30/08/19

Não precisamos saber tudo, só o mais importante

      “Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.Filipenses 2.10-11

      Existem muitos mistérios na vida e no universo, a ciência, dentro do espaço e tempo, vai conseguindo explicar as coisas. No futuro, ou no futuro possível que a humanidade terá antes que ela mesmo se precipite num caos iminente e derradeiro, poderemos através da ciência ter a resposta de muitas coisas que hoje ainda são mistérios. Eu creio que se houvesse tempo e humildade científica diante do evangelho, mesmo mistérios espirituais poderiam ser explicados cientificamente.
      Mas principalmente no plano espiritual, a fé nos dá certas seguranças, cremos mesmo sem saber, muitos que tentam saber o que não devem acabam se perdendo nas artimanhas do mal. O ocultismo e outras práticas mágicas e esotéricas podem até explicar, mas a Bíblia adverte que a busca desse conhecimento não é conveniente. Nem estou afirmando que isso ou aquilo não é verdade, não é possível, mas só que não convém, pelo menos não para a grande maioria dos seres humanos. 
      Como funcionam as potestades e legiões de anjos e demônios, como se desenha as hierarquias no mundo espiritual? O diabo, em sua arrogância, não sabe (ou não admite) por isso insiste em querer vencer ou sabe que vai perder e por isso quer levar os homens consigo para o inferno? Certeza ninguém tem de muitas coisas, e é assim para que aceitemos nossos limites e confiemos em Deus. Deus nos dá uma certeza, e ela basta por tudo, descansar nisso é segredo de paz. 
      O nome de Jesus Cristo tem poder acima de todo nome, sobre todo mal, mais alto alto que todo diabo, assim como perdoa todo pecado dos vivos neste mundo, dessa forma não precisamos saber como nem de onde vem certos males, mas apenas que o nome de Jesus nos protege de todo o mal. Não sejamos curiosos sobre certas coisas, gastando tempo e energia com o que deve continuar como mistério, mas saibamos o que mais importa, o nome de Jesus tem poder. 

29/08/19

Tempo da informação

      “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente. E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.” Daniel 12.2-4

      Vivemos o momento da informação, tudo sobre todos é compartilhado com todos o mais rapidamente possível, muitas vezes em tempo real. Isso não significa que haja mais verdade, ainda que as mídias, jornalismo, televisão e internet, arroguem ser o grande hierofante atual na luta de fatos contra fake (news). O que há é muito mais manipulação no jogo de poder, que agora, mais até que por ferramentas financeiras, culturais ou militares, usa a informação como arma. 
      O mais sábio é não levar muito a sério toda essa informação despejada sobre nossas cabeças pelas mídias, ouvir tudo e reter o que é bom (conforme I Tessalonicenses 5.21), não endeusando algumas coisas, ainda que pareçam até cristãs, nem demonizando outras, mesmo quer se declarem não cristãs, é tudo coisa de homem, e portanto, desse mundo e tudo sujeito a erro. Repito, tome cuidado com tudo, principalmente com quem diz que é contra fake news, esses muitas vezes são os mais disseminadores de fake news, ainda que de uma forma mais sofisticadamente manipulada. 
      A verdade no mundo hoje só vem de uma fonte, do Espírito Santo, ele é o consolador que Jesus mandou após sua partida como homem encarnado, o único embaixador divino legítimo, mais que pastores, igrejas e religiões. Urge que tenhamos mais tempo orando que lendo posts, ouvindo podcasts ou assistindo vídeos, urge que nos comuniquemos mais com Deus que com o mundo virtual, urge que tenhamos mais cuidado com tudo que diga ser oficial, profissional, mas que é deste mundo.
      Sim, depois disso, urge que estudemos mais, que nos informemos mais, que levemos mais a sério a ciência, o cristão precisa ser em primeiro lugar espiritual mas depois inteligente, racional, lúcido e bem informado. Entre as ultimas estratégias do mal para o final dos tempos, está o domínio pela informação, urge andarmos mais e mais na luz real do Altíssimo para termos discernimento sobre a verdade maior sobre tudo. Só quem estiver bem ligado a Deus saberá se desvencilhar dessas estratégias malignas e subirá na “primeira leva” do arrebatamento.

