14/12/19

Jesus, compromisso com o pai

      “Ora, todos os anos iam seus pais a Jerusalém à festa da páscoa; E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em Jerusalém, e não o soube José, nem sua mãe. Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia, e procuravam-no entre os parentes e conhecidos; E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas. E quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?Lucas 2.41-49

      Doze anos é a idade em que o judeu se torna “filho da lei” e que começa a seguir as exigências das festas e jejuns da religião judaica, mesmo Jesus, filho de Deus, salvador do mundo e estabelecedor de uma nova aliança que superaria a velha, obedeceu os ritos de sua religião, com humildade e sinceridade. Jesus, ainda que tivesse legitimidade para isso, não escandalizava ninguém, nunca, só aos falsos e arrogantes, que sempre se escandalizam com a simplicidade e verdade do realmente espiritual. Mas Jesus homem era especial desde pequeno, apesar de não ter nascido num palácio real ou em casa rica, ele tinha características físicas e intelectuais diferenciadas, além é claro das morais e espirituais (tenho pra mim que Jesus homem não era feio, era um simples filho de carpinteiro, mas devia ser com certeza simpático e carismático, ainda que um judeu comum, equilibrado em tudo). 
      Dessa forma Jesus teve um conhecimento profundo com uma leitura lúcida dos ensinos judeus desde pequeno, à ponto de ensinar mesmo os mais antigos estudiosos dos textos religiosos israelitas. O que dá clareza é a simplicidade de espírito e a humildade de coração, os que andam assim querem aprender, aprendem mais depressa e continuam aprendendo sempre, já que sempre se consideram alunos, não mestres. Os que acham que já sabem tudo, e de fato sabem muito, acabam presos a um nível de conhecimento e às próprias vaidades, o que no aprendizado espiritual do Deus verdadeiro são delimitadores iminentes, com Deus nunca sabemos tudo. Jesus tinha facilidade para aprender sobre as coisas intelectuais, porque tinha um espírito livre em Deus, espiritualidade não delimita a ciência, ao contrário, pelo menos não quando ela é verdadeira. 
      O texto inicial, todavia, nos ensina outra coisa sobre seguir a Deus, ao mesmo tempo que Jesus era fiel à religião de seus pais, ele também sabia o momento certo de desobedecer, digamos assim, a ordem social. Jesus, mesmo um pré-adolescente, deixou seus pais e ficou no templo, ele soube preferir o lugar onde seu ministério mais deveria ter sido valorizado, o centro religioso de seu povo. “Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?”, não foi rebeldia não, nem desobediência, Jesus também não desonrou seus pais físicos com isso. Tantos obedecendo à religião dos pais, concordando com tudo que seus pais dizem, são na verdade meros covardes, que não descobriram ainda que é preciso saber o momento de dizer não, mesmo a uma tradição paterna, mesmo à religião de parentes, para poder seguir de fato o Deus verdadeiro, o pai maior. 

13/12/19

Jesus, luz para iluminar as nações

      “Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E pelo Espírito foi ao templo e, quando os pais trouxeram o menino Jesus, para com ele procederem segundo o uso da lei, Ele, então, o tomou em seus braços, e louvou a Deus, e disse: Agora, Senhor, despedes em paz o teu servo, Segundo a tua palavra; Pois já os meus olhos viram a tua salvação, A qual tu preparaste perante a face de todos os povos; Luz para iluminar as nações, E para glória de teu povo Israel.Lucas 2.25-32

