Sobre nossa velhice...

      "Estava lá também a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Ela, já de idade avançada, tinha vivido com o marido sete anos depois do casamento, permanecendo viúva por quase oitenta e quatro anos. Ela não se afastava do templo, cultuando a Deus dia e noite com jejuns e orações. Tendo chegado naquele momento, deu graças a Deus e falou a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém." Lucas 2.36-38

      Qual o nosso sonho de consumo para a nossa velhice? Bens? Uma boa casa, um bom carro? Viajar pelo mundo? Descanso e lazer? A profetisa Ana estava há quase 84 anos viúva e não se afastava do templo em oração e jejum. Mas no final ela teve o que queria, um encontro com o salvador do mundo. Na mesma passagem bíblica está o relato de Simeão, com experiência semelhante de Ana:

      "Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; ele era justo e temente a Deus, e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E o Espírito Santo lhe havia revelado que ele não morreria antes de ver o Cristo da parte do Senhor. Assim, movido pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais levaram o menino Jesus, para fazer por ele conforme ordena a lei, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo: Senhor, agora podes deixar ir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; pois os meus olhos já viram a tua salvação" Lucas 2.26-30

      Talvez a pergunta mais certa seja: qual é o nosso maior prazer? Onde está o nosso tesouro? Seja como for, com certeza aquilo que mais desejamos é o que alcançamos nesta vida, mesmo que não assumamos isso de forma consciente, então não vá reclamar depois de desilusão ou de solidão... 

Amigos que permanecem

Deus nos julgará pelos frutos, as intenções, por mais sinceras que sejam, são apenas ideias e sentimentos, aquilo que se concretiza de fato é o que nos define como seres. Essas realizações não precisam ser em quantidade, que sejam poucas e boas, e que tenham qualidade.

Quais são os melhores frutos que podemos dar? São mudanças significativas que promovemos nas vidas de outras pessoas, ter boas relações, fazer amigos verdadeiros, isso reflete o nosso caráter real. Mas não somente fazer, manter e manter por um bom tempo.

É claro que mudamos nessa vida, passamos por tantas fases, aquilo que alguém achou em comum com a gente num determinado momento pode não existir mais em outro. Um grande amigo de uma fase, pode ser um completo estranho em outra fase. Caráter, porém, é algo que permanece, é algo que nasce conosco, é a nossa essência, educação e formação apenas evidenciam e aperfeiçoam mais esses valores.

Diz-se que caráter ou se tem ou não se tem. Muitos erram tanto, sofrem tanto, mas num determinado momento estabilizam-se, se encontram, na verdade encontram o caráter, a essência que sempre tiveram. Outros parecem viver algum tempo de uma maneira sensata, mas de repente se perdem, se perdem e não se acham mais, porque nunca tiveram caráter.

Nada somos sem Deus, ele faz milagres, ele endireita o torto, ele encontra o perdido, ele transforma o caráter, poderíamos fazer um paralelo entre o conceito de eleitos que a Bíblia cita e a essência de cada um. Isso mexeria com os brios de alguns intelectuais humanistas, que pregam que o homem é dono de seu caminho, que ele não pode ser movido por forças externas, que não existe predestinação ou mesmo destino, eu não vou filosofar nesse ponto.

Mas caráter tem a ver com frutos, e frutos tem a ver com a influência real e positiva que fazemos primeiramente em nós mesmos e depois nos outros. Portanto ter amigos e mantê-los é sinônimo de caráter, as virtudes que plantamos em amigos são frutos que levaremos para a eternidade.

Muitos religiosos, todavia, mesmo entre os evangélicos e crentes, tem uma aparente vida de moralidade e de trabalho sem que nunca consigam criar relações de afetos duradouras. Entendemos isso quando cruzamos na rua com “irmãos” que conviveram por anos com a gente numa mesma igreja local e mesmo assim eles sequer param para nos olhar e nos cumprimentar. Como existe crente que fala, ora e prega espiritualidade, mas que nunca entende o que é ser amigo, portanto nunca dá frutos reais. Essa constatação também pode ser vista quando fazemos um culto e evangelístico e solicitamos aos irmãos que convidem amigos, principalmente amigos não evangélicos. Bem, se eles têm dificuldades para serem amigos de pares, quanto mais de diferentes.

A característica que eu mais experimentei de Jesus, nesses quase 40 anos de caminhada com ele, foi justamente a de amizade. Mais até do que a de um pai amoroso, que é verdade e que eu provo e preciso, muito mais do que a do Deus julgador e disciplinador, que eu também provo e necessito, mas a do amigo, que me ouve mesmo quando estou errado e com opinião diferente a dele. Foi esse amigo Jesus que me cativou, e eu penso que essa característica era a que mais apareceu quando Jesus caminhou encarnado entre os homens pelas terras de Israel debaixo do poderia político e militar romano e da cultura grega.

