14/08/18

“Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra”

      “E ainda que digam: Vive o Senhor, de certo falsamente juram.” 

      “Como, vendo isto, te perdoaria? Teus filhos me deixam a mim e juram pelos que não são deuses; quando os fartei, então adulteraram, e em casa de meretrizes se ajuntaram em bandos.” 

      “Negaram ao Senhor, e disseram: Não é ele; nem mal nos sobrevirá, nem veremos espada nem fome. E até os profetas serão como vento, porque a palavra não está com eles; assim se lhes sucederá.

      “E sucederá que, quando disserdes: Por que nos fez o Senhor nosso Deus todas estas coisas? Então lhes dirás: Como vós me deixastes, e servistes a deuses estranhos na vossa terra, assim servireis a estrangeiros, em terra que não é vossa.

      “Engordam-se, estão nédios, e ultrapassam até os feitos dos malignos; não julgam a causa do órfão; todavia prosperam; nem julgam o direito dos necessitados.”

      “Porventura não castigaria eu por causa destas coisas? diz o Senhor; não me vingaria eu de uma nação como esta? Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra. Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?” 
Jeremias 5, versos 1, 6, 11-12, 18,  27 e 29-31

 

      Leia todo o capítulo 5 de Jeremias, para uma visão melhor do contexto, Deus fala do desvio e da rebeldia de uma nação, e da consequente disciplina que sofreria por isso. Farei seis pontuações sobre nove versículos selecionados.

      

- Povo de Deus: o texto não diz respeito ao mundo, aos ímpios sem conhecimento do Deus verdadeiro, que nunca provaram da misericórdia e do poder do Senhor, o texto fala dos filhos de Deus, contudo, mesmo com conhecimento, com religiosidade, com tradição, se tornaram hipócritas, mentirosos, dizendo uma coisa mas vivendo outra.


- Na benção, desviaram-se: ou “quando os fartei, então adulteraram”, tristemente, só o povo de Deus é capaz dessa ingratidão, estando bem, alimentado, limpo, se esquecem daquele que os alimentou e limpou, e me refiro aqui tanto ao corpo, quanto ao espírito.


- Cegos espirituais: e novamente é preciso lembrar, filhos que um dia viram a Deus e o seguiram, agora agem como cegos, como ímpios; não vendo, começaram a achar que sempre seriam abençoados, que Deus estava com eles, quando não estava mais, assim eles contunuaram com seus ritos religiosos, liam a lei, mas não a aplicavam em suas vidas; mesmos os profetas profetizavam mentiras, alegria e vitória, quando Deus preparava para eles uma grande disciplina de dor e humilhação.


- Falsa religião: o povo, no ápice de sua rebeldia, não estava em dificuldades, não, estava bem, próspero, se Deus não lhes enviasse um povo mais forte para subjulga-los e leva-los cativos, eles continuariam se enganando, mas Deus, por amor, os afligiu, os disciplinou e os fez perigrinar por terras estranhas, que não era a deles; na disciplina, sempre nos sentimos peregrinos em terra que não é e nem nunca será nossa...


- Comodismo confortável: o povo queria se desviar, mas sem perder privilégios, queria heresias, mas dentro da “igreja”, não no mundo, assim vivia uma farsa blasfema, usando o templo de Deus para adorar falsos deuses, enquanto isso, quem mais precisava de ajuda, era eaquecido.  


- O povo aprova o erro: os profetas são falsos e hereges? Os “pastores” são gananciosos e egoistas? Mas o povo aceitava tudo isso e não fazia nada, não se voltava para o Senhor; na verdade quando o coração do povo se devia, Deus permite que líderes dominem sobre esse povo com um coração igual, desviado.


      De quem é a culpa? Ou, como aplicar essa reflexão a nós hoje? Em nossas vidas pessoais, nas igrejas, no Brasil? Penso que em tudo, nem vou pretender mais explicações, você que me lê, releia Jeremias 5, esta postagem e ore a Deus, que o Senhor tenha misericórdia de mim, de você, de nossas igrejas e do nosso país.

13/08/18

Deus, meu pai de amor!

