21/06/19

Quem teme a Deus é amigo do tempo

      “Temei ao Senhor, vós, os seus santos, pois nada falta aos que o temem.” Eclesiastes 9.8

      Temer a Deus é saber que não se pode fazer qualquer coisa, em qualquer lugar, em qualquer tempo, de qualquer jeito e a qualquer um. Temer a Deus é andar com cuidado, ouvir com atenção, falar só quando necessário, mas agir depressa se Deus mandar. O que teme ora sempre, ouve a voz do Senhor, tem convicção do que Deus fala, não por ouvir dizer, não porque aprendeu um dia, o que teme a Deus conhece o Deus de um presente eterno, porque busca o Senhor todos os dias e tem no coração uma unção sempre fresca. Quem teme a Deus não teme armadilhas, surpresas, acidentes ou violências, Deus o avisa antes, Deus o avisa sempre, Deus o poupa, quem teme a Deus anda na luz e sabe quando falar e quando fazer. O temor ao Senhor nos faz amigos do tempo, do “universo”, não temer o futuro ou o desconhecido, pois apesar de não termos controle sobre tudo somos amigos íntimos de quem tem, e esse, não deixa que sejamos envergonhados, para quem teme ao Senhor nada falta. 

20/06/19

Efeitos da culpa

       “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas. O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente; Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.” I Pedro 2.21-24

     Quando nos sentimos culpados, ou agredimos os outros, ou nos machucamos, a culpa, contudo, pode ser legítima ou não, mas de um jeito ou de outro só uma comunhão verdadeira com Deus pode nos curar dela, não obrigações ou acusações. Alguns agridem para não serem agredidos, assim tomam a iniciativa para se sentirem no controle, com poder, mesmo que no fundo saibam que são eles os errados. Outras pessoas se enchem de trabalhos, mesmo de ministérios, porque se sentem acusadas, acham que isso pode compensar pecados escondidos e que elas não querem deixar ou mesmo pecados que nem existem, mas que elas sentem porque não tiveram cura emocional.
      Sacrifício humano não compra créditos morais ou espirituais, seja para ganhar algo bom ou anular algo ruim, direito a perdão de toda culpa só em Jesus, e esse perdão ganham os que querem, buscam e tomam posse. O inocente, todavia, a exemplo de Cristo, mesmo sem culpa, não culpa os outros, injuriado, não injuria, ainda que padeça, não ameaça, mas confia no justo Deus e cumpre sua missão. A consciência limpa é arma contra todo tipo de cativeiro e violência. Em paz não nos colocamos debaixo de cargas injustas, nem submetemos os outros a elas, purificados de todo o pecado vivemos para a justiça, sarados de toda enfermidade emocional e espiritual. 

19/06/19

Família, uma dádiva de Deus

      “Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada.” Cantares 4.12

      “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.” Salmos 127.3

      Muitos dizem atualmente, estou só por opção, não sou casado por escolha, não tenho filhos pois penso que isso é o melhor para mim. Longe de mim desrespeitar isso, seja como escolha, seja como realidade mesmo não escolhida e imposta por tantas variáveis, longe de mim, duvidar do desejo sincero de muitos em quererem esses estilos de vida, longe de mim duvidar que Deus faz pessoas diferentes felizes de maneiras diferentes, inclusive em relação às minhas escolhas, preferências e realidade. Contudo, é bom demais estar casado com a pessoa certa, é bom demais ver essa relação resistir ao tempo, às mudanças das partes, e a experimentar que a soma dessas duas partes é muito mais que dois, é três, quatro, oito, dezesseis, cem, mil, e não me refiro com isso ao casal ter um, dois, três, quatro, cinco filhos. 
      Um casamento feliz já nos faz mil, ganhamos força, viramos exército, e com Deus à frente conquistamos e mantemos o que conquistamos. Com filhos, então, somos uma tribo do povo de Deus, eternizamos nossos valores, fazemos diferença no mundo e não envelhecendo na alma, ainda que no corpo. Filhos nos fazem reviver e reviver, somos crianças de novo, jovens de novo, descobrindo e redescobrindo os sabores e as paixões, entendendo a complexidade humana, respeitando o tempo, dependendo mais de Deus e multiplicando a luz do Espírito Santo no planeta. Família, uma dádiva de Deus, que recebi sem merecer ainda que sempre desejasse, filhos me fizeram um homem melhor, esposa me fez querer ser esse homem para sempre, filhos e esposa me levaram mais perto de Deus, me fortaleceram contra o diabo e o homem mal, sou grato ao Senhor por ter e ser uma família. 

