Fornalha da aflição

     Não adianta, por mais que teimemos, uma hora temos que admitir que verdadeiros valores, aqueles que permanecerão para sempre, que levaremos para a eternidade e que realmente adorarão o nome do Senhor e abençoarão a nós e aos que nos cercam, esses valores, que plantam em nós o caráter de Cristo, só nascem em nós dentro da fornalha da aflição. 

        Não, sofrimento por sofrimento, mesmo que por motivos legítimos, dor que se passa sozinho, longe de Deus, pode ser masoquismo ou algum tipo de religiosidade, isso, não contribui para que Cristo seja forjado em nós. Nessa fornalha seremos consumidos e nada nos restará, é preciso fazer escolhas certas. 

        No sofrimento de crescimento espiritual, é preciso escolher a Deus, optar pelo melhor caminho em Jesus, deixar o Espírito Santo falar mais alto, por na prática os ensinamentos bíblicos. Agindo assim, o fogo queimará as impurezas, mas fará aparecer o puro e limpo ouro de nossas almas e espíritos, o melhor de nós, que só Deus sabe achar e preservar.

        Então, em meio à dor das tribulações, da falta, das preocupações, dos sonhos que demoram a se realizar, da espera que parece interminável, louve a Deus e não desista de ser um homem e uma mulher de caráter, de princípios, de valores, de paz, de misericórdia, de amor, que reflete no dia a dia a eternidade de Deus.

"Forever young"

       Envelhecimento não é característica que se adquire, mas com a qual se nasce, velhos, e digo de cabeça, de coração, nascem velhos, já o são mesmo quando jovens. São aqueles que fecham rapidamente com a vida, que estacionam nas primeiras descobertas e as dogmatizam, como se fossem únicas e absolutas. Jovens não, mesmo que seus corpos se cansem e se enfraqueçam, estão abertos ao aprendizado, às novidades, e evoluem sempre, mas o principal é que ao contrário da tristeza mórbida, que acompanha os velhos, jovens têm a alegria sempre próxima e fácil, dispostos, iluminados, sempre prontos a se apaixonar. Só Jesus pode nos fazer eternamente jovens.

        "Jesus, porém, disse: Deixai vir a mim as crianças e não as impeçais, porque o reino do céu é dos que são como elas." Mateus 19.14

Eu amo a Deus

        Amo o Senhor, não faço isso por obrigação, por medo, por um respeito frio a uma entidade espiritual maior, e isso de maneira alguma tem a ver com religião. Amo apaixonadamente a um ser, sim, o criador, líder, mantenedor e salvador do universo, mas que é pessoal, que fala comigo, que me protege, que me ama, antes mesmo de eu tê-lo amado. Amo sempre e amo surpreendendo-me com o tanto de amor que ele tem por mim, a cada dia, e há muito tempo.
        Amo a sofisticação que meu Deus tem em fazer funcionar o sistema da existência, tempo e espaço, as vidas de todos os seres, a natureza, os animais, a terra, os astros, o mundo que se vê e o invisível, os anjos e mesmo os caídos. Amo um Deus maravilhoso que tem tudo, mas tudo mesmo, sob suas mãos, e nada, absolutamente nada, acontece, sem a sua permissão, isso me enche de graça, de riso, de alegria, extasiado que fico em ver tal maravilha, e isso me faz amar a Deus ainda mais.
        Mas amo a simplicidade de Deus, revelada na Bíblia, e como nessa simplicidade existe sabedoria superior a tudo, sejam reflexões religiosas e filosóficas, sejam experimentações e provações científicas, sejam palavras de homens ou de anjos, com essa simplicidade, Deus me consola. Amo a Deus porque ele me explica o inexplicável, faz o impossível, aplaca os poderosos, me faz ver o invisível e esperar o inacessível.
        Amo a Deus porque ele esperou por mim, quando eu fugia, ele me acompanhava com os olhos, e impedia que eu fosse presa fácil das minhas próprias escolhas. Amo a Deus porque o abismo não foi fundo o suficiente para me prender, a altura não foi suficiente para eu me perder, a distância não foi suficiente para eu ceder, e a proximidade não é suficiente para eu me render. Antes, eu me rendo sim para adorar a Deus, cedo às prioridades do Senhor, me perco qual criança nos seus braço e me deixo ficar cativo do seu amor.
        Amo o Senhor, com todo o meu coração, e não sou melhor que ninguém por isso, perfeito, sempre forte, amo-o quando estou bem, amo-o quando estou mal, amo-o e não me canso de amá-lo. Vida eterna o que é? É amar a Deus, isso começa aqui neste mundo e não terminará jamais, seguirá pela eternidade, sem fim.