E você, sabe ser amigo? Você tem amigos? De verdade? Eles têm permanecido, ou você não consegue manter amizades por mais de alguns poucos anos (ou meses...) ? Sim, isso tudo pode acontecer, por vários motivos, mas não sempre, uma hora você tem que amadurecer, achar seu caráter e com isso fazer e manter amigos, e acima de tudo, influenciá-los de maneira positiva através de sua fé e relacionamento com o maior  de todos os amigos: Jesus.

Fé irresponsável nos púlpitos

Já por várias vezes eu já refleti aqui a respeito de fé, apesar de ser censo comum dizer que o que importa é fé, e não importa em que seja, a visão bíblica e cristã não concorda com isso. A única fé que Deus ouve é aquela dirigida a ele, e a nenhum outro mais (ou outra), e essa fé executada através de Jesus. Mesmo essa fé Deus ouve, mas não tem que responder, por mais fervorosa e sincera que essa fé seja.

Na verdade o que muitos chamam de fé é uma convicção pessoal, que é inerente aos seres humanos, convicção essa que move o mundo e “abençoa” mesmo ateus e materialistas. A fé verdadeira é dom de Deus, é algo que vem dele e que deve voltar somente para ele. Quem experimenta essa fé tem humildade espiritual e um temor a Deus únicos, pois sabe que não é a sua força que obtêm bênçãos, mas é a graça de Deus que as entrega.

Muitos, contudo, cristãos e mesmo líderes, agem com imaturidade com relação à fé. Por acreditarem acham que Deus pode responder tudo. Bem, na inocência de uma primeira vez, Deus até responde, mas na segunda vez, quando existe consciência, já não é mais inocência, e então Deus pode retornar um grande não como resposta.

Fé irresponsável é aquela que joga em Deus uma responsabilidade que é nossa, humana, o que nós devemos fazer, Deus não fará por nós a nossa parte, mesmo que tenhamos fé que move montanhas. Então, o cristão que deseja amadurecer, precisa rever seus objetivos, analisar os resultados, e entender como as coisas funcionam com Deus.

As coisas com Deus funcionam de maneira ordeira, sensata, inteligente, mesmo que maravilhosamente milagrosas. O crente maduro entende essas coisas e aprende que Deus nos fez corpo, alma e espírito, com força física, intelectual, emocional e espiritual, e que tudo isso deve agir em sintonia e harmonia para que o nome de Deus seja louvado em nossas vidas.

Sendo assim:

- Deus salva as pessoas, mas são os crentes que devem fazer o trabalho evangelístico falando do evangelho e levando as pessoas à igreja;

- Deus cura as enfermidades, mas somos nós que devemos orar com fé através de Jesus, assim como procurar bons médicos e remédios para que Deus possa realizar seu milagre, através de médicos e remédios ou não;

- Deus nos dá bons empregos, mas somos nós que devemos estudar, e muito, ler, aprender, adquirindo uma formação intelectual de qualidade e objetiva para sermos bons profissionais;

- Deus tem o melhor casamento para nós, mas somos nós que devemos esperar, o quanto for necessário, assim como viver uma vida social e afetiva com boas amizades e em bons ambientes para poder conhecer o parceiro ou a parceira que Deus tem para nós.

E aí vai, poderia dar outros exemplos em outras áreas, tudo isso serve para dizer uma coisa: Deus trabalha em sociedade com o homem, talvez essa seja a maior bênção que Deus pode nos dar. Ele faz a sua parte à medida que fazemos a nossa.

Creia, mas obedeça, Deus fará o melhor quando você estiver pronto para receber esse melhor!

         (Leia também Resposta certa para a verdadeira fé.)

Ingratidão, afaste-se dela

Fico triste em constatar o quanto o povo que se chama de Deus muitas vezes é ingrato.

Chegamos à igreja arrebentados, desprezados por tantos, falidos, sujos e feridos, então Deus começa a nos tratar. A manifestação de amor inicia-se com pastores, líderes e levitas que nos aceitam como estamos, sem preconceito, sem julgamento. Com paciência Deus começa a nos curar, a nos limpar, a nos erguer, e em algum tempo estamos de novo alegres. Doenças são tratadas, empregos são conquistados, casamentos são restabelecidos. Então, quando estamos bem, começamos a nos afastar, esse afastamento ocorre de várias maneiras, contudo a atitude mais covarde que tomamos é quando não querendo assumir que a deslealdade está em nós começamos a promover, ecoar e amplificar defeitos, limites e dificuldades dos outros. Então achamos um álibi para cair fora, afinal estamos bem e não precisamos de ninguém. Esquecemos-nos do pastor que nos assistiu com carinho, da igreja que abriu as portas para a nossa vida e, principalmente, do Deus que nos levantou.