28/08/19

Não seja plateia de batalha alheia

      Não se aproxime de uma batalha só por curiosidade, só para assistir, só para ver como as coisas funcionam, batalhas não têm plateia, tem dois lados em guerra. Quem achar que pode ficar neutro acabará sendo alvejado, e isso por qualquer um dos lados, já que quando não se toma partido somos inimigos dos dois que guerreiam entre si. Não tem como não fazer referência, nesse assunto, ao texto de Apocalipse sobre a carta do anjo da igreja de Laodiceia, “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.” (Apocalipse 3.15-16), ser plateia em batalha é ser morno, e o texto deixa bem claro o que Deus pensa dos mornos. Quando queremos ser só plateia? 
      Uma situação é quando queremos conhecer o mundo espiritual, os dons, e principalmente os seres espirituais, do bem e do mal, esse campo é algo muito sério e perigoso, ninguém entre nele despreparado. Como diz um ditado, “quem estuda o mal é estudado pelo mal”, nem todos são chamados para conhecerem com mais profundidade anjos e demônios, principados e potestades, como sempre a proteção está na obediência a Deus. Mas se Deus não mandou, a distância com respeito, não com medo, é o caminho mais sábio. Muito pior, contudo, são os que não têm a vida de fato entregue nas mãos de Deus, que ainda nem se converteram, mas que frequentam, por exemplo, centros espíritas, ainda que seja só por curiosidade, esses dão legalidade ao mal para entrar em suas vidas. Bem, se somos convertidos saberemos que essas práticas nenhum bem trazem, sejam por quais motivos forem. 
      Outra caso é se envolver com problemas alheios, principalmente se for problemas entre cônjuges, ou tomamos partido, e muito mais quando houver algum tipo de violência ocorrendo, e assumimos a responsabilidade por isso, ou nem tentemos opinar sobre o que de fato não sabemos. Novamente obediência a Deus e respeito para com os lados devem ser observados, de maneira que sejamos pessoas que contribuam para o bem, pacificadores, não só intrometidos curiosos querendo preencher vidas vazias com assuntos alheios. “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9), para o cristão que quer de fato obedecer o evangelho esse texto dá a orientação final, filho de Deus não guerreia, não com homens, mas busca uma solução equilibrada e pacifista sempre, jamais se porta covardemente só como plateia. 

27/08/19

Muito feliz é o perdoado por Deus

      “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. Quando eu guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão.” Salmos 32.1-6

      Como é bom ouvir do Espírito Santo a primeira frase do texto acima, quando chegamos com a cabeça cheia diante de Deus, nos sentindo acusados por nós mesmos, cansados de nós mesmos, frustrado com nós mesmos, para então experimentarmos a simplicidade curadoura que somente um pai de amor, um Deus misericordioso tem. “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto”, feliz é o que acha o perdão de Deus, e achar é conseguir se apossar dele, poder acreditar nele, e sem complicação receber paz. Só existe consolo no perdão, mas pra isso temos que admitir, confessar e deixar o erro, com todo o coração, para então seguir em frente.
      Interessante que o texto, na frase final, não diz que que achamos Deus para sermos santos, mas porque somos santos achamos o Senhor, e a tempo, mesmo no “transbordar de muitas águas”, mesmo que os problemas e os nossos erros estejam por nos submergir. Isso porque o que nos santifica não somos nós mesmos, mas é Deus, é ele que nos acha primeiro e se deixa ser achado por nós, assim, não sejamos negligentes com o amor de Deus, mas gratos, pois ele conhece nossos limites e não quer nos acusar, mas perdoar. Como diz Isaías 42.3, Jesus “a cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega; com verdade trará justiça.”, o Senhor não é estúpido, prepotente, mas nos respeita em toda a nossa fragilidade.