      Simeão era um velho fazendo seu trabalho no templo, aquele que ele devia fazer há tanto tempo, ele nem devia se sentir mais vaidoso por isso, fazia porque era o que precisava fazer, cansado mas ainda fiel. O tempo escurece nosso corpo, nos tornamos mais lentos, pensamos devagar, vemos menos, contudo, aprendemos com ele a sermos mais focados, a nos preocuparmos com o que realmente vale a pena. Nessa simplicidade sábia da velhice, Simeão viu, enfim, a resposta de uma oração que ele fez por muito tempo, talvez por toda a vida, ele queria ver com os próprios olhos o Cristo do Senhor. 
      Oração respondida é oração que não é inventada, ainda que com fé, pelo espírito humano, mas é aquela que é revelada pelo Espírito Santo, se pedimos o que Deus quer que peçamos nossa oração será respondida, ainda que demore muito. Dessa forma, um velho viu a maior das luzes, Jesus, que iluminaria as nações, e por isso adorou a Deus. Simeão viu um homem feito? Não, viu ainda uma criança, então, como pode ver naquele pequeno o Cristo do Senhor, a luz de Deus? Viu pela fé revelada pelo Espírito Santo, o velho e já abatido fisicamente Simeão, tinha o corpo espiritual renovado e forte, esse não tinha se rendido ao tempo. 
      Que possamos ser todos assim, ainda que o corpo se enfraqueça, ainda que os olhos físicos percam a clareza, que nossos olhos espirituais se tornem cada vez mais precisos, mais atentos à luz das virtudes. Que saibamos reconhecer a verdade de Deus e o adoremos por isso, assim como que tenhamos discernimento para perceber, mesmo um resquício, da mentira do diabo e dos homens maus, e nos afastemos deles com sabedoria. Ser amigo dos bons homens e nos distanciarmos dos maus é segredo de vida iluminada, amar os bons ambientes, as boas conversas, aquilo que faz bem ao copo, à alma e ao espírito, amar a luz. 
      Infelizmente muitos fazem o contrário, e quem vê maldade no bom, com certeza inverterá os valores e verá bondade no mau, nas trevas não se tem referências. Quem é injusto com o fiel de Deus também será facilmente enganado pelas astúcias do inimigo e pelas palavras sedutoras dos egoístas e vaidosos, não tem jeito de não ser assim. Por outro lado, muitos das últimas gerações do mundo atual, tão espertos para verem tudo e depressa na internet, em imagem HD, nos celulares, nas redes sociais, estão acesos para tantas novidades e modas, mas não veem a salvação exclusiva e necessária de Cristo, a luz que ilumina as nações. 

12/12/19

Jesus, rei dos judeus

      “E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, Dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo.Mateus 2.1-2

      A passagem inicial é uma das mais misteriosas (e talvez polêmicas...) da Bíblia, cuja verdade mais profunda, se fosse revelada, poderia assustar a muitos cristãos, infelizmente, a maioria se acostuma com tradições e lê mas não lê, não para pra pensar, apenas coloca no automático e aceita o que os outros dizem a respeito, deixam que os outros pensem por eles. Os magos não eram reis, mas os equivalentes a esotéricos atuais, estudantes de astrologia e magia, as cortes reais tinham esses estudiosos, os quais os reis consultavam para deliberarem ordens e tomarem decisões. Lembremos que nessa época, ciência e superstição se misturavam, assim muitos estudavam fenômenos físicos por métodos em parte até científicos, mas também explicavam e se “comunicavam” com o mundo espiritual por práticas de magia, subjetivas para muitos outros. Dessa forma, matemática, filosofia e mediunidade sem fundiam, assim como mitologia com história, plano físico e espiritual. 
      Seja como for, como que homens de uma prática, que os cristãos e suas leituras da Bíblia, tanto recriminam, abominam, proíbem, puderam adquirir conhecimento tão relevante quanto preciso? Existiria alguma verdade na magia, na astrologia? Ou Deus simplesmente, por misericórdia, permitiu que mesmo pessoas em trevas soubessem da vinda de seu filho como salvador e rei para que fosse testemunhada a importância desse fato por todos? Acredite você naquilo que tua fé te permitir, seja fiel a isso, Deus respeita isso, e muito (eis aqui um mistério). Podemos, contudo, ir um pouco além do senso comum nessa história dos “reis” magos que seguiram uma estrela e vieram do oriente até Jerusalém para adorar a Jesus, reconhecido por eles como o rei dos judeus, provavelmente porque conheciam as previsões das profecias do antigo testamento a respeito. Magos de verdade nunca são desinformados, para os ocultistas nada é oculto, para os preconceituosos até o sol se esconde ao meio-dia. 
      Algo que a maioria dos evangélicos não entende e não sabe, é o que os verdadeiros esotéricos, os bruxos de alta magia, que estudam de maneira profunda e séria conhecimentos ditos ocultos, principalmente os cabalistas, é que eles, necessariamente, não temem e odeiam Jesus, ao contrário, eles o respeitam e reconhecem sua posição superior a tudo, potestades e legiões, sejam de seres espirituais que forem. A diferença é que eles perdem tempo com o corpo da serpente, fixam-se às potestades e chegam no máximo a “kether, a coroa” (veja mais sobre a árvore da vida cabalista para entender, ou não...), e nunca ao altíssimo. Isso acontece porque não reconhecem Jesus como o único e completo intercessor entre Deus e os homens, assim como esse conhecimento e experiência suficientes para satisfazer todas as necessidades humanas e responder aos mistérios espirituais. 
      A conclusão mais triste, todavia, do texto inicial, é que até os magos reconheceram que Jesus era o verdadeiro rei dos judeus, mas os judeus, principalmente suas lideranças políticas e religiosos, não reconhecerão, e pior, por inveja conspiraram contra ele até que o mataram de forma cruel. Mas estava tudo previsto, e os magos sabiam disso, se isso não te faz pensar um pouco em algumas coisas, a mim faz, e muito. Mas o que importa é que eu nasci de novo, tive minha vida transformada, tive minhas feridas tratadas, minhas doenças emocionais e físicas curadas, porque aceitei Jesus como meu único salvador, como meu rei, e disso não abro mão. Que nos rendamos a tempo para a verdade de que Jesus é o rei, que para ele devemos nos quebrantar, que diante dele devemos nos render e adorar, só isso nos colocará no centro do plano de Deus para a humanidade, só isso nos salvará de fato e nos dará uma eternidade em paz com o altíssimo, acima da árvore da vida cabalista, com o rei eterno dos judeus e de todos. 