18/06/19

Às vezes só nos resta orar e esperar

      “Rogamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos.” I Tessalonicenses 5.14

      É muito triste ver alguém passando uma dificuldade, saber que uma pessoa está experimentando uma situação que a está entristecendo, mesmo humilhando-a, uma dificuldade que conhecemos, que sabemos o quanto é complicada, porque nós mesmos já passamos. Mas me corta o coração me sentir com as mãos amarradas para ajudar uma pessoa, simplesmente porque a pessoa não me deixa, nem a mim, nem a ninguém, ajudá-la, o orgulho é tão grande que ela mesmo constrói ao seu redor uma muralha, que diz não, eu me viro sozinho, não preciso da ajuda de ninguém. 
      Em situações assim precisamos ter sabedoria, pois uma aproximação mesmo bem intencionada, pode fechar de vez mesmo o pequeno acesso que temos à pessoa, nesses casos é preciso sensibilidade e acima de tudo respeito pela escolha do outro, ainda que seja uma escolha orgulhosa. Em casos assim temos que orar e vigiar, esperando no Senhor uma oportunidade para ser benção, não acusador, solução e não mais problema, em situações assim precisamos amar de verdade, só o amor pode derrubar as muralhas do orgulho e exercer a paciência de esperar em silêncio. 

17/06/19

Ajudar financeiramente: considerações

      “O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece e dá.Salmos 37.21

      “O rico domina sobre os pobres e o que toma emprestado é servo do que empresta.Provérbios 22.7

      “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.” Romanos 13.8

      “Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, ele lhe pagará o seu benefício.Provérbios 19.17

      Nos tempos em que vivemos, de crise econômica e de muito desemprego, de empresas falindo e gente tendo que baixar seu padrão de vida, todos nós enfrentamos a situação de ter que ajudar alguém financeiramente ou mesmo de precisar que alguém nos ajude, a Bíblia dá algumas orientações com relação a isso. Os versículos iniciais resumem tudo, quem ajuda, convém dar, e não emprestar (1º texto), já com o coração pronto para não ganhar nada por isso, sejam juros sobre o valor ou algum poder sobre o que recebe. Dar pra ganhar, seja em valor material ou no orgulho, não está ajudando, mas escravizando, prendendo alguém (2º texto), por outro lado quem recebe precisa ter essa consciência, e aqui não me refiro a alguém pobre, mas a alguém que está numa situação financeira difícil seja por circunstâncias do mercado, seja pela própria inabilidade (ou irresponsabilidade) em administrar seus bens. 
      O melhor é não pedir nada a ninguém (3º texto), principalmente em se tratando de dinheiro, antes, orar a Deus e fazer mesmo os sacrifícios necessários para sair da situação, ainda que abrindo mão do orgulho próprio. Mas quem ajuda precisa, antes de tudo, ter a consciência espiritual cristã de que se ele pode abençoar alguém com sua situação financeira melhor, é porque Deus, em sua grande misericórdia, permitiu isso (4º texto). Isso não é mérito próprio, e se alguém ainda se equivoca achando que tem o que tem e é o que é só por esforço pessoal, é porque ainda não entendeu e se entendeu não aceitou, a fragilidade que todo ser humano experimenta neste mundo, que todos estamos sujeitos a surpresas desagradáveis e mesmo terríveis, como acidentes e enfermidades. Convém a todo nós andarmos em humildade, nos colocando sempre no lugar do outro e entendendo que a vida dá voltas.

16/06/19

Deixe o outro brilhar forte

      “E Davi saltava com todas as suas forças diante do Senhor; e estava Davi cingido de um éfode de linho. Assim subindo, levavam Davi e todo o Israel a arca do Senhor, com júbilo, e ao som das trombetas. E sucedeu que, entrando a arca do Senhor na cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, estava olhando pela janela; e, vendo ao rei Davi, que ia bailando e saltando diante do Senhor, o desprezou no seu coração.II Samuel 6.14-16