26/08/19

Não arrogue ter a dor maior

      “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca.Isaías 53.4-7

      Não caiamos no orgulho, disfarçado de autopiedade, de acharmos que somos melhores que os outros por termos sofrido mais, por pensarmos que temos a dor maior do mundo. Cada dor é de cada um, sob medida, pessoal, intransferível, e não pode, sob nenhuma circunstância, ser comparada, pode sim ser relativizada, mas não posta como absoluta. Só teve uma dor absoluta, uma dor de fato maior que todas, a de Cristo, e essa dor nem dele era, era minha, tua. A dor que cada um de nós deveria passar, o sofrimento que eu deveria sentir, pelos meus pecados, Jesus viveu por mim, até a morte.
      Se você sofreu com uma enfermidade, saiba que existe outra pessoa que sofreu mais, se eu sofri com uma violência, devo entender que existe gente neste mundo que sofreu com uma muito maior. Mas também não diminuamos ninguém que acha que sua dor é grande, quando talvez sob nosso ponto de vista essa dor não seja tão grande assim, respeitemos os limites de cada ser humano. Muitas vezes aquele que é mais fraco que nós numa área, em outra, é mais forte que a gente. Deus cuida de todos, autoriza tudo, e usa todas as dores com objetivos, nada acontece por acaso.
    Se alguém parece sofrer sem ter culpa, a culpa é minha e tua que não socorremos esse alguém em seu sofrimento. A verdade é que a dor existe para que aprendamos a não ligar muito pra ela, e quando aprendemos a viver em paz apesar dela, ela passa, e me refiro a dores emocionais ou aquelas que ainda que físicas passam mediante medicação, ainda que nunca sejam curadas inteiramente. Não pense que cristãos fiéis e limpos não têm dores sem cura, têm sim, mas, como dito antes, existem para serem deixadas de lado, senão acabam se tornando tronos para nossos egos.
      Não é fácil passar por coisas que nos machucam, principalmente enfermidades físicas, muitas que podem nos fazer contemplar a morte bem de perto. Mas que saiamos dessas batalhas mais humildes, não mais cheios de nós mesmos, o confronto com nossa fragilidade humana serve para nivelar nosso homem interior. Que essa experiência nos faça olhar os outros também diferentemente, com mais respeito, não como melhores por termos sofrido, mas de fato com o entendimento que os outros podem estar sofrendo e muito, ainda que não saibamos, que a dor nos torne mais misericordiosos. 

25/08/19

O que de fato é morrer pra dar fruto?

      “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto. Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem neste mundo odeia a sua vida, guarda-la-á para a vida eterna.João 12.24-25

      Já refleti sobre o texto inicial aqui outras vezes, mas sinto de refletir sobre ele novamente porque vejo que muitos de fato não entendem o que é morrer para poderem renascer e darem frutos. Muitos dizem, “eu morri pro mundo, pra minha carne, por isso quero trabalhar na igreja e dar frutos”, contudo, muitos não entendem que mesmo o trabalho dentro de igrejas pode ser ferramenta das nossas vaidades e inseguranças. Muitos se equivocam assim por acharem que o simples fato de trabalharem dentro de ministérios já lhes confere consagração, santificação, graduação espiritual, isso pode levar as pessoas a cometerem vários erros.
      Achar que igreja represente a vontade de Deus em si mesma pode nos levar a servir a homens, assim podemos estar seguindo hereges e gananciosos, achando que estamos servindo a Deus. Por outro lado, ter essa visão nos faz tentar servir a Deus do nosso jeito, já que achamos que se estamos trabalhando dentro de igreja o certo é fazermos mais e sempre, com quantidade e não com qualidade. Contudo, a morte da semente pode ser muitas vezes, e eu penso que todos que querem de verdade conhecer a Deus com profundidade serão levados a refletirem sobre isso, abrir mão mesmo de trabalhar em ministérios. Não, isso não é para sempre, não estou dizendo isso, mas por um tempo, até de fato morrer o ego. 
      Deus quer usar a todos para servirem nas igrejas, e com certeza trabalhar nos ministérios é o maior prazer que um crente fiel tem em sua vida. Mas muitos estão dispostos a tudo, menos se sentarem-se nos bancos por um tempo e serem somente cultuadores comuns, longe do altar, “fora dos holofotes”, sem microfones nas mãos, sem serem admirados como líderes, pastores, ministros, diáconos etc, serem somente cristãos. Isso é muito necessário para que haja cura visto que muitos têm uma obsessão doentia para se exibirem, e não se satisfazem se não ocuparem posições principais nos ministérios.
      Se o Espírito Santo estiver conduzindo tua vida para essa “morte” do ego, seja humilde, não recrimine as pessoas como se elas fossem as culpadas por você não ter oportunidade na igreja, ouça a voz de Deus, se acalme e deixa morrer tuas vaidades, tuas carências de aplausos, tua obsessão por palco, o reino verdadeiro de Deus não funciona assim. Tenha paciência e creia, quando essa fase passar, quando a “morte” acontecer, a semente viverá, numa linda planta, que vencerá a terra e à luz do dia subirá e dará lindo frutos, como você antes nunca deu, para a glória de Deus. Essa palavra é antes de tudo para mim hoje. 

