17/01/20

Quando o discípulo está pronto o mestre aparece

      “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” 
Provérbios 4.23
      “Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.” 
Mateus 7.6

      Quando recebemos algo muito importante, muito bom, é normal querermos compartilhar isso com os outros, normal e justo, o que é benção para nós também pode ser para os outros, principalmente quando os outros são pessoas próximas a nós, parentes, cônjuges, filhos. A maioria de nós não será cobrada pelo que fizemos a um grande número de pessoas, mas aos próximos, alguns têm chamadas para abençoarem até multidões, mas a maioria deve dedicar-se a um pequeno círculo de pessoas. Essas precisam de nós, mais que o mundo, para essas devemos dar nosso melhor, nossos tesouros.
      Contudo, há um limite em com quem compartilhar o que há de mais precioso em nossos corações, mesmo gente muito próxima da gente pode não estar preparada para algumas coisas, coisas que para nós custaram caro, que exigiram de nós trabalho, tanto físico, quanto intelectual, quanto espiritual, e estudar e orar, ler e falar com Deus, é tanto trabalho quanto é esforço físico de Sol a Sol. Os textos iniciais não necessitam de muita explicação, são claros com relação ao cuidado que devemos ter no compartilhamento de certas coisas.
      Um ditado antiquíssimo, que alguns dizem ser de origem chinesa, diz, “quando o discípulo está pronto o mestre aparece”, ele é muito usado pelos esotéricos e ocultistas, mas dando a ele uma leitura cristã podemos dizer que não temos que procurar gente para evangelizar, como se o trabalho fosse do evangelizador, do mestre. O professor já se deu ao trabalho de aprender, por isso é professor, aos que ainda não são é que resta o trabalho de se esforçarem para que possam aprender, assim quando alguém quer aprende de verdade, esse alguém procura uma escola, uma faculdade, um professor. 
      Só fazem isso, todavia, os quem adquiriram a consciência de que não sabem e precisam aprender, quem já acha que sabe nunca procura mestres. Por outro lado, quando temos um conhecimento podemos ficar tão ansiosos para compartilhá-lo que acabamos revelando-o a quem ainda não está pronto para recebê-lo, é preciso confiar em Deus, tanto para achar o mestre quanto para esperar o discípulo. Caso contrário poderemos desproteger os tesouros de nossos corações para porcos, que não querem pérolas, só qualquer resto de comida para matarem suas fomes. 
      Mas como o mestre aparece? Ele aparece porque percebe que alguém está precisando dele, assim o mestre deve estar sempre pronto, vigiando, com atitudes corretas, ainda que com a boca fechada, a ele se deve a responsabilidade de saber quando o discípulo está pronto para aprender. Olhando o ditado sob o ponto de vista cristão, confiamos na providência divina, nos olhos de Deus, que a todos vê e conhece, assim Deus dá ao discípulo certo o mestre adequado, Deus sabe o que cada um pode aprender e o que cada um deve ensinar, sem vaidade ou hipocrisia. 

16/01/20

Mentiras com caras de verdades

      “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” 
Mateus 6.33
      “Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos“ 
Romanos 12.16
      “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” 
Colossenses 3.2

