Sabedoria para tomar decisões

      “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida." Tiago 1.5

      Precisamos ter sabedoria de Deus para tomar decisões, e não me refiro a grandes decisões, aquelas que podem nos comprometer por longos períodos de tempo ou com muitas pessoas. Uma decisão errada, ou simplesmente uma displicência, por acharmos que algo não é tão relevante, que faça com que sejamos levados pela vontade de outros, pode nos trazer consequências bem ruins. Assim, no dia a dia, em pequenas coisas, sejamos sábios também, buscando conhecer a vontade se Deus a respeito e depois tendo coragem para assumir essa vontade diante dos outros, vencendo qualquer espécie de medo ou de preguiça. Como um passo errado pode levar a grandes desvios, a cair numa armadilha do diabo que está sempre à espreita, um pequeno passo correto, pode trazer bênçãos que nós sequer imaginamos. Sejamos sempre sábios para obedecer a Deus, e na dúvida, paremos tudo, oremos e não façamos nada sem ter certeza.

Saber viver bem cada dia

      “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria.” Salmos 90.12        

      “Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito.” Gálatas 5.25            

     Viver bem um dia, isso deveria bastar, deveríamos acordar pela manhã, orar e passar um dia de trabalho, sim, mas descansados em Deus, e à noite, quando fóssemos nos deitar, tivéssemos forças só para agradecer ao Senhor, pelo dia que tivemos. Isso não significa não nos preocuparemos com o futuro, que não assumiremos responsabilidades com a sociedade e com os indivíduos, isso não significa que deixararemos de planejar e economizar, sim, podemos e devemos fazer tudo isso, mas sem obsessões. Viver como se o dia de hoje fosse o último, onde temos a última oportunidade para mostrar para todos o melhor que somos, principalmente para família, cônjuges e filhos. Amar, ter generosidade, perdoar e receber perdão, mas acima de tudo, ver num dia mais que vinte e quatro horas, mas um oportunidade, talvez a última, de fazermos a escolha que nos fará bênção maior nas vidas das pessoas e nas nossas próprias.

      Nos dois versos acima, Moisés (sim, esse Salmo não é de Davi, mas de Moisés) e Paulo, deixam um dos princípios de maior sabedoria para vivermos neste mundo de forma satisfatória e na paz que permanece. Satisfatória não só pro corpo, mas para a alma e para um espírito que quer agradar a Deus. Na paz que permanece porque muitas coisas trazem paz ao ser humano, mas uma paz passageira. Quando obedecemos a sabedoria de Deus, somos totalmente satisfeitos e recebemos uma paz eterna, que nada nem ninguém pode-nos roubar. Cada dia é importante, cada compromisso, cada encontro, nada é dispensável para que façamos com o nosso melhor. Assim, respondamos a todos com calma, sem fazer exigências, nem nos colocando como julgadores, pensemos antes de falar, honremos ao outro antes de a nós, e que possamos dar ao outro o crédito de uma segunda chance, a mesma misericórdia que nós tanto desejamos para nós mesmos.

O amor permanecerá

      “Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.” I Coríntios 13.13          

      Fazemos qualquer sacrifício para não amar, por quê? Porque quando amamos suportamos e perdoamos, quem não quer suportar, nem perdoar, não ama. Confesso que no mundo atual, onde amor é usado por muitos, baseados mesmo numa interpretação equivocada do próprio evangelho, como desculpa para que tudo seja aceito, nada seja recriminado (ou chamado de pecado) e todos tenham direito à comunhão com Deus, sem que precisem mudar de vida, é preciso ter um certo cuidado para tecer apologias sobre essa virtude.
      Na verdade, o amor nunca foi tão vulgarizado como nos dias de hoje, onde se confunde, principalmente satisfação sexual, seja ela qual for, com amor. Paulo diz o contrário em sua primeira carta aos Coríntios, texto que conhecemos decor. Jesus, em sua obra de redenção da humanidade, ensina que amor, como consequência no corpo, na carne, nada tem a ver com prazer, mas com sacrifício e dor, mesmo que depois deixe na alma e no espírito humanos um prazer sem igual e eterno. A verdade é que a prática do cristianismo não existe sem amor, e assim entendemos que só o cristão verdadeiro, nascido de novo e selado com o Espírito Santo, pode amar de fato, bem, eu disse pode, se ele obedecer a voz mansa e amorosa de Jesus.
      Amar pode muitas vezes parecer difícil, mas é a solução para tantos males, em amor a vida fica leve, fazemos bem aos outros e a nós mesmos. Sem amor o coração pesa, o corpo sofre, a mente amarga e adoece, assim, busquemos o caminho do amor sempre. Não estamos sozinhos nessa busca, sendo ela vontade de Deus, ele mesmo nos auxiliará no amor, e amando, conseguiremos perdoar e conviver, com o próximo e com nós mesmos.

