22/08/21

Eleva-nos, ilumina-nos, vivifica-nos

      “O Senhor será também um alto refúgio para o oprimido; um alto refúgio em tempos de angústia.Salmos 9.9

      A comunhão espiritual com Deus pelo caminho do Espírito Santo até a porta para as regiões celestiais mais elevadas em Cristo, coloca nosso espírito numa posição de proteção e conhecimento, ao mesmo tempo que consola nossos sentimentos e pensamentos, tendo como efeito final a cura de nosso corpo físico. Vamos entender melhor isso. Apesar de muitos céticos, materialistas e ateus não admitirem, a prioridade é o espírito, não o corpo, espírito bem cuidado abençoa todo o resto de nosso ser, mente, emoções e corpo. Nosso espírito só atinge sua melhor forma estando em comunhão com Deus, de Deus saímos, nele vivemos e para ele retornaremos, a matéria é uma ilusória passagem, curta e fugaz, que não deveria ter prioridade sobre o espírito. 
      Comunhão com Deus não podemos estabelecer sozinhos, mas com a ferramenta que o próprio Deus nos dá, o Espírito Santo. Esse é o caminho até o Altíssimo: emanado por Deus conduzindo a vontade do Senhor para nós homens, ecoado em nós contemplando nossas intenções e adoração, e retornado a Deus levando nossas necessidades, questionamentos e agradecimentos. O Espírito Santo alcança o Altíssimo através de uma porta, Jesus, o filho primogênito do Senhor, ser espiritual único para o planeta Terra, enviado aos homens com uma missão singular e existindo na eternidade com uma função exclusiva. O Espírito Santo é o caminho espiritual que acha na porta, Jesus, as virtudes e as riquezas mais altas do criador e Senhor do universo. 
      Quando a comunhão com Deus é perfeita, e ela pode ser pelo Espírito Santo em Jesus, todo o nosso ser percebe, há paz em nossas mentes, alegria em nossos sentimentos, refrigério para nossos corpos, Deus nos cura por inteiros. Mas é mais que isso, se nossos corpos ainda estão presos ao mundo físico, nossos espíritos podem alcançar as regiões mais elevadas e nessas regiões há proteção e conhecimento. A luz de Deus é poder, chama que não queima, luz invisível que protege mesmo as coisas visíveis, santidade que afugenta todos que não amam a pureza moral. Basta a luz de Deus ser emanada para que “demônios” saiam correndo, assim quem se coloca em oração nas regiões celestiais mais altas, tem o reflexo do espiritual mais elevado no físico. 
      A mesma luz que exige santidade compartilha conhecimento, e conhecimento de Deus não é só informação passiva para saciar curiosidade, é vida, é a palavra, é o verbo, criando, renovando, libertando, fortalecendo. Pobres os que limitam conhecimento divino a entendimento intelectual da Bíblia, isso é bom, mas é apenas o vaso, o conteúdo é o óleo, que vai além de mente e coração, é espiritual. É sobre isso que Hebreus 4.12 se refere quando diz: “porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”. Essa palavra é mais que letra morta, é o vivo Espírito Santo. 

21/08/21

Deus é luz

      “E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas.I João 1.5

      O assunto no qual refletiremos a seguir pode ser um pouco difícil de ser entendido, é verdade que ele fala de conceitos que bem ou não tão bem compreendidos não fazem muita diferença nas vidas práticas da maioria dos cristãos, Deus valoriza mais a intenção que o conhecimento. O “Como o ar que respiro”, contudo, é espaço para fazer pensar, mas que o que será compartilhado não escandalize e nem confunda ninguém, não abramos mãos da fé em Deus que nos trouxe em vitória até onde chegamos. Contudo, que tenhamos calma e tempo para reavaliar e quiçá crescer um pouco mais no conhecimento espiritual da luz, “faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo” (Gálatas 1.11-12).