      “Conquistem o mundo, vocês podem tudo, seus sonhos não têm limites, não deixem que os outros digam o que vocês devem pensar, dizer ou fazer”. Fui numa dessas formaturas de final de ano e a diretora da escola, na maior das boas intenções, com certeza, disse as palavras iniciais aos formandos. São palavras positivas, orientando fé em si mesmos, auto-confiança, enfim, coragem sem limites para conquistar o que se deseja e gosta. Repito, palavras positivas e com certeza bem intencionadas, mas será que são verdadeiras? Até que ponto elas fazem bem, principalmente aos jovens? 
      Filósofos e outros profissionais, muitos bem famosos e celebrados atualmente, e não cristãos, discordam desses incentivos e dizem que eles podem fazer mais mal que bem. Não tente inverter minhas palavras, o exatamente oposto às palavras iniciais também faz mal, e fez a muitas gerações passadas que não foram incentivadas, apoiadas, ao contrário, sempre receberam nãos e palavras que acabaram por construir feridas psicológicas que limitaram  muita gente que poderia ter sido muitos mais do que foi. 
      Como sempre, a sabedoria está no equilíbrio, contudo, no momento atual, vivemos, sim, polos de exageros, de liberdade demais, de direitos demais, de humanismo demasiado, e assim quando muitos, criados por esses ensinos extremados, veem a realidade, e sentem que não podem e nunca poderão serem tudo o que desejam e terem tudo o que querem, caem em depressão. Depressão é doença que encontra nos vícios, no prazeres fáceis, na marginalidade e em tantos outros escapismos, um jeito de conviver com a frustração. 
      O melhor seria dar todas as orientações iniciais mas EM Deus, o limite não está em nós, mas no universo, na missão que cada um pode cumprir por Deus. Sob esse aspecto, sim, não há limites, mas isso quando ninguém se compara a ninguém, quando ninguém usa outro homem como referência, mas só Jesus. Se isso for feito nos conheceremos de fato, saberemos quem somos e consequentemente o que devemos fazer de melhor, só somos nossa melhor versão quando a somos EM Deus. 
      Enquanto o humanismo diabólico prega superação humana, a verdade maior do evangelho ensina sobre humildade, simplicidade, espiritualidade verdadeira mostrando que qualquer grandiosidade nesse plano físico é pura ilusão. Ainda que todos devamos nos esforçar para sermos bons cidadãos do planeta, isso aqui tudo é passageiro, a verdadeira felicidade está nos valores espirituais. Contudo, espiritualidade não é negar a realidade, o corpo físico e viver como um monge, a verdadeira espiritualidade na carne nos foi revelada por Cristo, só nele não seremos presas das mentiras com cara de verdades do final dos tempos. 

15/01/20

Deus age quando permitimos que ele aja

      “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois assim dá ele aos seus amados o sono.” Salmos 127.1-2

      Deus faz para nós aquilo que nós permitimos que ele faça por nós, já o que não deixamos, nós mesmos temos que fazer, Deus é educado, ainda que nós não sejamos. Assim se a vida nos parece pesada ou é porque não estamos fazendo a nossa parte ou é porque não estamos deixando Deus fazer a parte dele. Cristãos, deixem o engano de achar que Deus só abençoa cristãos, isso não é verdade, Deus abençoa a todos e muitos, muitas vezes e em certas áreas, muito mais que aos cristãos. 
      Na área financeira muitos não cristãos experimentam uma bênção imensa de Deus, e é de Deus, não é do mundo nem do diabo, só Deus pode abençoar, esses experimentam mais que muito crente em igreja evangélica frequentador de culto, que faz jejuns e vai a vigílias. Por quê? Porque muitos ateus, espíritas, esotéricos, fazem suas partes, ainda que neguem que Deus faça a sua e ainda que não possam colher salvação espiritual, eles estudam, trabalham, investem com sabedoria, administram o plano físico com ciência e equilíbrio, e colhem o “karma” disso.
      Contudo, o pequenino, o humilde, aquele que muitas vezes faz sua parte no limite, mas que crê no Deus do impossível, experimenta algo especial, milagres, e milagres acontecem, não como muitos acham que acontecem, mas acontecem. Milagre é algo muito subjetivo e pessoal, o que é para um não é para outro, só a pessoa e Deus sabe de fato quando um milagre aconteceu, Deus age quando permitimos que ele aja. Qual o segredo, o “mistério”, como dizem alguns? É discernir quando é hora de Deus agir, não de nós agirmos.
      Isso só vê os humildes espirituais, os arrogantes seguirão fazendo e fazendo, se esforçando, ainda que inutilmente, correndo o risco de adquirirem enfermidades e de encerrarem seu tempo no mundo antes do momento melhor. Esforce-se, ao máximo, mas saiba quando parar, aí creia, com todo o coração, no Deus verdadeiro e só através de Jesus, isso permitirá que Deus aja e que você tenha consciência disso, para então louva-lo. Na verdade, se você não deixar, Deus agirá do mesmo jeito, mas você não colherá o fruto disso, a paz do que adora a Deus como o Senhor de tudo.