      Inveja, quem não sente de alguém? Todos nós invejamos alguém em alguma instância. Alguns só queremos ser o que eles são ou ter o que eles têm, mas para outros, mesmo que não admitamos, queremos algum mal pois tentamos nos convencer que aquilo que eles são ou têm não é merecido e pôde até mesmo ser conquistado de forma desonesta. A inveja tem vários níveis de manifestação, mas na verdade ela só tem uma origem, uma visão equivocada que temos de nós mesmos e que por orgulho não admitimos. 
      Inveja é uma oportunidade para sermos humildes, ela só pode ser anulada com humildade, trazendo o problema que é nosso para nós, e não tentando projeta-lo no outro que só faz brilhar sua luz e que nada tem a ver conosco. Tenhamos a lucidez de deixar o outro brilhar, e de aprender com a luz do outro, ninguém brilha por acaso, se há luz verdadeira, houve trabalho, há talento, existe merecimento, dessa forma, nos esforcemos naquilo que é nosso talento e façamos brilhar nossas luzes. 
      Nossa luz não tem que ser igual às dos outros, mas ela existe, e se for usada no lugar e no momento certos nos trará satisfação, alegria, suficientes para que não precisemos invejar ninguém. Na passagem inicial, Mical teve vários sentimentos com relação a Davi. Ciúmes? Inveja? Seja como for ela não se alegrou com a alegria do próprio amado, e sua insegurança foi tanta que ela não entendeu que a alegria de Davi era pelo motivo mais nobre de todos, a glorificação do nome de Deus.

      “Disse, porém, Davi a Mical: Perante o Senhor, que me escolheu preferindo-me a teu pai, e a toda a sua casa, mandando-me que fosse soberano sobre o povo do Senhor, sobre Israel, perante o Senhor tenho me alegrado. E ainda mais do que isto me envilecerei, e me humilharei aos meus olhos; mas das servas, de quem falaste, delas serei honrado. E Mical, a filha de Saul, não teve filhos, até o dia da sua morte.II Samuel 6.21-23


      Eu poderia ter usado outros textos nesta reflexão, mas essa passagem de II Samuel é muito séria. A história de Davi é dramática, seu principal inimigo era pai de seu melhor amigo, Jônatas, e de sua esposa, que talvez nunca tenha aceitado totalmente que Deus tinha escolhido Davi, e não Saul, seu pai, para ser rei de Israel. O final de Mical é triste, principalmente para uma mulher de seu tempo, quando a maternidade era quase que sua única missão, Mical nunca teve filhos. 

       É interessante como a Bíblia não romantiza personagens importantes que tantas vezes nós romantizamos, a verdade nua e crua é contada, sem dó, ninguém é protegido. A pior das invejas é a que sentimos de quem só está fazendo a vontade de Deus, assim, inveja entre cristãos é pior que entre ímpios. Infelizmente como ela existe, principalmente entre líderes, pastores, cantores, que desejam ministérios, não abençoados, mas famosos e ricos, só para serem maiores que aqueles que invejam. 

      O que é construído por inveja, não traz paz e nem fica de pé, pois é falso, é obra de homem, nunca de Deus. Descubramos nosso melhor m Deus, o executemos, com verdade, com trabalho, e estejamos totalmente realizados com isso. Ninguém é igual a outro, somos diferentes, com chamadas diferentes, com luzes distintas. Por outro lado, fama e reconhecimento público não significam necessariamente bom trabalho feito. Alguns são chamados para aparecer para muitos, outros serão luzes fortes, mas só para alguns, aceitemos isso com humildade. 

15/06/19

Juízo do Senhor

      “Ai da rebelde e contaminada, da cidade opressora! Não obedeceu à sua voz, não aceitou o castigo; não confiou no Senhor; nem se aproximou do seu Deus. 
      Os seus príncipes são leões rugidores no meio dela; os seus juízes são lobos da tarde, que não deixam os ossos para a manhã. Os seus profetas são levianos, homens aleivosos; os seus sacerdotes profanaram o santuário, e fizeram violência à lei. 
      O Senhor é justo no meio dela; ele não comete iniqüidade; cada manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta; mas o perverso não conhece a vergonha. Exterminei as nações, as suas torres estão assoladas; fiz desertas as suas praças, a ponto de não ficar quem passe por elas; as suas cidades foram destruídas, até não ficar ninguém, até não haver quem as habite. 
      Eu dizia: Certamente me temerás, e aceitarás a correção, e assim a sua morada não seria destruída, conforme tudo aquilo porque a castiguei; mas eles se levantaram de madrugada, corromperam todas as suas obras. 
      Portanto esperai-me, diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu decreto é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo. 
      Porque então darei uma linguagem pura aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o sirvam com um mesmo consenso.” 
Sofonias 3.1-9


