Amar a todos

“Abençoai os que vos perseguem; abençoai, e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram. Sede unânimes entre vós. Não sejais orgulhosos, mas prontos a acompanhar os humildes. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos. A ninguém devolvei mal por mal. Procurai fazer o que é certo diante de todos. Se possível, no que depender de vós, vivei em paz com todos os homens.” (Romanos 12.14-18).

Se devemos amar nossos inimigos significa que existem pessoas que se colocam na posição de nossas inimigas. Amá-las é respeitá-las e desejar o melhor para elas, mas como inimigas, nunca serão nossas amigas, e sendo assim, não temos nenhuma obrigação de estar próximos a elas. Aceitar isso com humildade é viver livre do legalismo que aprisiona os hipócritas e insanos, e dentro da paz que protege os sábios e lúcidos.

Liberdade com amor

          "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Portanto, permanecei firmes e não vos sujeiteis novamente a um jugo de escravidão. Irmãos, fostes chamados para a liberdade. Mas não useis da liberdade como pretexto para a carne; antes, sede servos uns dos outros pelo amor. Pois toda a lei se resume numa só ordenança, a saber: Amarás ao próximo como a ti mesmo. Mas se mordeis e devorais uns aos outros, cuidado para não vos destruirdes mutuamente." (Gálatas 5.1,13-15)

Mudança e independência

Mudança é experiência ligada à independência, quem passa a vida dependente dos outros, que seja dependência emocional, não necessariamente material, nunca verá necessidade real de mudança e, portanto, nunca amadurecerá. Existem velhos que ainda são crianças porque sempre tiveram alguém que os sustentasse em suas criancices. Certas dependências são oferecidas gratuitamente e sem cobranças, essas são as mais difíceis de serem quebradas.

Contudo podemos ser independentes para simplesmente podermos nos dar ao luxo mesmo de não mudar. Mas isso na realidade não é possível, tudo tem seu preço. Ser independente significa sobreviver no sistema injusto e materialista desse mundo e para isso é necessário suportar oposições e revezes daqueles que não querem que sejamos livres já que nesse sistema a liberdade de uns pode cercear a liberdade de outros. Nos confrontos desse mundo mudamos de uma maneira ou de outra, para melhor ou para pior.

Com Deus tudo muda, já que muda a referência, não é mais o mundo que nos atrai, mas o Espírito Santo. Ser maduro é ser parecido com Cristo, ser vitorioso e conviver em harmonia com a sabedoria de Deus, ser independente é se deixar levar cativo pelo amor de Jesus, crescer é conhecer mais e mais o caminho do Senhor para a eternidade. Nessa experiência há a maior e mais efetiva das mudanças e adquirimos a libertação do pecado, do mal, do diabo, das vaidades, das ilusões, só existem mudança e independência verdadeiras em Deus e através de Jesus. 

Não somos perfeitos, mas perseguimos a perfeição

        "Não que eu já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas vou prosseguindo, procurando alcançar aquilo para que também fui alcançado por Cristo Jesus.

        Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado; mas faço o seguinte: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, pelo prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.

        Por isso, todos os que somos aperfeiçoados tenhamos esse mesmo modo de pensar; e, se em alguma coisa pensais de outro modo, Deus também vos revelará isso. Mas prossigamos na medida da perfeição que já atingimos."

Filipenses 3.12-16

O que é ser espiritual?

As pessoas em geral não entendem o que é ter espiritualidade, elas acham que ser espiritual é ter poderes especiais, como um super-herói, com poderes mágicos. Mesmo muitos crentes acham que espirituais são aqueles cheios de dons, que profetizam, que curam, que fazem milagres, isso é um engano, um sério engano.

Espiritualidade é responsabilidade, responsabilidade que é consequência de experiência profunda e íntima com Deus. Por que o espiritual busca santidade? (E santidade é característica fundamental de gente espiritual.) Bem, o espiritual busca santidade porque sentiu que isso era uma necessidade que ele sentiu quando se aproximou de Deus, sim, que seja para receber palavras proféticas e de autoridade, mas esse poder é consequência da espiritualidade, não causa.

O espiritual é aquele que se aproxima de Deus e o conhece muito mais do que como servo dele, mas como amigo dele. Nessa aproximação a santidade é requerida, porque Deus é santo. Quem tem essa experiência se sente na responsabilidade de ter uma vida diferente, uma vida mais parecida com Deus. É por isso que o espiritual se afasta dos vícios, das bebidas alcoólicas ou de qualquer outro meio artificial de alteração de consciência, porque ele sabe que isso o afasta da realidade maravilhosa e maior de Deus.

Obviamente o que se aproxima de Deus recebe dele confidências, revelações e palavras que outros não recebem, e isso pode ser considerado pelos que não possuem essa experiência como virtudes especiais. Mas o verdadeiramente espiritual o é para que o nome de Deus seja louvado, para que Deus apareça, e não ele, o espiritual, além de santo, é humilde.

