O último avivamento

        Vivemos o fim de um avivamento que teve sua relevância na igreja evangélica brasileira (pra não dizer mundial...), onde a liberdade de adoração levou muitos a provarem os dons espirituais, contudo, o avivamento que preparará a Igreja para o arrebatamento será aquele que dará condições ao trigo de realmente se diferenciar do joio, provando cura emocional.
      Essa cura é necessária para que haja amadurecimento verdadeiro, provisão de alimento para crentes adultos, e não mais o leite espiritual da salvação, primeiros milagres e recebimento de dons.
         Infelizmente, muitos estão presos a meninices por considerarem o que recebem em mamadeiras, comida de gente grande, muitos acham que espiritualidade é liberdade emocional para falar em línguas estranhas, experimentar êxtases e buscar milagres físicos, todavia, ninguém pode tomar leite para sempre, enjoa e deixa o adulto desnutrido, e o trigo, estéril tanto quando o joio.

Admitir nossa excepcionalidade com temor a Deus

        Não, não cometerei a injustiça de ser legalista me colocando como cego para não ver certas realidades, assim como não abrirei mão de crer num Deus santo, imutável e que faz milagres, também não descartarei a consciência de que o cânone bíblico foi depurado ao longo de milhares de anos por processos nem sempre imparciais, divinos e perfeitos, os quais muitos românticos e idealistas negam. Contudo, com relação aos homoafetivos e o cristianismo, eles, assim como todos nós em alguma instância, devemos nos dar conta de nossos comportamos excepcionais, e digo isso correndo o risco de ser insano me propondo a definir alguma referência como normal e regra. Conscientes disso, precisamos ter no mínimo, a humildade de permanecermos discretos, com temor a Deus, cientes de que muitos não nos aceitam, amam ou mesmo veem Jesus em nós, a despeito de toda a nossa sinceridade e esforço. Isso tudo sem nunca perder a referência absoluta para tudo no universo, visível e invisível, Jesus Cristo.

Só a Bíblia pode limitar a Bíblia

      "Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares." Mateus 10:34-36

      O diabo é o que mais usa o amor como marketing de suas religiões, assim como o usa para atacar um Deus que condena ao inferno quem não é salvo. Nós como cristãos, devemos ter cuidado ao usar amor como álibi para não confrontar o erro, ou como desculpa para manter mentirosos e hipócritas dentro da obra, mormente os que sustentam ministérios com cargos e dinheiro. A Bíblia, como sempre, é a única que pode limitar a própria Bíblia: amor e justiça, misericórdia e temor a Deus, paciência e obediência.

Move-nos, Senhor!

        "De dia os guiou por uma nuvem, e toda a noite por uma luz de fogo." 

Salmos 78:14

        "Estendeu uma nuvem por coberta, e um fogo para iluminar de noite." 

Salmos 105:39

        "Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e de noite havia aparência de fogo." 

Números 9:16

        "E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto"

    Lucas 4:1

     "E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre."

Atos 13:4

       "E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia."

Atos 16:6

      O que é ser feliz? É andar com Jesus, seguir o Espírito Santo, se mover em Deus. O modo mais eficiente não é sair correndo quando descobrimos que para nós, o Espírito Santo já não está no local. Eu disse, para nós, porque um emprego, um relacionamento, um ministério, pode ser bênção para outras pessoas, mas se Deus não estiver presente em nosso coração quando estivermos nesses lugares, para nós não será bênção. Então, são necessárias sensibilidade e obediência para perceber e agir. Quando somos imaturos ou estamos conformados com algum zona de conforto, podemos demorar para entender que Deus se foi de um lugar, para nós (repito, para nós, e não necessariamente para os outros). 

      O ser humano tem tendência à religiosidade porque é mais confortável obedecer cegamente a ritos e leis, que manter uma relação viva e dinâmica com um Deus vivo e dinâmico. Portanto, se sentir necessidade de mudança, não se mova, mas busque a Deus, se ele se mover, mova-se junto, pelo fé. Lembre-se, no que concerne à chamada individual, a unção não está nos lugares, nas empresas, nas igrejas, mas em nós, se o Senhor nos mandar ir, seremos bênção em outros lugares da mesmas maneira que já fomos em outros.