Não andemos ansiosos

      “E disse aos seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que as vestes. Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves? E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura? Pois, se nem ainda podeis as coisas mínimas, por que estais ansiosos pelas outras?

      Considerai os lírios, como eles crescem; não trabalham, nem fiam; e digo-vos que nem ainda Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. E, se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Não pergunteis, pois, que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos. Porque as nações do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas. Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”

Lucas 12.22-31

      Ansiedade, talvez a principal enfermidade do homem atual, por ela têm entrada muitos males. A solução é simples, entregar tudo nas mãos de Deus, descansar e seguir, crendo no Senhor, fazendo a nossa parte e mais nada. 

O alívio de Jesus

      “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” Mateus 11.27-30       

      Jesus é especial, e homens, não confundam Jesus com qualquer altruísta, com qualquer profeta, com qualquer fundador de religião, só ele pode nos conduzir a Deus porque só ele conhece Deus da maneira mais próxima possível. Outros homens falam do que não sabem, e no máximo, do que sabem a distância, mas Jesus veio de Deus, de seu íntimo, dele encarnou, nele viveu e nele morreu, para ressuscitar Deus e para Deus voltar. Assim nós, que nascemos em Cristo pelo Espírito Santo, falamos não do que aprendemos de homens, mas do que ouvimos diretamente de Deus, e essa palavra cura as almas, consola os espíritos, renova nossos limitados corpos mortais. Não desistamos de ir ao Senhror, todos os dias, nele há alívio, nele há paz, nele há forças para seguirmos mansos e humildes, e sempre, achar descanso no fardo suave e leve que Jesus, não os homens, não as religiões, nos dá.

O tédio de viver

      “O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós. Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois.” Eclesiastes 1.9-11

      Esse texto de Salomão parece estar inadequado com os dias de hoje, onde novidades acontecem o tempo todo e todos em todos os lugares têm conhecimento delas em tempo real. Mas Salomão não estava errado não, estava é a frente de seu tempo, a fábrica de novidades que o mundo se tornou é somente para alimentar a fome da alma humana por novas emoções, contudo, ainda assim o ser humano segue mais insatisfeito do que nunca. Insatisfeito, o homem se entedia, e tudo fica velho depressa, tão rapidamente como nasceu, morre, no vazio da alma humana. O evangelho nunca foi mais importante que hoje, contudo, entediados e rebeldes, amantes de si mesmos e dos prazeres carnais, com estômagos cheios, ninguém quer o evangelho puro, o pão e a água da vida, Cristo e o Espírito Santo. Preferem a heresia das experiências emocionais, da música hipnótica, dos mantras que iludem, mas não alimentam, das palavras bonitas ditas por homens carismáticos, que dizem o que todos querem ouvir para tirar desses homens seus bens. Assim, o cristianismo atual entedia, tanto quanto o mundo, mas o Espírito Santo diz, a quem quiser ouvir, voltemos a Deus e tenhamos coragem de dizer não aos homens, e não são os homens do mundo, mas os dos púlpitos, os falsos profetas. Voltemos pra Jesus, só o que ele tem pode saciar a alma humana.

      “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.” João 6.35

O fim é inevitável

      "Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento" Eclesiastes 12.1

      Temos que aceitar muitas realidades nesta vida, mas uma, inevitável, é a morte. A não ser que experimentemos o arrebatamento, a ainda assim, na juventude, todos enfrentaremos o envelhecimento e finalmente a morte. Idosos, nossos corpos já não serão os mesmos, nos faltarão forças físicas para fazer muitas coisas que na juventude e na maturidade fazemos com facilidade. Mas mais difícil que o envelhecimento do corpo, é o cansaço da alma, dos sentimentos, mesmo que mantenhamos saudavel o corpo e ativo o raciocínio, todos podemos enfrentar um certo desânimo, uma nostalgia, uma fadiga emocional. Mesmo que queiramos continuar vivos e ativos, mesmo que o Espírito Santo continue nos consolando, fortalecendo, nos dando esperança e motivo, nosso emocional terá mais dificuldade de acreditar, de sonhar, de sentir prazer.

      Sim, isso é inevitável, assim, que no final, não tenhamos mais tantas responsabilidades e possamos ser amparados por filhos e netos, que possamos fazer as coisas com o coração, mesmo que sejam menos coisas, mas como escolha, não como obrigação. Aceitar essa limitação que o tempo nos traz, é aceitar a humanidade e poder desejar ainda mais ardentemente estar na presença de Deus no céu espiritual, com o corpo transformado, vivendo uma nova, fantástica e misteriosamenete satisfatória realidade que Deus tem preparado para os que andam com Jesus. Para isso, aproveitemos o tempo em que temos forças, em que podemos nos apaixonar para nos apaixonarmos pelas coisas certas, aquelas com as quais contruiremos um futuro seguro na presença de Deus, com os amigos, mas principalmente, com uma família estruturada no Senhor e em suas promessas. Que o nosso principal contentamento seja Deus, esse nunca nos abandona, nem na velhice.