Contudo, o espiritual não é e nem precisa ser um super-herói, ele não é perfeito, tem suas fraquezas e sabe conviver com elas. O falso espiritual além de parecer um super-herói, além de ter a necessidade vaidosa e humana de se mostrar perfeito, se cobra demais, mais até do que Deus o cobra. Nessa obsessão ele acha que pode agradar a todos, isso é impossível. O espiritual conhece seus limites e se acalma, aceita que não pode agradar todo mundo, é tranquilamente um homem comum e nessa simplicidade ele depende mais ainda de Deus.

Bem, esta reflexão não pretende esgotar o assunto, dei apenas algumas pinceladas nele, mas acho que consegui fazer com que a ideia fosse entendida, espero que isso o abençoe e mostre a você o caminho para ser uma pessoa realmente espiritual.

Palavra profética no novo testamento

Muitas vezes tenho visto o uso errado da palavra profética nos púlpitos, quando ela é entregue quase de forma literal semelhante à interpretação que se faz dos textos do antigo testamento. As experiências vividas por muitos personagens da história de Israel narradas no antigo testamento são fatais e muitas vezes trágicas, consequentes de escolhas erradas que esses personagens fizeram. Não que Deus não tenha estado com eles, não os tenha consolado ou honrado, mas Deus não os livrou dos finais infelizes que ocorreram como consequência de desobediências e pecados.

Quer exemplos? Moisés feriu a rocha, ao invés de tocá-la, mostrando um coração irado, por isso não entrou em Canaã, Josué foi quem entrou em seu lugar como líder da nação de Israel. Saul perdeu o reinado de Israel quando usurpou funções sacerdotais que somente Samuel tinha, passou o resto da vida perseguindo a Davi, o rei conforme o coração de Deus. Davi, por sua vez, não construiu o templo porque era homem de guerra, mesmo que desejasse muito isso, essa honra foi dada a Salomão seu filho.  

Não, Jesus veio mudar histórias, modificar destinos, transformar vidas, essa é a mensagem do novo testamento. O que era impossível para a lei e a religião judaica é possível através de Cristo. O novo testamento permite que Moisés irado se transforme em Josué e entre em Canaã. Jesus muda o coração arrogante e invejoso de Saul e o transforma num Davi conforme o coração de Deus. O sangue de Cristo tira o guerreiro do coração de Davi e o faz Salomão, com a honra de poder construir um templo a Deus. Enfim, enquanto há vida e se há arrependimento, quase tudo é possível, e o que não é, não o é por causa do coração duro do homem e não pela ausência da graça e do amor de Deus.

Você crê assim? Eu creio, a Bíblia, e principalmente, o novo testamento da promessa cumprida, me autoriza a crer assim.

“Dias virão, diz o Senhor, em que farei uma nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá. Ela não será como a aliança que fiz com seus pais, quando os peguei pela mão para tirá-los da terra do Egito, pois eles quebraram a minha aliança, mesmo sendo eu o senhor deles, diz o Senhor.

Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei na sua mente e a escreverei no seu coração. Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.

E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei o Senhor; porque todos me conhecerão, do mais pobre ao mais rico, diz o Senhor. Porque perdoarei a sua maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados.”

Jeremias 31.31-34

Minha confissão

Confesso, sou pessimista, não acredito na força do homem, na sabedoria do homem, na sensatez do homem, nas boas intenções do homem, e quando digo homem cito a mim em primeiro lugar.

Contudo, confesso, sou crédulo, acredito no Deus invisível e poderoso, paterno e sábio, um Deus já tão mal falado principalmente pelos chamados cristãos, que compartilham com a boca aquilo que não testemunham com suas ações, que querem sentir, mas não querem pensar, que querem pensar, mas não querem viver, que querem viver, mas que não estão prontos para morrer, morrer ainda vivos, morte do ego.

Confesso também que sou exagerado, choro por pouco, viajo na inocência das crianças e dos verdadeiramente humildes, olho o que está por trás do sorriso, vejo o que está atrás do otimismo, entendo o que a boca não fala, mas o coração sente, se me irrito fácil, perdoo mais fácil ainda, se há sinceridade.

Confesso, sou fraco, queria amar mais, esperar mais, me calar mais, tomar a iniciativa de ser afetuoso com aquele que me despreza e me julga mal, contar até dez para responder ao tolo, até mil para calar a boca do louco, até um milhão para não agradar a mim mesmo.

Mas acima de tudo eu confesso, Deus é meu amigo, meu companheiro, meu pai, meu mestre, e tem feito tanta coisa boa através de minha vida tão falha, tem abençoado tantas pessoas através de meu dom tão impreciso, tem feito morada em meu coração, enchido-o com seu Santo Espírito e alimentado minha alma com sua presença maravilhosa.