14/01/20

A cada um o que é de cada um

       “E foram a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro. E tomou consigo a Pedro, e a Tiago, e a João, e começou a ter pavor, e a angustiar-se. E disse-lhes: A minha alma está profundamente triste até a morte; ficai aqui, e vigiai.” Marcos 14.32-34

      Aprendamos a dar a cada pessoa a atenção que cada pessoa merece. Com todos, todos mesmo, ajamos e reajamos com educação, isso é ser civilizado. Com os trabalhadores, esforçados, que desempenham bem suas funções, entreguemos o respeito, mesmo que não gostemos deles, e com esses tenhamos cuidado, Deus vela pelos trabalhadores, Deus é justo. Aos amigos presenteemos o elogio e o incentivo, e isso nunca é esforço, já que amigo é aquele que nos parece sempre ter só virtudes, mesmo em seus lados ruins nós vemos coisas boas. 
      Contudo, aos que nos ouvem sempre, aos confidentes pacientes, aos melhores amigos, os especiais, honremos com o melhor, com a informação em primeira mão, com a intimidade, com tempo mesmo quando não temos tempo, com alegria mesmo quando estamos em angústia. Quem consegue discernir todos esses tipos de pessoas, de relacionamentos, de alianças, que os acha e os entende, será feliz, terá paz, encontrará as pessoas certas para todo tipo de situação, e aceite isso, todos nós, todos, precisamos dos outros, não podemos ser felizes sozinhos, não sempre. 
      Ninguém atua seu teatro cósmico sozinho, protagonistas precisam de coadjuvantes tanto quanto de antagonistas e de figurantes, aliás o melhor de nós é refletido não nos coadjuvantes, mas nos antagonistas (conhece-se o homem pela qualidade de seus inimigos). A cada um, contudo, sempre o que é de cada um, nem mais, nem menos, com afeto e cobrança adequados, Deus é bom o suficiente para saber que precisamos das pessoas, e em seu plano universal sempre dá um jeito para que no momento certo achemos a pessoa certa para nos abençoar.
      Jesus tinha muitos discípulos, mas escolheu doze para apóstolos e desses, três eram íntimos. Contudo, Jesus tinha amigos especiais, como Lázaro, Marta e Maria, assim como o apóstolo João. Preferências não são feitas de forma consciente, racional, existem pois de alguma maneira, por algum motivo que nem nós sabemos bem, algumas pessoas parecem compartilhar nossa parte mais íntima, nos entendem como outros não entendem. Essa ligação especial às vezes percebemos com gente que acabamos de conhecer, gente que parecem não terem uma ligação física conosco, mas espiritual e eterna. 

13/01/20

Quando a felicidade existe?

      “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.” Efésios 5.1

      Liberdade não é necessariamente ter sim para fazer tudo, mas é não sofrer com certos nãos, ser livre é ser feliz mesmo com algumas algemas. Entendemos isso quando deixamos de fazer certas cobranças, já que a existência de felicidade está intrinsecamente ligada à ausência de cobrança. Isso não significa aceitar tudo sem fazer exigências, mas é não cobrar de quem nada pode dar ou não exigir mudança de situação que definitivamente nunca vai mudar.
      Mas isso não é fácil, temos muitas vezes uma necessidade terrível de cobrar as coisas dos outros, de jogar culpa nos outros, de querer que as pessoas sejam diferentes para que nós sejamos felizes, assim baseamos nossa felicidade nos outros e não em Deus e em nós mesmos. Cobramos atenção, palavras, amor, culpamos para exigirmos dos outros responsabilidades que não queremos nós mesmos assumir, queremos que as pessoas sejam diferentes para não sairmos de zonas de conforto. 
      Cobrar uma vez até pode ser útil, mas não devemos insistir com isso e sofrer. Se a situação não muda ou a aceitamos e nos calamos, ou mudamos, seja de situação, de ambiente, de relacionamentos, e isso inclui, principalmente, o meio profissional e o ministerial. Já o familiar é mais complicado, amigos se troca, mas de família não, já disseram que amigos é a família que escolhemos, mas muitas vezes não temos amigos mesmo entre os familiares, que têm laços de sangue comuns conosco. 
      Assim, o que definitivamente não se pode mudar administra-se com educação e com certa distância, nunca achando que temos obrigações, ainda que sejam parentes. Temos obrigações, por assim dizer e essa palavra nem é a melhor para esse assunto, com Deus, com filhos e com cônjuge (veja bem a ordem que coloquei as coisas, tire você suas conclusões...), com os outros, mesmo com pais, tenhamos respeito, mas com sabedoria. 
      Para ser feliz é importante saber dizer não, muito mais que dizer sim, muitos são infelizes porque disseram sim demais, mas certos sins, ainda que pareçam desconfortáveis, são libertadores, nos mostram que podemos ser felizes apesar de certas coisas, nos mostram que certas algemas são só parte do vestuário, não de nossa alma, e que nós somos muito maiores que elas, ainda que sob o olhar alheio pareçamos presos por elas. Liberdade plena mesmo só na eternidade. 

