07/09/11

Promessa

Eu lhes darei uma terra famosa por suas colheitas,
e eles não serão mais vítimas de fome na terra 
nem carregarão a zombaria das nações. 
Então eles saberão que eu, 
o Senhor, o seu Deus, estou com eles, 
e que eles, a nação de Israel, 
são meu povo, palavra do Soberano Senhor. 

Ezequiel 34:29-30

Nada de belo há no evangelho, aparentemente

Isaías 53, vou refletir um pouco sobre esse texto. “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o braço do Senhor? Porque foi subindo como renovo perante ele, e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum.”, versículo 1 ao 3.
      Quem assistiu o filme “A paixão de Cristo” de Mel Gibson, apesar da película ser uma versão exagerada, mesmo para os padrões hollywoodianos, pode ter uma ideia de quanto sofria um homem crucificado durante o domínio do império romano no primeiro século. Não era uma coisa bonita de se ver, e com Jesus a coisa foi pior ainda, já que havia por trás de seu castigo todo o clima de inveja e de ódio das autoridades religiosas e políticas do povo judeu. Foi exatamente isso que o profeta Isaías antecipou em suas profecias, mais de setecentos anos antes.
      A obra redentora de Jesus não apresentou o evangelho como algo atraente, com a figura do redentor como alguém célebre, importante, que mostrasse, principalmente aos judeus, Cristo como alguém interessante de ser seguido. É assim até hoje, principalmente nos tempos atuais onde se fala tanto de valorizar a autoestima, de acreditar em si mesmo, de encantar os homens com triunfalismo e positivismo. O evangelho genuíno vai na contramão disso tudo.
      Se nós pretendemos seguir a Jesus, andar como ele andou, não podemos desejar que o mundo nos entenda, nos ache atraentes, concorde com nossa maneira de viver. Ao contrário, se a cultura do mundo está aprovando o cristão, esse cristão precisa rever, e urgentemente, a maneira como ele vive. Atualmente existe muito cristianismo de boutique, que prega só aquilo que parece “cool”, que está na moda, que na verdade agrada muito mais à nova era, e tudo aquilo que ela representa, do que ao evangelho verdadeiro. “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”, Romanos 12:2.
      Continuando com Isaías 53, vejamos o versículo 4 ao 6: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.”.
      Não julguemos os judeus ou os romanos que crucificaram Jesus, eles eram representantes nossos, eram nossos procuradores legais. Cada um de nós crucificou a Jesus, quando pecou, peca e pecará, contra Deus, contra nós mesmos, contra os outros homens. Mas o mais terrível é que esse Jesus que nós desprezamos, açoitamos, humilhamos, enquanto sofria tudo isso, estava fazendo uma coisa: salvando-nos. Quer dizer, nós zombamos de alguém que estava trabalhando por nós, sofrendo por nós.
      “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca.”, Isaías 53:7-9.
      Nada de belo havia na aparência externa do evangelho, e ainda não há, porque a obra do evangelho é operada no interior do coração humano. Enquanto o homem está sendo penalizado, sofrendo falta, sendo renegado a um nível desprezível, é aí que seu coração está sendo tratado por Deus, quebrado, moído, para então ser refeito, renovado, reconstruído à imagem e semelhança de seu Senhor.
      Porém, somente os que seguem a Deus de coração é que experimentam crescimento espiritual através de provação. O simples fato da pessoa estar sofrendo não faz dela alguém que está sendo provada por Deus. Mas seja como for, os triunfalistas e positivistas não pensam assim, se a aparência do homem é ruim, se ele não tem um bom salário, uma boa casa, um bom carro, então ele é um pária, um perdedor, algo errado ele deve estar fazendo ou  deve ter feito.
      “Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores.”, Isaías 53:10-12.
      O sofrimento que tem a aprovação de Deus, que tem sua legitimidade como provação do Senhor, esse leva o homem a uma grandiosa vitória no final. “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente”, II Coríntios 4:17. Mas cuidado, repito, não use o sofrimento como vanglória, achando que o passar por ele pode comprar algum favor de Deus. Na verdade o único sofrimento que comprou algo de Deus, foi o sofrimento de Cristo, adquiriu a salvação para todos os homens.

06/09/11

Pérolas aos porcos, não jogue!

      “Não deem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos, caso contrário, estes as pisarão e, aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão” Mateus 7:6

      A orientação de Jesus é que devemos ter discernimento para saber com quem compartilhar as novas do evangelho. Mas todos os homens precisam igualmente de salvação? Sim, mas o Espírito de Deus sabe quando e onde cada homem deve ouvir as novas, afinal de contas elas são notícias muito preciosas do reino de Deus, não devem ser vendidas assim, a preço de banana.
      O evangelho deve ser vendido caro, e muito caro, já que custou a vida do filho unigênito de Deus. Desobedecendo essa orientação, corremos dois riscos: primeiro, quem ouve desprezará as boas novas, podendo blasfemar delas, segundo, em sua revolta, os homens agredirão aqueles que compartilharam as boas novas com eles. Na hora errada, o evangelho pode despertar ira, ao invés de salvação, pode aumentar ainda mais a maldição ao invés de trazer benção.
      Devemos ter consciência da urgência e seriedade da salvação, contudo, não devemos ter pressa. Esperemos o momento certo, em oração, para que possamos dar às novas do evangelho o valor que elas têm.

