07/09/13

E você, por onde segue?

Sigam os volúveis sendo levados para lá e cá por qualquer vento de paixão,
sigam os legalistas fazendo uma obra que Deus nunca os mandou que fizessem,
sigam os loucos como escravos da volúpia e do ódio,
sigam os amargos buscando em Deus a vitória sobre inimigos que só existe de verdade dentro de seus corações,
o simples, porém, arrepende-se, se humilha e vê cada vez mais estreito o caminho que o leva à salvação.
E você, por onde segue?

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06/09/13

Pianos e seres humanos

Fiz no último sábado, dia 31 de agosto de 2013, uma visita a uma loja de pianos, bem, como representante dos pianos mais caros e famosos do planeta lá pude fazer a degustação de pianos de qualidade, tradicionais em produzir o melhor timbre daquele que é considerado o príncipe dos instrumentos musicais. Auxiliaram-me na degustação, profissionais gabaritados, experientes e versados no assunto. Tenho 53 anos, toco piano desde os nove anos, atuo como pianista no Grande Hotel São Pedro, dentre outros lugares. Fiz boa parte do currículo do chamado piano erudito (clássico) que nos permite uma visão séria e respeitosa da música erudita e do piano, contudo, saí da visita da loja com uma conclusão: sei muito pouco sobre pianos.
É preciso dizer que a culpa não é totalmente minha, devido a algum tipo de displicência com o instrumento, sempre procurei me informar sobre ele, assim como estudá-lo. No Brasil, contudo, é difícil o acesso a bons pianos e isso se deve tanto à política de preços e impostos do comércio quanto ao descaso dos locais que contratam pianistas que possuem pianos ruins e mal conservados. É preciso dizer também que passei bom tempo de minha vida tocando como profissional da música chamada popular, aquela executada na noite, nas casas noturnas, clubes e bares, assim como em cerimônias de casamento, formatura, etc, e isso me manteve distante de bons pianos. Aqueles que se dedicam à música de concerto, são mais privilegiados, tem acesso a instrumentos melhores, mesmo que seu campo de atuação seja mais restrito no Brasil.
Contudo, como cristão praticante, entendo que nossa vida está sempre em transformação, e precisamos estar abertos para isso. Caminhamos para evoluir para pessoas melhores, tanto na vida social e afetiva, quanto na vida profissional, assim estamos sempre aprendendo alguma coisa. Aprendi na última visita, por exemplo, que pianos morrem, sim, os materiais com os quais eles são feitos podem se desgastar com o tempo fazendo com que os mesmos percam sua habilidade inicial de compor, cada um com sua função, martelos, feltros, cordas, ferro, madeira, e tudo o mais, um som ideal de piano, ou pelo menos aquele que produziam quando o instrumento saiu da fábrica.
Resumindo, pianos são como seres humanos, pelos menos como seus corpos, já que nós temos uma vantagem sobre qualquer instrumento, máquina ou ferramenta: temos alma. Essa nunca morre, mesmo que o corpo perca a capacidade de demonstrar as nuanças sentidas pelo coração, a alma continua sentindo, e com mais sofisticação ainda, pelo menos pode ser assim para aqueles que amadurecem e conseguem tirar o melhor dessa existência.
Comparações são sempre imperfeitas, só Jesus, em suas parábolas, conseguiu produzir metáforas precisas da existência do homem através da natureza e de outros elementos, mas eu me arriscaria a comparar Deus com um pianista, e nós, homens, com, pianos. Fazendo a degustação no sábado percebi a variação de instrumentos que existem. Alguns produzem timbres mais abertos, outros mais fechados, as teclas respondem de maneira diferente para atacar as cordas e produzir os sons, o mesmo ocorre com a sensibilidade do pedal de sustain, responde com menos pressão ou com mais, com menos ou mais velocidade.
Mas não é só isso, som fechado ou som aberto, a variação de frequências que soam simultaneamente é incrível, grave, média grave, média, média aguda, aguda. Sem falar dos harmônicos, uma das características mais luxuosas de um piano, quando uma simples tecla é acionada uma grande variedade de frequências soam, além da principal que define o tom da nota. Isso também varia bastante de piano para piano.
Não somos nós, homens e mulheres, assim? Tão diferentes, tão sofisticados? Mesmo que a vida nos trate mal, rudemente, estupidamente, ainda seremos a imagem do criador, pequenos deuses que se acham no direito de sonhar, de fazer, de construir, superando limites a cada dia produzindo, cada um de nós, um timbre original, único, como um piano. Quem nos criou, através da engenharia da natureza, procurou fazer o melhor em nós, não nos fez com materiais de segunda e nem para uso vulgar, mesmo que nós mesmos e os outros homens tratem-nos como material de segunda ou nos use de qualquer jeito. Somos todos instrumentos elegantes e nobres, se os pianos merecem nosso respeito, quanto mais o ser humano, cada um com suas peculiaridades.
Com jeito, com o toque certo, no ambiente adequado, cada um de nós pode produzir o melhor som, compor a melhor música, como o Mason & Hamlin, o Samick, o Seiler, o Boston e o Steinway & Sons que toquei na loja.

