sentiu nele sinceridade.
Vou me dar ao direito de imaginar algumas coisas sobre o jovem: Jesus orientou-o a vender tudo o que ele tinha e repartir com os pobres. Será que no dia a dia do rico rapaz, ele era uma pessoa gananciosa, preso ao dinheiro, mesquinho? Eu acredito que não, ele devia inclusive ajudar os menos favorecidos com suas posses. Mas talvez ele fizesse isso, e repetindo, eu estou imaginando, com o que lhe sobrava.
Todavia, mesmo que ele ajudasse os outros com tudo o que possuía, como acontece com aquilo que é feito pela carne e não movido pelo Espírito de Deus, sua vida piedosa era para agradar a ele, mesmo que tivesse atitudes aparentes de uma pessoa espiritual, em seu coração ele devia se envaidecer com o estilo de vida que tinha. Não, isso não é só imaginação, não, já que é só a presença muito forte de Deus, num coração realmente humilde, que pode fazer o ego humano perder a evidência, permitindo que Deus receba a glória. Pela reação que ele teve quando Jesus pediu para que ele abrisse mão de riqueza, essa tinha pra ele um valor grande demais.
Quando Jesus orientou-o a vender tudo, tudo mesmo, ele sentiu que perderia aquilo que ele usava para “barganhar” sua falsa espiritualidade, sua religiosidade, que lhe dava um status no meio social em que vivia. É isso o que um coração com o ego entronizado quer, receber glórias de seus semelhantes. O que nos dá essa necessidade equivocada? Baixa autoestima, carência de elogios, complexo de inferioridade? Chame a psicologia do nome que for, essa é a maior vaidade humana, mais que querer ser mais rico ou mais bonito, mas querer ser mais espiritual. Sim, querer ser visto como alguém espiritual também pode ser vaidade e pecado, talvez o maior deles, foi essa vaidade que Lúcifer teve, foi essa a glória que ele quis receber, a glória de Deus.
Não, nós não precisamos ser milionários para cair nesse erro, querer mostrar para os outros que somos mais espirituais, o que podemos usar para barganhar espiritualidade pode ser menos que uma grande fortuna assim como pode ser coisas diferentes de poder material. Nossos talentos podem ser usados para estabelecer uma superioridade diante das pessoas. Pergunte a um músico se ele estaria disposto a deixar tudo por Deus, até seu talento. Muitos argumentariam que o talento que eles possuem é para servir a Deus, Deus não o tiraria isso deles, mas somente depois do talento ser entregue nas mãos de Deus, como um “isaque”, é que a vaidade é deixada em segundo plano para que somente o Senhor seja glorificado através desse talento.
Essa vaidade, porém, sempre gera incoerência. Enquanto um lado nosso quer mostrar espiritualidade, o outro poderá ser escravo de coisas materiais, de vezes pequenas e fúteis. Como saber se temos essa incoerência em nosso coração? Faça uma autocrítica, responda a si mesmo: o que você não abriria mão? E eu não estou me referindo a coisas grandes não, mas a pequenas. Existem coisas que ninguém sabe, mas que nós dificilmente viveríamos sem, dificilmente encararíamos as outras pessoas sem essas coisas. São muletas das quais ficamos dependentes. Muitas vezes disfarçamos essas coisas dando a elas outros nomes: “ah, esse é meu jeito de ser”, “é só uma pequena vaidade, não faz mal a ninguém”, “não vou enfrentar o público sem isso”, “não, isso é o que tenho de melhor, de mais importante, não posso viver sem”, etc...
Vou confessar uma fraqueza minha: cultura. Não me importo se minha roupa ou mesmo meu carro, sejam mais baratos ou mais feios do que os dos outros, mas não gosto de me sentir burro. Tenho a tendência de sempre me nivelar, e isso é uma muleta, sentindo dentro de mim, em segredo, sem que ninguém saiba, que eu sou mais culto, mais inteligente, mais “sacado”. Sim, confesso, esse é meu pecado, minha vaidade, e já precisei ser humilhado várias vezes para abrir mão disso.
(A psicologia diz que não existe complexo de superioridade, ninguém se acha melhor que ninguém, é por nos acharmos piores que reforçamos certos atributos e posses para nos colocarmos acima do outros. Tudo na verdade é complexo de inferioridade, o que muda é a forma como reagimos. Uns se encolhem de vez, inferiorizando-se, se sentido a pior das criaturas, outros se elevam, bancando uma posição arrogante, achando-se superiores.)
Mas voltando a mim, para mostrar essa superioridade sempre quis que os outros me vissem de posse de bons livros, com conhecimento de filosofia, de ciência, e mesmo de teologia. Tenho várias Bíblias, sim, elas me são úteis para fazer meus estudos e reflexões, Deus me abençoa e tem me usado nisso. Contudo, até que ponto isso é vaidade e não necessidade? É vaidade quando eu gosto de expor em público uma Bíblia diferente, melhor, mais nova, vaidade disfarçada de espiritualidade.
A prova disso é que numa ocasião eu comprei uma Bíblia muito especial, com a versão que eu queria, e no formato, tamanho e capa que eu desejava. Então, na mesma tarde, Deus me mandou dar a tal Bíblia a um amigo. Se Deus tivesse me mandado dar a ele um cheque de mil reais eu não me sentiria tão mal, mas era uma Bíblia, um livro, do jeito que eu queria, algo que faz com que eu me sinta especial. Sim, eu dei a Bíblia, foi bênção na vida de meu amigo, mas a doação foi algo extremamente doloroso que me revelou algo muito importante sobre mim.
Bem, no meu caso, aquela Bíblia foi a riqueza do jovem rico, percebi como eu estava amarrado a coisas materiais, a coisas que me davam um falso status, a coisas que poderiam me fazer sentir superior as outras pessoas. Desculpe-me por contar essa minha privacidade, mas não achei um jeito melhor de compartilhar essa reflexão com você.
E você, do que é que você não abre mão, o que é que te faz sentir-se melhor, mais forte, mesmo superior, e que você não consegue viver sem, diante dos outros? Para as mulheres pode ser um penteado de cabelo, uma roupa, um calçado, uma joia, não, não estou dizendo que não temos o direito de estarmos bonitos e bem arrumados, mas precisamos saber até que ponto esses valores externos são mais importantes que os internos, os realmente espirituais. Até que ponto o cabelo desarrumado nos envergonha mais que um pecado não confessado?
Feliz é o homem que descobre que seu maior bem é Jesus, é a presença de Deus em seu coração, é a opinião de Deus sobre a sua vida, e que o resto, sejam coisas visíveis ou virtudes subjetivas, não podem dar a ele paz, não podem fazer dele alguém melhor. Na verdade somos alguém melhor quando somos templo do Espírito Santo, quando levamos em nós o doce cheiro do Evangelho, quando nosso coração é um trono limpo e bem conservado para que Deus se assente e reine. Quando é assim, não precisamos ter nada, nenhum bem, nenhum reconhecimento humano, apenas a confiança de que Deus mora em nós e é glorificado através de nossas vidas.