      No Bíblia, nos textos do antigo testamento, onde a história da nação de Israel é contada, tem vários textos falando sobre a disciplina que um povo sofria quando se afastava do Senhor ou prejudicava o povo de Deus, ainda que como ferramenta de Deus para disciplinar seu povo. A correção, o juízo, descritos nesses textos, mesmo que de forma metafórica para o mundo atual (ou ao pé da letra), servem para que aprendamos como Deus trata o que se afasta de seus caminhos, seja ele povo físico de Israel, membros da Igreja de Cristo, igrejas locais, líderes e indivíduos como eu e você. Penso que muitos têm medo mesmo de ler esses textos, e devem ter, principalmente aqueles que andam em pecado não confessado e deixado, bem, o texto inicial de Sofonias é um desses textos. Sem fazer um estudo mais profundo sobre ele, mesmo histórico, reflitamos sobre a condição dos que se afastam de Deus, ainda que sejam seu povo, como faço na maioria das vezes aqui no blog, a palavra não é para os de fora, mas para os de dentro, não é para os ímpios, mas para uma igreja do final dos tempos tão afastada de Deus, ainda que presente em templos e cultos. 

      Um povo rebelde não admite seu erro e ainda oprime os outros, assim dobra seu erro. Quem está afastado de Deus perde a noção do respeito, quem desrespeita o Senhor, desrespeita tudo mais, seus próximos, seus semelhantes, os inimigos, mas mesmo os amigos e familiares. Não aceitar a disciplina de Deus por algo errado que fizemos faz aumentar nosso pecado, aí teremos que responder pelo erro inicial e por fugir do tratamento do Senhor. Sabe aquela história de homem que chega bêbado em casa e bate nos filhos, na esposa, no cachorro? É bem isso, chega errado, sabe que está errado, então tenta crescer sobre os inocentes e que têm razão em recriminar a atitude de seu erro, parecem “leões rugidores”, se tornam mais violentos ao invés de humildes. E mais, o rebelde que não aceita o juízo de Deus se torna mais e mais injusto e egoista, como “lobos da tarde que não deixam os ossos para a manhã”, querem tudo, agora e só para eles. Mesmo os que a princípio foram chamados como pastores e profetas, na insistência do erro se tornam levianos, materialistas, julgam e lideram conforme seus corações e seus interesses, não pela justiça e amor de Deus. 

      Deus é bom, e deseja que todos sejam felizes, por isso mostra o caminho melhor para as pessoas o tempo todo, contudo, “o perverso não conhece a vergonha”, eis um texto sério e realista, principalmente para o perverso dos tempos em que vivemos. Vergonha na cara, mesmo muitos pastores perderam isso, assim pregam em pecado, lideram na carne, são ociosos e manipuladores, e não sofrem nenhum pouco por causa disso, isso é muito triste. Assim muitos se verão sozinhos no final, os de fato maus conhecerão neste mundo honra, igrejas hereges e gananciosas crescerão, nos nos iludamos com relação a isso. Mas aquele que se afastou, tentado pelas riquezas deste mundo, desanimado com tanta injustiça, mas que ainda assim é filho de Deus, é pastor com chamada legítima de Deus, esse verá suas “praças” vazias, se verá sozinho. Essa solidão é a mão de Deus pesando para que ainda assim o desviado volte, o rebelde se acerte e congregue-se como povo de Deus com povo de Deus. 

      O final do texto diz, “porque então darei uma linguagem pura aos povos, para que todos invoquem o nome do Senhor, para que o sirvam com um mesmo consenso”, Deus dará uma linguagem, uma palavra, para que haja consenso, sabe do que Sofonias fala? Ele fala de Jesus, Jesus e o único que pode unir uma humanidade tão afastada, injusta, egoista e dividida. A “nova era” (seja lá o que isso signifique) tenta unir o planeta com bandeiras como tolerância religiosa, respeito à diversidade sexual, igualmente de sexos, raças e cores de pele, consciência ecológica, sustentabilidade etc, mas isso é o homem querendo fazer o papel de Deus, querendo ser Deus, e sempre que o homem quer ser Deus ele é Lúcifer. Só Jesus, vivendo nos corações dos indivíduos pode dar paz. Essas bandeiras parecem puras, mas não são, parecem bem intencionadas, mas não são, pureza não existe em ideologias ou religiões, mas só em Jesus. Voltemos para Deus, os tempos são difíceis e piores ficarão, busquemos os verdadeiros pastores de Cristo, eles existem e resistem às heresias e ganâncias, é tempo de nos congregarmos, a noite se aproxima, no Brasil e no mundo.