      Deus é luz! Entenda luz não como claridade que facilita visibilidade, usando referência de luz física, isso por si só não representa ou exige qualidade moral já que no mundo pecados são cometidos com o Sol a pino e mesmo dentro de ambientes bem iluminados. A luz espiritual divina está relacionada com santidade, verdade e autoridade, ela pede limpeza moral, revela a mentira e tem poder afugentando aquilo que se opõe a Deus. Deus está em todos os lugares e tem poder sobre tudo, mas na sua misericórdia ele permite que os seres exerçam livre arbítrio e se afastem, não dele, mas do melhor dele. Crer de outro jeito limitaria Deus, ou nos levaria a entender que Deus age diferentemente com as pessoas, Deus é equânime sempre! 
      Quem constrói diferenças e as usa para julgar e condenar os homens, é o próprio homem, não Deus, Deus ama a todos e a todos atrai para sua luz mais alta, mas quem não quiser isso terá um lugar de trevas para se esconder. Trevas acabam sendo um local de refúgio para quem já está envergonhado e não quer ser confrontado na condição de rebelde contra Deus, mas só ter a companhia de seus pares. Deus ama até demônios, diabos e outros seres e espíritos inferiores e maus, e se esses são o que são, o são por escolhas próprias, não por punição de Deus. Deus não pune ninguém, são os seres, afastando-se do melhor de Deus, que punem a si mesmos, Deus não destrói nada, mas longe de seu melhor tudo se torna corruptível. 
      Sei que muitos, baseados em textos bíblicos escritos por homens inspirados pelo Espírito Santo, mas de outros tempos, sociedades e culturas, e interpretando a Bíblia ainda sob a ótica tradicional cristã, têm dificuldades para entender o conceito “Deus é luz”. Deus não vem e expulsa o mal ao nosso redor, somos nós que vamos, nos aproximamos de Deus e saímos da região espiritual onde está o mal. Se o mal está num lugar, está com direito legítimo de estar, pois foi o próprio Deus que deu ao mal esse direito, éramos nós que estávamos no lugar espiritual errado. Quando um demônio é expulso, é o espírito do endemoniado que é elevado saindo do território espiritual do mal, o demônio permanece onde lhe é autorizado estar. 
      Entendamos que isso são conceitos espirituais e verticais, vendo o ser humano como alguém que ainda que pise o mundo material horizontal, tem um espírito que pode se elevar ao Deus espírito e altíssimo. Mas tudo bem, podemos orar da forma tradicional, pedindo que o Senhor nos proteja e expulse o diabo que nos afronta, clamando para que ele vença nossos inimigos. Deus atende essa oração, mas somos protegidos pelo simples fato de fazermos tal oração, ainda que com palavras imprecisas, pela intenção certa que há nelas nosso espírito se coloca nas regiões celestiais mais altas em Cristo. De outras maneiras também alcançamos essa posição, ainda que também com termos inexatos, como quando adoramos e cantamos louvores.
      Se há intenção correta e foco no fim certo, bastarão para nos proteger, mas na verdade não é Deus quem desce, somos nós quem subimos. Deus desceu uma vez, através da obra redentora de Jesus, que agora está lá em cima, como porta para o altíssimo, acessada por todos que buscam a Deus pelo Espírito Santo. Entender isso diferentemente pode nos levar a ver Deus como um general de exército fazendo guerras e conquistando territórios, como se estivesse no mesmo nível espiritual de seus opositores, como se fosse só uma entidade espiritual oposta a Satanás, e não é assim que é. Deus é muitíssimo superior a todos, ninguém nem chega perto dele, assim como não existe guerra espiritual, a única guerra que há é em nossas mentes
      Intenção interior é algo tão poderoso e importante que muitos, sem saberem, tocam o trono de Deus nas regiões celestiais mais altas, e outros, ainda que em igrejas cristãs e com bocas cheias de Bíblia, não passam dos tetos dos templos com suas preces. Com a intenção espiritual correta, que muitos chamam de “unção”, nem são necessárias palavras e raciocínios, pode bastar um desejo focado e forte. Orar visualizando mentalmente aquilo ou aquele que se quer abençoar, nos permite ver a luz de Deus sendo emanada, curando, libertando, protegendo e guiando, se fazemos isso na autoridade e na mobilidade do Espírito Santo. Deus é luz, e nessa luz há uma qualidade de vida que muitos nem imaginam existir. 
      Por que tantos cristãos infelizes, apoiando atualmente ideologias políticas de guerra e ódio? Porque creem mais nas trevas que na luz, e quando digo isso não estou querendo dizer que cristãos confiam no diabo, mas que inventam trevas tão empoderadas que o Deus de luz acaba ficando muito menor que é. Quem dá ao “diabo” poderes que ele não tem, constrói uma guerra que não existe e perde tempo e energia num embate inútil, mas cristão assim não pode ser feliz e ter paz, e muito menos se preparar adequadamente para a eternidade. Esses até se preparam, para um apocalipse que nunca vai acontecer, enquanto deixam de dar no mundo testemunhos de verdadeiros luzeiros espirituais do genuíno Deus de luz. 