24/08/19

40 anos de solidão

      “E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras. E, quando completou a idade de quarenta anos, veio-lhe ao coração ir visitar seus irmãos, os filhos de Israel. E, vendo maltratado um deles, o defendeu, e vingou o ofendido, matando o egípcio. E ele cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus lhes havia de dar a liberdade pela sua mão; mas eles não entenderam. E no dia seguinte, pelejando eles, foi por eles visto, e quis levá-los à paz, dizendo: Homens, sois irmãos; por que vos agravais um ao outro? E o que ofendia o seu próximo o repeliu, dizendo: Quem te constituiu príncipe e juiz sobre nós? Queres tu matar-me, como ontem mataste o egípcio? E a esta palavra fugiu Moisés, e esteve como estrangeiro na terra de Midiã, onde gerou dois filhos. E, completados quarenta anos, apareceu-lhe o anjo do Senhor no deserto do monte Sinai, numa chama de fogo no meio de uma sarça.” 
Atos 7.22-30

      O texto de Atos capítulo 7 resume o relato de Êxodo capítulos 2 e 3, Moisés passou quarenta anos no Egito como príncipe, então percebeu o sofrimento de seu povo, tentou fazer justiça com as próprias mãos, foi rejeitado por seu povo e se refugiou no deserto por mais quarenta anos. (A travessia do deserto conduzindo Moisés o povo de Deus até Canaã, também durou quarenta anos, isso nos faz pensar nos números de Deus, nas fases da vida, na repetição de certos números). Mas a pergunta dessa reflexão é: de quanto tempo e o que precisamos passar para entendermos o propósito de Deus para nossas vidas e para que então possamos cumprir esse propósito debaixo da ordem, força e estratégia de Deus, não nossas? Não basta fazer a vontade de Deus, é preciso fazer do jeito de Deus, no tempo e no lugar que ele mandar.
      Que diferença houve na vida de Moisés entre os quarenta e os oitenta anos, da vida que ele teve antes, como nobre, com luxo, com boa educação, com boa comida, roupas e tantos privilégios de alguém criado dentro da família do faraó. Em sua segunda fase Moisés era só um pastor de ovelhas, um homem do campo, as multidões da capital foram substituídas por uma vida simples no ceio de uma família, quantas coisas devem ter passado na cabeça de Moisés quando parado no deserto, olhando a criação, as montanhas, saudades? Sim, mas também muito sentimento de solidão e rejeição. Aqueles que o criaram agora o perseguiam como assassino, aqueles que tentou defender não viram nele legitimidade de defensor. Ele precisou perder tudo, se esquecer e ser esquecido para entender como as coisas funcionam no plano do Senhor.
      Uma nova vida só começa depois que a velha acaba e para acabar tem que morrer, morte nunca é algo agradável, dói e dói muito. Mas só morre quem está vivo, se o ego de Moisés já estivesse morto ele não precisaria passar por um processo de quarenta anos no deserto pastoreando ovelhas que nem dele eram. Cuidando das ovelhas de Jetro, seu sogro, Moisés entendeu como deveria cuidar de Israel, povo de Deus, não seu, se o Senhor tivesse permitido que Moisés livrasse Israel do Egito com quarenta anos ele teria dominado sobre o povo, e talvez, com tempo, se tornado tão repressor como o faraó. Mas com oitenta anos o coração de Moisés tinha se tornado manso, “era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (Números 12.3), o velho Moisés tinha morrido para um novo nascer, pronto, enfim, para cumprir o propósito de Deus. 
      Não pense que Deus se esqueceu de você, das promessas que fez a você no início de tua caminhada, nem ache que tempo demais já passou, que agora não há mais tempo, que você está velho. Quanto aos jovens, cuidado, não se achem prontos antes da hora, a vida é longa, talvez muitas coisas que vocês vejam hoje em vocês como virtudes, como forças, são na verdade fraquezas, limites, defeitos, que não fazem de vocês melhores e mais fortes, mas piores, mais frágeis. Deus trabalha no tempo, e tempo na verdade não faz diferença pra Deus, ele pode fazer calar o jovem e levantar o velho, o Senhor pode cumprir num único momento, talvez no final de uma vida, o propósito maior de uma existência, aquele para o qual alguém foi preparado por anos, na solidão, na intempérie, na simplicidade de alguém que aprende a ser fiel com ovelhas que não são suas e nunca serão, de alguém que aprende a ser servo, não senhor.