18/02/15

"Não me arrependo de nada": fechando a porta do coração para Deus

        Sabe aquela fase, "não me arrependo de nada, se pudesse viver novamente, faria tudo do mesmo jeito", bem, é um direito da pessoa pensar assim, mas, saiba que para o cristianismo isso é fechar a porta do coração do lado de dentro, é negar qualquer possibilidade de se ter um encontro com Deus. 
        Sim, tudo na vida, quando entendido da maneira certa, contribui para um bem, para um crescimento, para uma ótica mais lúcida de si mesmo e de tudo. Mas isso acontece quando se conclui que certas coisas que fizemos são erradas e que se pudéssemos não as teríamos feito, e é claro, não queremos repeti-las nunca mais. 
        Quem fecha a porta do coração, negando a si mesmo o direito do arrependimento, que só acontece quando culpa é admitida, impede Deus de agir. Sendo assim, qualquer experiência religiosa ou espiritual buscada por esse, será apenas algo intelectual, teórico, humano, e dessa forma, algo limitado ao ego humano, por mais filosófico, científico, sofisticado e profundo que possa parecer. 
          Não tem jeito, para Deus só existe um caminho, o reconhecimento da culpa, o arrependimento sincero e a tomada de posse perdão através e unicamente por Jesus Cristo. 

17/02/15

Fé e santidade caminham juntas

A raiz de toda heresia é a tentativa de separar fé de santidade.
Primeiro é preciso dizer que com fé me refiro à fé que é dom de Deus, não convicções pessoais emocionais e racionais em alguma coisa, mesmo que seja em Deus ou em Cristo, mas a que é dada por Deus e que permite ao homem entender a vida, a espiritualidade e ser salvo.
Depois é preciso dizer que com santidade me refiro à limpeza que acha necessário ter, aquele que se confronta com Deus, não são somente privações ou sacrifícios, mas uma pureza que busca somente aquele que teve um real encontro com Deus e com a sua santidade.
Por último é necessário entender que aquele que está afastado de Deus ou que se afasta dele, se é que isso é possível fazer de modo efetivo, depois que se tem uma experiência real com o Senhor, aquele que decide viver na carne sem se importar mais com a culpa, esse não usa de heresia.
Heresia é artimanha utilizada por quem quer mostrar para si e para os outros que tem alguma ligação com Deus, contudo, por algum motivo, não quis mais obedecer uma orientação importante que lhe foi dada pelo altíssimo.
Heresia é criada por quem quer usar de fé, mas não quer obedecer, portanto, no estado de desobediência que está, mesmo que pregue, que ore, que cante, que execute fé no poder de Deus, não terá forças para se limpar.
O herege, mesmo que a frente de ministérios grandes e importantes, fatalmente cairá na ganância e no adultério, sucumbirá à vaidade, e de forma algum viverá em santidade.
Assim inventa novas doutrinas, interpretações equivocadas dos textos bíblicos, manipula e torce a palavra de Deus, de modo que possa continuar dentro da Igreja, como um aparente cristão, e mais que isso, como um líder influente, influenciando pessoas e delas tendo honra e aprovação, mas sendo, de agora em diante, em quanto não se arrepender, um fracassado em ter vitória contra a carne e suas armadilhas.
Não se pode separar fé de santidade, se queremos continuar crendo em Deus e obtendo através da fé verdadeira as bênçãos do Senhor, é necessário manter-se santo, em toda a maneira de viver, só assim manteremos a intimidade com o Deus em que cremos, só assim nossa fé será legítima e nossa santidade possível.

16/02/15

Creia primeiro, depois entenda

        Erros contribuem para o nosso crescimento, para um acerto maior, mas somente quando admitimos que eles são erros, caso contrário continuaremos errando, sem nunca realmente acertar. O maior erro que o homem comete é achar que experiência com o mundo espiritual se faz com a mente, com conhecimento, com argumentações lógicas. Experiência com Deus se faz com o coração e por causa do coração, pelo que ele era, é, e poderá vir a ser. Desprezar a Deus, é desprezar o próprio coração. O deus que se entende não é Deus, mas depois de crer em Deus, passamos a entender tudo, e então sentimos paz, diferente de tudo neste universo. 