Humildade

        Até que ponto a nossa suposta "verdade" agride os outros, fecha portas para diálogos, mais atrapalha que ajuda? Até que ponto, ela não é apenas um esconderijo para almas covardes e inseguras, que gritam que sabem, que têm e que fazem, para se defenderem, de inimigos que na verdade nem existem, ou que são apenas fantasias delas mesmas? Até que ponto seres aparentemente experientes e maduros, mulheres e homens crescidos, não são apenas criancinhas com muito medo de assumir que são humanos, limitados e falíveis, como todos os outros? 

       A paz tem um preço, mas um preço tão pequeno que nós, por vaidade, muitas vezes não queremos pagar, já que isso nos colocaria igual a todo mundo, numa posição equilibrada, nem acima e nem abaixo. 

        Humildade, a chave para uma vida realmente vitoriosa, em todas as áreas, mas como é difícil vivê-la, de verdade, nós a assumimos pela manhã, quando saímos de casa, mas em poucos minutos nós a perdemos no banco do motorista de um carro, no meio do trânsito. Nós a reassumimos na hora do almoço, enquanto tomamos um cafezinho e descansamos um pouco, mas tornamos a nos esquecer dela durante uma reunião com colegas de trabalho. Nós pensamos profundamente nela, enquanto estamos retornando para casa, mas deixamos ela de lado quando chegamos ao lar, nos relacionando com a família, ou interagindo com os amigos virtuais nas redes sociais. 

        Sempre queremos gritar, em alto e bom som, a nossa "verdade", os nossos direitos, a nossa justiça, e com isso mais nos sentimos injuriados, injustiçados e desvalorizados. Quando conseguiremos entender que na perda é que existe ganho? No silêncio é que está a melhor resposta? No quebrantamento é que se encontra a exaltação? Eu digo e repito isso para mim mesmo, eu reflito e escrevo, eu compartilho aqui, neste blog, mas como é difícil pra mim realmente ser humilde. 

A doce dor de ser pai

        "Porque também Cristo morreu uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; morto na carne, mas vivificado pelo Espírito" I Pedro 3.18

        Talvez o mais doce sofrimento que um homem pode ter neste mundo, o único que o transforma, o faz amadurecer de verdade, anula, pelo menos um pouco, sua natureza egoística e vaidosa, é a dor que como pai ou mãe, ele possa vir a passar pelos seus filhos. Sofrimento que se experimenta na solidão e no anonimato, desejando o melhor para o futuro de seres que vieram a existir por vontade nossa, não deles. Dor que se sente querendo  de todo o coração que crianças e jovens inocentes, criados com o nosso melhor, não passem pelo que passamos, não demorem tanto para serem felizes, como nós tantas vezes demoramos, mas que façam as melhores escolhas a tempo de desfrutarem de paz e vitória. 

      Não, isso está incomensuravelmente longe do preço que Deus pagou entregando seu filho por pecadores, e é incomparável com o sofrimento que Cristo padeceu ainda enquanto vivo, sabendo da morte que passaria, do desprezo, covardia e injustiça que seria submetido. Nós, que somos pais, sintamos-nos honrados por padecer tal dor, não como vítimas, mas como privilegiados que optaram por isso, isso só nos aproximará mais de Deus, nos tornará homens e mulheres crescidos, e deixará neste mundo a única maneira de nos imortalizar, nossa maior herança, nossos filhos.

Só há um jeito...

        Num determinado momento da vida, humildade não é opção, nem luxo, muito menos pode ser superficial, mas torna-se o único jeito de vivermos em paz com os outros e com a gente, e precisa ser profundamente verdadeira.

        "A soberba do homem o abaterá, mas a honra sustentará o humilde de espírito." Provérbios 29:23

Não posso ser ateu

        É preciso mais fé para ser ateu do que para não ser, eu confesso, não sou tão forte, acredito em Deus e sou fraco o suficiente para confiar que ele pode ouvir minhas orações e agir na minha vida, de maneira positiva, eu faço a minha parte, mas acredito firmemente que Deus pode fazer aquilo que eu não posso, e que isso é suficiente para que eu viva somente uma vez neste mundo, e seja o melhor que eu posso ser como homem, filho, esposo, pai, servo, líder, irmão e amigo.