quarta-feira, outubro 07, 2015

Não pule fases: seja curado antes de tentar curar os outros

        Ouvimos muito nos púlpitos que é preciso abrir mão de nós mesmos, amarmos menos o ego e mais a Deus, contudo, algumas coisas precisam ser entendidas para que esse princípio possa ser vivido com eficiência. 
        Em primeiro lugar é importante que se entenda que quem não se respeita, não se ama, nunca amará o outro ou a Deus de maneira correta. Quem tem uma visão distorcida de si mesmo, que se machuca para valorizar o outro, em algum momento também acabará machucando o outro, já que a visão distorcida é a mesma, seja olhando para dentro ou para fora. Por outro lado, para entregar alguma coisa, é preciso antes ter tal coisa, ninguém pode dar o que não tem, e quanto mais se tem, se pode entregar, sendo assim, maior e mais verdadeiro será o sacrifício. 
        Esse processo é o natural e sadio que acontece com os seres humanos na trajetória por este mundo, na infância temos uma visão não clara da realidade, dos outros e de nós mesmos, contudo, esse é o momento pra isso e nesse momento temos, pais e outros cuidadores, adultos, que nos protegem. Contudo, na adolescência e início da juventude começamos a ver as coisas como elas realmente são, e se tivermos maturidade, aprenderemos a conviver de maneira sadia com isso. Então, quando nos casamos, aprendemos a conviver com o outro, a nos entregarmos pelo outro, a abrirmos mão de nós mesmos pelo outro, a princípio pelos cônjuges, depois, pelos filhos. 
        Assim também é na vida espiritual, só pode entregar quem sabe o que está entregando, o Espírito Santo é pai, é consolador, é ensinador, o suficiente, para nos encaminhar nesse processo. Primeiro ele nos ensina sobre nós mesmos, sobre nos amar e nos respeitar, e depois, quando crescemos espiritualmente, ele nos inclina a sermos homens que podem se dar pelos outros, em prol dos outros, no genuíno e maravilhoso espírito de servo. 
        O grande problema, contudo, é quando tentamos pular fases, querendo servir e ser obreiros, sem antes alcançar a maturidade. Acabaremos dando aos outros e a Deus equívocos, dons pela metade, e como toda entrega errada, um dia será pedida de volta, já que não teremos maturidade para entregar e realmente deixar, seja com o próximo, ou no altar de Deus. É preciso se conhecer, crescer, para entregar, para saber o que entregar, e entregar de maneira que realmente vá glorificar a Deus, e não a nós mesmos. Portanto, não pule fases, deixa Deus trabalhar em sua vida, não tente ser o que você não é, vá com calma, que seja pouco, mas que seja sincero, de todo o coração, mesmo porque Deus não se importa com quantidade, mas com qualidade em sinceridade.

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