sábado, agosto 04, 2012

Lidando com inconveniências

        “Então os discípulos de João vieram, levaram o corpo e o sepultaram. Depois, foram contar essas coisas a Jesus. Ouvindo isso, Jesus retirou-se dali num barco e foi para um lugar deserto, à parte; e quando as multidões souberam disso, seguiram-no a pé desde as cidades. Ao desembarcar, ele viu uma grande multidão, teve compaixão dela e curou os enfermos. Ao cair da tarde, os discípulos aproximaram-se dele, dizendo: O lugar é deserto, e a hora já está avançada; manda embora as multidões, para que possam ir aos povoados comprar algo para comer. Jesus, porém, lhes disse: Eles não precisam ir embora; vós mesmos dai-lhes de comer.
(Mateus 14.12-16)

Sabe a hora errada, aquela hora que você não está preparado para ser social, aquela hora que você quer ficar sozinho, no máximo com esposa e filhos? Sei lá se você acordou torto, estressado, confuso, mas o que você mais precisa é de um descanso, de algum tempo de reflexão, de ficar somente na sua presença e na de Deus.
O texto diz que Jesus retirou-se para um lugar deserto, pode até ser que ele tenha feito isso ciente de que as pessoas, muitas pessoas, se aproximariam dele e esse seria o melhor local para recebê-las, pode ser que tenha sido isso. Mas vamos tentar refletir em cima da possibilidade de que ele se afastou para orar, precisando mesmo de um momento sozinho. Essa possibilidade pode ter sido a real, já que ele tinha acabado de receber a notícia de que João, o que batizava, tinha morrido.
Sim, isso com certeza deve ter apertado seu coração, já que ele sabia que seu fim seria semelhante. Que se diga novamente, que Jesus, mesmo sendo Deus encarnado, naquele momento era carne. Jesus sofria sim, com o medo do futuro, de seus inimigos, tudo que eu e você poderíamos sentir num situação semelhante a dele, ele sentiu. A diferença é que ele não pecou quando sentia isso (na verdade nenhum homem vivenciou o sofrimento que Cristo experimentou, nenhum homem carregou sobre si o pecado da humanidade inteira).
 Mas num momento de dor, de apreensão, de necessidade de estar só, a multidão o procurou, primeiramente para obter cura e ensinamentos e depois para obter alimento. Na segunda necessidade, Jesus até tentou delegar aos discípulos a solução, mas eles não tiveram fé para isso. Então, novamente, Jesus teve que agir pessoalmente em prol das pessoas.
O ponto dessa reflexão é o seguinte: que paciência, que amor, que diligência Jesus demonstrava num momento que para ele poderia ser um grande inconveniente dar atenção às pessoas. E digo mais, num momento tão dolorido, foi quando Jesus realizou um de seus maiores milagres, a multiplicação dos pães e peixes. Novamente Deus se mostra grande na fragilidade.
Se Deus deixar você ser incomodado em um momento de fragilidade, se essa “inconveniência” for permitida por Deus, não vire as costas, faça sua parte, Deus poderá estar querendo realizar através de sua vida um feito espetacular.
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