(Obrigado Paulo Cavalcanti e Luiz Carlos Uhlik pela experiência maravilhosa que me concederam na Gluck Pianos.)
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05/09/13

Você sabe realmente o que é CURA INTERIOR?

O termo “cura interior” ficou mais conhecido no meio evangélico brasileiro nos anos 1990, é refere-se a uma ótica cristã de ferramentas de cura psicológicas. A cura interior tem como objetivo a cura da relação que temos com a gente e com as pessoas. Ela atua na relação de nossa personalidade com o grupo social. Questões como autoestima, complexo de inferioridade, perdão, fobias e ansiedades, são tratadas à luz da Bíblia, através da atuação do Espírito Santo.
É claro que tudo está ligado, tanto na área espiritual quanto na área psicológica, existem relações de causas e feitos em ambas as áreas, o diabo se aproveita das fraquezas e fracos, nós damos ouvidos ao diabo. Contudo, cura interior vai além do expulsar do demônio pela fé no nome de Jesus. O inimigo sai com a palavra de autoridade e mantêm-se distante com uma vida de fidelidade, mas a alma, a psique precisa de um processo de cura que pode demorar muito mais.
O fundamento da cura interior é o perdão, que se manifesta em três esferas: perdão que se recebe de Deus pelos pecados cometidos contra Deus, contra si mesmo e contra os outros, perdão que se dá a si mesmo, também pelos pecados cometidos contra todos, e perdão que se dá aos outros, pelos pecados que os outros cometeram contra nós. Assumir as culpas é a base madura e humilde para a cura, já que são as culpas que distorcem a visão que temos de nós e dos outros, e como consequência cria complexo de inferioridade em nossos corações.
Já refletimos sobre isso aqui no blog uma vez, mas repedindo, não existe complexo de superioridade, existe apenas complexo de inferioridade. O que muda é a maneira como se reage ao complexo: intimidando-se, e portanto se colocando como inferior, ou agredindo, tentando se colocar como superior, as duas maneiras são formas de se vencer, equivocadamente, um complexo de inferioridade, uma agride a si mesmo e a outra ao outro.
Outro fundamento da cura interior é a autoaceitação, que leva a uma visão honesta de si mesmo, aceitando os limites e satisfazendo-se com os pontos fortes. Essa visão faz com que nos sintamos felizes com o que somos e com o que podemos alcançar com o que somos. Felizes, respeitaremos as características diferentes dos outros, tantos os limites como pontos fortes, não nos achando arrogantemente melhor e nem humilhantemente inferior. A visão honesta de si e dos outros leva a uma vida equilibrada e satisfatória.
Apesar de usar ferramentas psicológicas, o processo da cura interior só é possível através da atuação do Espírito Santo, feita não somente com inteligência e autoconhecimento, mas com muita oração e fé, já que a cura é da alma e do espírito. Bem, essa reflexão foi apenas uma introdução ao assunto, cura interior precisa ser uma prioridade das igrejas, mas é desprezada por muitos porque é um processo e como tal custa tempo e trabalho. Cura interior é um milagre de Deus, mas que leva mais tempo que uma disposição de fé feita durante um culto especial, sem amor e paciência ela não pode ser operada.
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04/09/13

Repensando santidade

Portanto, com o entendimento pronto para entrar em ação, tende autocontrole e esperai inteiramente na graça que vos é oferecida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos obedientes, não vos amoldeis aos desejos que tínheis em tempos passados na vossa ignorância.
Mas sede vós também santos em todo vosso procedimento, assim como é santo aquele que vos chamou, pois está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo.
E andai com temor, durante o tempo da vossa peregrinação, se chamais de Pai aquele que julga segundo as obras de cada um, sem discriminação de pessoas; sabendo que não foi com coisas perecíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa maneira fútil de viver, recebida por tradição dos vossos pais.
Mas fostes resgatados pelo precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo, conhecido já antes da fundação do mundo, mas manifestado no fim dos tempos em vosso favor.”
I Pedro 1.13-20