      “Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” II Timóteo 4:2

05/09/11

Não pare de ler o que Deus escreve...

      Não pare de ler o que Deus escreve pra você, talvez nas entrelinhas de tua existência, através daquilo que acontece ao teu redor, da reação das pessoas a você, dos sentimentos que vêm à tona das profundezas do teu coração. São as coisas que não entendemos que às vezes mais revelam o que somos e precisamos.
      Não entendemos justamente porque discordamos, porque nos negamos a aceitar algo como sendo pra nós. Negamos porque nos acomodamos, achamos que já está bom do jeito que está, que já caminhamos bastante e agora queremos um descanso, então deixamos de ler o que Deus escreve, não queremos mais nos aventurar com ele.
      Se Deus está usando as entrelinhas para falar com você, é porque você já deixou de ler as linhas a muito tempo. As linhas são a palavra direta de Deus, escrita na Bíblia e revelada a nós por meio dos dons do Espírito Santo. Não pare de ler, isso só te levará a uma vida árida e sem alegria espiritual, a médio prazo à incredulidade, e a um prazo maior pode te conduzir à heresia, cuidado.

      “Não endureçais os vossos corações, assim como na provocação e como no dia da tentação no deserto, quando vossos pais me tentaram, me provaram, e viram a minha obra. Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não tem conhecido os meus caminhos. A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso.” Salmos 95:8-11

04/09/11

Amar é deixar pra lá

Tem pessoas, que não sei bem porque, conseguem nos tirar do sério. Elas conseguem dizer ou agir de uma maneira que nos deixam bem bravos. Por mais que lutemos, que nos preparemos para enfrentar seus ataques, parece que elas têm o dom de atingir exatamente o alvo. Um pouquinho que elas fazem, talvez seja simplesmente a questão delas existirem, nos deixa extremamente irados.
      O sábio Caio Fábio diz que o que nos deixa assim nervosos, não é o que os outros fazem para nos deixar nervosos, mas aquilo que existe em nós que permite que se enerve. Então, usando os termos do pastor filósofo, a moléstia não existe porque os outros nos molestam, não é devido à capacidade dos outros, mas por causa daquilo que há em nós para ser molestados, devido a nossa fraqueza (Tiago 1:13-14).
      "Tudo bem, eu entendi, mas como faço então para anular aquilo que há em mim que me deixa tão vulnerável para me irritar com certas pessoas?"
      O confronto entre os seres humanos é parecido com jogo de pingue-pongue. Uma pessoa lança um ataque, a outra pessoa, que não gostou de ser atacada, cria uma agressão e a devolve, na mesma ou em uma maior proporção, então assim, e só assim, ela se sentirá em vantagem. A pessoa que iniciou o jogo, por sua vez, sentindo-se atacada, devolve outra agressão, igual ou maior, para então se sentir em vantagem.
      Isso pode durar muito tempo, só vai parar quando um dos lados não se sentir agredido, deixar o ataque passar, então não precisará responder. A outra pessoa por sua vez, como não vai receber um ataque, achará que venceu o jogo e não irá, pelo menos por algum tempo, devolver um novo ataque. Conclusão: vence quem deixar o outro achar que foi ele quem venceu, vence quem perde, bem, isso é a cara do evangelho. Dessa forma o jogo de pingue-pongue se transforma num jogo de queimada, isso é, tem-se que desviar da bola para ganhar. Bom, pelo menos em parte, a comparação serve.
      Agora a questão é a seguinte, como não responder ao ataque, como deixar a bola passar e não se sentir incomodado com isso, de forma a encerrar o jogo, deixando com o outro a sensação de vitória? Como perder para ganhar? A resposta é simples, amor, parece uma resposta boba, simplória? Mas não é não.
      Você já teve a experiência de saber que está fazendo tudo certo, já orou, já perdoou, já pediu perdão, já deixou bem claro para todos que você quer acertar, não quer brigar, não quer odiar o sujeito nem se sentir incomodado com ele. Todavia, mesmo assim, o sujeito continua incomodando, e muito. Isso acontece porque você se comprometeu a fazer tudo para resolver o problema, menos uma coisa, amar a pessoa.
      “Aí não”, nós, dizemos, “aí é pedir demais, já perdoei, já me humilhei, mas gostar dela não". Ninguém disse que você tem que conviver com a pessoa, mas amá-la, sim, sabe por quê? Porque esse é o único jeito de você não odiá-la. O ódio extremo só é curado com uma coisa, amor ao extremo, e esse amor somente o Espírito Santo pode nos dar.
      Você não tem que fazer tudo para então perceber que ainda assim você não teve vitória, que a questão ainda te incomoda, ame, no Espírito, como tua primeira opção. Como disse acima, você não tem que conviver com a pessoa, não precisamos ser amigos de todo mundo, nem Deus nos pede isso. Mas amar sim, precisamos amar a todos, contudo, vá pelo caminho mais fácil, aceite isso, em primeiro lugar, queira isso, quebre o orgulho, e depois peça ajuda ao Espírito Santo de Deus.
      O amor nos torna leves e transparentes, de forma que a ira chega até nós mas não fica, nós não a retemos, mas a deixamos passar, para longe. Dessa forma o ódio não bate em nós, ou não rebate, não encontra em nós uma resistência. A resistência, por sua vez, é aumentada quando lutamos sem amor, para não fazer algo. Desse jeito, quanto mais lutamos para não se irar, mais propensos a devolver a ira, ficamos.
      Sem resistência, a ira passa reto, de forma que não volta para a outra pessoa. Só o amor pode quebrar a resistência, deixar a ira passar. Ficará em nós um desejo de responder, sim, mas não com ódio, com amor, pois conseguiremos enxergar a pessoa livre do ódio que ela nos parecia ter. Ela se apresentará para nós, não mais como o inimigo grandioso que achávamos que era, mas como um ser humano igual a nós, que só precisa de amor.