Quem mais eu tenho no céu, senão a ti? E na terra não desejo outra coisa além de ti.” (Salmos 73.25).
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29/11/12

Os fins não justificam os meios

        "Os fins justificam os meios", é uma frase que representa o maquiavelismo e quer significar que os governantes e outros poderes devem estar acima da ética e moral dominante para alcançar seus objetivos ou realizar seus planos.
Essa frase de Nicolau Maquiavel (Florença, 3 de maio de 1469 — Florença, 21 de junho de 1527, historiador, poeta, diplomata e músico italiano do Renascimento), também representa o princípio básico das religiões de maneira geral, mas é o contrário do que prega o genuíno cristianismo. Não, não espero que você concorde com isso, já que isso toca no cerne da maioria das crenças, justifica o pensamento da fé na fé, que diz que se sincera, não importa a onde esteja e de que modo seja executa. É por isso que o verdadeiro cristão tem tantos inimigos, ele não pensa assim e tem coragem de dizê-lo.
O cristianismo diz que Jesus é a verdade e somente a fé nele é que poderá salvar o homem, sinceridade somente, não salva ninguém. Bem, muitos nem acham que precisam ser salvos de alguma coisa, isso também é com a consciência de cada um, mas como eu disse, não espero que você concorde com isso...
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28/11/12

Cheios do Espírito!