20/08/21

Engenharia, eficiência, design, conforto

      “Cada um fique na vocação em que foi chamado.I Coríntios 7.20

      Vi, numa propaganda de bateria para autos, quatro características de construção de carros, aliadas a quatro construtores diferentes, achei interessante: engelharia alemã, design italiano, eficiência japonesa e conforto norte-americano. As pessoas são diferentes, as nações, suas culturas e histórias, são diferentes, assim são diferentes suas qualidades, suas capacidades, assim como suas restrições e suas fraquezas. Já os que vêm de um mesmo ambiente, com mesma formação intelectual e mesma estrutura emocional, são semelhantes, bons em certas coisas e não tão bons em outras. Viva a diversidade, viva a multiforme sabedoria de Deus que se revela em partes diferentes em pessoas diferentes, para que todos sejam úteis no todo. Vamos entender melhor essas quatro características: engenharia, eficiência, design e conforto. 
      A engenharia resolve problemas humanos criando máquinas, inventando ferramentas que antes não existiam. Os primeiros modelos de um engenho podem não ser os mais eficientes, mas cumprem suas funções, ajudam o homem a fazer algo que antes ele tinha que fazer sozinho, com sua força física ou com força animal. Os que buscam eficiência também se ocupam com a função, podem até não inventar nada, construir algo do zero, mas aperfeiçoam, tornam o que outros criaram mais eficientes, de maneira que algo desempenhe sua tarefa em menos tempo, com menos gastos, energia, combustível ou força, e ocupando menos espaço. Tanto engenheiros quanto desenvolvedores de eficiência trabalham sobre o conteúdo, querem que algo funcione, melhor e mais barato, sem se preocuparem muito com a forma.
      A forma se manifesta exteriormente e interiormente, no lado de fora é a beleza estética que os outros veem, o design, no lado de dentro é a interação do engenho com aquele que o opera e com outros passageiros, que encontram no conforto mais facilidade para usarem a ferramenta. Nem tudo que é bonito por fora é confortável por dentro, para exibir algo para os outros muitos fazem sacrifícios que mantêm em segredo. Por outro lado muitos priorizando o conforto interno relevam a aparência externa, assim quem vê pode ter uma impressão oposta da experiência de quem está dentro, pode achar que o operador sofre com um engenho ruim, enquanto esse está bem confortável. Esses são quatro critérios para avaliarmos uma ferramenta, dois sobre o conteúdo e dois sobre a forma, dois sobre a função e dois sobre a estética. 
      Um carro de corrida, de Fórmula 1, por exemplo, tem engenharia sofisticada e pode até ter um design externo elegante, mas não é eficiente para andar em ruas comuns fora de um autódromo e nem é confortável para o motorista. Por outro lado uma limusine tem confortos até exagerados para seus ocupantes e também pode ter um design luxuoso, mas não é um topo de linha em termos de engenharia de motor e muito menos é eficiente, ela tem custo bem alto para ser mantida em funcionamento. Carros europeus populares são pequenos, ágeis, adequados para as vias estreitas do velho continente, já carros norte-americanos são amplos, resistentes, não precisam ser rápidos para ganharem uma corrida, só confiáveis para se viajar com toda a família de costa a costa num país continental como os E.U.A..
      E nós, seres humanos, somos adequados para a realidade em que vivemos? Ou estamos tentando ganhar uma corrida que não fomos feitos para correr com um carro popular, ou pagar caro por um carro luxuoso quando só precisamos chegar depressa no trabalho que não nos paga o suficiente para termos um carro caro? Podemos também estar usando um Fórmula 1 para ir à padaria ou ir à cidade todos os dias com um ônibus que só leva a nós como motorista e passageiro. Saber o carro que se pode ter e saber onde se tem que ir com ele, é o segredo de uma vida eficiente e confortável, não ociosa, nem sacrificada, mas equilibrada. Auto-conhecimento é a chave para a felicidade e a utilidade, mas só nos conhecemos quando conhecemos a Deus, a jornada para conhecer a Deus é a mesma que nos leva a nos conhecermos. 
      O segredo é entender que ninguém é igual a ninguém e nem precisa ser, contudo, por querermos ser o que não somos, por usarmos como referência os homens e não Jesus, na maior parte das vezes somos inadequados para a vida que podemos viver, assim acabamos infelizes e não tão úteis. Aceitar as diferenças é aceitar o destino, e destino não é uma cela, mas o melhor caminho para chegar no lugar que precisamos chegar, que só descobrimos à medida que caminhamos. Destino não é algo que se descobre seguindo fórmulas de outros homens, sejam intelectuais, morais ou espirituais, destino se entende buscando a Deus, tendo uma profunda comunhão com ele, para depois pôr em prática no dia a dia de nossas existências no mundo. Deus sabe porque dá a cada um carros diferentes, isso não é limitação, mas oportunidade. 