11/12/19

Jesus, o Cristo

      “Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Achareis o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Lucas 2.8-14

     Os pastores, o que tinha de especial essa classe de trabalhadores para que o anjo do Senhor viesse sobre eles na madrugada e lhes desse uma notícia tão importante em primeira mão? A princípio, quando tentei interpretar o texto, pensei que os pastores tinham sido escolhidos para que pudessem espalhar a notícia com mais eficiência, mas um estudo mais profundo sobre eles em seu tempo e espaço, revela que suas palavras não eram muito consideradas, assim entendi outra coisa. 

      “Os animais para serem usados para o sacrifício, no templo, eram guardados a céu aberto, mesmo no inverno. A presença de pastores ao ar livre não prova que Jesus tenha nascido num período quente do ano. Os pastores eram uma classe desprezada porque seu trabalho os impedia de observar a lei cerimonial e, como eles se movimentavam por todo o país, era comum serem considerados como ladrões. Não eram considerados dignos de confiança e não eram aceitos como testemunhas nos tribunais.” (Bíblia de Estudo de Genebra, sobre Lucas 2.8 na pagina 1184)

      Jesus em nenhum momento apareceu para ser famoso e respeitado, seu ministério sempre foi perseguido e só o entenderiam os que cressem, apesar de tudo o mais dizer o contrário. Assim, o conhecimento maior do evangelho e a experiência de seu poder redencionista tem o humilde, o muitas vezes desprezado, que não é entendido nem honrado pela sociedade, a despeito de estar desempenhando um trabalho honesto e importante. Deus dá o “furo de reportagem” aos pastores para honrá-los, mostrando desde o início como seria o ministério de Cristo, seu público alvo, digamos assim, os pobres e marginalizados, e que honra tiveram os pastores. Deus não só revelou detalhes sobre o menino na manjedoura, como proporcionou aos pastores um espetáculo sem igual no céu, uma multidão dos exércitos celestiais louvando o Cristo que nasce. 
      Seja como for, é importante que aceitemos que Deus sempre avisa, ele nunca faz nada sem informar, assim ninguém poderá dizer no final que fez algo ou deixou de fazer algo porque não sabia, porque não foi avisado. Contudo, temos que entender que Deus faz isso do seu jeito, e o seu jeito é sempre o melhor jeito. Deus pode usar quem menos esperamos, e sempre nos enganamos quando deixamos que a arrogância e a vaidade dominem nossas almas, assim, equivocados, podemos ficar cegos, desprezando alguém que Deus esteja querendo usar para nos falar algo muito importante. Talvez, um tempo depois, alguns tenham dito, “mas o Cristo nasceu e nós nem ficamos sabendo”, ficaram sim, pela boca dos pastores, mas talvez esses que alegaram falta de informação tenham desconsiderado a informação porque estava sendo dada por reles pastores, uma classe tão menor na sociedade. 

10/12/19

Jesus, fruto bendito

      “E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, E entrou em casa de Zacarias, e saudou a Isabel. E aconteceu que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Isabel foi cheia do Espírito Santo. E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas.Lucas 1.39-45