Se santidade fosse não fazer sexo errado, não beber bebidas alcoólicas, ajudar o próximo e viver uma vida totalmente desligada de valores materiais, monges e outros celibatários religiosos seriam as pessoas mais santas do mundo, bem, na verdade eles até podem ser. Contudo, essas atitudes às vezes representam mais desajustes sociais que consagração espiritual, isso porque é muito mais difícil ser santo, vivendo uma vida absolutamente comum, estudando, trabalhando, casando e criando filhos, e é também muito mais útil nas mãos de Deus, já que damos testemunhos convivendo com a maior parte das pessoas.
Nós, evangélicos, que pensamos que nos rebelamos contra o catolicismo durante a reforma protestante, ainda permanecemos muito mais católicos do que achamos. Ainda mantemos a religiosidade, a vida de aparência, a santidade feita de sacrifícios humanos, de nãos, de obediência a leis, características de religião morta, mas que ainda quer parecer viva. A santidade é algo que ocorre de dentro para fora, ensinada e executada pelo Espírito Santo, de forma a agradar e louvar a Deus, não aos homens. Em última instância a santidade do cristão deve servir a Deus, vem dele e volta para ele, dando testemunho dele aos homens.
Repense sua santidade, não deixe de fazer certas coisas, mas saiba o que é mais importante, a santidade representa um estilo de vida diferente do estilo dos que não têm uma real experiência de novo nascimento com Deus através de Jesus, mas por outro lado pode representar muito menos do que os legalistas e religiosos dizem que é, pode ser algo bem mais simples, que purifica algo que ninguém vê, somente Deus. Isso é para os que querem viver uma vida realmente para Deus, e não para si mesmos ou para os homens, isso é para os que realmente buscam espiritualidade.

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03/09/13

Nem mais, nem menos, o suficiente

Jesus observava os ricos que colocavam suas contribuições no cofre de ofertas; viu também uma pobre viúva colocar ali duas moedas pequenas; e disse: Em verdade vos digo que esta viúva pobre contribuiu mais do que todos; pois todos aqueles deram do que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que tinha para o seu sustento.” (Lucas 21.1-4).

O diabo às vezes usa, não a ociosidade, para derrubar um crente, mas a superatividade, quando sabe que o cristão não tem sabedoria para assumir responsabilidades no corpo de Cristo, então o inimigo joga atividade e mais atividade até que o crente tolo acaba se estourando sozinho de tanto trabalhar.
Como é frequente ver mais ministros e levitas se afastando da igreja, parando na fé, se desviando, do que crentes frios, que não se envolvem com a obra. Os frios ficam anos na mesma igreja, sentados nas mesmas cadeiras, parecendo, aparentemente, os cristãos mais felizes do mundo.
Na igreja, você não tem que fazer tudo, frequentar todos os cultos, isso às vezes é mais obsessão para compensar um ego carente de elogio que só se sente útil trabalhando demais do que realmente obedecer a Deus.
Tenha coragem de fazer o suficiente, que não exponha desnecessariamente seus limites, que lhe permita amar as pessoas sem passar por cima delas enquanto trabalha, e que seja realmente o seu melhor, como a oferta da viúva.

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02/09/13

Inimigos ou aliados?

O que faz com que vejamos alguém como um inimigo e como um aliado, é uma simples mudança de visão, não da outra pessoa, mas de nós mesmos. Quando admitimos que não sabemos de tudo e que precisamos de aliança para sermos fortalecidos, encontramos aliados. Contudo, egoístas e vaidosos, seguiremos solitários e vendo inimigos, onde não existe.

01/09/13

Chame o problema pelo nome

Não existem grandes fraquezas ou dificuldades intransponíveis, existem situações permitidas por Deus para que provemos a sua graça. Quanto maior for o problema, maior será a atuação de Deus, maior será a experiência com ele, e mais maravilhoso será o testemunho de sua atuação.
Agora, se dermos ao problema outro nome, se dissermos que não é um problema, mas apenas uma característica, com a qual precisamos conviver, e como tal será mantida e não resolvida, se agirmos assim a vida ficará amarrada à fraqueza e à dificuldade.
Tenha coragem, seja humilde, seja crente, chame o problema pelo nome e creia que Deus pode resolvê-lo, isso é vida cristã, isso é vida de vitória.

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