03/09/11

Se Deus é bom por que tanta dor?

Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa João 15:10-11

      Desde que me entendo por gente, ouço a seguinte pergunta em resposta à declaração de que Deus é bom: “se Deus é bom por que então existe tanto sofrimento no mundo?” A resposta é simples, porque ser bom significa dar, a quem se ama, a liberdade para aceitar ou não essa bondade. “Se Deus nos ama por que tanta dor?” Porque Deus nos dá liberdade para negar esse amor, para não querer ser amado por ele. Deus não se impõe. É claro que a consequência dessa negação é a dor.
      Nossa alegria não é completa neste mundo porque não obedecemos a Deus. O pior de tudo é que a consequência de nossa desobediência não é somente o nosso sofrimento, mas também o de outras pessoas. Você acha isso injusto? Para Deus acabar com esse sofrimento, ele teria duas opções: ou não permitir a causa, que é a nossa atitude errada, ou então anular a consequência, as reações de nossa ação errada. Se ele não nos permitisse fazer a coisa errada, ele agiria como um déspota, tiraria, de nós, a liberdade de escolha. Se ele anulasse as consequências da coisa errada, ele seria um irresponsável.
      Seria muita irresponsabilidade de Deus, anular a consequência, isso é, permitir que nós façamos o que desejamos para que Ele depois desfaça as consequências disso. Deus não age como pai rico que mima os filhos. Deus é justo e ensina os homens confrontando-os com a verdade. Ele espera que então, suas criaturas, mudem suas ações para que as reações não sejam amargas. Mas antes de tudo, Deus dá ao homem livre arbítrio, para fazer o que quer, esse pode ser o maior privilégio que Deus dá para a humanidade.
      Achei que iria escrever mais sobre esse assunto, penso, porém, que basta. Aceitar o sofrimento do mundo, como não sendo culpa do criador, é aceitar que a responsabilidade é nossa. Além de aceitar de quem é a culpa, temos que aceitar que precisamos conviver com esse sofrimento, de um jeito ou de outro, não tem saída. Mas sempre temos uma chance de estar consolados, se não confiamos em Deus para nos livrar do erro inicial, podemos confiar nele para receber forças para conviver com as consequências desse erro.
      Quer um conselho? Não aja como filho mimado, querendo por a culpa em Deus, depois de ter vivido a vida do jeito que você quis, afinal de contas, colhemos o que plantamos. Se já está sofrendo as consequências dessa vida sem Deus, converta-se a ele, com humildade, ele te perdoará e te dará graça. Essa graça te capacitará, não para conviver com a culpa, já que ela é retirada se você assumir a sua responsabilidade pela situação ruim em que se encontra e aceitar o perdão em nome de Jesus, mas para conviver com as consequências que não podem simplesmente desaparecer.
        Seria irresponsabilidade minha menosprezar a tua dor, a dor de cada um é a dor de cada um, e dor não se compara. Mas Deus é o único que pode dar forças para que nós caminhemos com o nosso sofrimento. Busque-o, com humildade, sem fazer exigências, ele te dará consolo para você superar tua dor. 

02/09/11

Deus se rende ao seu amor por nós

Como posso desistir de você, Efraim? 
Como posso entregar você nas mãos de outros, Israel? 
Como posso tratá-lo como tratei Admá? 
Como posso fazer com você o que fiz com Zeboim? 
O meu coração está enternecido, 
despertou-se toda a minha compaixão.

Oseias 11:8