12/01/20

Livres em Cristo

      Quem não luta por si, luta pelos outros, que não se liberta, se aprisiona, quem se abdica de direitos acaba se achando no dever de ser direito de outros. A melhor das batalhas, contudo, é lutar em Deus, não por Deus, Deus não precisa que ninguém lute por ele, mas lutar nele. Só em Deus pode-se perder tudo e ainda ganhar o melhor, só em Deus abdicamos de direitos para nos tornarmos de fato livres. 

      “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará. E de novo protesto a todo o homem, que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei. Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído. Porque nós pelo Espírito da fé aguardamos a esperança da justiça. Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.Gálatas 5.1-6

      O texto da carta aos Gálatas fala de liberdade, contudo, apesar de muitas vezes ser usado (o 1º versículo) para ensinar sobre a libertação que temos dos vícios da carne, aplicação que não deixa de ser legítima, seu escritor, o apóstolo Paulo, o usou para ensinar sobre liberdade religiosa, portanto, sobre uma escravidão que pode afligir o homem em valores religiosos e na área espiritual, não na carnal. (Entendimentos equivocados da Bíblia podem acontecer quando lemos um versículo e nos esquecemos de todo o resto do capítulo, quando texto é usado fora de contexto, uma grande parte de cristãos não percebe como muitas doutrinas são baseadas em textos fora de contexto...). 
    Aliás, algo que muitos precisam entender, é que grande parte dos textos das cartas de Paulo falam aos judeus de sua época que tinham dificuldade em aceitar o evangelho como algo superior à lei, que não viam na salvação de Cristo eficácia maior e mais suficiente que a purificação oferecida aos que obedeciam a velha aliança judaica, a lei mosaica. Ainda assim, aplicamos muitos dos textos paulinos em outros ensinos, num contexto atual e não no da época em que os textos foram escritos. (Heresias podem ser criadas assim, ainda que superficialmente pareçam baseadas na Bíblia, dessa forma argumentar que algo tem que ser obedecido porque está na Bíblia não é o suficiente, é preciso um entendimento a mais).
      O que tem haver à reflexão inicial com Gálatas? A reflexão inicial fala sobre uma falsa liberdade, mas também fala sobre uma tendência que todos nós temos de ficarmos presos a certos valores, a certos costumes, a certas tradições, a certos deveres, porque isso é zona de conforto emocional e social para nós. Assim, liberdade tem seu preço, e a verdadeira e maior das liberdades, a de Jesu, tem um preço maior. Um deles, talvez o mais caro, seja não darmos mais importância ao que os outros pensam, seja relegar a aprovação que se ganha por preservar tradições, por fazer parte de um grupo, tradições e grupo humanos, para então pertencer a algo muito melhor, fazer parte do reino verdadeiro de Deus (Galatas 1.10).
      Muitos judeus da época de Paulo, nem talvez porque tivessem alguma convicção espiritual maior, mas simplesmente para não perderem o respeito de outros judeus, e principalmente de líderes religiosos judeus, até vinham para o evangelho, mas queriam continuar obedecendo a antiga aliança, circuncidando seus filhos e mesmo se circuncidando (se ainda não sabe o que é circuncisão busque no Google). Como temos dificuldade para sermos livres, como temos dificuldade para aceitar a liberdade, muitos de nós a tememos pois achamos que nela cairemos nas libertinagens da carne e seremos escravos do pecado, outros passam a vida só trocando de carcereiros e de prisões, mesmo nas igrejas ainda continuam escravos. 
      Repito agora a reflexão inicial. “Quem não luta por si, luta pelos outros, que não se liberta, se aprisiona, quem se abdica de direitos acaba se achando no dever de ser direito de outros. A melhor das batalhas, contudo, é lutar em Deus, não por Deus, Deus não precisa que ninguém lute por ele, mas lutar nele. Só em Deus pode-se perder tudo e ainda ganhar o melhor, só em Deus abdicamos de direitos para nos tornarmos de fato livres.” Penso que passamos toda a vida buscando liberdade, e a maior parte dessa busca passamos nos livrando de falsas liberdades, muitos vivem uma vida inteira e nunca experimentam de fato liberdade. Jesus é liberdade, Jesus, não religião, tradição familiar ou direitos ilimitados a prazeres. 