15/02/15

Em nome da sonhada coerência

Não sei como você vai entender o que eu vou falar, se vai dar menos crédito a este blog por causa das palavras que seguirão, eu não sei, contudo, em nome da coerência, uma quimera, já que ninguém consegue vivê-la totalmente, eu preciso dizer algumas coisas. Em primeiro lugar você precisa saber que aceito e creio nas referências absolutas de Deus: sei que Deus pode fazer o impossível, sei que ele pode nos perdoar de todo o pecado e que de maneira equivalente, depois de perdoados, nos podemos perdoar as pessoas e amar a todos.
Contudo, mas, porém, todavia, entretanto, não obstante e todas as demais conjunções adversativas existentes em nossa língua, eu tenho dificuldades de amar muitas pessoas, de aceitá-las como elas são, mesmo de perdoar algumas. Por isso levo alguma amargura em meu coração? Sim, levo. Me considero incoerente por causa disso? Perco o direito de ensinar a palavra de Deus por causa disso? Não me acho cristão por causa disso? Não, não mesmo, ao contrário, sob o meu ponto de vista, me vejo ainda mais crente, visto que experimento o sobrenatural numa natureza fraca, limitada, humana.
Os que se colocam como críticos de tudo e de todos, que buscam álibis para não fazerem parte dessa igreja ou daquele grupo, que se postam arrogantemente como coerentes, desconstruirão a humanidade de um verdadeiro cristão para construir super homens, na presunção de serem mais honestos, se colocam como falsos mestres. Então, aonde está a coerência, a coerência tão sonhada? Está em admitir a incoerência, a impossibilidade de falar e viver a mesma coisa.
Todavia, o verdadeiro cristão fundamenta-se no sangue de Jesus, nele pode se achar coerência, já que nele há perdão, purificação, restabelecimento de referência, não a do homem, mas a de Deus. É o perdão no sangue do cordeiro que nos permite renascer a cada dia, a partir do zero, como bebês espirituais. A partir desse nascimento temos novas oportunidades, outras chances, para colocar em prática o que ouvimos nos púlpitos, das bocas dos pastores, professores e profetas, de nossas próprias bocas. A experiência diária de se analisar no Espírito Santo, de achar erros e pecados, e então de se apossar do perdão de Jesus, nos torna mais sábios, aprendemos a prometer menos, a gritar menos, a falar menos, mas a viver mais.
Não, estou longe do alvo, e fico mais, a cada dia que passa, não a cada dia de vida, mas a cada dia de vida com Deus. Fico cada dia mais incoerente, contudo, na honestidade, na humildade, e acima de tudo, na confiança de que há remissão no sangue de Cristo, renasço, me purifico, refaço as referências, e encontro coerência, na misericórdia, na graça e no amor de Deus. Adorando a Deus no Espírito, e não somente em minha mente e em meu coração, rendendo-me aos pés do Senhor, esforçando-me para entender as coisas espirituais, clamando e gemendo, vejo minha amargura ficar mais doce, aos poucos, pois experimento a presença de Deus caindo no mar de dúvidas e de dores de minha alma, e fazendo-me um ser humano melhor, mais coerente, para a glória do pai.

14/02/15

É preciso parar de ser criança mimada

        Mimado não é necessariamente alguém rico, acostumado a ter tudo o que deseja na área material de graça, sem pagar preços, mimado é quem foi criado, principalmente por pai e mãe, protegido da verdade e da realidade. Não é fácil se livrar dos mimos, e alguns pais dão isso aos filhos mesmo estando todos em idade avançada, mesmo sendo os pais, bisavôs, e os filhos, avôs. Mas, infelizmente, ou melhor felizmente, para haver crescimento, para haver evolução, para haver cura, e acima de tudo, para haver vida, temos que enfrentar verdades e realidades. Caso contrário, seremos sempre crianças mimadas, mesmo que em corpos de adultos, e como tais gostando de forma doentia e equivocada de coisas de crianças, um transtorno psiquiátrico que se não for resolvido, pode virar caso policial. 
        Não pense que se livrar de uma vida mimada é fácil, é muito difícil, dói demais, principalmente se isso tiver que ser feito em idade fisicamente avançada. São terríveis e cruéis, os engenhos psicológicos que muitos criam para manter seus mimos, suas excentricidades, seus fetiches, suas doenças, e isso é trágico e patético. A assunção de pecados como responsabilidade pessoal, e a confiança de que existe perdão para eles somente em Cristo, é a única libertação efetiva dos mimos, que são impostos a nós, mas que nós também deixamos que se instalem em nossas personalidades. Resumindo: livrar-se de mimos é se livrar da criança que muitas vezes insiste em viver em nós, é crescer e achar sentido na vida, é conquistar o mundo, mas principalmente, é experimentar a sabedoria e o amor de Deus como seres adultos.

13/02/15

Uma igreja dividida: até quando?