Ingratidão, fruto do diabo que tira de nós aquilo que é a nossa chamada principal: entronizar a Deus em nossos corações dando a ele e somente a ele toda a nossa adoração. A ingratidão nos deixa solitários e arrogantes convencendo-nos de que somos vítimas, quando na verdade somos os agressores, machucando aos irmãos, à igreja e ao Espírito do pai eterno que tanto nos ama.

Se essa disposição está se aproximando de você, arrependa-se, com todo o coração, a saúde que você tem que te permite trabalhar e conquistar, é Deus quem dá, a paz que te faz forte e corajoso, vem do perdão que Cristo conquistou pra você na cruz, e saiba, você não achará em outro lugar irmãos e amigos sinceros, misericordiosos e generosos, como os que você tem dentro da igreja.

O Espírito Santo tem encontrado liberdade em nós?

        "Então o SENHOR disse a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe as mãos; apresenta-o diante do sacerdote Eleazar e de toda a comunidade, e ordena-o diante deles; e porás da tua glória sobre ele, para que toda a comunidade dos israelitas lhe obedeça."

Números 27.18-20

        Se o Espírito Santo não estiver achando liberdade em nós para agir, poderemos estar sinceramente vivendo neste mundo e servindo na igreja, com uma vida moral, honesta e trabalhadora, mas serão obras na carne, que em última instância honram o homem, mas não glorificam a Deus.

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Deus vê os frutos

“Cuidado com os falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em pele de ovelha, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos frutos os conhecereis. Por acaso colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos de plantas com espinhos?

Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém, a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar frutos maus, nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz fruto bom é cortada e lançada no fogo.

Portanto, vós os conhecereis pelos frutos. Nem todo o que me diz Senhor, Senhor! entrará no reino do céu, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está no céu.”

Mateus 7.15-21

Não se fie na frase “Deus conhece meu coração”, Deus conhece todos os corações e muitos sinceramente estão desviados, enganados. Que nossos frutos falem mais alto, que haja resultados de nossas intenções e ações, frutos de salvação, de amor, de paz, de vida.

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O verdadeiro zelo do Senhor

Números 25.1-13:

“E Israel deteve-se em Sitim e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses. Juntando-se, pois, Israel a Baal-peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel. Disse o Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo, e enforca-os ao Senhor diante do sol, e o ardor da ira do Senhor se retirará de Israel. Então Moisés disse aos juízes de Israel: Cada um mate os seus homens que se juntaram a Baal-peor.”

O que mais provoca a ira de Deus é a prostituição espiritual, quando o povo adora outras coisas ou outros seres no lugar do Senhor. Algo que é a princípio espiritual degenera o homem por completo, levando-o à imoralidade e vícios. No antigo testamento Deus punia isso de maneira severa, no caso acima, uma praga foi lançada contra Israel levando milhares à morte. Para cessar a praga os que se prostituíram, ou pelo menos os líderes desses, deveriam morrer.

“E eis que veio um homem dos filhos de Israel, e trouxe a seus irmãos uma midianita, à vista de Moisés, e à vista de toda a congregação dos filhos de Israel, chorando eles diante da tenda da congregação.

Quantos devem ter sentido dó do homem? Quanta emoção, quanto choro, que puseram o homem e a mulher como vítimas. Quem teria coragem de executar a vontade de Deus diante de toda a congregação, naqueles que pareciam tão frágeis, tão sinceros?

Vendo isso Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, se levantou do meio da congregação, e tomou uma lança na sua mão; E foi após o homem israelita até à tenda, e os atravessou a ambos, ao homem israelita e à mulher, pelo ventre; então a praga cessou de sobre os filhos de Israel. E os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil.”

Finéias teve a coragem! Muitos devem tê-lo chamado, mesmo nas costas dele, mesmo no segredo de seus corações, de homem violento e insensível. Mas Finéias foi zeloso e executou a ira de Deus, debaixo da autoridade de Deus, talvez ele tenha feito muitos inimigos com essa atitude...

“Então o Senhor falou a Moisés, dizendo: Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois foi zeloso com o meu zelo no meio deles; de modo que, no meu zelo, não consumi os filhos de Israel. Portanto dize: Eis que lhe dou a minha aliança de paz; E ele, e a sua descendência depois dele, terá a aliança do sacerdócio perpétuo, porquanto teve zelo pelo seu Deus, e fez expiação pelos filhos de Israel.”

A recompensa do fiel, daquele que não teme os homens, mas obedece a Deus, é instrumento de Deus e paga os preços por isso é grande: “Eis que lhe dou a minha aliança de paz”. Para quem executou a ira de Deus sem medo, lhe foi dada a paz do Senhor, e não só a ele, mas aos seus descendentes, honra do sacerdócio perpétuo, “porquanto teve zelo pelo seu Deus, e fez expiação pelos filhos de Israel”.

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