19/08/21

Respeite

      “Eu, porém, olharei para o Senhor; esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá. O inimiga minha, não te alegres a meu respeito; ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei; se morar nas trevas, o Senhor será a minha luz. Sofrerei a ira do Senhor, porque pequei contra ele, até que julgue a minha causa, e execute o meu direito; ele me tirará para a luz, e eu verei a sua justiça.Miqueias 7.7-9

      Não inveje o que desponta pela qualidade de seu trabalho, não guarde mágoa daquele que te tratou injustamente, não mantenha expectativas de ganhar de homem um reconhecimento. Dê a cada um a oportunidade de receber a mesma honra que você quer receber, e faça isso com o coração, generosamente. Deus ama a todos igualmente e se trata diferentemente a cada um é porque cada um precisa, para o seu próprio bem, ser tratado assim, com oportunidade diferente e em tempo diferente. 
      Aprenda com todos, ouça a todos, respeite a todos, mas trilhe seu caminho só, debaixo do pequeno facho de luz que Deus emana sobre você, ele é suficiente para que você veja o que precisa ver a cada passo que dá. Ande devagar mas continuamente, aprenda aos poucos deixando que o conhecimento se assente em teu espírito e fique lá, então, um novo facho de luz de Deus emanará, mostrando o que vem a seguir. Deus te respeita, mais que você ou os homens te respeitam, ele caminha contigo sem pressa. 
      Quantas vezes saímos correndo, achando que sabemos mais e não precisamos ter paciência para esperar quem não sabe, e fazendo isso sinceramente convictos que temos o direito de estar à frente, afinal nos esforçamos para conquistar algo. Deus não age assim, ainda que saiba de tudo, não joga verdades em nossos rostos, não se prevalece por saber mais, não sai correndo e nos obriga a ir atrás. Isso é respeito, o mesmo que temos que ter conosco e com os outros, seja na área material, intelectual ou moral. 
      Consegue respeitar quem sentiu a necessidade de respeito e o provou. Que respeito é maior que aquele que provamos do próprio criador, Deus santo e eterno? Quem sente na pele o respeito do Deus que vê o pecado, mas ainda assim nos ama e nos perdoa, dando-nos uma segunda, uma terceira chance, respeita os outros, tem paciência com os outros, ama os outros. Por isso não há condenações nem endemoniados eternos, só criaturas respeitadas por Deus com tempo para aprenderem a respeitar a si mesmas. 
      Respeite mesmo o que está em pecado, e mais ainda o que esteve e não está mais, amar é olhar as pessoas com os olhos de Deus, vendo nelas o que elas podem vir a ser. Isso não é escolha ou simples complacência, é prova da espiritualidade mais alta para a qual todos somos atraídos por Deus, e de um jeito ou de outro, um dia todos aprenderemos a respeitar a todos. Não dê vereditos finais só pelo que seus olhos veem neste mundo, Deus nos respeita pois sabe que temos tempo para melhorarmos. 