      “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece, porque não o conhece a ele.” I João 3.1

      Obrigado Senhor, tu és meu pai de amor! Quando estou errado, me repreende com calma, quando estou certo, me honra com sabedoria, quando estou machucado, me acolhe prontamente, quando estou confuso, me ouve com paciência, quando me afastei, foi amigo e caminhou comigo, mas quando mais precisei, quando não tinha mais onde buscar, quando não possuia mais forças, me concedeu o impossível, me deu uma família, uma esposa, e filhas, que também me chamam de pai com muito amor.

12/08/18

Pelo nome de Deus!

      “Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; e livra-nos, e perdoa os nossos pecados por amor do teu nome.Salmos 79.9     

      Para nós cristãos, convertidos, novos nascidos e salvos por Cristo, a interpretação correta do versículo acima é tão fácil que nem nos atemos à sua profundidade. Interpretarmos o texto sem o Espírito Santo, sem temor de Deus, sem humildade espiritual, nos levaria à conclusão de que Deus é alguém egoista e vaidoso que faz as coisas com segundas intenções, só para ser adorado, esse equívoco poderia nos convencer que Deus é fraco, por necessitar da adoração humana. Essa interpretação na verdade é valida, mas quando se refere ao diabo, ele sim, tem segundas (ou primeiras) intenções, egoistas e vaidosas, ele sim é um fraco que deseja adoração.
      Além disso, desde a tentação no Éden, e consequente queda do homem, o diabo usa essa estratégia (“A estratégia da Serpente”, tema de um vídeo meu, e “O mito de Prometeu“, assunto em mais de uma postagem desse blog) para enganar o homem, para, mentindo e blasfemando, dizer de Deus algo que é dele, do inimigo, em sua atitude rebelde e maléfica. Deus não exige adoração, de ninguém, ele não obriga ninguém a louva-lo, e mesmo os que andam muito longe disso podem ser abençoados neste mundo, na verdade Deus não necessita de adoração para ser Deus.
      Temos que tomar muito cuidado, o diabo ou quer nos fazer esquecer de Deus ou tenta diminuir seu poder. Deus não é o maior “deus”, como diz, por exemplo a mitologia helênica sobre Zeus, Deus não é Zeus. Aliás, a mitologia grega-romana quando se refere ao panteão de deuses, fala de um grupo de principais diabos, incluindo Zeus, visão semelhante a outras mitologias, como a nórdica, celta, indiana, ou mesma às entidades espirituais do afro-espiritismo. Deus é o único Deus!!
      Sincretismo religioso? Esse é um termo técnico usado por gente que não tem a visão verdadeira do mundo espiritual, que na melhor das circunstâncias permite uma leitura cultural e folclórica das religiões, e de forma alguma espiritual e cristã. Se um católico, mesmo em sua visão desviada do cristianismo original, a deturpa ainda mais dizendo que homens “especiais” (chamados de santos) têm os mesmos nomes de entidades do candomblé ou da umbanda, fala como pagão, e sob nenhuma hipótese, como seguidor do genuíno evangelho de Cristo. Santos são todos os homens separados por Deus, entidades são demônios, e uma coisa nada tem a ver com a outra.
      “Pela glória do teu nome”, ajuda-nos! Deus não age por egoismo e vaidade, nem nós devemos pedir nada a ele pelos mesmos motivos. Isso é difícil? Para os novos na fé, as crianças espirituais, sim, esses pedem porque precisam, pensam só neles, e Deus, em seu maravilhoso amor e inifnita misericórdia entende isso e dá, abençoa, responde, cura, liberta e perdoa. Mas amadurecer espiritualmente é acima de tudo purificar nossas intenções de louvor, de motivações. O crente adulto no espírito pede para que o nome de Deus seja louvado, tem em sua vida prioridades que possam de alguma forma revelar o Senhor, seu plano e sua justiça, aos seres humanos. 
      “Por amor do teu nome”, perdoa-nos! Muitas vezes, nossos pecados são tantos, nossa cerviz é tão dura, nossa história é tão complicada, que não temos forças para dar a Deus um bom motivo para nos perdoar. Todas as promessas foram feitas, e não foram cumpridas, tantos sonhos foram sonhados, e não se tornaram reais, assim só nos resta uma razão para implorar perdão, pelo amor do nome do Senhor. Mas essa situação extrema só acontece com alguns, ou, somente comigo? Penso que não, essa é a situação de todos os seres humanos, ou pelo menos daqueles que têm lucidez e coragem para admitir quanto seus pecados desagradam a Deus, ferem sua santidade.
      Por um mistério que só Deus sabe, e que saberemos na eternidade, temos um conhecimento limitado dos universos, seja o material, seja o espiritual. O que sabemos convém a Deus que saibamos, em sua maior parte, principalmente sobre o mundo espiritual, pela fé. Sabemos por escolha, por opção, mesmo que intelectualmente não tenhamos argumentos, mas o verdadeiro papel e poder de Pai, Filho e Espírito Santo, é algo que vai muito além do livre arbítrio humano. Deus não é opcional, criação da mente limitada de homens medrosos e ignorantes, muito menos somente uma força contrária que se opõe ao diabo, num equilíbrio entre o bem e o mal, luz e trevas. Deus é Deus, o diabo, um derrotado, e a luta entre o bem e o mal, só se passa dentro do homem.
      Jesus encarnado, como nos ensina João no primeiro capítulo de seu evangelho, é o que mais nos ensina sobre a natureza divina, João 1 é um dos textos mais profundos e misteriosos da Bíblia, não é por menos que Deus escolheu seu escritor para revelar as profecias finais do livro de Apocalipse. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” João 1.1-5
      Deus criou e mantém a existência de todas as coisas, em todos os lugares e em todo o tempo, e Deus faz isso por Jesus, o verbo de Deus, o verbo da vida. Jesus é a expressão autorizada e mais precisa de Deus para revelar Deus aos homens neste mundo, e o Espírito Santo, enviado depois, deu continuidade a essa missão. Assim, quando nós cristãos dizemos que é tudo por Deus, pela glória e amor do seu nome, compartilhamos, pela fé, a maior verdade dos universos, e damos a Deus a adoração, que ele não precisa para existir, mas que nós precisamos para viver. Adorar a Deus é a primeira e mais importante necessidade humana, e quem entende isso, tem vida eterna.