    "Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de responder, nem com o que haveis de dizer. Porque o Espírito Santo vos ensinará na mesma hora o que deveis dizer." (Lucas 12.11-12).

Deus não precisa necessariamente de bons oradores, mas Deus usa tanto bons quanto os não tão competentes oradores, desde que estejam cheios de seu Espírito Santo. Claro que é muito prazeroso ouvir um orador competente e cheio do Espírito falando, mas testemunhar e adorar é direito e dever de todo filho de Deus, diferente de chamada específica para pastorear e ministrar o louvor. Contudo, quem deve nos motivar sempre é Deus, mais nada!!
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27/11/12

Tem certeza?

    Agradecer a Deus por tudo, reconhecê-lo no caminho e nas pessoas, não é necessariamente ter uma vida de comunhão verdadeira com Deus. Os homens de maneira geral, por religiosidade ou por algum tipo de misticismo, também o fazem. Você tem certeza que sua vida está no centro da vontade de Deus? Tem certeza que está agradando a Deus com sua devoção? Tem certeza que está pronto para enfrentar a eternidade? Por nos amar, o Espírito Santo está sempre nos exortando sobre a seriedade das escolhas que fazemos nessa existência.
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O mais perdoado é o mais grato

    “Certa vez, um dos fariseus convidou Jesus para comer com ele; Jesus, então, entrando na casa do fariseu, sentou-se à mesa.
E havia uma mulher pecadora na cidade. Quando soube que Jesus estava à mesa na casa do fariseu, ela trouxe um vaso de alabastro com perfume;
e pondo-se atrás dele e chorando aos seus pés, começou a molhar-lhe os pés com as lágrimas e a enxugá-los com os cabelos;* e beijava-lhe os pés e derramava o perfume sobre eles.
Mas, ao ver isso, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este homem fosse profeta, saberia quem o está tocando e que espécie de mulher ela é, pois é uma pecadora.”
Lucas 7.36-39 (leia até o verso 50 para um entendimento melhor)

O fariseu olhou a mulher, trouxe à tona o pecado dela, é assim o arrogante, olha pra baixo, vê o homem, procura o pior no homem. É assim aquele que não assume seus erros, ou que nem os cometeu, não por temer a Deus, mas pelas próprias forças, e obra assim sempre glorifica o homem, não a Deus. Mas o fariseu, em sua arrogância, não conhecia o principal, a Jesus, duvidou dele quando disse que Ele não era profeta, não sabia quem era a mulher.
A mulher, chamada de pecadora porque devia ter uma reputação ruim, provavelmente uma prostituta, ela sim, sabia quem era Jesus. O texto diz que ela chorava enquanto lavava os pés de Cristo com suas lágrimas e derramava sobre eles o perfume do vaso de alabastro. Infelizmente, a maior sensibilidade, a ótica correta da referência do certo, do santo, do divino, muitas vezes só é aprendida depois de muito se pecar, depois de muito se sujar, depois de ser muito humilhado.
Não despreze o pecador arrependido, aquele que errou, que foi marginalizado por isso, envergonhado, assim como entenda que muitas vezes o maior temor e sabedoria não estão naquele que aparentemente nunca cometeu grandes deslizes. Quantas vezes usamos de preconceito com pessoas que chegam machucadas e estigmatizadas na igreja, ex-viciados, divorciados, gente que já teve uma vida promíscua e mundana. Esses, depois de lavados e sarados, podem ser os vasos mais usados por Deus dentro de sua casa.
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26/11/12

As flores estão na terra

     "Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã trará suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu problema." (Mateus 6.34)

Preocupa-me quem não espera em Deus um futuro melhor, a resposta para algo impossível, mas me preocupa também quem não vive o presente de maneira satisfeita, agradeça a Deus por esse momento, pelo que você tem agora, e faça isso todos os dias. Você pode até descobrir que o que mais pede já te foi dado, está bem pertinho de você e você não viu. As estrelas estão no céu, mas as flores estão ao redor de você, na terra em que você pisa.
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