Então, olhei e vi, diante de mim, o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e junto a ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam, escritos na testa, o nome dele e de seu Pai.
Ouvi um som do céu, como o barulho de um temporal e o estrondo de um grande trovão. O som que ouvi era como o de harpistas que tocavam suas harpas.
Cantavam um cântico novo, diante do trono e diante dos quatro seres viventes e dos anciãos; e ninguém podia aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil, os que foram comprados da terra.
Estes são os que não se contaminaram com mulheres, porque são virgens. São os que seguem o Cordeiro aonde quer que vá. Foram comprados dentre os homens para serem as primícias para Deus e para o Cordeiro.
Mentira alguma saiu de sua boca, pois são irrepreensíveis.
Apocalipse 14.1-5

Olhando o cenário evangélico brasileiro, vejo uma Igreja dividida. Por um lado, uma grande maioria, sintoma da sociedade atual, da cultura vigente em nosso país mesmo fora da Igreja, esses são os corajosos, contudo, para terem experiências emocionais dentro de templos que se tornaram casas de show, lideradas por pastores interessados em poder e glória desse mundo, em dinheiro e em conforto, alimentados por uma crescente classe de artistas, principalmente músicos, entorpecendo a alma com mantras hipnóticos e com letras minimalistas, colocando o povo como vítima para que com o mínimo esforço, e uma fé irresponsável e não bíblica, cobrem de Deus, uma atitude que eles deveriam tomar, esses não querem servir, mas serem servidos.
Por outro lado vejo um povo em minoria, ainda centrado na palavra de Deus, buscando a essência da igreja primitiva, contudo, um povo tímido, fechado, minguando em templos grandes e antigos, em ministérios tradicionais e intelectualizados, um povo de uma classe social que não precisa de milagres para ganhar o pão de cada dia, para comprar uma casa própria, mas sendo escravizado por doenças psicológicas, por depressão, somatizando enfermidades terminais, com medo de um extremo, mas caindo no outro extremo: não adoram a Deus com todo o coração, com todo o entendimento, com todo o sentimento, fazem morrer o Espírito.
A coragem está nas mãos dos loucos e hereges, enquanto a timidez habita o coração dos lúcidos. Deus tem salvo o povo brasileiro? Claro que sim, nas “universais” da vida e naquelas que são “universais” na prática, mesmo dizendo para todos que não são e que abominam a “universal”. Todavia, nesse meio, não acharão alimento para crescer e dar frutos, seus galhos serão sufocados pelos espinheiros que não foram aniquilados, ou suas raízes serão cerceadas pelas pedras que não foram retiradas, plantadas em terra ruim padecerão. Enquanto que os que possuem a boa terra, o ensino que leva o coração a ser purificado e preparado para receber a boa semente do evangelho, guardam seus talentos nos bolsos, mofados e escuros.
É tempo dos profetas de Deus se levantarem, sem medo de pastores falsos e inescrupulosos, é tempo dos homens temerem a Deus, mas lançarem fora qualquer medo de homens, mesmo que esses se fantasiem de servos de Deus. Mas antes da palavra ser dita, é preciso preparo, com oração, com quebrantamento, com estudo da Bíblia, e dela por inteiro, não somente partes convenientes. Desse encontro, a miséria e a condição espiritual de pobres e famintos serão conhecidas, então a santidade será desejada e provada, levando os profetas ao centro da vontade de Deus. Só então a palavra profética poderá ser declarada a fim de preparar a Igreja que será arrebatada. Isso sim, e não pentecostalismo de vaidades e sinais exteriores, prosperidade material, poder político, ou ministérios poderosos, é avivamento, o avivamento bíblico.

12/02/15

O inimigo dentro de nós

        Por que é mais fácil colocar as pessoas em guerras contra o diabo e contra outras pessoas? Porque isso é mais fácil, é assim que muitas preferem ver as coisas, dessa forma o inimigo está fora delas, e elas não têm responsabilidade sobre o mal, apenas capacidade de destruí-lo. Contudo, identificando o inimigo presente no próprio coração, instalado com consentimento das pessoas, leva-as a confrontarem a si mesmas, entrega a responsabilidade para elas. 
          O cristianismo abrange tudo, inimigos externos e internos, mas uma importante ênfase de Jesus foi a de que o reino de Deus estabelecido por ele, habitaria o coração dos homens, o interior de cada um. O cristianismo revela que a cura, a libertação, a salvação, são experimentadas através de assunção dos próprios pecados, tomando a iniciativa através de uma disposição pessoal e individual. Isso é encarar e vencer de maneira madura, de maneira certa, e muito mais eficaz.