11/08/18

Lavado no sangue de Cristo

      "E ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e a força, e o reino do nosso Deus, e o poder do seu Cristo; porque já o acusador de nossos irmãos é derrubado, o qual diante do nosso Deus os acusava de dia e de noite. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte." Apocalipse 12.10-11

      É essa certeza que nos faz seguir seguros, que se pecamos, que se erramos, o sangue do cordeiro Jesus nos purifica de todo o pecado. Infelizmente, muitos religiosos, mais humanistas que cristãos, mesmo que defensores de um tradicionalismo cristão, pensam que o homem é salvo pelas obras, que para certos pecados não existe perdão, esses não entendem não só o amor de Deus, como sua maniera de trabalhar em nossas limitadas existências, não entendem, não aceitam e consequentemente não acabam provando. 
      Quando dizem, “esse aí, pecou a vida toda, agora quer dar uma de santinho”, negam o fundamento do cristianismo, o perdão, Jesus veio salvar pecadores, não justos. Mas os que se humilham e buscam, acham, perdão, libertação e paz, os que acreditam no evangelho, não na tradição religiosa, encontram, a paz que só o sangue de Cristo concede, e só esses são capazes de não negarem nunca o nome de Jesus. Só os que provaram do sangue, podem resistir até o sangue, ao maior sacrifício, nas provas mais extremas, só quem entendeu de fato a morte de Cristo, pode resistir até a morte. 
      “Senhor, aguardamos ansiosamente tua volta, quando teremos a vida que vale a pena, a verdadeira vida, por isso não damos a este mundo e aos seus valores tanta importância, mesmo que soframos nele e com ele. Na tua volta o Senhor limpará de nossas almas as lágrimas que nunca choramos, porque sabíamos que não teriam sentido serem derramadas aqui, nós as guardamos para ti, e não serão de amargura, mas de alegria. Senhor, nós te amamos porque tu nos amastes primeiro, todo louvor a ti!”