11/01/20

O que a responsabilidade fez de nós?

      “Por isso diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus.Efésios 5.14-16

      Tem um ditado que diz que se queremos conhecer uma pessoa devemos dar a ela algum poder, contudo, sabemos o que uma pessoa se torna de fato quando sobre ela é colocada responsabilidade, muitas vezes sem aviso prévio pela própria vida. O que nos tornamos depois que uma responsabilidade foi lançada sobre nós? Seres melhores ou piores? 
      Poucos terão o privilégio de receberem poder, riqueza material, importância social, mas todos nós, em algum momento, seremos confrontados pelo universo que cobrará de nós uma responsabilidade diante de uma escolha que fizemos, escolha muitas vezes feita sem pensar muito no caso, e na maioria das vezes por sermos jovens e inexperientes. 
      Acho que criar um filho é o tipo de responsabilidade mais comum que as pessoas recebem, e que muitas vezes as pegam de surpresa, principalmente porque a gravidez é consequência de algo que para a maioria é só uma troca de prazer físico, fácil, gratuito, que não requer nada mais que o próprio corpo para ser experimentado. 
      Gerar e criar um filho é ao mesmo tempo simples e demais importante, depois da decisão de salvação Espiritual que fazemos com Jesus, é a decisão mais séria que experimentamos, mais até que o próprio casamento em si (não deveria ser assim mas é principalmente nos tempos atuais), escolher gerar um filho é colocar um ser imortal no plano físico.
      Contudo, essa decisão que depois que um bebê é gerado, deveria ser sempre sim, a agenda anti Cristo quer tirar do homem, legalizando o assassinato de seres vivos, com alma e com espírito, ainda que fisicamente em formação. O aborto não é só assassinato, o que já é terrível, é violência contra incapaz, visto que um feto não pode se defender.
      As pessoas, contudo, felizmente muitas vezes nos surpreendem para melhor, já vi mulheres jovens escolherem gerar e criar um filho, assim como vi homens mudarem de hábitos, de prioridades, e adquirirem um sentido de vida que não tinham antes, só por fazerem essa escolha tão importante, se tornarem pais, ser pai é algo que no amadurece mais que tudo.
      Outros, todavia, fogem e fogem, e se achando mais espertos ainda cobrem-se de cuidados para não terem que fazer essa escolha de vida responsável. Esses serão surpreendidos um dia pela vida, que sempre cobra o que é plantado, quem planta fuga e tenta fugir de crescer será tratado um dia não como criança, mas como um mostro que não se permitiu amadurecer. 
      Há vinte e dois anos (e dois dias) atrás nascia minha filha mais velha, eu vi uma menina na época, sua mãe, se tornar uma mulher responsável, em todos os sentidos e áreas. Quanto a mim digo sempre que minha vida adulta começou quando recebemos a notícia que essa menina estava sendo gerada, não tenho dúvida do quanto Deus usou essa escolha em nossas vidas. 
      Responsabilidade talvez seja o que o texto inicial diz, saber discernir o tempo em que se vive e nele fazer a melhor escolha, de crianças não se exige certas atitudes porque são crianças, mas o tempo sempre passa e é ele, antes que tudo o mais, que exige de nós atitudes coerentes, dos mais envelhecidos se exige escolher e viver como tal, não como crianças, mas como adultos..