      "Move-nos, Senhor! Move-nos, Senhor! Move-nos, Senhor, para fazermos a sua vontade integralmente, de maneira que possamos ser felizes, satisfeitos, e encontremos forças para sermos o melhor que somos para ti, e depois, para as pessoas, primeiramente, para as mais próximas, e então para as outras. Move-nos, Senhor, eis a minha oração neste primeiro dia de ano!!".

Cura emocional: prioridade para o arrebatamento

        Para provar um milagre, a princípio, o homem só precisa participar com fé, algo que independe de qualquer outras capacidades ou experiências humana, depois da fé, o trabalho é todo de Deus. Contudo, curas na área emocional exigirão algo a mais do homem, assim como conquistas na área intelectual e profissional necessitam de esforços humanos que vão além dos necessários para posse dos bens espirituais básicos.
        Esse é o grande problema de palavras que só pregam o impossível de Deus, que levam o homem a provar somente aquilo que só Deus pode fazer, e que não é tudo. Sim, em tudo precisamos da aprovação do Senhor, mas tem muita coisa que Deus deixa para o homem conquistar, com seu trabalho. Grande parte de nosso crescimento como cristãos necessita do nosso esforço, de um processo que leva anos e que não é conquistado instantaneamente através da fé por um milagre de Deus.
        Mal ensinados e mal criados, muito crentes abandonam a fé, ou ficam trocando de igrejas, porque não querem se dar ao  trabalho, não de crer em milagres de Deus, mas em se colocar debaixo de um processo de cura que os permita conviver consigo mesmos, com as outras pessoas, com a sociedade, com suas profissões, com seus casamentos. Acredito que o povo de Deus já está percebendo que não basta milagres, que eles não resolvem tudo, que é necessário algo mais, esse algo mais é cura emocional.
     O último avivamento que realmente preparará o cristão para o arrebatamento, trará, não milagres, maravilhas e sinais de Deus, tão explorados e manipulados por líderes mal intencionados, mas trará cura emocional a um povo tão machucado. Só depois de provar essa cura é que poderemos dar a tal adoração de excelência que tantos insistem em colocar como ênfase atualmente.

A "loucura" do Espírito Santo

      "Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; Para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor." I Coríntios 1:25-31

       Sem a "loucura" do Espírito Santo, o cristianismo fica reduzido a uma religião, mesmo que faça caridade, ensine o evangelho e leve o homem a uma vida moral equilibrada. O Espírito Santo é a presença real de Deus no homem, é ele e somente ele quem pode gerar a vida eterna e abundante de Deus no ser humano. Por que é "loucura"? Porque depende de fé, vai além do entendimento da mente do homem, foge do controle da carne, e entenda carne não somente como o princípio do erro, mas como o limite do homem em compreender e controlar a si mesmo e ao universo sem Deus.
      Por mais altruístico, sábio e moral que seja, sem o Espírito Santo será carne, e como tal mera religião. Quem limita ou impede a ação do Espírito Santo no cristão e nas igrejas, sustenta uma religião, e mesmo que fale de Deus, impede Deus de agir, salvar, curar e orientar a Igreja no caminho estreito do evangelho. Contudo, para provar a "loucura" do Espírito Santo é preciso fé e coragem, sim, mas acima de tudo, humildade, para admitir a impotência humana, e entender que Deus faz as coisas da maneira como ele quer, e não da nossa, por mais bonitinha, inteligente, comportada e inteligente que pareça.

Orar muda você

      Fé e oração não mudam, necessariamente e a curto prazo, tudo, muitas vezes não mudam situação, tempo, mundo e nem pessoas, contudo, mudam você e sua visão de Deus, à medida que você insiste e sabe entender não o sim, mas o não e o espera. Ninguém, homens nem Deus, tem obrigação de nos dar alguma coisa, Deus porque já nos deu tudo quando nos deu Jesus, e o resto, os homens, porque na verdade não têm nada mesmo pra nos dar, no máximo podemos fazer trocas com eles ou empréstimos temporários. 

      Mas Deus, por amor, pode dar tudo e de maneira perene, aos que o temem, o obedecem e buscam as melhores coisas, não por vaidade ou ganância. Lembro contudo, que temos que ter a visão do novo testamento, ela vale sobre toda a Bíblia, e nela os valores interiores têm prioridade sobre os exteriores, nela a riqueza de caráter é mais importante que bens e dinheiro. Essa interpretação fica muito clara nas vidas dos apóstolos, Paulo e os demais, diferente das experiências de prosperidade dos patriarcas e reis do antigo testamento.