18/08/21

Sem atraso ou risco

      “Depois disto, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia. Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e tornas para lá? Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz.João 11.7-10

      O homem espiritual vê o invisível, sabe onde e quando andar, pois o faz na orientação de Deus, e quando o Senhor orienta sempre há luz. Há perigo, existem opositores, há torcida contrária, existem invejosos? Sim, mas se Deus manda, faça, com humildade e cuidado, mas sem medo e com segurança. A vitória não está no ambiente, nas pessoas, na situação, no mundo visível, mas na ordem de Deus. 
      Contudo, o contrário também é verdadeiro, se Deus não mandar, ainda que tenhamos as melhores intenções e os maiores esforços, ainda que os homens nos apóiem, ainda que as situações econômica e política estejam favoráveis, estaremos em trevas. Na escuridão do noite espiritual, não há clareza intelectual ou fortaleza material que resistam, o maior perigo é espiritual, não físico. 
      Andemos enquanto há dia, pois virá uma noite maior para toda a humanidade e nela só a graça de Deus para sustentar os humildes que confiam num Deus espiritual invisível, e não no que os olhos acham ver. O invisível se torna visível para os simples, as mudanças de estações, de eras, a passagem do dia para a noite, são discerníreis aos que temem a Deus. A força não está em fazer, mas em obedecer. 
      Em sua jornada pessoal, você sabe se é dia ou se é noite? Se é amanhecer ou é entardecer? Não durma com o Sol a pino, mas também não tente trabalhar à meia-noite, pelo que conseguiu construir no tempo certo agradeça a Deus e descanse. Se não foi suficiente, ainda assim Deus cuida com misericórdia dos que se quebrantam diante dele, mas o teimoso que quer fazer fora de hora cairá e não saberá onde. 
      Na passagem de Jesus “ressuscitando” Lázaro (leia todo o capítulo onze do evangelho de João para melhor entendimento) parece que Jesus estava fazendo tudo errado, demorou para ir ver Lázaro e suas irmãs, não era um momento propício, visto que os judeus queriam seu mal, mas ainda assim ele teve calma. Seus discípulos, olhando a situação de fora, não entenderam e exortaram o mestre, cegos. 
      Contudo, quem anda na luz não se perde, não é confundido, não é pego por surpresas, por armadilhas, pela maldade do homem, e acima de tudo, quem está na luz pode pedir uma interferência extraordinária de Deus (extraordinária pelo menos aos olhos dos homens) e ser atendido. Os tolos poderiam dizer, “se Jesus tivesse ido ver Lázaro na hora certa um milagre não precisaria ser exigido”. 
      Mas quem de nós entende os planos de Deus, o que de melhor Deus pode nos ensinar, não através do impedimento do mal antes que esse se realize, mas com a vitória sobre esse depois que já se realizou no mundo material? Deus age de muitas maneiras, e muitas vezes não porque seja o melhor jeito, mas porque é o único jeito de nós, homens de duras cervizes, sermos quebrantados e aprendermos algo. 
      O ponto desta reflexão é um só: quem anda na luz de Deus não se atrasa, nem se expõe a perigos desnecessariamente, antes cumpre o propósito maior de Deus, glorifica seu nome e cresce espiritualmente. Cuidado, os que julgam pelos olhos físicos, mas que são cegos espirituais, que se achando lúcidos estão em trevas. Estejam felizes, contudo, os que obedecem a Deus, para vocês a luz mais alta nunca falta.