      Maria, mãe de Jesus, era parente de Isabel, mãe de João Batista, elas se viram, antes dos nascimentos de seus filhos, o texto inicial registra essa passagem. O Espírito Santo tocou de maneira poderosa o coração de Isabel quando encontrou Maria, de sua boca saíram as palavras “bendita és tu entre as mulheres e bendito o fruto do teu ventre”. Isabel se sentiu muito feliz por receber a visita de quem ela sabia, pelo Espírito Santo, que era “a mãe de meu Senhor”, duas coisas essa passagem nos ensina, duas coisas sobre Isabel, mãe de João Batista. 
      Em primeiro lugar que quando Deus em algo muito importante para nós, quando nos dá uma palavra profética de algo especial que ocorrerá em nossas vidas, ele confirma, de uma maneira simples e próxima. Por que personagens tão importantes no plano de Deus para a humanidade, tinham que ser, no plano físico, parentes? Jesus e João Batista era parentes próximos. Eu penso que foi para consolar duas pessoas em especial, Maria e Isabel, que se sentiram acompanhadas na experiência de gerarem homens que desempenhariam papéis de suma importância no mundo, homens que sofreriam muito. 
      Deus faz isso também conosco, nunca nos deixa sós em nossas lutas, o consolo sempre está perto, um consolo que nos ajuda a aceitar as coisas em paz, ainda que seja difícil para nós entendermos, mas a passagem nos ensina também outra coisa. Assim como Maria, Isabel era humilde, admitiu logo de início que o filho de Maria seria superior aos seu. Bem, quem é pai ou mãe sabe que sempre tendemos a defender nossos filhos e ver neles qualidades superiores aos filhos dos outros, nossos filhos sempre são mais bonitos, mais inteligentes, especiais, Isabel nos parece nos ter essa vaidade. 
      Isabel, contudo, foi escolhida para ser mãe de João Batista pelos mesmos motivos que Maria foi, ainda que com características distintas. Isabel era diferente de outras mulheres, poderia criar João Batista da maneira que Deus queria para produzir um homem forte e humilde, desprendido de vaidades, mas corajoso, que prepararia o mundo para a vinda do salvador maior Jesus. Deus sempre sabe com quem trabalha, o que pode exigir, o que pode dar e o que pode tirar, para que sua vontade seja cumprida.
      O fruto bendito foi gerado em Maria porque Deus sabia que ela poderia fazer crescer esse fruto de maneira que se formasse a videira verdadeira, assim como foi gerado em Isabel um homem aparentemente mais rude, mas resistente e absolutamente humilde. Deus é esteticamente perfeito, espiritualmente harmonioso, e se revela aos homens de forma eficiente e completa, ainda que use pessoas distintas para missões diferentes. O segredo de felicidade é se conhecer em Deus, aceitar sua vontade e seguir em obediência até o final. 
      Só o tempo mostrou para Isabel e para Maria o motivo de tudo o que elas tiveram que passar, desde que ficaram grávidas, até o plano de Deus ser revelado em seus filhos totalmente. Mas quando gerado por Deus, todo fruto é bendito, ainda que no início seja só um feto escondido dos olhos dos homens. Os que confiam no Senhor e temem a Deus acompanharão com paciência e fé o crescimento desse fruto, até que a vontade do pai seja feita e o fruto seja visto por todos como bênção de Deus. 