10/08/18

O Senhor conhece os dias dos retos

      “O Senhor conhece os dias dos retos, e a sua herança permanecerá para sempre. Não serão envergonhados nos dias maus, e nos dias de fome se fartarão.” “Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e deleita-se no seu caminho. Ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua mão.” Salmos 37.18-19, 23-24

      Quatro versículos do meu salmo favorito, os dois primeiros nos revelam que os olhos do Senhor estão próximos, eles conhecem todos os homens, suas ações e suas intenções, ambas são importantes. Muitos agem aparentemente de maneira justa, mas têm intenções egoistas, vaidosas, mesmo, amargas e vingativas. Outros são bem intencionados, mas frequentemente não conseguem por em prática suas boas intenções, querem acertar, mas erram mais que acertam. O que vale aos olhos de Deus? Vale o equilíbrio entre as duas coisas, e o Senhor sabe bem quem possui esse equilíbrio. O melhor é a promessa que advém desse equilíbrio, a provisão de Deus, mesmo nos piores dias, a honra, e não a vergonha, a fartura e não a pobreza.
      Nessa proximidade, cada passo é protegido por Deus, e mesmo nas pequenas coisas, os retos usufruem da graça do Senhor, isso nos ensina os dois versículos finais. Novamente a promessa é maravilhosa, ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor o sustém com a sua mão. Oh glória!! É bom demais ser filho do Senhor, ser atraído por seu amor para fazer as melhores escolhas, não caminhar sozinho, mas acompanhado por seus olhos misericordiosos. Não somos retos por sermos melhores, não mesmo, mas por nos aproximarmos do Senhor em todo o tempo, suplicando perdão e agradecendo a ele por tudo que temos, somos, teremos e seremos. Senhor, tu me conheces, obrigado por eu estar de pé, sustentado pela tua presença.

09/08/18

Sal da terra

      “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.” Mateus 5.13      

      Na comida, qual o papel do sal? Dar sabor, tornar a comida mais apetitosa. O valor nutritivo de uma carne não muda com ou sem sal, a carne continua tendo proteínas que fazem bem ao nosso organismo, salgada ou não. O sal não confere conteúdo, mas forma, seres humanos, diferentes dos animais, precisam não só de conteúdo, mas também de forma. A arte confere forma estética à vida, podemos sobreviver fisicamente sem apreciar um quadro ou ouvir uma música, mas com arte nossa alma se alimenta e a existência fica melhor, mais agradável.
      Como sempre, Jesus é perfeito em suas metáforas e ele compara o cristão ao sal, ele diz que nós somos o sal da terra, o sal do mundo, assim Cristo chama a atenção de que forma pode ser tão importante quanto o conteúdo. Muitos de nós conhecemos o evangelho, a Bíblia, e até vivemos uma vida justa, muitos de nós tem conteúdo, tem o alimento que o mundo precisa. Mas é necessário mais que isso, é preciso ser sal, ter sabor e oferecer ao mundo uma evangelho agradável, saboroso. O evangelho não é só perdão de Cristo que nos livra do diabo, da morte, do inferno e do pecado, o evangelho é o consolo do Espírito Santo que dá sentido à vida. 
      Essa felicidade que devemos ter como cristãos é o que salga o mundo, lhe dá esperança, no meio de um sistema humano cruel, injusto e egoista. Não basta que conheçamos e vivamos o evangelho, é preciso sentir prazer nisso, alegria, isso é ser sal, e muitas vezes, é tudo que o mundo vê e precisa, a forma. Não estou dizendo que devemos viver de aparência, mas que devemos aparentar a vida eterna que temos no coração, em nossa maneira de viver, de falar, de caminhar por este mundo, isso é ser sal da terra. Assim, um cristão não deve ser sisudo, duro, como um juiz, mas elegante, afável, como uma testemunha feliz por compartilhar a experiência que tem.

08/08/18

Principalmente aos domésticos da fé

      “E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.” Gálatas 6.9-10          

      O cristão verdadeiro quer o bem de todos, sem preferência, mas Paulo nos orienta que nos preocupemos mais ainda com os irmãos espirituais em Cristo, os domésticos da fé. Com sabedoria, orando sempre antes, não mimando ninguém, nem incentivando indolência, mas tomando a iniciativa de abençoar primeiro, quando temos a oportunidade de escolha, como no uso de um serviço profissional, o cristão. Um cristão está orando diretamente a Deus para ser abençoado em seus negócios, assim quando usamos o produto de um crente, estamos contribuindo diretamente para que Deus, não ídolos ou demônios, seja louvado. Os não cristãos também são abençoados por Deus materialmente? Sim. Nós também podemos usar serviços e produtos de não cristãos? Claro, e na maior parte das vezes é assim. Mas abençoar um não cristão fará com que ele agradeça a seus deuses pela prosperidade, ou a si mesmo. Abençoando um convertido, o Senhor será adorado de forma direta, abençoar um irmão, é adorar a Deus junto com o irmão.