17/08/21

Invisível

      “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.” 
Mateus 6.2-4
      “Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém.” 
I Timóteo 1.17
      “Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui.”
João 18.36

      A verdadeira espiritualidade deve ser invisível aos olhos físicos, no destino, e na origem, para onde vai e de onde vem. “Fazer o bem não importa a quem”, eis um ditado popular que tem como base o texto inicial de Mateus 6, o verdadeiramente espiritual é humilde e ajuda os homens sem exigir desses reconhecimento. Por outro lado, quem viu a Deus? Quem pode estar onde está Jesus? Quem sabe como trabalha o Espírito Santo e as legiões de seres espirituais de luz que nos aconselham e nos protegem? 
      Tudo que se vê se torna ídolo, e como tal é limitado, ainda que o homem sinceramente use uma imagem visível como meio para focar no invisível, como católicos tanto alegam. Deus responde a esses? Sim! Com certeza. Mas é o caminho mais maduro, mais espiritual? Não. A maturidade e a espiritualidade neste mundo, enquanto estamos encarnados, depende de fé e fé é crer no invisível. Isso não é uma limitação que Deus nos impõe como pena, mas como provação para crescermos. Será que entendemos isso? 
      Crescemos vivendo no plano físico dando prioridade a valores do plano espiritual, eis o paradoxo que define nossas existências. Esse mistério só compreendemos e praticamos pela fé. O que é fé? Não é só convicção mental e sentimento antecipado de algo que ainda não ocorreu, isso na verdade é a consequência da fé genuína. Fé é dádiva divina, revelação do céu, origina-se no Altíssimo, que devidamente acolhida por nós, nos permite experimentar a expectativa de algo que vai acontecer porque Deus disse que vai. 
      Cuidado com aquilo que confiamos porque vemos, porque entendemos em sua totalidade, ainda que pareça cristão, ainda que fale e se porte como cristão, ainda que queira estabelecer no mundo algo cristão. O reino de Deus é invisível porque é espiritual e só se revelará plenamente na eternidade. Na verdade até teremos um “reino de Deus” na Terra, mas isso demorará não pouco tempo, ele não será o que é o Vaticano ou o que muitos evangélicos brasileiros (não todos) acham que é apoiando poderes visíveis do mundo. 

16/08/21

As pessoas não precisam saber…

      “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santosEfésios 6.18

      Algumas coisas, talvez as mais importantes, as pessoas não precisam saber que fazemos por elas, às vezes só nos basta orar por elas. Uma oração sincera, convicta, nem precisa ser com muitas palavras, pode bastar mesmo nenhuma palavra, mas um sentimento forte pedindo que Deus emane sua luz mais alta sobre alguém. Isso pode ser tudo o que Deus precisa para abençoar alguém, libertar alguém, proteger alguém, curar alguém. 
      Deus precisa de nós para agir? Sim, precisa. Em seus mistérios e em seu grandioso amor ele não faz participantes de suas bênçãos, de suas intercessões, de seus milagres, não porque ele seja fraco ou dependente de suas criaturas, mas porque ele age assim. Deus concede o privilégio de ser instrumento de luz e de amor a todos nós, e assim como oramos por alguém, alguém também pode estar intercedendo por nós e nós nem saibamos.
      Tudo isso acontece no imenso mecanismo cósmico divino, que usa muitos para abençoar muitos, assim ninguém é inútil e todos podem achar a maravilhosa alegria de ser colaborador no plano de Deus para atrair os seres humanos às regiões celestes mais elevadas em Cristo Jesus, através do Espírito Santo. Os abençoados pelas nossas orações nem precisam saber que oramos, que a glória seja só de Deus, eis o caminho da espiritualidade. 
      Algumas pessoas se afastam de nós, pessoas importantes para nós, mas que por um motivo ou outro, acabam se fechando nelas mesmas. Deus sabe porque cada um constrói muros ao seu redor. O sofrimento e as decepções podem tornar as pessoas duras e solitárias, e às vezes vendo em nós inimigos que na verdade não somos. Não é fácil orar por quem nos despreza, mas esse alguém pode ser quem mais necessita de nossas orações.