09/12/19

Jesus, seu reino não terá fim

      “Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.Lucas 1.30-33
 
      Nesta segunda parte do estudo sobre Jesus, seis reflexões sobre o nascimento e infância de Jesus relatados nos evangelhos, comecemos pela anunciação que o anjo fez a Maria. Sim, Maria era uma mulher especial, muito especial, se Deus a escolheu foi porque achou nela qualidades que outras não tinham. Que qualidades? Fé, com certeza, fé e confiança em Deus, ela aceitou a palavra do anjo e não se rebelou, ainda que sabia que ficaria grávida sem ainda ter se casado oficialmente, sem que o pai fosse um homem conhecido, isso com certeza criaria para ela algumas inconveniências sociais. Maria venceu esses temores porque cria e confiava em Deus acima de tudo. “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele” (Marcos 6.3), mas no decorrer de sua vida, mesmo depois de ter estabelecido família com José e de ter tido outros filhos com ele, conforme o textos bíblicos, na maneira natural, Maria era sábia, discreta e sempre mãe. Mãe de quem? Dos outros filhos e de Jesus homem, e isso é importante frisar, Maria não adquiriu qualquer poder espiritual pelo fato de ter gerado pelo Espírito Santo a Jesus, ela foi só uma mulher até sua morte, e depois, na eternidade, só mais uma mulher dentre todas as da humanidade, de todos os tempos e nações. Maria não pode interceder pelos homens diante de Deus, Maria não tem qualquer poder diferente diante do pai espiritual, e muito menos alguma proeminência sobre Jesus filho e espiritual que se tornou depois que ressuscitou e subiu aos céus. Jesus é único, e Maria sempre soube disso, por isso foi escolhida, tanto qua nunca se intrometeu no ministério do filho enquanto ser humano encarnado. 
      Maria era discreta, e os registros de suas aparições depois que Jesus iniciou seu ministério, até sua morte, são poucos e esclarecedores. “Mas Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração“ (Lucas 2.19), essa passagem é logo do início, da infância de Jesus, amo esse versículo, me parece revelar a Maria discreta, consciente de seu papel e nunca querendo aparecer demais, esperando sempre em Deus o cumprimento de sua palavra. “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena. Ora Jesus, vendo ali sua mãe, e que o discípulo a quem ele amava estava presente, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.“ (João 19.25-27), ainda em extrema dor, Jesus honra sua mãe, não a desampara e entrega-a ao amado discípulo João para que esse cuide dela. Maria nos parece nesse versículo ser só mais uma, mais uma Maria, já que três são citadas no texto, mas isso não menospreza Maria, só a define ainda mais como só um ser humano que apesar de ter sido escolhido por Deus pelas virtudes, não exige nada por isso, interage com a realidade, mesmo a mais dolorida, com humildade, com simplicidade. Que exemplo para todos nós, Maria foi única. 
      Encerrando essa pequena reflexão sobre Maria, o texto inicial faz com que nossos olhos se voltem para o poder exclusivo de Jesus, que não pode ser dividido com ninguém, nem com Maria. Dividir, ou pior que isso, colocar o poder de Jesus abaixo de Maria, é a maior das heresias, é afrontar a Deus, é tirar de Jesus a eficiência e plenitude como salvador único da humanidade. Conhecer a Jesus como filho do altíssimo, não como filho de Maria, já que Maria foi só um precioso instrumento usado para que o filho de Deus encarnasse, é entender que ninguém mais tem o poder que ele tem, e que aliar algum poder a outro que não seja Deus pai, filho e Espírito, é afastar-se da verdade divina, é seguir o diabo que sempre tem interesse em diminuir o poder do único que pode destrui-lo, Jesus. Cada vez que um ser humano recebe o status de “santo” pelo Vaticano, o diabo se alegra, e o poder de Jesus, diante do mundo, é diminuído, eu disse diante do mundo, não diante de Deus, diante de um mundo que gosta da mentira, da ilusão, do diabo, de ídolos, e não de Jesus, de Deus, do Santíssimo Espírito. Não tenho medo de falar isso aqui neste espaço, ainda que ame os católicos, que conheça muitos católicos sinceros e virtuosos, ainda que eu não vá sair por aí quebrando altares e imagens, essa violência não é de Deus, de Deus é a verdade e ela prevalecerá, no tempo certo. O reino sem fim de Jesus será o reino da verdade maior sobre tudo, glórias a Jesus por isso! 
      

08/12/19

Jesus, o Senhor, Justiça nossa!

      “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O Senhor, Justiça nossa.Jeremias 23.5-6         

      Justiça, o que mais queremos, o que o mundo mais precisa, e o que só Jesus pode oferecer. Contudo, o mundo, se afasta de Deus, se afasta do único intercessor entre Deus e o homem, Jesus, e tenta, por tantas organizações e religiões, ser justo, pregar a justiça, e ainda criticar o cristianismo como sendo uma velha ordem derrotada em oferecer à humanidade amor e tolerância. Ainda que o mundo louve a ensine os ensinamentos morais e sociais de amor e tolerância do evangelho, eles são impossíveis de serem praticados, se não forem por corações nascidos de novo pelo nome de Cristo. O diabo sempre fala só o que lhe convém, e os inimigos do cristianismo, os poderes desse mundo, a mídia e tantos outros poderes, obedecem cegamente, ainda que se achem amorosos e tolerantes, mais que os cristãos. Justo, só Jesus, e justificados, só os cristãos selados com o Espírito Santo. 
      Lembremos que o texto inicial profetiza um reinado de justiça para toda a terra, mas especialmente para os judeus. Os judeus, oficialmente, ainda que valorizem Jesus, não o consideram o salvador da humanidade, predito no antigo testamento, muitos judeus ainda aguardam um Jesus com poderes também nos sistemas do plano físico, e acredite, isso de alguma fora ainda ocorrerá, seja no período que a escatologia chama de milênio, seja em outro momento. Ainda que oficialmente os judeus tenham negado a Jesus em sua vinda encarnada, Deus é fiel com todos, se é com os gentios, não seria também com os israelitas, povo escolhido por Deus para compartilhei a primeira aliança com o mundo? Eu creio que Jesus também voltará para os judeus na maneira como eles aguardam, contudo, o reinado final de Cristo será para todos, igualmente, sem diferenças, em justiça e poder.